Síntese de diversas matérias fiscais de maior relevo ocorridas na 2.ª quinzena de abril de 2016 1 1 - Anexo SS e as respetivas Instruções de Preenchimento: - Portaria n.º 93/2016, de 18 de abril. Aprova o novo Modelo RC 3048-DGSS designado Anexo SS e as respetivas instruções de preenchimento, que se destinam à declaração de rendimentos dos trabalhadores independentes, conforme previsto no Código Contributivo e respetiva legislação regulamentar. Nota: - O novo modelo e as respetivas instruções de preenchimento, destinam-se à declaração dos rendimentos respeitantes aos anos de 2015 e seguintes, o qual deve ser entregue conjuntamente com a declaração de rendimentos Modelo 3 do IRS, no prazo legal estabelecido para a entrega desta declaração e por transmissão eletrónica de dados, através do Portal das Finanças. 2 - EBF - Mais-valias realizadas pelas SGPS mediante a transmissão onerosa de partes de capital: - Acórdão n.º 139/2016 do Tribunal Constitucional, publicado no D.R. n.º 78/2016, Série II, de 2016.04.21. Não julga inconstitucional a norma do artigo 31.º, n.º 3, do Estatuto dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho, na redação introduzida pela Lei n.º 32-B/2002, de 30 de dezembro, na interpretação segundo a qual a isenção prevista no n.º 2 do mesmo artigo para as mais-valias realizadas pelas SGPS mediante a transmissão onerosa de partes de capital de que sejam titulares nunca é aplicável se as partes de capital tiverem sido adquiridas a entidades com as quais existam relações especiais, nos termos do n.º 4 do artigo 58.º do Código do IRC (atual artigo 63.º, n.º 4), caso essas mesmas partes de capital tenham sido detidas, pela alienante, por período inferior a três anos. Nota: - O artigo 31.º do EBF, referido no Acórdão corresponde ao artigo 32.º do mesmo diploma, entretanto revogado pela Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro. 3 - IRC - Taxas de derrama lançada para cobrança em 2016 - Período de 2015: - Ofício Circulado n.º: 20189, de 2016.04.18. Republica, em anexo, a tabela das taxas de derrama a aplicar ao período fiscal de 2015, que substitui a anteriormente publicada no ofício circulado nº 20186/2016 de 2016.02.26. Nota: - A republicação fica a dever-se à alteração das taxas nos municípios de Albergaria a Velha, Beja e Paredes. 4 - IVA - Enquadramento das operações - Organização de interesse profissional comum, que se dedica ao estudo da genética do cancro, organiza um congresso em TN naquela área científica 1 Destina-se apenas a que os nossos associados tenham conhecimento, em tempo útil, da existência da norma ou instrução administrativa e fiquem com uma ideia sucinta do seu conteúdo. Não dispensa a leitura cuidada dos próprios documentos, aquando da sua aplicação prática.
direcionado a médicos, profissionais, entidades e institutos da referida área científica: - Informação Vinculativa Despacho de 2016-03-30 - Processo nº 10031. Nos termos do artigo 21.º, n.º 2, alínea d) do CIVA, o imposto contido nas despesas de transporte e viagens de negócios do sujeito passivo do imposto e do seu pessoal, incluindo as portagens, bem como o imposto contido nas despesas respeitantes a alojamento, alimentação, bebidas e despesas de receção, incluindo as relativas ao acolhimento de pessoas estranhas à empresa e as despesas relativas a imóveis ou parte de imóveis e seu equipamento, destinados principalmente a tais receções, pode ser deduzido, na proporção de 50%, na condição de serem relativas à organização de congressos, feiras, exposições, seminários, conferências e similares, e se forem efetuadas para as necessidades dos participantes nestes eventos. Nota: - Assim, estando em causa a organização de uma conferência, o imposto contido nas despesas acima elencadas e que sejam incorridas na organização dessa conferência pode ser deduzido na proporção de 50%, nos termos e condições previstos no artigo 21 n.º 2 alínea d) do Código do IVA. 5 - IVA - Prestação de Serviços, de animação e apoio à família no ensino pré-escolar promovido pela Junta de Freguesia, realizada por IPSS: - Informação Vinculativa Despacho de 2016-04- 20 - Processo nº 10128. Os serviços prestados pela IPSS requerente aos seus utentes, no desenvolvimento da sua atividade de assistência social, através dos seus equipamentos sociais, têm enquadramento na alínea 7) do artigo 9.º do CIVA. Nota: - Os serviços de animação e apoio à família, contratualizados com terceiros, nomeadamente com uma junta de freguesia, não estão abrangidos por qualquer das isenções previstas no artigo 9.º do CIVA, sendo considerados operações tributáveis sujeitas a imposto, não ser que estejam reunidas as condições para beneficiar do regime de isenção do artigo 53.º do CIVA. 6 - IVA - Vendas, via internet, de peças de vestuário para entrega aos clientes situados noutros Estados Membros e fora do território aduaneiro da União; comprovativo do envio dos bens: - Informação Vinculativa Despacho de 2016-03-31 - Processo nº 10177. As transmissões de bens expedidos ou transportados para fora do território aduaneiro da União, podem ser isentas do IVA, por aplicação da alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º do CIVA, desde que a exportação seja comprovada nos termos do n.º 8 do artigo 29.º do mesmo diploma, através de documentos alfandegários apropriados. Nota: - Caso não estejam em causa vendas à distância previstas no artigo 10.º do RITI, as transmissões intracomunitárias de bens beneficiam da isenção prevista na alínea a) do artigo 14.º do RITI que prevê a isenção do IVA para as transmissões de bens, efetuadas por um sujeito passivo dos referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, expedidos ou transportados pelo vendedor, pelo adquirente ou por conta destes, a partir do território nacional para outro Estado membro com destino ao adquirente, quando este seja uma pessoa singular ou coletiva registada para efeitos do IVA em outro Estado-Membro, que tenha utilizado o respetivo número de identificação para efetuar a aquisição e aí se encontre abrangido por um regime de tributação das aquisições intracomunitárias de bens. 7 - IVA - Consignação - Mercadorias remetidas para um EM, onde ficam à guarda de operadores/distribuidores, mantendo-se inalterado o direito de propriedade, o que só ocorrerá
aquando da sua transmissão: - Informação Vinculativa Despacho de 2016-03-31 - Processo nº 10205. Enquanto o n.º 1 do artigo 7.º do RITI assimila a uma transmissão de bens efetuada a título oneroso a transferência de bens móveis corpóreos expedidos ou transportados pelo sujeito passivo ou por sua conta, com destino a outro Estado-Membro, para as necessidades da sua empresa, a alínea c) do artigo 14.º do citado diploma isenta do imposto tais transferências. Nota: - Assim, a transferência de bens para outro E M, para aí serem colocadas à disposição de um consignatário, consubstancia uma transmissão intracomunitária de bens que poderá beneficiar da isenção prevista na alínea a) do artigo 14.º do RITI, desde que verificadas as respetivas condições. 8 - Artigos 63.º TFUE e 65.º TFUE Livre circulação de capitais Artigo 49.º TFUE Liberdade de estabelecimento Fiscalidade direta Tributação dos dividendos Convenção bilateral destinada a evitar a dupla tributação Dupla tributação jurídica: - Despacho do TJUE, de 2016.02.04 Processo n.º 2016/C 136/04, publicado no JOUE n.º C 136, de 2016.04.18, a páginas 3. Os artigos 49.º TFUE, 63.º TFUE e 65.º TFUE devem ser interpretados no sentido de que não se opõem à regulamentação de um Estado-Membro, como a regulamentação em causa no processo principal, nos termos da qual, quando um residente desse Estado- -Membro, acionista de uma sociedade estabelecida noutro Estado-Membro, recebe dessa sociedade dividendos tributados nesses dois Estados-Membros, a dupla tributação não é evitada, no Estado-Membro de residência do acionista, através da atribuição de um crédito de imposto de montante pelo menos igual ao montante do imposto pago no Estado-Membro da origem desses dividendos. 9 - IVA Diretiva 2006/112/CE Isenções Artigo 132.º, n.º 1, alínea m) Prestações de serviços estreitamente relacionadas com a prática de desporto ou de educação física Isenção da locação de lugares de amarração ou em hangares para embarcações a membros de associações de desportos náuticos para atividades de navegação ou de lazer que não podem ser equiparadas à prática de desporto ou de educação física Isenção limitada a membros de associações de desportos náuticos que, para prestarem os seus serviços, não recorrem a um ou mais trabalhadores seus. O Reino dos Países Baixos não cumpriu as obrigações que lhe incumbem por força dos artigos 2.º, n.º 1, 24.º, n.º 1, e 133.º da Diretiva 2006/112/CE, do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado, conjugado com o seu artigo 132.º, n.º 1, alínea m): ao conceder a isenção de imposto sobre o valor acrescentado à locação de lugares de amarração ou em hangares para embarcações a membros de associações de desportos náuticos que, para prestarem os seus serviços, não utilizam trabalhadores, para atividades de navegação ou de lazer que não podem ser equiparadas à prática de desporto ou de educação física, e ao restringir a isenção, quando a locação de lugares de amarração ou em hangares para embarcações é feita a pessoas que pratiquem desporto e essa locação estiver estreitamente relacionada e for indispensável para a prática desse desporto, às associações de desportos náuticos que, para prestarem os seus serviços, não utilizam trabalhadores.
10 - Prescrição SISA - Aquisição de prédio para revenda Caducidade Isenção - Termo inicial Contagem - Prazo de prescrição: - Acórdão do STA, de 2016.04.06 Processo n.º 01410/15. I - O prazo de prescrição conta-se, salvo o disposto em lei especial, nos impostos de obrigação única, a partir da data em que o facto tributário ocorreu (nº 1 do art. 48º da LGT). II - O termo inicial da contagem do prazo de prescrição da obrigação tributária, em caso de verificação da condição resolutiva da isenção de Sisa (arts. nºs. 11º nº 3, 16 n 1 CIMSISD e 48º nº 1 da LGT) reporta à data do facto tributário e não à data da revogação da isenção. 11 - IRS - Mais valias - Sucessão mortis causa: - Acórdão do STA, de 2016.04.06 Processo n.º 0301/15. I - O sucessor mortis causa é também um adquirente, surgindo como novo titular dos bens deixados pelo de cujus, os quais ingressam assim na sua esfera jurídica com todos os efeitos que daí possam decorrer. II - É a data desta aquisição que releva para aferir da aplicabilidade do regime transitório previsto no artigo 5º do Dec. Lei nº 442-A/88, de 30 de Novembro. III - O ganho realizado pelo impugnante em 2007 com a alienação da parte do prédio que adquirira em 1994 por sucessão mortis causa está sujeito à tributação prevista no artigo 10º, nº 1, alínea a), do CIRS. 12 - Retificação - Declaração periódica IVA - Liquidação adicional Competência: - Acórdão do STA, de 2016.04.06 Processo n.º 076/16. Na situação descrita no nº 3 do art. 87º do CIVA, a competência para apurar o IVA em resultado de correcções efectuadas nas declarações dos contribuintes é atribuída ao Serviço de Administração do IVA (ou de Cobrança do IVA, a partir da vigência do DL nº 100/95, de 19/5), sem prejuízo da competência que assiste ao chefe de repartição de finanças, nos termos do art. 82º do mesmo CIVA. 13 - Caducidade do direito de impugnar Nulidade Anulabilidade Averiguações Facto: - Acórdão do STA, de 2016.04.06 Processo n.º 08/16. I - Os vícios dos actos tributários só são sancionados com a nulidade quando se verifique a falta de qualquer dos elementos essenciais do acto, quando houver lei que expressamente preveja esta forma de invalidade ou ainda quando se verifiquem as circunstâncias previstas no art. 133.º, n.º 2, do CPA (na versão em vigor à data), nomeadamente quando ofendam o conteúdo essencial de um direito fundamental. II - Só em casos excepcionais os vícios de falta de fundamentação e de violação do dever de audiência prévia poderão ter como consequência a nulidade do acto. III - No caso de os vícios imputados ao acto tributário impugnado apenas determinarem a anulabilidade do mesmo, o direito de impugnação fica sujeito aos prazos estabelecidos no n.º 1 do art. 102.º do CPPT.
IV - Pese embora a factualidade pertinente à averiguação da caducidade do direito de acção seja do conhecimento oficioso, não se justifica que o tribunal ad quem anule oficiosamente a sentença, em ordem a indagar se foi utilizada a faculdade prevista no n.º 1 do art. 37.º do CPPT, se nada nos autos indicia que o tenha sido e se o recorrente, devidamente representado por advogado, não faz a mínima alusão a esse facto. 14 - Retenção na fonte - IRC - Não residente: - Acórdão do STA, de 2016.04.13 - Processo n.º 01444/13. I - Nos termos dos artigos 7.º das Convenções sobre dupla tributação celebradas entre Portugal e França (aprovada para ratificação pelo DL 105/71, de 26 de Março) os lucros de uma empresa de um Estado contratante só podem ser tributados nesse Estado, a não ser que a empresa exerça a sua actividade no outro Estado contratante por meio de um estabelecimento estável aí situado. II - Só que, nos termos do n.º 4 do artigo 90.º do CIRC, na redacção então em vigor (Lei 32-B/2002, de 30 de Dezembro), quando não fosse efectuada, até ao momento de entrega do imposto, a prova de que, por força de uma convenção destinada a eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, a competência para a tributação dos rendimentos auferidos por um residente de outro Estado contratante não era atribuída ao Estado da fonte, ficava o substituto tributário obrigado a entregar a totalidade do imposto que deveria ter sido deduzido nos termos da lei. III - Tal interpretação não viola as referidas convenções internacionais, nem os artigos 8.º e 103.º da CRP, e muito menos os artigos 4.º e 11.º do EBF, pois as medidas para evitar a dupla tributação económica internacional e interna não são benefícios fiscais mas sim desagravamentos fiscais (exclusões fiscais ou situações de não sujeição tributária). IV Do mesmo modo, também não resultam violados os princípios da liberdade de estabelecimento, da liberdade de circulação e da não discriminação uma vez que, a mera imposição da prova da residência, instituída por forma a acautelar o direito do Estado a uma cobrança adequada dos impostos devidos, não corporiza qualquer regra de tributação diferenciada para residentes e não residentes. V - Não tendo a ora recorrente logrado demonstrar os pressupostos de que dependia o afastamento da sua responsabilidade enquanto substituta tributária e não competindo à Administração Fiscal a tarefa de carrear a prova dos mesmos para os autos deve ser confirmada a sentença recorrida.