RADIAÇÃO IONIZANTE E O CUMPRIMENTO DE RESOLUÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM IONIZING RADIA ADIATION AND THE NURSING FEDERAL COUNCIL OUNCIL S R ESOLUTION FULFILLMENT Rita de Cássia Flor * Ana Lúcia Cardoso Kirchhof ** RESUMO: Este estudo teve por objetivo verificar o cumprimento da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem 211/98 que dispõe sobre a atuação dos profissionais de enfermagem nas atividades envolvendo radiação ionizante. O referencial teórico fundamentouse nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear e na referida Resolução. Aplicouse o método descritivo, por meio de observação indireta e entrevista com 14 profissionais de enfermagem dos quatro maiores hospitais públicos de Florianópolis Santa Catarina, em 2004. O estudo mostrou que os profissionais de enfermagem estão expostos aos riscos de radiação ionizante, principalmente nos setores de hemodinâmica e nas atividades de contenção do cliente submetido a exames de radiodiagnóstico, e que a Resolução citada não está sendo cumprida nos hospitais pesquisados. Palavraschave: Enfermagem; legislação; risco de radiação. ABSTRACT: This study aims to verify the fulfillment of the 211/98 Resolution of the Nursing Federal Council (COFEn), which deals with the performance of nursing professionals in activities involving ionizing radiation. The theoretical reference has been based on the norms from the Brazilian Nuclear Energy Commission and on the COFEn211/98 Resolution itself. The study applied the descriptive method, by the use of indirect observations and the interview of 14 nursing professionals from the four most important public hospitals of Florianopolis, State of Santa Catarina, during the year of 2004. The study has shown that the nursing professionals are exposed to the risks of ionizing radiation mainly at the haemodynamic areas and at the activities of patient contention during radio diagnosis tests. It has also been found that the COFEn211/98 Resolution was not being fulfilled by the researched Hospitals. Keywords: Nursing; legislation, radiation risk. INTRODUÇÃO Este estudo trata da atuação dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiação ionizante, os procedimentos que são realizados pelos mesmos e as medidas de radioproteção adotadas, especialmente no que se refere ao cumprimento da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEn) 211/98 1 que dispõe sobre a atuação desses profissionais nos serviços de radiodiagnóstico na área da saúde. Na área da saúde, as aplicações da radiologia são feitas em um campo genericamente denominado de radiologia, que, por sua vez, compreende a radioterapia, a radiologia diagnóstica e a medicina nuclear 2. De acordo com Okumo 2, a radiologia diagnóstica compreende a hemodinâmica, a tomografia computadorizada, o setor de raios X e a medicina nuclear. Nesses setores, os profissionais de saúde, especialmente os profissionais de enfermagem, estão sujeitos à exposição a radiações ionizantes no desenvolvimento da assistência de enfermagem aos clientes submetidos a procedimentos envolvendo radiação ionizante. Aí reside a importância no cumprimento da legislação e, neste caso, a Resolução COFEn211/98 1. Essa Resolução que dispõe sobre a atuação dos profissionais de enfermagem nos serviços que R Enferm UERJ 2005; 13:34753. p.347
Radiação ionizante empregam radiação ionizante tem por objetivo principal a regulamentação da atuação desses profissionais nessas atividades. Tal regulamentação considera as principais normas aplicadas em radioproteção, nas diferentes áreas de aplicação da radiação ionizante, como forma de proteger os trabalhadores dos riscos advindos desse agente. A mesma Resolução apresenta, ainda, a necessidade de regulamentar as normas de radioproteção e assegurar condições ocupacionais adequadas para profissionais de enfermagem que trabalham em radioterapia, medicina nuclear e em outros serviços de radiodiagnóstico. Menciona, também, as competências já estabelecidas na legislação profissional vigente e as competências específicas do enfermeiro e dos profissionais de nível médio referentes à atuação com clientes submetidos à radiação ionizante 1. Segundo essa Resolução, são competências do enfermeiro: Planejar, organizar, supervisionar, executar e avaliar todas as atividades de enfermagem, em clientes submetidos à radiação ionizante, alicerçados na metodologia assistencial de enfermagem; participar de protocolos terapêuticos de enfermagem, na prevenção, tratamento e reabilitação, em clientes submetidos à radiação ionizante e manter atualização técnica e científica de manuseio dos equipamentos de radioproteção, que lhe permita atuar com eficácia em situações de rotina e emergenciais, visando interromper e/ou evitar acidentes ou ocorrências que possam causar algum dano físico ou material considerável, nos moldes das normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), respeitando as competências dos demais profissionais 1: 3. Da mesma forma, essa Resolução 1 apresenta as competências dos profissionais de nível médio: Executar ações de enfermagem a clientes submetidos à radiação ionizante, sob a supervisão do enfermeiro, conforme Lei Nº. 7.498/86, art.15, e Decreto Nº. 94.406/87, art.13, observando o instituído na Resolução COFEn 168/83; atuar no âmbito de suas atribuições junto aos clientes submetidos a exames radiológicos, assim como na prevenção, tratamento e reabilitação a clientes submetidos à radiação ionizante e manter atualização técnica e cientifica que lhe permita atuar com eficiência na área de radiação ionizante [...] 1: 4. Considerando o que preceitua a Resolução COFEn 211/98 1, este estudo tem por objetivo verificar o seu cumprimento, principalmente no que tange aos princípios de radioproteção adotados pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinâmica, tomografia computadorizada, setor de raios X e medicina nuclear em quatro hospitais públicos de Florianópolis Santa Catarina. REFERENCIAL TEÓRICO Além de fundamentarse na Resolução COFEn211/98 1, buscouse observar os preceitos legais apresentados pelas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) 35. Essas normas abrangem os princípios, limites, obrigações e controles básicos para a proteção do homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante. Ainda faz parte desse referencial teórico a Portaria 453, de 1º de junho de 1998, da Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde 6, que disciplina a prática com os raios X para fins diagnósticos e intervencionistas, visando à defesa da saúde dos clientes, dos profissionais envolvidos e do público em geral em todo território nacional. O estudo também foi orientado pelas recomendações do Instituto de Radiação e Dosimetria 7 (IRD), Lei Nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977, do Ministério do Trabalho 8, e suas Normas Regulamentadoras (NR) aprovadas pela Portaria Nº. 3.214, de 08 de junho de 1978 8,e outros estudos 2,7,9,10 que fundamentam o uso das radiações ionizantes. METODOLOGIA Foi aplicado o método descritivo e exploratório das condições encontradas nos setores de tomografia computadorizada, hemodinâmica, medicina nuclear e setor de raios X nos quatro maiores hospitais públicos de Florianópolis Santa Catarina, maiores prestadores dos serviços de alta complexidade do Sistema Único de Saúde. Para a coleta de dados, foram utilizadas entrevistas individuais do tipo semiestruturada. As entrevistas foram realizadas no mês de abril de 2004, no período vespertino e matutino, no próprio local de trabalho, de modo que o profissional respondesse às questões da entrevista e completasseas com informações adicionais. Foram entrevistados apenas profissionais de enfermagem que atuavam diretamente nas atividades envolvendo exposição aos riscos de radiação ionizante, totalizando 14 profissionais. Durante todo o estudo, foram respeitados os princípios éticos da pesquisa, garantindose aos participantes do estudo o sigilo de suas respostas p.348 R Enferm UERJ 2005; 13:34753.
e o seu anonimato. Ocorreu, também, o esclarecimento dos objetivos do trabalho e de caráter espontâneo da participação, assim como a apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido, que foi assinado pelos participantes da pesquisa, como preconiza a Resolução do CNS MS 196/96 11. RESUL ESULTADOS E DISCUSSÃO vez mais os procedimentos de saúde tendem a utilizar equipamentos emissores de radiação ionizante, e, dessa forma, a tendência é que cada vez mais os profissionais de enfermagem ocupem esses postos de trabalho. 2: Tipo de exames realizados ou assistidos, por profissionais de enfermagem, por setor pesquisado. Florianópolis/ SC, 2004. Os resultados obtidos foram agrupados obedecendo a uma seqüência lógica dos assuntos e representados em Tabelas, como seguem. C* f 1: Distribuição de profissionais de enfermagem, segundo setor de radiodiagnóstico. Florianópolis/SC, 2004. A Tabela 1 mostra que o setor medicina nuclear e hemodinâmica do Hospital I e tomografia computadorizada e raio X do Hospital C tiveram a maior concentração de profissionais entrevistados. Segundo dados do IRD, cerca de 80% dos trabalhadores que lidam diretamente com fontes emissoras de radiação ionizante pertencem ao setor saúde 7:3. Esses dados não só confirmam a necessidade de manter uma política de educação em saúde, como a própria Resolução COFEn 211/98 1 preceitua, mas alertam ainda para o fato de que, com o avanço das novas tecnologias, cada A Tabela 2 evidencia que nem todo tipo de exame é realizado pelo profissional de enfermagem, no entanto todos os exames realizados nos campos do estudo são assistidos por eles. Essa assistência é prestada no pré, trans e pósexame, o que exige capacitação técnicocientífica para o seu desempenho. A Tabela 3 revela que, dos 14 entrevistados, 12 permanecem na sala de exame ou próximos dela, prestando algum tipo de assistência, como por exemplo: acompanhamento de exames de clientes com algum tipo de deficiência e ajuda no posicionamento, muitas vezes, de crianças; 10 preparam e administram contrastes, nesse caso podendo ser por via oral ou endovenosa. Cabe salientar que a administração de contraste endovenosa é realizada principalmente nos exames de tomografia computadorizada e nos exames contrastados. Esses exames, geralmente, são acompanhados pelos profissionais de enfermagem, 3: Tipo de procedimentos realizados pelos profissionais de enfermagem nos setores de radiodiagnóstico. Florianópolis/SC, 2004. R Enferm UERJ 2005; 13:34753. p.349
Radiação ionizante 4: Categoria profissional e jornada de trabalho dos trabalhadores de enfermagem, por setor pesquisado. Florianópolis/SC, 2004. assim como pelos demais membros da equipe de saúde. Outro dado que ressalta diz respeito ao setor de medicina nuclear onde atuam nove sujeitos, dos quais seis relataram manusear o equipamento e registrar as imagens cintilográficas com ajuda de profissionais especializados. A Tabela 4 mostra que, dos quatro setores pesquisados, os setores de tomografia computadorizada e raios X não apresentam em seu quadro funcional o profissional Enfermeiro, constando apenas de profissionais de nível médio que exercem sua função sob a responsabilidade dos médicos radiologistas. A Resolução COFEn 211/98 1, no entanto, menciona que os profissionais de nível médio devem executar as ações de enfermagem a clientes submetidos à radiação ionizante, sob a supervisão do enfermeiro, conforme Lei Nº. 7.498/86 12, art.15 e Decreto Nº. 94.406/ 87 13, art.13, observando também o instituído na Resolução COFEn168/93 14, que trata da responsabilidade técnica do enfermeiro por atividades de enfermagem exercidas em serviço. Nesse caso, apenas os setores de medicina nuclear e hemodinâmica cumprem essa legislação. Em relação à carga horária semanal de trabalho, dos 14 entrevistados, seis trabalham 25 horas; cinco trabalham 30 horas e três trabalham 40 horas semanais. Os dados da Tabela 4 mostram que apenas os trabalhadores que exercem suas atividades no setor de raios X e tomografia computadorizada não foram contemplados com redução de sua jornada de trabalho. A Lei Nº. 7.394, de 29 de outubro de 1985, regulamentada pelo Decreto Nº. 92.790, de 17 de junho de 1986, regula o exercício da profissão de técnico em radiologia e estabelece, em seu Art. 30, que a carga horária semanal desse profissional é de 24 horas semanais 15. Cabe lembrar que essa carga horária de 24 horas semanais não está prevista para os profissionais de enfermagem, que atuam nos serviços que empregam radiação ionizante, no entanto os setores de hemodinâmica e medicina nuclear adotaram carga horária de 25 horas, devido a liminares concedidas pela Justiça, por solicitação desses profissionais que se sentiam prejudicados em relação aos técnicos em radiologia, por entenderem que estão tão expostos à radiação ionizante quanto essa categoria. A Tabela 5 mostra o tipo dos equipamentos de proteção individual (EPI) plumbíferos e seu uso pelos profissionais, por setor pesquisado. Dos 14 entrevistados, a maioria (12) usa o avental de chumbo e dois às vezes usam esse recurso. Os aventais são confeccionados com equivalência em chumbo de 0,25mm Pb ou 0,50mm Pb em função TBELA 5: Tipo de equipamento de proteção individual usado por trabalhadores de enfermagem, por setor pesquisado. Florianópolis/SC, 2004. (*) Às Vezes (**) Computadorizada p.350 R Enferm UERJ 2005; 13:34753.
da necessidade da proteção radiológica. Outro equipamento de proteção individual, constatado neste estudo, foi o protetor de tireóide: a metade usa, quatro às vezes e três trabalhadores não o utilizam, colocando em risco sua saúde individual. Esses EPIs devem ser utilizados pelos profissionais quando houver necessidade da permanência dentro das áreas controladas. Outro equipamento de uso corrente, quando da necessidade de conter crianças ou em outras situações, é a luva de chumbo, usada, às vezes, por apenas um profissional; destacamse 13 que não usam esse recurso. A Tabela 6 mostra que a maioria (12) usa dosímetro. Segundo a Portaria 453/98, todo indivíduo que trabalha com raios X diagnósticos deve usar, durante sua jornada de trabalho e enquanto permanecer em áreas controladas, dosímetro individual de leitura indireta, trocado mensalmente 6:10. A Portaria orienta também o correto uso do equipamento que deve ser utilizado na região mais exposta do tronco e que, durante a utilização de avental plumbífero, o mesmo deve ser colocado sobre o avental. Recomenda, ainda, que a dose efetiva média anual não deve exceder a 20 msv (milisievert) em qualquer período de 5 anos consecutivos, não podendo exceder 50 msv em nenhum ano. Esclarece também que a dose equivalente anual não deve exceder 500 msv para extremidades e 150 msv para o cristalino 6. O uso correto do dosímetro pessoal como preceitua a Portaria 453/98 é fundamental para o controle da dose efetiva mensal. Estudos relatam 9,10 que a maioria dos estabelecimentos fornece monitores individuais para os mesmos ocupacionalmente expostos às radiações ionizantes, porém os trabalhadores não são instruídos corretamente sobre as suas normas de utilização. A Tabela 6 também mostra a periodicidade do controle médico. Dos 14 entrevistados, a maioria (oito) não realiza esse controle, ao passo que três o fazem anualmente e os demais (três) semestralmente. A NR Nº 7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), do Ministério do Trabalho 8, estabelece os parâmetros para o monitorização da exposição ocupacional a alguns riscos à saúde. Entre os riscos, menciona a radiação ionizante que exige controle ocupacional no ato da admissão na empresa e semestralmente. Preconiza, ainda, a necessidade de exames complementares como hemograma completo e contagem de plaquetas. A norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear, que trata das diretrizes básicas de radioproteção, recomenda que os trabalhadores devem estar sujeitos a controle médico, incluindo os seguintes exames: a) exame préocupacional; b) exame periódico; c) exame especial e, d) exame pósocupacional 3:4. Os achados desta mostram que esse item não está sendo cumprido na sua totalidade pelas instituições pesquisadas, pois apenas três dos entrevistados realizam exames médicos, semestralmente, como preconiza a legislação. Estudos 9,10 mostram que a deficiência de informação quanto aos efeitos da radiação, assim como a ausência de exames periódicos, bem como o desrespeito às normas regulamentadoras da Política Nacional de Proteção Radiológica, na área de radiodiagnóstico, favorece maior desgaste do trabalhador e, conseqüentemente, o seu adoecimento. A Tabela 7 mostra que, dos 14 entrevistados, apenas um trabalhador recebeu capacitação para trabalhar no setor de tomografia computadorizada. Nos demais setores, os profissionais relataram não terem recebido qualquer capacitação. A Resolução COFEn211/98 1 estabelece, como competência do enfermeiro, proporcionar condições para o aprimoramento dos profissionais 6: Uso de dosímetro pessoal e periodicidade do controle médico por setor pesquisado. Florianópolis/SC, 2004. Tomografia C* R Enferm UERJ 2005; 13:34753. p.351
Radiação ionizante 7: Capacitação dos trabalhadores de enfermagem para trabalhar nos serviços de radiodiagnóstico, por setor pesquisado. Florianópolis/SC, 2004. Capacitação para pesquisados de enfermagem atuantes nas áreas que empregam radiação ionizante. Devem ser oferecidos cursos e estágios em instituições afins, promovendo atualização técnica e científica que lhes permitam atuar com eficácia na área de radiação ionizante. Determina também a participação desses profissionais em programas e treinamento em serviço, dirigidos por enfermeiro nas diferentes áreas de atuação. Os achados mostram que os profissionais de enfermagem que atuam nessas áreas não estão recebendo a devida atenção por parte dessas instituições de saúde, haja vista a inobservância do que preceituam a Lei do Exercício Profissional e a Resolução COFEn211/98 1, principalmente no que tange aos princípios básicos de radioproteção. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando o que preceitua a Resolução COFEn211/98 1, o estudo mostrou que os setores de radiodiagnóstico das instituições pesquisadas não cumprem a referida Resolução na sua totalidade e que os profissionais de enfermagem sujeitos dessa pesquisa informaram desconhecêla, reconhecendo que, por não receberem capacitação dirigida aos cuidados mínimos de proteção radiologia, ou seja, o tempo de exposição, a distância da fonte e a blindagem, se expõem aos riscos desse agente físico, desnecessariamente. Este estudo ainda constatou que as demais legislações vigentes relacionadas com a aplicação das radiações ionizantes no radiodiagnóstico também não estão sendo cumpridas na sua totalidade. A Portaria 453/98, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde 6, e que dispõe sobre as diretrizes básicas de radioproteção no radiodiagnóstico médico e intervencionista, é um exemplo disso. Os achados aqui apresentados são preocupantes, uma vez que os profissionais de enfermagem que exercem suas atividades na radiologia diagnóstica estão tão expostos à radiação ionizante quanto os demais profissionais habilitados (técnicos em radiologia) para trabalhar com esse agente físico, conforme os resultados trazidos por este estudo, mas que não são exceção no panorama brasileiro. REFERÊNCIAS 1. Conselho Federal de Enfermagem (Br). Resolução n 0 211 de 01 de julho de 1998. Dispõe sobre a atuação dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiação ionizante. Rio de Janeiro: COFEn; 2004. Disponível em World Web: < http://www.portalcofen.org.br/legislação. Acesso em 20 dez. 2004. 2. Okumo E. Radiação: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo: HARBRA; 1998. 3. Comissão Nacional de Energia Nuclear (Br). Diretrizes básicas de radioproteção. Norma CNEN NE 3.01. Rio de Janeiro: Comissão Nacional de Energia Nuclear; 1988. 4. Comissão Nacional de Energia Nuclear (Br). Requisito de radioproteção e segurança para serviços de radioterapia. Norma CNEN NN 3.06. Rio de Janeiro: Comissão Nacional de Energia Nuclear; 1990. 5. Comissão Nacional de Energia Nuclear (Br). Requisito de radioproteção e segurança para serviços de medicina nuclear. Norma CNEN NN 3.05. Rio de Janeiro: Comissão Nacional de Energia Nuclear; 1996. 6. Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 453, 1º de junho de 1998. Diretrizes de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico. Brasília (DF); 1998. 7. Oliveira SV, Mota H. Notas do curso básico de licenciamento e fiscalização em radiologia médica e odontológica. Rio de Janeiro: IRD/CNEN; 1999. 8. Ministério do Trabalho (Br). Lei n 0 6514 de 22 de dezembro de 1977. Dispõe sobre as normas regulamentadoras aprovadas pela Portaria 3214, de 08 de junho de 1978. 38ªed. São Paulo: ATLAS; 1997. 9. Caretta R, Belei RA, Haddad MCL, Bazoni E. Conheci p.352 R Enferm UERJ 2005; 13:34753.
mento da equipe de saúde sobre os efeitos e os meios de proteção dos raios X. Acta Paul Enf 1998; 11(2): 4755. 10. Gomes, RS. Condições do meio ambiente de trabalho e riscos da exposição aos raios X na unidade de radiodiagnóstico de um hospital público. São Paulo: Fundacentro; 2002. 11. Conselho Nacional de Saúde (Br). Resolução n 0 196, de 10 de outubro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e normas reguladoras de pesquisa envolvendo seres humanos.brasília (DF):O CNS; 1996. 12. Lei nº. 7498, de 25 de junho de 1.986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício de enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil, Brasília (DF), 26 jun 1986; Seção I:927375. 13. Decreto n 94.406, de08 de junho de 1987. Dispõe sobre a regulamentação da Lei 7498/86. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasíla (DF): 09 jun. 1987; Seção I: 885355 14. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEn 168/83 Dispõe sobre a responsabilidade técnica de enfermeiro em chefia de serviço de enfermagem. Rio de Janeiro: Gráfica COFEn: 2003. 15. Conselho Nacional de Radiologia (Br). LEI Nº 7.394, de 29 de outubro de 1985. Dispõe sobre a Regulação do exercício da Profissão de Técnico em Radiologia e dá outras providências. Brasília (DF): CNR; 2005. Disponível em World Web: <http://www.conter.gov.br/legislacao/ leis.htm. Acesso em 02 fev. 2005. RADIACIÓN IONIZANTE Y EL CUMPLIMIENTO DE RESOLUCIÓN DEL CONSEJO FEDERAL DE ENFERMERÍA RESUMEN: Este estudio tiene por objeto verificar el cumplimiento de la Resolución del Consejo Federal de Enfermería 211/98 1, que dispone sobre la actuación de los profesionales de enfermería en actividades que incluyan radiación ionizante. El marco teórico de referencia se fundamentó en las normas de la Comisión Nacional de Energía Nuclear y en la dicha Resolución. Se aplicó el método descriptivo, por medio de la observación indirecta y entrevista con 14 profesionales de enfermería de los cuatro mayores hospitales públicos de Florianópolis, Estado de Santa CatarinaBrasil, en 2004. El estudio mostró que los profesionales de enfermería están expuestos a los riesgos de radiación ionizante, principalmente en los sectores de hemodinámica y en las actividades de contención del paciente sometido a exámenes de radiodiagnóstico, y que la Resolución no está siendo cumplida en su totalidad en ninguno de los hospitales investigados. Palabras Clave: Enfermería; legislación; riesgo por radiación. Recebido em: 31.03.2005 Aprovado em: 26.09.2005 Notas * Aluna do Curso de Mestrado em Enfermagem do Programa de PósGraduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC e Professora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina CEFET/SC. Rua Felipe Schmidt, 755 apt. 803 Florianópolis Centro CEP: 88010002. email: flor@newsite.com.br; flor@cefetsc.edu.br. ** Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. Membro do Grupo de Pesquisa em Saúde, Trabalho e Enfermagem PRAXIS.email: kirchhof@terra.com.br R Enferm UERJ 2005; 13:34753. p.353