gostava, em meu nome e em nome do Governo, de agradecer o convite, para nos associarmos ao aniversário do Comité Olímpico de Portugal.

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Transcrição:

Exmo. Sr. Presidente do Comité Olímpico de Portugal, Distintos membros da Comissão Executiva, Exmo.(s) Sr.(s) Presidentes de Federações Desportivas, Demais entidades aqui representadas, Minhas Senhoras e Meus Senhores, gostava, em meu nome e em nome do Governo, de agradecer o convite, para nos associarmos ao aniversário do Comité Olímpico de Portugal. Vivemos tempos de dificuldade, mas é nestes momentos que mais precisamos de instituições capazes de defender e representar a dignidade e a verticalidade. O COP encerra em si a defesa daquilo que mais genuíno tem o desporto: os valores e o espírito que devem moldar e pautar as nossas vidas. 1

Por isto e para além das restantes responsabilidades desta instituição é preciso que todos cooperemos para a tornar mais forte e capaz. Não é por acaso que, ao longo dos tempos, o Estado, lhe reconheceu valor e importância na sociedade, identificando e destacando na lei, o papel e lugar do COP, a par do CPP. No entanto o atual Governo foi ainda mais longe: A nossa orientação política vai no sentido de uma aposta cada vez mais articulada, integrada e concertada no ciclo olímpico e paralímpico. Dizemos isto sem rodeios, pois as nossas atitudes e comportamentos o demonstram. Investimos como nunca no ciclo olímpico num valor que totaliza um aumento de 8% face ao ciclo de Londres 2012. Um aumento que, se contabilizado com o ciclo paralímpico, que teve um acréscimo de 55% em relação a 2

2012, totaliza mais de 15% disponíveis para a preparação e missão nacional para o Rio 2016. Mas procuramos fazê-lo sem descurar o apoio que é devido às outras modalidades, que não fazem parte do programa olímpico. Assim e considerando: O investimento no projecto olimpico e paralimpico o apoio disponibilizados às federações desportivas o financiamento da fundação do desporto, a criação do programa nacional desporto com todos e para todos, os prémios de mérito desportivo, os seguros de alto rendimento, as bolsas pós-carreira, a agência antidopagem o controlo do treino e medicina desportiva, 3

o centro de alto rendimento do Jamor, entre outros apoios vamos ter no orçamento para 2014 um aumento de 6% das verbas destinadas ao desporto Minhas senhoras e meus senhores, Relembro que este esforço foi é realizado num período de fortes constrangimentos, impostos pelos compromissos assumidos externamente, onde é bom lembrar a nossa autonomia na gestão dos recursos está fortemente limitada enquanto estivermos sob o programa de assistência financeira internacional. Para melhorar algumas condições proporcionadas ao desporto e atenuar outros efeitos negativos resultantes de decisões que implicaram ajustamentos, foi necessário operar reformas na administração, reclamadas por muitos e há muitos anos, mas apenas concretizadas com a ação deste Governo 4

Recordo a todos que até o ano de 2011 cerca de 70% do orçamento do então Instituto do Desporto de Portugal era consumido na sua estrutura e apenas 30% seguia para os programas de apoio ao desporto. Atualmente essa realidade foi invertida numa relação de 30% para estrutura e 70% para programas de apoio, situação que continuamos a querer melhorar para 2014 com uma mais uma redução nas despesas de funcionamento em 5%. Estes são alguns contornos da mudança. Outros prendem-se com a definitiva mudança de paradigma. Para este Governo a relação com o COP passa a ser construída com base em três palavras-chave: confiança, responsabilidade e estabilidade. Confiança, na capacidade que entendemos que o COP possui, em levar por diante projetos de interesse nacional, 5

delegando o Governo, pela primeira vez, a gestão exclusiva dos dinheiros públicos de apoio ao ciclo olímpico. Responsabilidade, porque entendemos que o COP e os seus órgãos dirigentes estão á altura de, num momento cada vez mais exigente, aplicar e gerir com rigor os fundos disponibilizados, bem como definir os objetivos e assegurar o seu cumprimento. Estabilidade porque firmamos acordos plurianuais e, pela primeira vez, garantimos o ano seguinte ao Ciclo olímpico, assegurando assim a continuidade entre ciclos. Só com um verdadeiro sentido de parceria, na qual o Estado delega mas fiscaliza e na qual o COP gere mas presta contas, numa lógica de união de esforços e verdade é que poderemos obter sucesso. Esta tem sido a minha preocupação e onde dedico a minha energia. (pausa) Meus senhores e minhas senhoras 6

Numa altura em que os Governos Europeus lutam por encontrar novas soluções face a uma nova realidade económica e social, na qual o desporto não fica isento, importa convocar todos para este desafio, Comités, federações, líderes desportivos e atletas, tentando encontrar as respostas mais corretas e inovadoras. Este é o momento de fazermos, em conjunto, um ajustamento global, de atitudes, procedimentos e de organização. Assim é crucial a colaboração de todos no sentido de identificar e posicionar o desporto na economia nacional. Urge delimitar o contributo da economia do desporto, integrando no sistema aqueles que beneficiam desta atividade, que lucram com os eventos ou que simplesmente comercializam produtos conexos com o fenómeno desportivo, chamando-os à responsabilização social. Senhor Presidente, minhas senhoras e meus senhores, 7

Gostaria de felicitar o Comité Olimpico por ter escolhido este momento para prestar o tributo, justíssimo, a ícones do desporto nacional e ter permitido a entrega das condecorações de mérito desportivo nesta cerimónia Nada mais adequado que reconhecer e condecorar, aqui, aqueles que fazem história como são exemplo os homenageados e agraciados desta noite. É com legados como o vosso que melhor compreendemos o presente e criamos o futuro. Permitam-me, por isso, deixar, em nome do Governo, e em meu nome pessoal, uma palavra especial a todos aqueles que contribuíram para a edificação desta instituição, o Comité Olímpico de Portugal. A todos, a todos sem exceção, Bem-hajam por tudo o que fizeram pelo País. 8

Uma última palavra para os atletas: o vosso esforço, dedicação, trabalho árduo, devoção exclusiva a esta causa, transportou-nos até aqui. Vós sois a razão da nossa existência e desta casa. Vós sois os exemplos fundamentais para modelar a nossa juventude. O vosso exemplo é uma mensagem fortíssima para a sociedade. É uma mensagem de alerta apenas com trabalho, dedicação, resiliência e esforço podemos vencer na vida. Mas é, também, uma mensagem de esperança, pois é possível vencer neste mundo tão competitivo e é possível vencer em Portugal e por Portugal! Termino, felicitando uma vez mais o COP e sublinhando que podem contar connosco para juntos encontrarmos as respostas mais adequadas às diferentes situações que o futuro nos reserva. 9

Muito obrigado e continuação de uma boa noite. Emídio Guerreiro 10