SISTEMA DE CADASTRO E ANÁLISE DO EXAME DE BRUCELOSE Jose Rafael Franco 1, Marcus Vinícius Contes 1, Geraldo de Nardi Junior 2, Renato Luiz Gambarato 3, Carlos Roberto Pereira Padovani 3 1 Aluno Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fauldade de Tecnologia de Botucatu 2 Professor Doutor Curso de Tecnologia em Agronegócio da Faculdade de Tecnologia de Botucatu 3 Professor Doutor Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia de Botucatu 1 INTRODUÇÃO A brucelose bovina é reconhecida como doença infecto-contagiosa causada pela Brucella abortus (B. abortus), caracterizada por manifestações clínicas da esfera reprodutiva e severos prejuízos aos produtores (ACHA e SZYFRES, 2003). Na América Latina, as perdas econômicas devido a brucelose são da ordem de 600 milhões de dólares/ano. No Brasil, os prejuízos com a brucelose em bovinos foram estimados em 100 milhões dólares/ano (Folha de São Paulo, 2000). O produto interno bruto (PIB) do estado de São Paulo é estimado em cerca de 727 bilhões de reais, equivalente a 33,9% do PIB do Brasil. A atividade agropecuária constitui 1,5% desse total, correspondente a 18,7% do PIB agropecuário do país. O rebanho bovino brasileiro é estimado em 200 milhões de animais (IBGE, 2006). Neste cenário, faz-se importante considerar que o aparecimento de problemas sanitários, como a brucelose, impacta de forma acentuada a unidade produtiva, particularmente a cadeia agroindustrial, restringindo mercados e determinando prejuízos na produção (DIAS et al., 2009). O diagnóstico sorológico da brucelose em bovinos no Brasil foi modificado pela Instrução normativa n o 2, de 10 de janeiro de 2001, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, deflagrado pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose - PNCEBT (BRASIL, 2009). O PNCEBT preconiza o sorodiagnóstico da brucelose bovino e bubalina pelas provas do antígeno acidificado tamponado (AAT), 2-mercaptoetanol (2-ME) e fixação de complemento (FC). O AAT é recomendado como método de rotina (triagem), enquanto o 2-ME e FC como provas confirmatórias, embora somente a FC seja preconizada para o comércio e trânsito internacional de animais (BRASIL, 2009). Para que se possa utilizar o resultado dos exames de brucelose como base para decisões em setores estratégicos da produção animal, estes devem estar armazenados em um banco de
dados confiável e de qualidade, sem, contudo, identificar a propriedade ou proprietário (caso necessário), mas a região ou microrregião acometida. Portanto, para o controle epidemiológico da doença é necessário o desenvolvimento de um sistema informatizado para gerenciamento e armazenamento dessas informações. Uma série de dados confiável e padronizado é imperativo no correto dimensionamento desses sistemas de gerenciamento. A análise estatística desses dados permite identificar ocorrência, prevalência e incidência da enfermidade nas regiões e microrregiões e assim direcionar as medidas específicas de controle e profilaxia pertinentes a cada região estudada. Ocorrência = é o evento/fato que está sendo estudado/observado, a doença brucelose no rebanho. Prevalência= num determinado tempo, é o número de vezes que esta "ocorrência" aparece, número de vezes que a brucelose aparece no rebanho. Incidência= num determinado tempo, é o número de novas "ocorrências" que surgem, número de novos casos de brucelose. Considerando o grande rebanho bovino no Brasil, sua ampla extensão territorial, diversificada cultura, o potencial zoonótico da brucelose, o impacto negativo da doença nos plantéis e a falta de um padrão nos resultados de exames, o presente trabalho visa o desenvolvimento de um SISTEMA DE DIGITALIZAÇÃO E PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO DA BRUCELOSE BOVINA que constará com além dos dados necessários para a identificação dos animais uma imagem digitalizada do resultado do seu exame do Antígeno Acidificado Tamponado. 2 MATERIAL E MÉTODOS O software para cadastro e análise do exame de brucelose foi desenvolvido na linguagem de programação C# (C-sharp), que nos permitiu a criação de procedimentos orientados a objetos junto a plataforma de bibliotecas da Microsoft.NET. A linguagem foi usada para fazer a ligação dos códigos do software e da base de dados, sendo assim possível toda a manipulação das informações. Foram utilizados dois computadores portáteis para o desenvolvimento do software, permitindo assim a programação em par. Um dos computadores utilizados foi o SAMSUNG 270E equipado com um processador Intel Core i3 de 2.5 Ghz, com 6 GB de memória
primaria (Memória RAM), 500 GB de memória secundária (Disco Rígido HD), e sistema operacional Microsoft Windows 8 Pro de 64 bits, também foi utilizado o DELL INSPIRON 14R equipado com um processador Intel Core i7 de 1.8 Ghz, com 8 GB de memória primaria (Memória RAM), 1 TB de memória secundária (Disco Rígido HD), e sistema operacional Microsoft Windows 8.1 Pro de 64 bits, e placa gráfica integrada GFORCE GT750 com 2 GB de memória dedicada. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Para que fosse possível a realização do exame de brucelose precisávamossava-se de um modulo que fizesse o cadastro e armazenamento dos dados necessários, permitindo assim a inserção, alteração, consulta e exclusão de um cadastro e das informações contidas nele. Portanto, foi desenvolvida uma base de dados com todas as informações obtidas através da análise de requisitos, utilizando o Diagrama de Entidade e Relacionamento para representar todos os campos e relacionamentos de uma entidade com outra na base de dados (Figura 1). Figura 1 - Diagrama de Entidade e Relacionamento. Para realizar o acesso ao sistema de cadastro e análise de brucelose (SCAB), o usuário deverá fornecer seu Nome de Usuário e Senha e por fim pressionar o botão Entrar para que possa ser feita a autenticação do mesmo, caso queira sair basta pressionar o botão Cancelar.
Na tela principal do sistema o usuário poderá ter acesso as demais telas de cadastro, ao menu de ajuda e ao menu de ferramentas. Na tela de cadastro de cidade o usuário deverá preencher as informações conforme Na tela de cadastro de estado o usuário deverá preencher as informações conforme Na tela de cadastro de espécie o usuário deverá preencher as informações conforme Na tela de cadastro de laboratório o usuário deverá preencher as informações conforme solicitadas e realizar as ações por meio dos botões de controle, como criar um Novo cadastro, Na tela de cadastro de antígeno o usuário deverá preencher as informações conforme
Na tela de cadastro de raça o usuário deverá preencher as informações conforme Na tela de cadastro de animal o usuário deverá preencher as informações conforme Na tela de cadastro de usuário o usuário deverá preencher as informações conforme Na tela de cadastro de proprietário o usuário deverá preencher as informações conforme Na tela de cadastro de médico veterinário o usuário deverá preencher as informações conforme solicitadas e realizar as ações por meio dos botões de controle, como criar um Novo cadastro,
Na tela de localizar o usuário deverá preencher as informações conforme solicitadas e pressionar o botão Pesquisar, o sistema irá exibir todos os cadastros ligados aquele nome. Ao clicar em OK o sistema irá pegar as informações exibidas e leva-las a tela de cadastro, para que uma alteração possa ser realizada, ao clicar em Cancelar o sistema fecha a tela de localizar. Todas as telas de localizar são iguais por padrão. 4 CONCLUSÕES Sistema informatizado padrão de cadastro e análise do exame de brucelose da prova do antígeno acidificado tamponado poderá ser utilizado por todas as instituições que realizam o exame de brucelose, antígeno acidificado tamponado, podendo dessa forma padronizar as fichas de resultados. 5 REFERÊNCIAS ACHA, P.N.; SZYFRES, B. Zoonosis y enfermidades transmisibles comunes al hombre y a los animales. 3.ed. Washington: Organización Panamericana de la Salud, 2003. p.28-56. BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Departamento de Defesa Animal. Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/sda/dda/ programa.htm>. Acesso em: 8 jul. 2009 DIAS, R.A.; GONÇALVES, V.S.P.; FIGUEIREDO, V.C.F.; LOBO, J.R.; LIMA, Z.M.B.; PAULIN, L.M.S.; GUNNEWIEK, M.F.K.; AMAKU, M.; FERREIRA NETO, J.S.; FERREIRA, F. Situação epidemiológica da brucelose bovina no Estado de São Paulo. Arq. Bras. Med. Vet. Zoo. v.61, supl.1, p.118-125, 2009. FOLHA DE SÃO PAULO. Jornal a folha de São Paulo. Disponível em http://www.folhaonline.com.br. Acesso em 02 de setembro de 2000. IBGE. Censo agropecuário 2006. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/2006/default.shtm>. Acessado em: 14 fev. 2011.