Trabalho e sou mãe o que devo saber.

Documentos relacionados
Ficou desempregado? Saiba o que fazer.

Salários iguais para trabalho igual

Direitos de Parentalidade

O CONTRATO INDI- VIDUAL DE TRAB- ALHO NA ADMINIST- RAÇÃO PÚBLICA. Aplica-se a legislação Geral do Trabalho. (Código de Trabalho)

Hotelaria e Restauração 2016

Hotelaria e Restauração 2015

INFORMAÇÃO A PRESTAR AOS TRABALHADORES RELATIVA AOS DIREITOS E DEVERES EM MATÉRIA DE MATERNIDADE E PATERNIDADE

Convenção nº 146. Convenção sobre Férias Anuais Pagas dos Marítimos

3. Proteção na parentalidade. Tânia Santos Direito Laboral

GUIA PRÁTICO DOENÇA PROFISSIONAL - CERTIFICAÇÃO

Maternidade, Paternidade e Família dos Trabalhadores

GUIA PRÁTICO SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE INCAPACIDADE PERMANENTE

ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE. Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto (Aprova o Código do Trabalho)

Proposta de Lei da Imigração Inovações que mudam a vida das pessoas

Resolução da Assembleia da República n.º 56/94 Convenção n.º 171 da Organização Internacional do Trabalho, relativa ao trabalho nocturno

PARECER N.º 22/CITE/2013. Assunto: Pedido de Flexibilidade de Horário apresentado pela Trabalhadora Entidade Empregadora, S.A Processo n.

ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE

A trabalhar e grávida

TRABALHADOR - ESTUDANTE

GUIA PRÁTICO APADRINHAMENTO CIVIL CRIANÇAS E JOVENS

Programa de Rescisões por Mútuo Acordo. (Portaria n.º 221-A/2013, de 8 de julho) PERGUNTAS FREQUENTES

FORMAÇÃO PROFISSIONAL A FORMAÇÃO CONTÍNUA DE TRABALHADORES NAS EMPRESAS

Orientação Normativa N.º 1/2004, de 20/02/2004 Módulo de Férias do Manual de Formação Técnica RH

Guião: Pagamento de Despesas de Transporte e Ajudas de Custo

Doença e segurança social Trabalhar de forma segura e saudável

NOTA: ESTE DOCUMENTO DEVERÁ ESTAR EXPOSTO DE 15 DE ABRIL A 31 DE OUTUBRO

GUIA PRÁTICO INCAPACIDADE TEMPORÁRIA POR DOENÇA PROFISSIONAL

ADMISSÃO HOSPITALAR PARA AVALIAÇÃO

mesmo empregador recebendo

GUIA PRÁTICO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO PARCIAL

CARTILHA SOBRE A EMENDA CONSTITUCIONAL DOS EMPREGADOS DOMÉSTICOS

TRABALHO TEMPORÁRIO. Trabalho Temporário assenta numa relação triangular traduzida nos seguintes contratos:

Deutsch für die Schule. Aprender alemão no ano antes da entrada no jardim de infância. Informações para pais

GUIA PRÁTICO MEDIDA EXCECIONAL DE APOIO AO EMPREGO - REDUÇÃO DE 0,75 PONTOS PERCENTUAIS DA TAXA CONTRIBUTIVA A CARGO DA ENTIDADE EMPREGADORA

A Sioux efetua o pagamento no último dia útil de cada mês, descontados os ressarcimentos (se houver).

Comportamento nas Organizações

O período anual de férias tem a duração de 22 dias úteis, considerando-se úteis os dias de 2f.ª a 6f.ª, com excepção dos feriados.

GUIA PRÁTICO RESPOSTAS SOCIAIS POPULAÇÃO ADULTA PESSOAS IDOSAS

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA-GERAL Direcção de Serviços de Gestão de Recursos

fui acompanhando pelo site da DHL o estado da encomenda. Como se pode aferir na figura

NOVAS FORMAS DE CONTRATAÇÃO REGIME DO CONTRATO DE TRABALHO A TERMO. Paula Caldeira Dutschmann Advogada

FÉRIAS REMUNERADAS Yukyu kyuka

1 - A presente Convenção aplica-se a todas as pessoas empregadas, com excepção dos marítimos.

PARECER N.º 19/CITE/2006

Incentivos à contratação

Se você for trabalhar em:

GUIA PRÁTICO SUBSÍDIO DE ASSISTÊNCIA A FILHOS COM DEFICIÊNCIA OU DOENÇA CRÓNICA

GUIA PRÁTICO DOENÇA PROFISSIONAL - PRESTAÇÕES POR MORTE

ATO DO 1º SECRETÁRIO Nº 2, DE 2013.

PROJETO DE LEI Nº, DE 2015

CÓDIGO DE CONDUTA DO FORNECEDOR

GUIA PRÁTICO SUBSÍDIO DE FUNERAL

PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO EMPREGO (PPE)

(85/577/CEE) Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo 100º,

GUIA PRÁTICO PRESTAÇÕES COMPENSATÓRIAS DOS SUBSÍDIOS DE FÉRIAS, NATAL OU OUTROS SEMELHANTES INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

O QUE DEVE SABER SOBRE TRABALHO TEMPORÁRIO. De acordo com as normas previstas no código de trabalho em vigor

DIREITOS DOS PASSAGEIROS DOS TRANSPORTES AÉREOS FORMULÁRIO DE RECLAMAÇÃO UE

Código Contributivo Uma nova visão. Luís Leon 30 de Novembro de Deloitte & Associados, SROC, SA

Alterações ao Código do Trabalho A partir de 1 de Agosto de 2012

casal nascimento Família casamento mediação separação acolhimento das crianças divórcio puericultura coabitação legal gravidez

PARECER N.º 26/CITE/2007

GUIA PRÁTICO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO PARCIAL

PROPOSTA DE ADESÃO À PORTABILIDADE DE CARÊNCIAS (TODOS OS CAMPOS DEVERÃO SER PREENCHIDOS) Nº da Proposta:

VIVER E TRABALHAR NA SUIÇA

Aprovado por Despacho do Senhor Secretário de Estado dos Transportes, de 25 de Maio de 2000 e Despacho do Senhor Secretário de Estado do Tesouro e

GUIA PRÁTICO CARTÃO EUROPEU DE SEGURO DE DOENÇA INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

GUIA PRÁTICO BENEFICIÁRIOS DE ACORDOS INTERNACIONAIS VÍTIMAS DE ACIDENTE DE TRABALHO OU DE DOENÇA PROFISSIONAL

PARECER N.º 185/CITE/2013

PARECER N.º 403/CITE/2015

A proteção na parentalidade é um direito constitucionalmente reconhecido (artigo 68º da Constituição da República Portuguesa).

Recebi um boleto do seguro de vida que eu contratei na MetLife e detectei que o prêmio do seguro sofreu aumento e queria saber do que se trata?

Despacho n.º 28777/2008, de 10 de Novembro Série II n.º 218

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Prorrogação do Período Licença Maternidade Posterior ao Parto

PARECER N.º 50/CITE/2003. Assunto: Parecer nos termos do artigo 17.º n.º 2 do Decreto-Lei n.º 230/2000, de 23 de Setembro Processo n.

Trabalho extraordinário em Portugal é já mais barato que trabalho realizado dentro do horário normal de trabalho

prazo para você denunciar o contrato é de 90 dias a partir do registro da averbação da extinção do usufruto.

ANEXO CONDIÇÕES OU RESTRIÇÕES RESPEITANTES À UTILIZAÇÃO SEGURA E EFICAZ DO MEDICAMENTO A SEREM IMPLEMENTADAS PELOS ESTADOS-MEMBROS

PARECER N.º 51/CITE/2009

Aqui você vai encontrar esclarecimentos importantes a respeito de seus direitos.

CAIXA DE DOENÇA. Seguro básico

Transcrição:

Trabalho e sou mãe o que devo saber. Mulheres grávidas e mães têm direitos específicos. Respostas a perguntas frequentes.

Índice Bem-vinda Os seus direitos durante a gravidez Relações de trabalho 5 Protecção contra o despedimento 7 Tempo de trabalho e períodos de descanso 9 Os seus direitos como mãe trabalhadora Licença de maternidade 13 Amamentação 18 Tempo de trabalho e períodos de descanso 19 Responsabilidades familiares 21 A gravidez e as primeiras semanas a seguir ao parto são um período especial. É por isso que as mulheres grávidas e as mães que trabalham têm direitos específicos. Nesta brochura encontra uma síntese das principais disposições legais relativas à gravidez e protecção da maternidade. Fornece uma visão geral que lhe poderá ser útil. Caso ainda tenha dúvidas, não hesite em contactar o Unia da sua região teremos muito gosto em apoiá-la. Resumo de disposições legais Legislação 23 2 3

Os seus direitos durante a gravidez Durante a gravidez e até 16 semanas após o nascimento do seu filho, está protegida contra o despedimento. Durante a gravidez o seu empregador tem de ter a sua saúde e a do seu filho em consideração. Por esta razão há diversas regras que ele deve respeitar. Relações de trabalho Quando devo informar o meu empregador da gravidez? Tem o direito de ocultar a gravidez. No entanto, para que os seus superiores hierárquicos possam ter em consideração a sua saúde e a do seu filho, seria melhor esclarecer a situação desde cedo. Se não estiver em condições de realizar o seu trabalho como antes, ou seja, se houver risco para a sua saúde e a do seu filho, deve informar o seu empregador da gravidez. 4 5

Devo reduzir a minha carga de trabalho antes do parto? Não. Recomendamos vivamente que não reduza a carga de trabalho antes do parto! Isso iria reduzir o subsídio a receber durante a licença de maternidade (página 13), porque este é calculado com base no salário auferido antes do parto. O seu empregador é obrigado a atribuir-lhe tarefas que para si não sejam pesadas, para que possa continuar com a sua carga de trabalho normal. Se se sentir debilitada, pode pedir baixa por gravidez. Quando é que posso requerer uma licença antes do parto? O direito ao subsídio de maternidade abrange as 16 semanas a seguir ao parto (página 13). Mas se o Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) ou o seu contrato individual de trabalho prevê uma licença de maternidade mais longa, pode determinar o início mesmo antes do parto. Se tiver direito a 16 semanas, por exemplo, poderia gozar 2 semanas antes e 14 a seguir ao parto. Se antes do parto estiver impossibilitada, por razões de saúde, de realizar o seu trabalho, pode solicitar baixa durante a gravidez mediante apresentação de atestado médico. Não quero continuar a trabalhar a seguir ao parto. Quando devo rescindir o contrato? Aconselhamos vivamente a que não rescinda o contrato antes do parto. Neste caso, não terá direito ao subsídio de maternidade. Se não pretende trabalhar depois do parto e da licença de maternidade, deverá rescindir o contrato a partir de uma data após o parto. Protecção contra o despedimento Posso ser despedida por estar grávida? Não. O seu contrato de trabalho não pode ser rescindido durante toda a gravidez e nas 16 semanas após o parto. No entanto, se rescindir o contrato de trabalho ou se a rescisão for de comum acordo com o seu empregador, deixa de beneficiar da protecção contra o despedimento. Atenção: durante o período experimental, que pode ter a duração de 3 meses no máximo, pode ser despedida mesmo estando grávida. O meu empregador aconselha-me a rescindir o contrato de trabalho, visto que não posso desempenhar plenamente as minhas tarefas anteriores. O que devo fazer? Não se deixe pressionar! Não importa que não possa desempenhar plenamente as suas tarefas anteriores (por ex. trabalhar em pé, carregar pesos). O empregador é obrigado a atribuir-lhe tarefas que possa executar sem dificuldade e tem de ter em consideração a sua saúde. Fui despedida e engravidei durante o pré-aviso de despedimento. Posso fazer uso da protecção contra o despedimento? Não. O seu despedimento continua a ser lícito, no entanto será «congelado» e o pré-aviso de despedimento continua a decorrer 16 semanas a seguir ao parto. Por exemplo, se engravidou na 2ª semana de um pré-aviso de três meses, as 11 semanas que restam do pré-aviso recomeçarão a contar 16 semanas a seguir ao parto. 6 7

Tempo de trabalho e períodos de descanso Durante a gravidez tenho de trabalhar como até aqui? O princípio básico é que as mulheres grávidas só podem executar tarefas para as quais tenham dado o seu consentimento. Assim, a senhora tem de ser dispensada das tarefas que considerar (de acordo com a sua sensação pessoal) demasiado fatigantes. Além disso, pode deixar o local de trabalho ou não ir trabalhar, se assim o desejar. Informe, neste caso, os seus superiores. Um atestado médico não é necessário, mas é recomendável para que não tenha perdas salariais. Estas ausências não podem ser contadas como férias (desde que não durem mais do que 2 meses). Existem trabalhos que não devo realizar durante a gravidez? Sim. O regulamento de protecção à maternidade contém uma extensa lista de trabalhos pesados ou perigosos que não devem ser executados, ou só poderão ser realizados de forma limitada, durante a gravidez e a amamentação. Sendo assim, não pode carregar mais de 5 kg de peso e, ocasionalmente, não mais do que 10 kg, por exemplo. É proibido levantar e carregar pesos superiores a 5 kg nas últimas 12 semanas da gravidez. Estou grávida e sinto-me muitas vezes esgotada no emprego. Posso solicitar mais pausas? Sim. O empregador deve disponibilizar-lhe instalações para descansar no local de trabalho. Deve poder abandonar o trabalho, se for necessário, ou ausentar-se. Mas deve informar os seus superiores. 8 9

O meu empregador ordenou horas extraordinárias. É permitido? Não. As trabalhadoras grávidas não devem exceder as horas de trabalho diárias acordadas. O máximo permitido por lei são 9 horas por dia. O mesmo aplica-se tiver outros empregos a tempo parcial. Trabalho parcialmente no turno da noite. É permitido? Durante a gravidez e até 16 semanas a seguir ao parto é necessário o seu consentimento para trabalhar no turno da noite, entre as 20 e as 6 horas. Se não quiser trabalhar no turno da noite, o seu empregador deve atribuirlhe, em substituição, um trabalho de valor igual (com os mesmos requisitos técnicos e intelectuais) durante o dia entre as 6 e as 20 horas, pelo mesmo salário. Caso o empregador não possa ou não queira respeitar estas condições, deverá dispensá-la do trabalho e continuar a pagar 80 % do salário. É proibido trabalhar no turno da noite nas últimas 8 semanas antes do parto, mesmo que dê o seu consentimento. Trabalho frequentemente em pé. Que cuidados devo ter? Faça pausas suficientes! A partir do 4 mês de gravidez, se trabalha em pé, tem direito a pausas adicionais, para além das previstas na lei (dependendo do tempo de trabalho entre 15 minutos e 1 hora por dia), e a uma pequena pausa de 10 minutos de 2 em 2 horas. Além disso, o período de descanso diário de 12 horas tem de ser respeitado. A partir do 6 mês, só deve trabalhar em pé 4 horas por dia, no máximo. Para as restantes horas o empregador deve disponibilizar-lhe um trabalho que possa executar sentada. Caso contrário, terá de a dispensar do trabalho e continuar a pagar 80% do salário. 10 11

Os seus direitos como mãe trabalhadora Durante as primeiras 8 semanas a seguir ao parto, as mães não podem trabalhar e depois, até à 16 ª semana, só trabalham se tiverem dado o seu consentimento. Têm direito a 14 semanas, no mínimo, de licença de maternidade paga*. Além disso, gozam de protecção contra o despedimento até 16 semanas a seguir ao parto. Licença de maternidade O que é a licença de maternidade? As mulheres trabalhadoras têm direito, a seguir ao parto, a uma licença de maternidade paga de 14 semanas, no mínimo. Durante este período têm direito a 80% do salário auferido antes do parto, em forma de subsídio diário, como compensação pela perda de vencimento. É calculado, regra geral, com base no último salário auferido antes do parto. No que respeita a rendimentos irregulares, o cálculo é feito com base nos últimos 3 meses antes do parto ou, em casos excepcionais, ao longo de um período de tempo mais prolongado. *Excepto Cantão de Genebra: aqui vigora a licença de maternidade mínima de 16 a 20 semanas (segundo os anos de serviço) com 100% do salário. 12 13

Quem tem direito a subsídio de maternidade? Todas as mulheres trabalhadoras que residem ou trabalham na Suíça: suíças, estrangeiras, trabalhadoras por conta de outrem ou autónomas, agricultoras e mulheres que trabalham em empresas familiares e recebem um salário. Há que preencher 2 condições: n Ter estado obrigatoriamente segurada na AHV-AVS durante 9 meses antes do parto. n Ter trabalhado no mínimo durante 5 meses durante a gravidez (independentemente da carga de trabalho). Tenho direito a subsídio de maternidade em caso de desemprego ou de incapacidade de trabalho? Sim. Se receber um subsídio de desemprego, doença, acidente ou invalidez, também pode, em caso de maternidade, receber o subsídio de maternidade durante 14 semanas. Tenho direito ao subsídio, se tiver trabalhado antes no estrangeiro? Sim, se trabalhou num Estado-Membro da UE ou da EFTA. O tempo de contribuição e de emprego correspondentes serão tidos em conta ao abrigo dos acordos bilaterais. Existem Contratos Colectivos de Trabalho com melhores disposições relativas à licença e subsídio de maternidade, por exemplo, 16 semanas com 100% do salário. Qual a regulamentação aplicável no meu caso? A legislação apenas prevê o mínimo. Se o Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) ao qual está sujeita incluir regulamentação mais vantajosa, aplica-se esta. O sindicato Unia luta por melhores soluções: queremos, no mínimo, 18 semanas de licença de maternidade, 8 semanas de licença de paternidade, bem como licença parental paga. Posso adiar a minha licença de maternidade? Sim. Se o recém-nascido ficar hospitalizado mais de 3 semanas (em caso de parto prematuro, por exemplo) pode adiar a licença de maternidade para que só comece a contar quando o seu filho for para casa. Contudo é juridicamente controverso se tem direito ao pagamento do salário durante o período de adiamento. No entanto, sentenças proferidas recentemente tendem para a obrigação de pagamento do salário pelo empregador. Quando posso voltar a trabalhar a seguir ao parto? Nas primeiras 8 semanas após o parto vigora uma proibição total de trabalho. Mesmo que queira, a lei não lhe permite trabalhar. Depois disso, cabelhe a si decidir. Em princípio, tem o direito incondicional a 14 semanas de licença de maternidade paga, após o parto. Ou seja: pode recusar o pedido do seu empregador para retomar o trabalho prematuramente. 14 15

Tenho direito ao subsídio de maternidade se retomar o trabalho prematuramente a seguir ao parto? Não. Se decidir retomar o trabalho após a proibição de trabalho de 8 semanas e não gozar as 14 semanas completas de licença de maternidade, perde o direito ao subsídio de maternidade. Cabe-lhe a si a decisão de retomar ou não o trabalho mais cedo. Posso gozar uma parte da licença de maternidade antes do parto? Em determinadas circunstâncias: se no Contrato Colectivo de Trabalho (CTT) ou no contrato individual de trabalho foi acordada uma licença de maternidade mais longa que as 14 semanas previstas na lei, pode começar a gozá-la antes do parto. Se tiver direito a, por exemplo, 16 semanas de licença poderá gozar 2 antes e 14 após o parto. Se o seu empregador a dispensar muito antes do parto, deverá pagar-lhe o salário normal e a seguir ao parto a senhora tem direito a 14 semanas de licença de maternidade paga. 16 17

Amamentação Quero amamentar o meu filho. Posso fazê-lo na empresa? Sim. No primeiro ano de vida é-lhe permitido amamentar o seu filho na empresa durante as horas de trabalho. Tem o direito de solicitar que lhe disponibilizem um espaço calmo e sossegado para esse fim. Também pode amamentar o seu filho fora da empresa (por exemplo, em casa ou na creche). Com que frequência e por quanto tempo devo amamentar o meu filho? No primeiro ano de vida da criança tem direito a pausas para amamentação pagas, dependendo do seu horário de trabalho diário: n 30 minutos se trabalhar até 4 horas n 60 minutos se a duração de trabalho for superior a 4 horas n 90 minutos se a duração de trabalho for superior a 7 horas O tempo pode ser dividido em uma ou mais pausas. Estas pausas para amamentação não devem ser compensadas com horas extraordinárias nem com férias, são consideradas como tempo de trabalho remunerado a 100%. Tempo de trabalho e períodos de descanso Existem regras especificas relativas ao tempo de trabalho e aos períodos de repouso durante a amamentação? Em principio, após a proibição de trabalho nas primeiras 8 semanas a seguir ao parto e até à 16ª semana, só pode retomar o trabalho se estiver de acordo. Além disso, está sujeita a regras específicas idênticas a muitas das que são válidas para a gravidez durante todo o período de amamentação até ao primeiro ano de vida do seu filho (consulte também a página 9/10). Assim, durante a amamentação, as horas diárias acordadas devem ser respeitadas, não devendo exceder as 9 horas. Posso continuar a trabalhar à noite a seguir ao parto? Nas primeiras 8 semanas a seguir ao parto é proibido trabalhar. Entre a 9ª e a 16ª semana tem de dar o seu consentimento para trabalhar à noite. Se não quiser trabalhar à noite, o seu empregador deve atribuir-lhe um trabalho de valor igual durante o dia, pelo mesmo salário. Caso o empregador não possa ou não queira respeitar estas condições, deverá dispensá-la do trabalho e continuar a pagar 80 % do salário. Estas regras relativas à amamentação também se aplicam se eu retirar o leite com a bomba? Sim. Também se aplicam se retirar o leite com a bomba. 18 19

Responsabilidades familiares O que faz parte das responsabilidades familiares descritas na lei? São consideradas obrigações familiares a educação das crianças até aos 15 anos de idade, bem como a assistência a familiares dependentes ou familiares próximos. Ultimamente tenho de prestar horas extraordinárias com frequência, apesar de ter um/a filho/a em casa. Posso defender-me? O empregador tem de ter em consideração as suas responsabilidades familiares quando estabelecer o tempo de trabalho. Regra geral a senhora deve dar o seu consentimento à prestação de horas extraordinárias. Eu gostaria de ir a casa à hora do almoço para ver como estão os meus filhos. Posso fazer uma pausa mais longa? Tem o direito de, a seu pedido, fazer uma pausa para o almoço de, pelo menos, 1,5 horas para amamentar ou ir buscar o seu filho à creche. 20 21

As principais disposições relativas à gravidez e maternidade durante a vida profissional encontram-se nos seguintes textos legislativos: O meu filho está doente e eu gostaria de ficar com ele. Tenho direito a faltar ao trabalho? Se o seu filho estiver doente, o seu empregador deve dispensá-la para que possa prestar-lhe assistência. Tem o direito a faltar até 3 dias por cada doença e tem de apresentar um atestado médico do seu filho. Estas faltas ao trabalho serão contabilizadas como tempo de trabalho (como se fosse por doença própria) e o pagamento do salário será feito de acordo com as suas disposições contratuais de trabalho. Se os 3 dias não forem suficientes para poder organizar a prestação de cuidados ao seu filho pode, em casos justificados, faltar por mais tempo. A mãe e o pai têm direito a faltar até 3 dias cada um (ou seja, a ausência é cumulável até 6 dias). Código do Trabalho (LTr) e os respectivos decretos de execução (OLT1/3) Disposições relativas, especialmente, ao tempo de trabalho e aos períodos de repouso n LTr, art. 35 e seguintes n OLT1, art. 60 e seguintes n OLT3, art. 34 e seguintes Direito de Obrigações (DR) Disposições relativas à protecção contra o despedimento durante a gravidez e licença de maternidade n DR, art. 319 e seguintes Lei relativa ao subsídio de maternidade (APG-EOG) e o regulamento associado (RAPG-EOV) Disposições relativas à licença de maternidade e compensação por perda de vencimento n APG-EOG, art. 16 e seguintes n RAPG-EOV, art. 23 e seguintes Regulamento relativo à protecção da maternidade (OM) Disposições relativas a trabalhos pesados e perigosos n OM, art. 1 e seguintes Legislação relativa à igualdade entre os géneros (LEg) Disposições relativas à não-discriminação e protecção contra o despedimento durante a gravidez n LEg, art. 1 e seguintes 22 23

O Unia empenha-se pelo reforço dos direitos de todas as mulheres grávidas e mães que exercem uma actividade profissional A assistência a crianças é, muitas vezes, difícil de conciliar com as exigências da vida profissional, o que acarreta stress excessivo a muitas mulheres (e homens). O Unia empenha-se por melhorias! n Alargamento da licença de maternidade para 18 semanas, com subsídio pago a 100% n Introdução de uma licença de paternidade paga de 8 semanas n Direito a uma redução temporária do tempo de trabalho para prestar assistência à criança 24 25

Contacto Aargau Bachstrasse 41, Postfach, 5001 Aarau T +41 848 333 003, aargau@unia.ch Bern Monbijoustrasse 61, 3000 Bern 23 T +41 31 385 22 22, bern@unia.ch Berner Oberland Aarestrasse 40, Postfach 2206, 3600 Thun T+ 41 33 225 30 20, thun@unia.ch Biel-Seeland / Solothurn Murtenstrasse 33, Postfach 1280, 2501 Biel T +41 32 329 33 33, biel-solothurn@unia.ch Fribourg route des Arsenaux 15, Case postale 230, 1705 Fribourg T +41 26 347 31 31, fribourg@unia.ch Genève chemin Surinam 5, Case postale 288, 1211 Genève 13 T +41 848 949 120, geneve@unia.ch Neuchâtel avenue de la Gare 3, Case postale 3136, 2001 Neuchâtel T+41 848 203 090, neuchatel@unia.ch Nordwestschweiz Rebgasse 1, Gewerkschaftshaus, Postfach, 4005 Basel T +41 848 113 344, nordwestschweiz@unia.ch Ostschweiz-Graubünden Lämmlisbrunnenstrasse 41, Postfach 2152, 9004 St. Gallen T +41 848 750 751, ostschweiz-graubuenden@unia.ch Ticino via Canonica 3, Casella postale 5650, 6901 Lugano T +41 91 910 50 70, ticino@unia.ch Transjurane rue des Moulins 19, Case postale 1042, 2800 Delémont T +41 848 421 600, transjurane@unia.ch Valais rue de la Dent-Blanche 9, Case postale 2190, 1950 Sion T +41 27 322 60 48, valais@unia.ch Vaud place de la Riponne 4, Case postale 7667, 1002 Lausanne T +41 848 606 606, vaud@unia.ch Wallis Bahnhofstrasse 4, Postfach 220, 3930 Visp T +41 27 984 12 80, oberwallis@unia.ch Zentralschweiz St. Karlistrasse 21, Postfach 4241, 6002 Luzern T +41 41 249 93 00, zentralschweiz@unia.ch Zürich-Schaffhausen Stauffacherstrasse 60, Postfach 1544, 8026 Zürich T +41 44 296 18 18, zuerich-schaffhausen@unia.ch 26 27 O Unia empenha-se por melhores condições de trabalho e garante progresso social! Secrétariat central Unia GI Femmes Weltpoststrasse 20 Case postale 272 3000 Berne 15

Grávidas e mães que trabalham têm direitos específicos. Usufrua-os. Nós damos-lhe apoio! Torne-se sócia! Quero ser sócia do Unia. Interesso-me pelo sindicato Unia. Contacte-me por favor. Gostaria de me tornar activa na minha região. Contacte-me por favor. Por favor envie-me documentação sobre os seguintes temas: Salário igual para trabalho de valor igual Assédio sexual no emprego Todas as informações relativas ao sindicato Unia encontram-se disponíveis em: www.unia.ch Apelido Nome Morada Cód. Postal/Localidade Telef. Email Entidade patronal Secrétariat central Unia Weltpoststrasse 20 Case postale 272 CH-3000 Berne 15 T +41 31 350 21 11 femmes@unia.ch www.unia.ch 06.2014.PT.A6