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NORMA NÚMERO: 013/2016 DATA: 28/10/2016 ASSUNTO: PALAVRAS-CHAVE: PARA: CONTACTOS: Regras de Prescrição de Dispositivos Médicos na Retenção/Incontinência em Idade Pediátrica e no Adulto Dispositivos médicos, retenção urinária, incontinência intestinal, incontinência urinária Médicos do Sistema de Saúde Departamento da Qualidade na Saúde (dqs@dgs.pt) Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26 de janeiro, emite-se a Norma seguinte: NORMA 1. Os dispositivos médicos, para absorção de urina e fezes, para retenção/incontinência urinária e incontinência fecal, que devem ser disponibilizados, por prescrição individualizada, constam de lista anexa à presente Norma (Anexo I). 2. A prescrição inicial dos dispositivos médicos, por um período de 30 dias, deve ser efetuada a nível dos cuidados de saúde primários e/ou da consulta de especialidade hospitalar. 3. A prescrição de continuidade dos dispositivos médicos, por um período de 180 dias, deve ser efetuada a nível dos cuidados de saúde primários e/ou da consulta de especialidade hospitalar. 4. O texto de apoio seguinte orienta e fundamenta a implementação da presente Norma. Francisco George Diretor-Geral da Saúde Norma nº 013/2016 de 28/10/2016 1/6

TEXTO DE APOIO Conceitos, definições e orientações A. Considera-se incontinência fecal quando há perda involuntária de conteúdo fecal (1). B. Existem diferentes graus de incontinência fecal: desde a fuga involuntária de gases à perda de fezes sólidas. As pessoas apresentam três tipos de queixas dominantes que importa caracterizar. A verificação de sujidade perianal e na roupa interior (fecal seepage), a perda fecal inconsciente (incontinência passiva) ou a incapacidade de impedir a vontade de defecar (incontinência com urgência) 1. Frequentemente as pessoas apresentam queixas associadas, nomeadamente a incontinência passiva com a urgência 1. C. A retenção urinária é definida como a incapacidade total ou parcial de esvaziar a bexiga 2. D. A incontinência urinária é uma situação patológica que resulta da incapacidade em armazenar e controlar a saída da urina. É caraterizada por perdas urinárias involuntárias que se apresentam de forma muito diversificada, desde fugas muito ligeiras e ocasionais, a perdas mais graves e regulares 3. Fundamentação A. O Despacho Conjunto 10909/2016 de 8 de setembro dos Ministros das Finanças, da Educação, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Saúde estabelece o financiamento conjunto dos produtos de apoio às pessoas com deficiência ou com incapacidade temporária (consultar Decreto-Lei n.º 93/2009 de 16 de abril). B. O Despacho n.º 11233/2016 de 19 de setembro do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde estabelece a necessidade da elaboração de Normas que definam a identificação dos dispositivos médicos e regras de prescrição. C. As mulheres são as mais afetadas pela incontinência urinária. Atualmente, cerca de 33% das mulheres e 16% dos homens, com mais de 40 anos, têm sintomas da doença, segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia 3. Norma nº 013/2016 de 28/10/2016 2/6

D. É difícil avaliar a verdadeira prevalência de incontinência fecal na população 1.. Os estudos clínicos têm demonstrado que a incontinência fecal é mais frequente nas mulheres, mas em vários trabalhos epidemiológicos não se confirmou existir essa diferença nos dois sexos 1. E. A incontinência fecal perturba o equilíbrio emocional, social e psicológico da pessoa que frequentemente oculta esta situação de grande embaraço social e que vem a condicionar toda a sua normal atividade 1. F. Segundo a International Continence Society (ICS), para além de ser um problema de saúde e de higiene, a perda de urina é uma situação com repercussões a nível social e pessoal. Como se trata de um assunto que toca a intimidade da pessoa, a incontinência urinária ainda é encarada como um tabu que condiciona a vida do doente a vários níveis: pessoal, familiar, social e laboral 3. Avaliação A. A avaliação da implementação da presente Norma é contínua, executada a nível local, regional e nacional, através de processos de auditoria interna e externa. B. A parametrização dos sistemas de informação para a monitorização e avaliação da implementação e impacte da presente Norma é da responsabilidade das administrações regionais de saúde e das direções dos hospitais. C. A efetividade da implementação da presente Norma nos cuidados hospitalares e a emissão de diretivas e instruções para o seu cumprimento é da responsabilidade dos conselhos clínicos dos agrupamentos de centros de saúde, dos diretores, das unidades de internamento de cuidados continuados e de cuidados paliativos e das direções clínicas dos hospitais. D. A implementação da presente Norma pode ser monitorizada e avaliada através dos seguintes indicadores: 1) Proporção de pessoas com dispositivos médicos para absorção de urina e fezes, para retenção/incontinência urinária e incontinência fecal descriminados; Norma nº 013/2016 de 28/10/2016 3/6

2) Consumos descriminados de dispositivos médicos absorção de urina e fezes, para retenção/incontinência urinária e incontinência fecal. Comité Científico A. A presente Norma foi elaborada no âmbito do Departamento da Qualidade na Saúde. B. A elaboração da proposta da presente Norma foi efetuada por Carlos Santos Moreira e Sérgio Gomes. Coordenação executiva A coordenação executiva da atual versão da presente Norma foi assegurada por Cristina Martins d Arrábida. Referências Bibliográficas 1. Leite, J., Poças F. Tratamento da incontinência fecal. Rev Port Coloproct. 2010; 7(2): 68-72 2. National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK) Reference Collection. 3. Associação Portuguesa de Urologia. Associação Portuguesa de Neurourologia e Urogenicologia. Norma nº 013/2016 de 28/10/2016 4/6

ANEXOS Anexo I Dispositivos médicos Incontinência Dispositivos para Incontinência Fecal Sonda Rectal Simples para Evacuação Sistema de irrigação anal Dispositivos para Retenção/Incontinência Urinária Saco Coletor de Urina Cateter externo Sonda de cateterização/esvaziamento intermitente com lubrificação Sonda de cateterização/esvaziamento intermitente sem lubrificação Kit para cateterização intermitente Suporte de cama para saco de urina Fita/correia de fixação de perna para saco coletor de urina Lubrificante Norma nº 013/2016 de 28/10/2016 5/6

Dispositivos para absorção de urina e fezes Fralda de incontinência Cueca de incontinência Penso de incontinência Cueca de Rede Norma nº 013/2016 de 28/10/2016 6/6