Estudo do Traumatismo Dentário em Escolares do Município de João Pessoa, PB, Brasil

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Transcrição:

ISSN - 1519-0501 DOI: 10.4034/PBOCI.2011.112.11 Estudo do Traumatismo Dentário em Escolares do Município de João Pessoa, PB, Brasil Evaluation of Dental Trauma in Schoolchildren of the City of João Pessoa, PB, Brazil Luciane de Queiroz MOTA 1, Andréa Gadelha Ribeiro TARGINO 2, Maria Germana Galvão Correia LIMA 1, Julyanna Filgueiras Gonçalves de FARIAS 3, Ana Lindete Almeida SILVA 3, Fernanda Filgueiras Gonçalves de FARIAS 3 1 Professor Adjunto da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB, Brasil. 2 Professor Assistente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB, Brasil. 3 Aluna do Programa Institucional de Voluntários de Iniciação Científica -PIVIC/CNPQ/UFPB (UFPB), João Pessoa/PB, Brasil. RESUMO ABSTRACT Objetivo: Determinar a prevalência do traumatismo dentário dos incisivos permanentes, em escolares do ensino fundamental da cidade de João Pessoa/PB e analisar as possíveis causas e a necessidade de tratamento. Método: Foi realizado um estudo transversal, utilizando uma abordagem indutiva, onde a amostra foi composta por 947 escolares, de 07 a 14 anos. O exame clínico foi realizado por um único examinador calibrado e os dados coletados foram submetidos à análise estatística descritiva, utilizando o programa SPSS 13.0. Para a associação entre a ocorrência de traumatismo dentário, idade e sexo utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson em nível de significância 5%. Resultados: Um total de 20,0% das crianças apresentou fratura de dentes anteriores. Considerando a unidade amostral dente, 3,1%, dos 7191 elementos examinados tinha fratura; os incisivos superiores foram os mais acometidos, e o envolvimento apenas em esmalte o tipo de fratura mais observado. Em relação às causas, o acidente doméstico foi o mais relatado. Verificou-se uma considerável necessidade de tratamento dos dentes acometidos pelo incidente, sendo a restauração adesiva o procedimento mais indicado. Conclusão: Existe uma alta prevalência de traumatismo nos incisivos permanentes das crianças e adolescentes, bem como uma demanda por tratamento restaurador, determinando a implementação de programas educativos e preventivos, com o intuito de evitar esse tipo de incidente, que ocorre mais frequentemente em âmbito doméstico, e afeta tanto a função, quanto a harmonia estética dos pacientes. Objective: To determine the prevalence of dental trauma to permanent incisors in children attending elementary schools in the city of João Pessoa, PB, Brazil and to evaluate the possible causes and treatment needs. Method: A cross-sectional study with inductive approach was carried out in a sample composed by 947 schoolchildren aged 7 to 14 years. The clinical exam was performed by a single calibrated examiner and the data collected were subjected to descriptive statistics, using the SPSS 13.0 software. Pearson s Chi-Square test at 5% significance level was used to analyze the association among dental trauma, age and gender. Results: As much as 20.0% of the children presented fracture of the anterior teeth. Considering the factor tooth, 3.1% of the 7,191 teeth examined presented fracture; the maxillary incisors were the most affected; and enamel fracture was the most common type of fracture. Regarding the causes, domestic accident was the most frequently reported. There was considerable treatment need for the teeth involved in the incident, and adhesive restoration the most commonly indicated procedure. Conclusion: There was a high prevalence of trauma to the permanent incisors in children and adolescents as well as a demand for restorative treatment, requiring the implementation of educative and preventive programs to avoid this type of incident that occurs more frequently in the domestic environment and affects both the function and the esthetic harmony of the patients. DESCRITORES Traumatismos dentários; epidemiologia; Dentição permanente. KEY-WORDS Tooth injuries; Epidemiology; Dentition, Permanent. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 11(2): 217-222, abr./jun. 2011 217

INTRODUÇÃO O traumatismo dentário pode ser definido como uma agressão térmica, química ou mecânica sofrida pelo dente e estruturas adjacentes, cuja magnitude supera a resistência encontrada nos tecidos ósseos e dentários, sendo que a sua extensão tem relação direta com a intensidade, tipo e duração do impacto 1. Ele representa um problema de saúde pública no Brasil, atingindo uma considerável parcela da população, ocasionando desde pequenas perdas até a avulsão total do dente. Levantamentos realizados no Brasil têm destacado a grande prevalência de traumatismos dentários na dentição decídua e mista, variando de 10,4% a 58%, dependendo da faixa etária e do local em que são coletados os dados 2-9. Quando o estudo é realizado em ambiente hospitalar, os tipos de traumatismo mais registrados são os deslocamentos (luxações), enquanto que em escolas, domicílio ou consultórios são observados traumatismos de menor magnitude 10. Os altos índices de violência, acidentes de trânsito e atividades desportivas são citados como os fatores que mais têm contribuído para o aumento da ocorrência desse evento 5,9,11,12, além da presença de overjet incisal e inadequado selamento labial 8,13,14. Ademais, criança com história de trauma na dentição decídua tem uma chance de apresentar trauma na dentição permanente, aproximadamente, cinco vezes maior 15. Mais da metade dos traumatismos envolvem incisivos centrais, sendo a fratura coronária a ocorrência mais freqüente 16. A faixa etária mais acometida em dentes permanentes é a adolescência, mas porcentagens estatisticamente significante são relatadas em préadolescentes e na faixa de 20 a 30 anos. Quanto ao sexo, pacientes masculino ainda são os mais atingidos, porém devido à evolução dos tempos, esse índice tende a ser igualitário entre homens e mulheres, devido a maior participação das mesmas em atividades em que há riscos de acidentes 17. Em geral, o tipo mais comum de lesão dental provocada pelo trauma é a fratura de esmalte ou esmalte e dentina 2. As luxações são mais comuns na dentição decídua 18, enquanto que as avulsões são mais prevalentes entre 07 a 08 anos 19. Quando há um envolvimento apenas coronário, diversas são as técnicas utilizadas atualmente para restaurar dentes fraturados como: colagem de fragmentos, do próprio dente (autógena) ou adaptada a partir de um dente extraído (homógena), restauração direta com resina composta e a confecção de restaurações indiretas empregando-se resina composta ou porcelana 20. O dente traumatizado representa um sério problema, afetando vários aspectos da vida do paciente, pois causa impacto na qualidade de vida desde a impossibilidade de partir os alimentos e falar claramente até o constrangimento em sorrir, tendo em vista que os dentes mais afetados são os incisivos centrais superiores. Em casos de traumatismo dental, é essencial que condutas adequadas sejam tomadas imediatamente, com o intuito de se obter um bom prognóstico em relação ao dente, pois falhas durante o socorro, dependendo do tipo e do grau de intensidade do impacto, podem levar a perda do elemento dentário. Esses erros podem estar relacionados à falta de orientação e preparo da população em geral a cerca dos cuidados necessários no momento do acidente 18. Embora algumas pesquisas relacionadas ao traumatismo dental tenham sido desenvolvidas nos últimos anos, e sinalizam para a elevada prevalência do problema em escolares brasileiros, poucos são os trabalhos desenvolvidos na região Nordeste, em especial na cidade de João Pessoa/PB. Diante dessa realidade, a presente pesquisa teve por objetivo obter a prevalência do traumatismo dentário em dentes anteriores permanentes, nas escolas de ensino fundamental do primeiro pólo da cidade de João Pessoa/PB, analisar as possíveis causas e a necessidade de tratamento. METODOLOGIA A pesquisa aplicada utilizou uma abordagem indutiva, com procedimento de campo e foi submetida ao Comitê de Ética do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, com protocolo nº 92 / 06 /07. O universo da pesquisa compreendeu, aproximadamente, a 4.500 alunos de 07 a 14 anos, das dez escolas do ensino fundamental localizadas no primeiro polo, da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, que compreende os bairros de Mangabeira e Bancários. Essa classificação em polos é conferida pela Secretaria de Educação do Município, existindo um total de sete polos em todo o município. Tendo por base um estudo realizado na cidade de Campina Grande-PB, cuja prevalência de traumatismo dentário foi de 21%, em escolares de 7 a 14 anos (14), foi calculado que o tamanho da amostra, para se encontrar semelhante prevalência seria de 945 crianças. Então, foram enviados 100 Termos de Consentimento Livre e Esclarecido para cada escola (n 10), totalizando 1000. Os termos foram entregues aos estudantes, selecionados por conveniência, após serem informados sobre a pesquisa, sendo devolvidos 947 termos, que foi o número total de crianças examinadas. A amostra foi subdividida em 04 grupos: Grupo I; 7 a 8 anos e 11 meses, Grupo II; 9 a 10 anos e 11 meses, Grupo III; 11 a 12 anos e 11 meses, Grupo IV; 13 a 14 anos e 11 meses Uma única examinadora, previamente calibrada no estudo piloto (K=0,92), realizou o exame clínico dos incisivos superiores e inferiores permanentes dos escolares, utilizando jalecos, luvas descartáveis e espátulas de madeiras, em espaço escolar, na cadeira comum, sob as luzes natural e do ambiente. Os elementos dentários acometidos por fratura foram identificados, especificando o tipo da fratura, causa da 218 Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 11(2): 217-222, abr./jun. 2011

fratura, necessidade de tratamento e se havia algum tratamento prévio realizado. Então, todos os incisivos foram examinados e mesmo aqueles fraturados que já tinham recebido tratamento restaurador foram incluídos no estudo. Os dados foram anotados em fichas clínicas desenvolvida para a pesquisa, cujas fraturas foram especificadas de acordo com a classificação proposta anteriormente 21 : fratura apenas em esmalte; fratura de esmalte e dentina; fratura de esmalte e dentina sem exposição; fratura de esmalte e dentina com exposição; fratura corono-radicular sem exposição pulpar; fratura coronoradicular com exposição pulpar 21. A necessidade de tratamento era anotada abrangendo: apenas restaurações adesivas; restaurações adesivas e tratamento endodôntico; restaurações adesivas, tratamento endodôntico e clareamento dental; tratamento endodôntico e prótese fixa. A cada 10 crianças examinadas uma era reexaminada, aleatoriamente, para calibração intra-examinador obtendo um Kappa de 0,99 para o tipo de fratura e 1 para a necessidade e tipo de tratamento. No momento da visita foram ministradas palestras educativas, abordando temas de prevenção à doença cárie, e ao término do estudo, foram elaboradas oficinas de treinamento para os educadores em relação ao traumatismo dentário. Os dados foram categorizados e analisados com o programa SPSS for Windows 13.0, procedendo a distribuição de freqüência e testes de associação. Para a associação entre a ocorrência de traumatismo dentário, idade e sexo utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson em nível de significância de p<0,05. RESULTADOS Na Tabela 1 pode-se observar que dos 947 escolares examinados, 20% foram acometidos pelo trauma. Os meninos foram mais afetados (22,1%), que as meninas (18,3%), porém não houve significância estatística. Com relação à faixa etária, houve uma maior prevalência no grupo IV, dos escolares de 13 a 14 anos (33,1%), seguido do grupo III, de 11 aos 12 anos (20,7%), existindo uma associação estatisticamente significante (p<0,0001), entre a presença de trauma e a idade da criança. Considerando como unidade amostral o elemento dentário, um total de 7191 dentes foram examinados, pois dos 7576 elementos anteriores possivelmente presentes nas 947 crianças, 385 ou eram da dentição decídua ou não estavam erupcionados no momento do exame, resultando em um percentual de 3% (n=235) dos dentes acometidos pela fratura. A distribuição das fraturas por dentes acometidos revelou altíssima prevalência dos dentes superiores, que somam 220 das 235 fraturas encontradas, correspondendo a 93, 6 %, sendo que os incisivos centrais representam 75,7% do total, conforme pode ser avaliado na Figura 1. Na Figura 2, verifica-se que a fratura com comprometimento apenas em esmalte foi a mais observada (n=182) e não houve nenhuma fratura coronoradicular sem envolvimento pulpar. Analisando as fraturas quanto ao fator causal (Figura 3), observa-se que os acidentes domésticos equivalem a 29% da origem desses incidentes, seguidos dos acidentes desportivos (13%), enquanto que 58% corresponde a somatória das causas diversas, incluindo as crianças que não souberam apontar o motivo da fratura. As causas diversas foram agrupadas, tendo em vista a grande variedade de causas apontadas pelos escolares, entretanto, nenhuma apresentou um percentual considerável para ser determinado como um fator isolado. Dos 235 dentes com história de traumatismo, 136 (58%) não necessitavam de tratamento, 91 (39%) precisavam de algum tipo de tratamento e apenas 8 (3%) tinham algum tratamento realizado (Figura 4). Em relação ao tipo de tratamento necessário, a maioria dos casos (94,5%) poderia ser resolvida com uma restauração adesiva (Figura 5). Tabela 1 Distribuição de freqüência absoluta e relativa nos incisivos permanentes dos 947 escolares examinados segundo gênero e idade Variáveis Trauma Ausente Presente Total Valor de p Gênero n % n % n % Masculino 320 77,9 91 22,1 411 100,0 0,141 Feminino 438 81,7 98 18,3 536 100,0 Total 758 80,0 189 20,0 947 100,0 Idade Grupo I 185 88,5 24 11,5 209 100,0 Grupo II 198 83,2 40 16,8 238 100,0 <0,0001 Grupo III 260 79,3 68 20,7 328 100,0 Grupo IV 115 66,9 57 33,1 172 100,0 Total 758 80,0 189 20,0 947 100,0 1 Através do teste Qui-quadrado de Pearson. * - Associação significante ao nível de 5,0%. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 11(2): 217-222, abr./jun. 2011 219

Figura 1. Distribuição, em valores absolutos, das fraturas por elementos dentários 200 182 150 100 50 48 4 0 1 0 E E + D E + D + P C + R C + R + P Figura 2. Distribuição, em valores absolutos, das fraturas de acordo com a estrutura acometida. E (esmalte), E+D (esmalte e dentina), E+D+P (esmalte, dentina e polpa), C+R (coroa e raiz), C+R+P (coroa, raiz e polpa). 29% Acidentes domésticos Acidentes desportivos Outras 58% 13% Figura 3. Distribuição, em valores percentuais, da fratura quanto à causa 3% Presente Ausente Tratado 39% 58% Figura 4. Distribuição, em valores percentuais, dos dentes fraturados quanto à necessidade de tratamento. 220 Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 11(2): 217-222, abr./jun.

Figura 5. Distribuição, em valores absolutos e percentuais, da necessidade de tratamento quanto ao tipo de procedimento DISCUSSÃO Os avanços das políticas públicas permitiram a diminuição da prevalência de cárie em adolescentes, porém outros problemas ainda necessitam de cuidados, como é o caso do traumatismo dentário. Estudos nacionais e internacionais 2-9,14 demonstraram uma alta frequência desse infortúnio em pacientes jovens, o que ocasionou o interesse em pesquisar o assunto. A investigação foi realizada através do exame clínico dos incisivos permanentes dos escolares, visto que esses elementos dentários são apontados na literatura cientifica como os dentes mais acometidos pelo traumatismo dentário. Esse estudo demonstrou uma alta prevalência de traumatismo nos incisivos permanentes, pois 20% dos escolares pesquisados tinham sido acometidos por esse incidente. É importante ressaltar que situação semelhante foi encontrada em pesquisa em outra cidade do estado da Paraíba 14, que obteve uma prevalência de 21% em escolares de 7 a 12 anos. Esse quadro reforça a necessidade da implementação de ações de educação sobre o traumatismo dentário, para que a população possa se prevenir dos danos evitáveis, bem como tenha conhecimento de como agir frente a esse incidente, que, também, são imprevisíveis. Os meninos foram um pouco mais acometidos pelo traumatismo que as meninas (embora sem significância estatística) corroborando com estudos realizados na região Nordeste 6,13,14 e Sul do país 4,7,9. Observa-se que a prevalência de traumatismo dentário entre os dois gêneros está se equiparando e isso pode ser explicado pela maior igualdade de direitos entre homens e mulheres na sociedade atual, o que possibilita a participação mais freqüente das últimas em atividades com risco de acidentes, como, por exemplo, a prática de esportes radicais que favorecem a ocorrência desse incidente. Esse estudo ratifica os resultados de pesquisas anteriores 14,16 que indicaram uma alta prevalência de traumatismo dentário nos adolescentes e préadolescentes. Ressalta-se que a presença de fraturas nos dentes anteriores, nesse período de vida, tem uma conseqüência bem relevante, pois interfere diretamente na auto-estima das pessoas, trazendo sérias dificuldades nos relacionamentos interpessoais e sociais, visto que a desarmonia no sorriso é considerada uma condição inaceitável para a maioria dos indivíduos. Esse fato se agrava ainda mais, em razão dos incisivos centrais superiores, elementos mais visíveis no sorriso, serem os mais afetados pelo traumatismo dentário, como revelou essa pesquisa e demais estudos 8,6,14,22. É importante ressaltar que o incisivo central superior esquerdo foi bem mais acometido pelo traumatismo que o direito. Resultado semelhante também foi encontrado em outros estudos 14,23, e isso pode ser justificado em razão da maioria dos indivíduos ser destro, e no momento do acidente, proteger os dentes com a mão do respectivo lado, favorecendo o maior acometimento no arco esquerdo. Nesse estudo verificou-se que a fratura com comprometimento apenas em esmalte foi a mais observada, corroborando com outras investigações 2,7,14,24. Felizmente, como foi relatado na literatura, as fraturas simples são mais freqüentes, o que determinam resoluções terapêutica também menos complexas, como foi demonstrado nessa pesquisa, onde apenas restaurações adesivas eram necessárias para o tratamento das fraturas encontradas, diferentemente das fraturas complicadas, que por vezes necessitam de uma ação multidisciplinar para a sua resolução. Embora a maioria dos dentes acometidos pela fratura não necessitasse de nenhum procedimento terapêutico, devido ao grau mínimo de acometimento da integridade dos tecidos, considerável quantidade de elementos dentários se encontravam sem nenhum tratamento. Esse fato demonstra que existe a necessidade de uma maior atenção dos serviços de saúde, com relação ao tratamento do traumatismo dentário, especialmente no serviço publico, visto que esse estudo foi realizado com crianças de escolas da rede municipal, e apesar da pesquisa não fazer inferência ao fator socioeconômico, geralmente, essas crianças são de classes menos favorecidas, que dependem do atendimento do Sistema Único de Saúde. Quanto ao fator causal, como a pergunta foi feita a criança, muitas delas não sabiam relatar como ocorreu o acidente, e inclusive não lembravam, de maneira que apenas foi possível classificar essa variável em acidentes domésticos, quando a criança dizia que foi em casa, ou desportivo, quando ocorreu durante alguma brincadeira esportiva fora do ambiente domiciliar. Uma grande variedade de outras causas foram apontadas, porém não possuíam expressividade numérica que pudessem ser enquadradas em uma categoria isolada. Essa dificuldade na categorização das variáveis representa uma limitação para esse tipo de estudo epidemiológico, não podendo ser extrapolado com significância para a sociedade. Outra limitação dessa pesquisa foi não avaliar a presença de fatores predisponentes no acometimento do traumatismo dentário, como a dimensão do overjet incisal e o adequado selamento labial. Observa-se no presente estudo que os acidentes domésticos foram os maiores causadores do traumatismo dentário, quando analisados isoladamente, ratificando pesquisa anterior 9. Esse resultado remete a uma necessidade de maior atenção dos responsáveis, Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, 11(2): 217-222, abr./jun. 2011 221

para com as crianças, nas atividades do cotidiano doméstico. Entretanto, uma questão que deve se levada em consideração, quando se refere à prevenção dos traumatismos dentários, é que usualmente acontecem como uma fatalidade, ou incidente, portanto difícil de se prevenir. Mas, evitar danos previsíveis, principalmente no âmbito domiciliar, é de suma importância, bem como se utilizar de barreiras de proteção, durante as atividades desportivas, visto que acidentes com esses eventos são, também, bastante freqüentes. Por outro lado, cuidados adequados, frente à ocorrência do traumatismo dentário, deverão ser instituídos para um melhor prognóstico do tratamento. Sendo assim, projetos de divulgação para a população sobre a prevenção do traumatismo dentário e os cuidados necessários frente a ocorrência desse infortúnio são de grande relevância, além de outras pesquisas relacionadas ao tema. CONCLUSÃO Existe uma alta prevalência de traumatismo nos incisivos permanentes das crianças e adolescentes, bem como uma grande demanda por tratamento restaurador, determinando a implementação de programas educativos e preventivos, com o intuito de evitar esse tipo de incidente, que afeta tanto a função, quanto a harmonia estética dos pacientes. REFERÊNCIAS 1. Duarte DA, Bonecker MJS, Sant'Anna GR, Suga SS. Caderno de Odontopediatria. Lesões traumáticas em dentes decíduos: Tratamento e Controle. São Paulo: Santos, 2001. 145p. 2. Marcenes W, Zabot NE, Treabert J. Socio-economic correlates of traumatic injuries to the permanent incisors in schoolchildren aged 12 years in Blumenau, Brazil. Dental Traumatology 2001; 17: 218-22. 3. Nicolau B, Marcenes W, Sheiman A. Prevalence, causes and correlates of traumatic dental injuries among 13 years old in Brazil. Dental Traumatology 2001;17: 213-7. 4. Traebert J, Peres MA, Blank V, Boell RS, Pietruza JA. 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