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Transcrição:

Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 6(2): p. 19-34. 2012.

PRIMEIRO REGISTRO DE ARTIBEUS OBSCURUS (SCHINZ, 1821) (MAMMALIA: CHIROPTERA) PARA OS MUNICÍPIOS DE RECIFE E ITAMARACÁ, PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL Martín Alejandro Montes 1, Bruna Gonçalves Miller 1, Daniel de Figueiredo Ramalho 1, Edson Silva Barbosa Leal 2 e Severino Mendes de Azevêdo-Júnior 2. 1. Laboratório de Genética, Bioquímica e Sequenciamento de DNA, Edifício Newton Banks, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Campus Sede, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n. CEP 52171-900. Recife, PE, Brasil. 2. Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGE), Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Campus Sede, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n. CEP 52171-900. Recife, PE, Brasil. *Autor para correspondência: martinmontes76@gmail.com RESUMO. Este trabalho registra a primeira ocorrência de Artibeus obscurus para os municípios de Recife e Itamaracá (em ambiente de restinga) no estado de Pernambuco, nordeste do Brasil, ampliando a distribuição geográfica dessa espécie de morcego filostomídeo dentro do limite territorial do estado. Foram analisados dois indivíduos adultos capturados em 2009 e 2011, junto a um resquício de Floresta Atlântica antropizada no campus Dois Irmãos (8º00 53,58 S; 34º57 00,06 W), sede da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), noroeste da cidade de Recife, e no balneário Lagoa Azul Parque Ecológico (UTM 0335452/9432626), APA de Santa Cruz, Ilha de Itamaracá, caracterizado como um ambiente de tensão ecológica, onde se observa a transição da vegetação de Mata Atlântica com a de Restinga, respectivamente. As medidas corpóreas foram tomadas e comparadas com dados da literatura. Palavras Chave: extensão da distribuição, Floresta Atlântica, morcegos, Phyllostomidae, Restinga. Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 6(2): p. 19-34. 2012.

ABSTRACT. First record of Artibeus obscurus (Schinz, 1821) (Mammalia: Chiroptera) for the municipalities of Recife and Itamaracá, Pernambuco, Northeastern Brazil. This paper records the first occurrence of Artibeus obscurus to the cities of Recife and Itamaracá (sandbank environment) in the state of Pernambuco, northeastern Brazil, expanding the geographic distribution of this species of phyllostomid bat within the territorial limits of the state. We analyzed two adults captured in 2009 and 2011, in a disturbed remnant of Atlantic Forest, located at the campus Dois Irmãos (8º00 53,58 S; 34º57 00,06 W), seat of the Federal Rural University of Pernambuco (UFRPE), northwestern Recife, and in the Ecological Park Lagoa Azul balneary (UTM 0335452/9432626), Santa Cruz Environmental Protection Area (APA), Itamaracá Island, characterized as an ecological tensioned environment, where a transition of Atlantic Forest to sandbank vegetation can be observed, respectively. Body measurements were taken and compared with literature data. Key Words: Atlantic Rainforest, bats Phyllostomidae, Distribution extension, Sandbbank vegetation. INTRODUÇÃO No nordeste do Brasil encontramos quatro biomas: Caatinga, Cerrado, Amazônia e Floresta Atlântica. A Floresta Atlântica é considerada um dos 25 hot-spots mundiais de biodiversidade e apresenta apenas 8% de sua cobertura vegetal original (CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL, 2003). Este bioma também apresenta ecossistemas associados chamados de brejos de altitude, mangue e restinga. A Floresta Atlântica tem sido pouco estudada enquanto a sua fauna de mamíferos, de modo, que o incremento de levantamentos faunísticos direcionados ao grupo Chiroptera, são considerados de suma importância para o conhecimento da sua real diversidade neste bioma (BERNARD et al., 2011) Dentre os diversos grupos que compõem a mastofauna, a Ordem Chiroptera se sobressai pelo grande poder de mobilidade, variedade trófica e diversidade dos seus representantes, englobando, Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 6(2): p. 19-34. 2012.

atualmente, no Brasil, mais de 170 espécies, distribuídas nas nove famílias de morcegos da subordem Microchiroptera, ocupa o segundo lugar no rank daqueles países com a maior riqueza destes organismos. Abrigando, 74% das 227 espécies existente no continente sulamericano e 15% da diversidade mundial do grupo (PERACCHI et al., 2006; 2011) Apesar de ser um dos grupos com maior riqueza específica do Brasil, atualmente equivalente a de 25% da mastofauna nacional (REIS et al., 2011) as informações sobre a ocorrência e distribuição de morcegos no país é bastante heterogênea e fragmentada (BERNARD et al., 2011). Há enormes lacunas amostrais e de conhecimento, uma vez que poucas localidades foram adequadamente inventariadas sobre a sua quiropterofauna e as listas locais mostram-se usualmente incompletas (COSTA et al., 2005). Dentre as regiões brasileiras, o Nordeste surge como uma das regiões mais carentes em conhecimento (PACHECO et al., 2008). Considerada a mais rica em espécies de morcegos do país, a família Phyllostomidae, geralmente com alta predominância e diversidade nas comunidades de mamíferos (FENTON et al., 1992), tem o gênero Artibeus, apontado como um dos mais comuns na região Neotropical (ZÓRTEA & ALHO, 2008) e nas coletas realizadas na Floresta Atlântica na região nordeste do Brasil (GARCIA et al., no prelo). Composto no Brasil por nove espécies, o gênero Artibeus Leach, 1821 encontra-se dividido em dois grupos, o dos pequenos Artibeus (Subgênero Dermanura e Koopmania), que compreende cinco espécies e o dos grandes Artibeus (Subgênero Artibeus), que engloba quatro espécies (FAZZOLARI- CÔRREA, 1995; PERACCHI et al., 2011). Dentre este último, Artibeus obscurus (Schinz, 1821) é uma espécie de hábito frugívoro endêmica da América do Sul, com ocorrência na Venezuela (ao sul do Orinoco), Colômbia, Guianas, Equador, Bolívia, Peru e Brasil (SIMMONS, 2005; GARDNER, 2007). No Brasil, esta espécie é encontrada nos Estados do Acre, Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 6(2): p. 19-34. 2012.

Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Sergipe, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Tocantins (PERACCHI et al., 2011; GARDNER, 2007; SILVA & NASCIMENTO, 2008; TAVARES et al., 2008) em diferentes formações vegetais, como Floresta Atlântica, Floresta Amazônica, Cerrado, Pantanal e Caatinga (TADDEI et al., 1998; DIAS & PERACCHI, 2008; HAYNES & LEE Jr., 2004; SILVA & NASCIMENTO, 2008), já tendo sido registrada também em áreas urbanas (LIMA & REIS, 2008). Em Pernambuco, a ocorrência de A. obscurus foi relatada apenas para as seguintes localidades: RPPN Frei Caneca, Jaqueira, Zona da Mata Sul do Estado (SILVA et al., 2010), Parque Ecológico Municipal Professor João Vasconcelos Sobrinho, Brejo dos Cavalos, município de Caruaru, Agreste (MIRETSKI, 2005; SILVA et al., 2010) e Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Região Metropolitana (SILVA et al., 2010). O objetivo desse trabalho, portanto é realizar o primeiro registro documentado dessa espécie de morcego filostomídeo para os municípios de Recife, capital de Pernambuco, e Itamaracá, em ambiente de Restinga, nesse estado. MATERIAL E MÉTODOS Entre novembro de 2009 e dezembro de 2010, foram realizadas capturas de morcegos com redes-de-neblina armadas ao nível do solo (máximo de três metros de altura) em dois locais. O primeiro foi no balneário Lagoa Azul Parque Ecológico (UTM 0335452/9432626), APA de Santa Cruz, Ilha de Itamaracá, Estado de Pernambuco, considerada um ambiente de tensão ecológica, onde se observa a transição da vegetação de restinga com a de Mata Atlântica. O segundo local e em um resquício de Floresta Atlântica antropizada no campus Dois Irmãos (8º00 53,58 S e 34º57 00,06 W), sede da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), noroeste da cidade de Recife. Durante essas coletas foram capturados dois espécimes de A. obscurus, um no balneário Lagoa Azul Parque Ecológico e outro no campus Dois Irmãos. Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 6(2): p. 19-34. 2012.

O campus sede da UFRPE localiza-se na região Noroeste da cidade do Recife, junto a áreas densamente povoadas (comunidades Sítio dos Pintos, Sítio São Brás e Córrego da Fortuna), à rodovia federal BR-101 e a uma Unidade de Conservação. Possuindo uma área total de 1.470.000.00 m 2 (147 ha), dividida em cinco zonas, na qual existem mais de 100 edifícios (UFRPE/PROPLAN 1984; 2004), este local abriga uma expressiva biodiversidade (FARIAS & MENDES 1985; LEAL 2007) por estar no entorno de uma Unidade de Conservação, além de ser protegido por lei municipal como Imóvel de Proteção de Área Verde (IPAV) e abrigar Áreas de Preservação Permanente (APP s) às margens dos corpos d água ali existentes (ALBUQUERQUE et al., 2009). A Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Cruz, criada pelo Decreto estadual nº 32.488 de 17 de outubro de 2008, que Declara como Área de Proteção Ambiental APA a região que compreende os Municípios de Itamaracá e Itapissuma e parte do Município de Goiana e dá outras providências, apresenta área total de 38.692 ha, sendo 24.943 ha correspondentes à área continental e 13.749 ha correspondentes à área marítima. Para o espécime capturado no campus universitário foi realizada a identificação através da utilização de chaves de identificação (EISENBERG & REDFORD, 1999; GARDNER, 2007), a sexagem (por observação direta da genitália) e a avaliação da idade (jovem ou adulto), determinada por visualização através de transiluminação, com uma lanterna posicionada sob a face ventral da asa, verificando o grau de ossificação das epífises dos metacarpos (ANTHONY, 1988). Além disso, foi verificado seu estado reprodutivo, sendo quando macho classificado como ativo sexualmente (com os testículos na bolsa escrotal) ou inativo (aquele com os testículos na cavidade abdominal); e fêmea em uma das categorias seguintes: sem feto palpável (abdome normal, sem feto aparente), gestante (gravidez detectada por inspeção abdominal), lactante (mama desenvolvida, sem pêlos ao redor, presença de leite ou de áreas amareladas abaixo da pele) e póslactante (mama desenvolvida, sem Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 6(2): p. 19-34. 2012.

pêlos ao redor e sem leite ou áreas amareladas abaixo da pele) (SILVA, 1996; ZÓRTEA, 2003; GOMES & UIEDA, 2004). Nesse estudo, foram tomadas, também, medidas corporais cranianas e póscranianas, tais como Comprimento do Antebraço (An), Comprimento do 3º Metacarpo (3ºMe), Comprimento da 1ª Falange (1ªFa), Comprimento da 2ª Falange (2ªFa), Comprimento da 3ª Falange (3ªFa), Altura da Orelha (Or), Largura externa através dos Caninos Superiores (LECS), Largura externa através dos Caninos Inferiores (LECI), Largura da Folha Nasal (LFN), Altura da Folha Nasal (AFN), Comprimento do Polegar (Pol), Comprimento do Pé (Pe) e Comprimento Cabeça- Corpo (Cc) (TADDEI et al., 1998; GREGORIN & TADDEI, 2002), com o auxílio de um paquímetro digital com 0,01 mm de precisão, as quais foram comparadas com dados disponíveis na literatura. Enquanto para o espécime capturado na APA de Santa Cruz foram realizados apenas o registro fotográfico e georreferenciamento do local de captura (Figura 1). RESULTADOS E DISCUSSÃO O espécime adulto (um macho não escrotado) de A. obscurus, capturado no campus sede da UFRPE e o indivíduo capturado no balneário Lagoa Azul, APA de Santa Cruz (figura 2) apresenta os caracteres diagnósticos indicados na literatura (GARDNER, 2007; ZÓRTEA, 2007), tais como: tamanho relativamente menor que as demais espécies de grandes Artibeus Leach, 1821, coloração da pelagem uniforme, variando do castanho escuro ao marrom escuro no dorso, com comprimento dos pêlos na porção média dessa região entre 8-10 mm. Antebraço peludo, enquanto a tíbia, o pé e a membrana interfemural apresentam ausência de pêlos. Asa mais escura entre o segundo e o terceiro dedo. Listras faciais imperceptíveis ou mesmo ausentes. Folha nasal mais alta e larga, e com poucas e pequenas verrugas ornamentais no queixo, geralmente 3-4 de cada lado. Dentre as medidas corporais (cranianas e póscranianas) tomadas para esse espécime, apenas o comprimento do antebraço (An), a altura da orelha (Or), o comprimento do pé Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 6(2): p. 19-34. 2012.

(Pe), o comprimento cabeça- corpo (Cc), e o comprimento do 3º metacarpo (3ºMe) puderam ser comparados com dados disponíveis na literatura, devido a escassez de informações biométricas sobre a espécie (REIS et al., 2007). De acordo com os dados apresentados para alguns espécimes coletados na Guiana (LIM & WILSON, 1993; SIMMONS & VOSS, 1998), Venezuela (LIM & WILSON, 1993), Peru (KOEPCKE & CRAFT, 1984), Bolívia (WEBSTER & JONES, 1980; ANDERSON et al., 1982; ANDERSON, 1997), e nas regiões Sudeste (DIAS et al., 2002; DIAS & PERACCHI, 2008), Norte (TADDEI et al., 1998) e Centro-Oeste (BORDGNON & SANTOS, 2009) do Brasil, o exemplar capturado no campus sede da UFRPE apresenta o comprimento do antebraço semelhante aqueles da Guiana, Venezuela, Bolívia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo. No que se referem aos demais caracteres morfométricos avaliados, as comparações mostraram que houve diferenças no comprimento do pé e altura da orelha do nosso exemplar com aqueles coletados na Guiana e Bolívia; na Distância dos Caninos Superiores e 3º Metacarpo com aqueles do Peru; e Comprimento Cabeça-Corpo com os da Guiana, Bolívia, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Amazônia (tabela I). Com base no exposto, nossos registros elevam para 17 espécies a riqueza da fauna de morcegos associada á área do campus sede da UFRPE (LEAL, 2007), e estendem a distribuição geográfica de A. obscurus em Pernambuco, reportando-se pela primeira vez, no presente trabalho, seu registro nas cidades de Recife e Itapissuma. Bem como sua ocorrência na Restinga, a qual representa o primeiro registro formal de uma espécie de morcego para esse ecossistema costeiro em Pernambuco Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 6(2): p. 19-34. 2012.

Tabela I. Dados morfométricos (em mm) do espécime capturado por Miller (2011) no campus Dois Irmãos, sede da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), noroeste da cidade do Recife, Pernambuco, nordeste do Brasil, em 29/XII/2010 e avaliado sobre a literatura (ver texto para abreviações utilizadas). Referências Parâmetros mensurados An Pé DCS 3º Me Or Cc Este Trabalho 56,37 13,19 6,35 50,35 19,56 66,73 LIM & WILSON (1993) GUIANA E VENEZUELA 55,0-63,0 - - - - - KOEPCKE & KRAFT (1984) PERÚ - 7,4-8,1 54,4-61,3 - - - SIMMONS & VOSS (1998) GUIANA 60,0-65,0 15,0-19,0 - - 22,0-24,0 75,0-84,0 ANDERSON (1997) BOLÍVIA 59,0-69,0 14,0-17,0 - - 20,0-23,0 72,0-90,0 WEBSTER & JONES (1980) BOLÍVIA 55,7-61,6 - - - - - ANDERSON et al. (1982) BOLÍVIA 55,4-63,3 - - - - - DIAS et al. (2002) RJ, BRASIL 55,3-59,6 - - - - - DIAS & PERACCHI (2008) RJ, BRASIL 55,72-61-72 - - - - - BORDGNON & SANTOS (2010) MS, BRASIL 56,3-57,2 - - - - 67,6-71,7 TADDEI et al., (1998) SP, BRASIL 56,0-61,7 - - - - 70,0-77,4 TADDEI et al., (1998) AM, BRASIL 56,8-62,6 - - - - 71,0-81,0

Figura 1. Registros de A. obscurus no Estado de Pernambuco, nordeste do Brasil: 1. Parque Ecológico Municipal Professor João Vasconcelos Sobrinho, Brejo dos Cavalos, Caruaru (SOUSA, 1999; MIRETSKI, 2005); 2. Estação Ecológica de Caetés, Paulista (SILVA, 2000); 3. RPPN Frei Caneca, Jaqueira (SILVA et al., 2010); 4. Campus Dois Irmãos, Recife (MILLER, 2011); 5. Lagoa azul, APA de Santa Cruz, Ilha de Itamaracá (LEAL & AZEVÊDO-JÚNIOR, 2009).

Figura 2. Espécime de A. obscurus, capturado no balneário Lagoa Azul, APA de Santa Cruz, no dia 08/11/2009. (Fotografia: MSc. Edson Silva Barbosa Leal). AGRADECIMENTOS Ao CNPq, Facepe e UFRPE pelo apoio financeiro e logístico REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, M. J. B.; BARRETO, T. N. A.; BUONORA, E.; OLIVEIRA, E. C.; DUARTE, H. H. F.; SILVA, J. W. L. S.; RABELO, F. R. C. &, I. M. J. MEUNIER. 2009. Diagnóstico Ambiental Preliminar do Campus de Dois Irmãos da UFRPE como Subsídio ao Zoneamento Ambiental. IX Jornada de Ensino Pesquisa e Extensão da UFRPE 2009. ANDERSON, S. 1997. Mammals of Bolivia, taxonomy and distribution. Bulletin of the American Museum of Natural History 231:1 652. ANDERSON, S.; KOOPMAN, K. F.; & G. K. CREIGHTON. 1982. Bats of Bolivia: an annotated checklist. American Museum Novitates 2750:1 24. ANTHONY, E.L.P. 1988. Age determination in bats. In: KUNZ,

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