Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Enfermagem Estágio Curricular II Serviços de Atenção Básica

Documentos relacionados
Resultados do Programa Prá-Nenê

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR II REDE BÁSICA: UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE VILA GAÚCHA

Resultados do Programa Prá-Nenê 2004

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO E ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL DAOP DISCIPLINA DE ESTÁGIO CURRICULAR II- REDE BÁSICA

Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Prefeito José Fogaça. Secretária Municipal da Saúde. Secretário Pedro Gus

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO RELATORIO DE FISCALIZAÇAO

Avaliação Gestão SMS. Janeiro-Abril de 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR II: REDE BÁSICA FERNANDA MENDES SOARES

NÍVEL 7 ASSESSORIA DE PROJETOS NÍVEL 4 ÁREA DE TRANSPORTES

Prestação de Contas. Conselhos Tutelares de Porto Alegre Exercício 2016

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem MANUELA CAROLINE DA SILVA

Diretor técnico: Filipe Eduardo Silva de Souza (CRM: )

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima citado verificar suas condições de funcionamento.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM Disciplina de Estágio Curricular II ANA SOFIA SCHNEIDER THALITA SALVADOR DOS SANTOS

IRREGULARIDADES NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. pacientes. Falta de cálculo de dimensionamento de pessoal de

FUNCIONÁRIOS - EFETIVOS DATA DA VISITA: 27/11/2013 DATA DA VISITA: 11/12/2014. Página 1. Médico Clínico 0 0. Médico Pediatra 1 1

Envelhecimento Ativo e Saúde da Pessoa Idosa

Cadastro de Bens Patrimoniais Relação de Mobiliário - Não Baixados

PRÁ-CRESCER RELATÓRIO PRÁ-SABER DIGITAL: Informações de Interesse à Saúde Prá-Crescer Porto Alegre 2007 CGVS / SMS / PMPA

2. FUNCIONÁRIOS - CONTRATADOS POR TEMPO DETERMINADO Médico Clínico 1 Médico Pediatra 1 Médico Ginecologista 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM GABRIELA CARPIN PAGANO

Oficina de apresentação e discussão de indicadores de desenvolvimento local. Restinga, Porto Alegre RS 30/01/2015. Parte 1/3

1. FUNCIONÁRIOS - EFETIVOS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem. Simone Röhrig de Sousa. Relatório Estágio Curricular III- Serviço Hospitalar

Prefeitura Municipal de Porto Alegre / PMPA Secretaria Municipal de Saúde / SMS Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde / CGVS Equipe de

DATA DA VISITA: 04/11/2013 DATA DA VISITA: 10/10/2014 UNIDADE DE SAÚDE - MARIA ORTIZ

1. FUNCIONÁRIOS - EFETIVOS Médico Clínico Médico Pediatra Médico cirurgião geral Cirurgião Dentista Auxiliar de Saúde Bucal

Acompanhamento das Obras 2015

Equipe de Vigilância de Eventos Vitais, Doenças e Agravos Não Transmissíveis SISPRENATAL

1. FUNCIONÁRIOS - EFETIVOS: Quantidade. 2. FUNCIONÁRIOS - CONTRATADOS POR TEMPO DETERMINADO: Quantidade

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) por Regiões de Porto Alegre - RS em 2010, com ênfase na Região da Restinga

RELATÓRIO DE VISTORIA 150/2016/PE

SAÚDE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: O CASO DA RESTINGA E POSSIBILIDADES DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA URBAN HEART EM PORTO ALEGRE, RS.

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima citado verificar suas condições de funcionamento.

Hospital Materno Infantil Presidente Vargas SMS PMPA

RESOLUÇÃO N 017/2008

RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO CURRICULAR II: UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE SANTA CECÍLIA

e-sus Atenção Básica Junho, 2018

Diretor técnico: EMANUEL ROBSON MACEDO SILVA (CRM: )

Coordenadoria Geral de Atenção Primária de Saúde, Serviços Especializados Ambulatoriais e Substitutivos CGAPSES

Continuação - Parte 3/3 (final)

Saúde Noite e Dia. Programa de ações em Atenção Primária à Saúde

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima citado verificar suas condições de funcionamento.

Debate com Aline Julião, Coordenadora de gestão estratégica e Participativa.

ROTEIRO DE VISITA PARA UNIDADES HOSPITALARES. Instruções para a utilização do roteiro de visita para unidades hospitalares

Relatório Prestação de Contas Agosto 2014

Prefeitura Municipal de Dumont

RESOLUÇÃO N 032/2007. O Conselho Municipal de Assistência Social de Porto Alegre, no uso das atribuições que lhe confere a Lei Complementar n 352/95,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM ESTÁGIO CURRICULAR II CAMILA BROCHADO DA COSTA

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima citado verificar suas condições de funcionamento.

QUESTIONÁRIO SOBRE ESTRUTURA DA UBS 1. Denise Silveira, Fernando Siqueira, Elaine Tomasi, Anaclaudia Gastal Fassa, Luiz Augusto Facchini

GESTÃO DA CLINICA E A INSERÇÃO DAS UPA24H NA REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

DECRETO Nº D E C R E T A :

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM THIAGO HESSEL RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR II SERVIÇOS DA REDE BÁSICA:

EBOLA COMUNICADO N 1. prefeitura.sp.gov.br/covisa. 01 de setembro de 2014

CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE: relatório de estágio curricular

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II 10º Período. Supervisora de Estágios: Emmanuelly Nascimento Juliana Rodrigues

Diretor técnico: não souberam informar (solicitado oficialmente em termo de fiscalização)

Janaína Rodrigues de Ataíde Ilda Cecília Moreira da Silva

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE PERNAMBUCO - CRM-PE DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO

Diretor técnico: PEPE MIRANDA GUZMAN (CRM: )

Diretor técnico: AFRÂNIO JORGE COSTA MAGALHÃES (CRM: 9692)

RELATÓRIO DE VISTORIA 224/2016/PE

PARTICIPAÇÃO DA ENFERMAGEM NO PROJETO VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE/VER-SUS 1

RELATÓRIO DE VISTORIA 226/2016/PE

RELATÓRIO DE VISTORIA 225/2016/PE

RELATÓRIO DE VISTORIA 2/2015/PE

COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO DA REFORMA CURRICULAR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO HOSPITAL DE CLÍNICAS COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima citado verificar suas condições de funcionamento.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Enfermagem Estágio Curricular II Serviços da Rede Básica STEPHANI AMANDA LUKASEWICZ FERREIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA E ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ESTÁGIO CURRICULAR II

FASC/CRB Junho de 2008

RELATÓRIO DE VISTORIA 232/2016/PE

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima citado verificar suas condições de funcionamento.

RELATÓRIO DE VISTORIA 161/2015/PE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM KARLA STEFANI PIRES FLORENCIO

Bita Restinga segunda-feira, 1 de agosto de 2016 Exm Sesc Vila Jardim segunda-feira, 1 de agosto de 2016 Lest Salso Restinga quarta-feira, 3 de

RELATÓRIO DE VISTORIA 208/2018/PE

RELATÓRIO DE VISTORIA 57/2017/PE

ARTIGOS. INTEGRALIDADE: elenco de serviços oferecidos

Limpeza do Inalador. Materiais Necessários 14/08/2017. Aparelho inalador;

ANEXO ATA Nº 10 CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE. (28 de abril de 2011)

Diretor técnico: BLENIO ALVES CUSTODIO DE SOUSA (CRM: )

Diagnóstico situacional e desafios para a Atenção Primária à Saúde de Porto Alegre

RELATÓRIO DE VISTORIA 134/2017/PE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS ESCOLA DE ENFERMAGEM BRUNA GONZATTO CIBELE DOS SANTOS

Procedimentos Operacionais para Laboratório de enfermagem

HOSPITAL UNIMED. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Protocolo de Manchester

Controle de infecção em postos de saúde e clínicas ambulatoriais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM

Resultados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes VIVA/2012. Mortalidade por causas externas - acidentes e violências

UNIDADE DE SAÚDE DR. JOSÉ MOYSES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM DISCIPLINA ESTÁGIO CURRICULAR II MARIANE CASTRO DA SILVA

sistema de garantia de direitos sgd

ESTRATÉGIAS SINGULARES DE IMPLANTAÇÃO DA CADERNETA DO IDOSO NO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL - RS

Relatório de Fiscalização POLICLINICA MANOEL CALHEIROS CURADO IV Rua 02, s/n Curado IV, Jaboatão Fone:

Transcrição:

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Enfermagem Estágio Curricular II Serviços de Atenção Básica GILBERTO DE OLIVEIRA DE FERREIRA PAMELA DOS REIS RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR II DE ENFERMAGEM: Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha Porto Alegre 2012

2 GILBERTO DE OLIVEIRA DE FERREIRA PAMELA DOS REIS RELATÓRIO DO ESTÁGIO DE ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM: Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha Relatório do Estágio Curricular II do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como pré-requisito de aprovação. Professora Orientadora: Êrica Rossalba Duarte Enfermeiro Orientador: Rodrigo Geisler Mielczarski Porto Alegre 2012

3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 4 2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO... 5 2.1 Vila Gaúcha... 5 2.2 Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre... 5 2.3 Gerência Distrital Glória/Cruzeiro/Cristal... 7 2.4 Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha... 8 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM CAMPO DE ESTÁGIO... 9 3.1 Atividades assistenciais... 9 3.2 Atividades administrativas... 9 3.3 Demais Atividades... 11 4 FACILIDADES versus DIFICULDADES... 12 4.1 Facilidades... 12 4.2 Dificuldades... 12 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 14 REFERÊNCIAS... 15 APÊNDICE A - Fotos da UBS Vila Gaúcha... 16 APÊNDICE B - Rotina para higienização de máscaras de... 21 nebulização e extensores de o2 e ar comprimido

4 1 INTRODUÇÃO Este relatório aborda as vivências das práticas aplicativas do Estágio Curricular II do curso de Enfermagem, realizado pelos acadêmicos do 9º semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), desenvolvido na Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha. O estágio ocorreu no período de 26 de março à 18 de junho de 2012, com carga horária total de 315 horas, sendo as atividades realizadas de segundas às sextas-feiras, das 08h00min às 17h00min. As atividades visam inserir o aluno no campo profissional, desenvolvendo reflexões teórico-práticas da função gerencial do enfermeiro em ambientes de atenção básica à saúde. Este relatório tem como objetivo descrever o campo, as experiências e as percepções dos acadêmicos vivenciadas no estágio, no qual contemplou atividades assistenciais e administrativas. Os acadêmicos assumiram gradualmente o papel de enfermeiros da unidade, procurando inteirar-se da operatividade da equipe de saúde, para que ao final do estágio, estivessem preparados para assumirem o papel de enfermeiro e atenderem às demandas de uma unidade de atenção básica.

5 2 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO Neste capítulo será descrita a caracterização do campo de onde foram desenvolvidas as práticas do Estágio Curricular II, realizadas de 26 de março à 18 de junho de 2012. 2.1 Vila Gaúcha A formação da Vila Gaúcha, no Morro Santa Teresa, Porto Alegre teve início na década de 1970, com menos de uma dezena de famílias, oriundas do meio rural, que viram neste local a possibilidade de dias melhores com mais saúde, emprego e educação para os filhos (Fonte direta). A Vila Gaúcha hoje é caracterizada como uma ocupação urbana irregular, consolidada há mais de cinquenta anos na zona sul de Porto Alegre, com aproximadamente cinco mil moradores, localizada no morro Santa Tereza (ABRÃO, et al, 2009). A Vila Gaúcha hoje é composta por casas abastecida por água e luz provenientes de gatos (ligações irregulares), ruas e becos com lixo exposto. Ao conversar com os moradores da Vila fica claro que o problema do tráfico de drogas persiste. 2.2 Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre O organograma da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre é apresentado na Figura 1. A Coordenadoria Geral da Rede de Atenção Básica de Saúde de Porto Alegre é dividida em oito gerências: Gerência Distrital Centro; Gerência Distrital Glória Cruzeiro Cristal; Gerência Distrital Leste Nordeste; Gerência Distrital Noroeste Humaitá Navegantes Ilhas; Gerência Distrital Norte Eixo Baltazar;

6 Gerência Distrital Lomba do Pinheiro; Gerência Distrital Restinga Extremo Sul; Gerência Distrital Sul Centro-Sul (SMS/POA, 2012). Figura 1: Organograma da SMS de Porto Alegre (Fonte: SMS/POA, 2012) 2.2 Gerência Distrital Glória/Cruzeiro/Cristal 2.3 Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha

7 2.3 Gerência Distrital Glória/Cruzeiro/Cristal A gerência Glória/Cruzeiro/Cristal é formada pelos seguintes serviços de atenção básica (Fonte: SMS/POA, 2012): Centro de Saúde Vila dos Comerciários Estratégia Saúde da Família Alto Embratel Estratégia Saúde da Família Cruzeiro do Sul Estratégia Saúde da Família Divisa Estratégia Saúde da Família Graciliano Ramos Estratégia Saúde da Família Jardim Cascata Estratégia Saúde da Família Mato Grosso Estratégia Saúde da Família Nossa Senhora das Graças Estratégia Saúde da Família Nossa Senhora de Belém Estratégia Saúde da Família Orfanotrófio Estratégia Saúde da Família Osmar Freitas Estratégia Saúde da Família Rincão I e II Estratégia Saúde da Família Santa Anita Estratégia Saúde da Família Santa Tereza Estratégia Saúde da Família São Gabriel Unidade Básica de Saúde Aparício Borges Unidade Básica de Saúde Belém Velho Unidade Básica de Saúde Cristal Unidade Básica de Saúde Estrada dos Alpes Unidade Básica de Saúde Glória Unidade Básica de Saúde Primeiro de Maio Unidade Básica de Saúde Tronco Unidade Básica de Saúde Vila Cruzeiro-FASE Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha

8 2.4 Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha Em 1985 o Hospital Mãe de Deus juntou-se a Associação Comunitária de moradores da Vila Gaúcha, e com a colaboração da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente/ RS, iniciou a construção do Posto de Saúde Irmã Maria Jacomina Veronese, hoje Unidade Básica de Saúde Vila Gaúcha (UBS Vila Gaúcha) Assim, no dia 15 de agosto de 1986 ocorreu a inauguração do Posto de Saúde da Vila Gaúcha (Fonte direta). Hoje a UBS atende à comunidade da Vila Gaúcha e população do restante da área de abrangência. UBS Vila Gaúcha funciona em um pequeno espaço na Vila Gaúcha construído pela própria comunidade (Fonte direta). A UBS possui uma sala de espera para os clientes e banheiro para estes, espaço que agrega farmácia e geladeira de medicações (insulina), sala de triagem, sala de vacinas, sala de procedimentos, sala do enfermeiro, consultório médico, cozinha para funcionários, banheiro para funcionários, sala de materiais de limpeza. As fotos da UBS são apresentadas no Apêndice A. A UBS oferece: consultas em pediatria, clínica geral, puericultura, ginecologia e obstetrícia realizadas por médico da família e enfermeiro; procedimentos de enfermagem como curativos, vacinação, medicações, teste do pezinho, nebulização, dispensação de medicamentos, verificação de pressão arterial, hemoglicoteste, antropometria (Fonte direta). A equipe é formada por recursos humanos do Hospital Mãe de Deus sendo um médico da família, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e uma funcionária da higienização que trabalha apenas uma hora por dia na UBS e o restante do dia no Centro Comunitário Vila Gaúcha. Na UBS também trabalha um vigilante que é terceirizado. As consultas médicas são divididas em agendamento e fichas do dia. As consultas do agendamento destinam-se à problemas não agudos como acompanhamento de doenças crônicas, revisão de pacientes, consultas de idosos, gestantes, crianças menores de 1 ano, etc. O agendamento é realizado nas manhãs de segunda-feira. Já as fichas do dia são destinadas a doenças em fase aguda sendo marcadas diariamente no início da manhã por ordem de chegada.

9

10 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM CAMPO DE ESTÁGIO Neste capítulo, será descritos as atividades realizadas pelos acadêmicos de enfermagem no decorrer das atividades em campo do Estágio Curricular II Atenção. 3.1 Atividades assistenciais Durante esta prática disciplinar, os acadêmicos foram responsabilizando-se pelas atividades do enfermeiro na UBS. Foram realizadas diversas atividades de enfermagem como: consultas de enfermagem clínica conforme demanda espontânea do dia, consultas de enfermagem em saúde da mulher com realização de coleta de material para exame citopatológico conforme agenda do enfermeiro, curativos, nebulizações e medicações, vacinação, esterilização de materiais em autoclave, processo de desinfecção de máscaras de nebulização, triagem de enfermagem, visitas domiciliares. Foi realizada também avaliação de dinâmica uterina em gestantes que chegaram à unidade em trabalho de parto e avaliação de posição fetal e batimentos cardiofetais. 3.2 Atividades administrativas As atividades administrativas realizadas durante o estágio foram: controle e solicitação de materiais e medicamentos, relatório mensal de vacinas, encaminhamento de exames e de consultas com especialistas através do sistema AGHOS, reuniões de equipe, participação nas reuniões da gerência distrital, organização da UBS, organização de murais e informações aos funcionários e equipe de saúde.

11 Foi realizado pedido para conserto da autoclave e termômetro da geladeira de vacinas, solicitação de calibragem dos esfigmomanômetros. Na Figura 2 é apresentada a foto dos murais da sala de vacinas antes da organização pelos acadêmicos e na Figura 3 a sala de vacinas após organização. Foi formulada pelos acadêmicos a Rotina para higienização de máscaras de nebulização e extensores de o2 e ar comprimido (Apêndice B). Devido à falta de recursos humanos não conseguimos implementar totalmente a rotina na UBS. Figura 2: Murais da sala de vacinas antes da organização pelos acadêmicos (FonteDireta)

12 Figura 3: Mural da sala de vacinas após organização pelos acadêmicos (Fonte Direta) 3.3 Demais atividades A condição da Unidade no início das atividades de estágio exigiu a realização de atividades que não são diretamente competência do enfermeiro, mas que são responsabilidades deste. A situação de higiene da unidade era precária, estando as paredes sujas, materiais quebrados e em mau funcionamento, poluição visual da unidade com informações repetidas e em excesso. Na questão de higiene e limpeza, como a funcionária da higienização trabalha apenas uma hora na unidade, foi preciso que realizássemos limpeza nas paredes, armários e geladeiras, pois a unidade não estava em condições de atender necessidades de saúde em tal ambiente. Foram consertados pelos acadêmicos materiais como os dispensadores de papeis toalhas.

13 4 FACILIDADES versus DIFICULDADES No decorrer das atividades de estágio, novos desafios foram surgindo e neste processo percebeu-se algumas facilidades e dificuldades, descritas a seguir. 4.1 Facilidades Durante o estágio contamos com a colaboração da equipe da UBS para ambientação no campo e participação nas atividades. Grande parte da população aceitou nossas intervenções a atendimentos na unidade e valorizou nosso empenho em ajudá-los. O enfermeiro permitiu que realizássemos mudanças na unidade para um melhor funcionamento. A relação com o médico também foi facilitada. Este esteve sempre disposto a contribuir para o nosso crescimento como profissionais e em nosso conhecimento. 4.2 Dificuldades A falta de recursos humanos é um dos maiores problemas da UBS Vila Gaúcha. Como já mencionado a equipe de saúde da unidade conta apenas com um médico, um enfermeiro e uma técnica de enfermagem. A sobrecarga de trabalho gera estresse nos funcionários, atendimento muito rápido, técnicas incorretas de procedimentos como higienização de máscaras de nebulização pela falta de funcionários. Além disso o volume de trabalho excessivo considerando o número de funcionários dificulta o registro adequado nos prontuários e até a organização correta destes que são muitas vezes perdidos. O espaço físico também dificulta o atendimento à população. A falta de uma sala adequada para o atendimento assistencial do enfermeiro impede que se realizem exames que exigem espaço e privacidade (como coletas de material para

14 exame citopatológico). A única maca disponível para o exame ginecológico fica no consultório médico, podendo as consultas de enfermagem ginecológica serem realizadas apenas na ausência do médico. Isso resulta no atraso e não realização dos exames como seria adequado, pois apenas o enfermeiro realiza tal exame na UBS. A falta de espaço também dificulta as atividades dos acadêmicos na unidade. Em muitos momentos não podemos atender a população por falta de sala disponível. Quando chegamos à unidade a dispensação de medicamentos era realizada sem nenhuma prescrição ou receita médica. Enfrentamos primeiramente resistência da equipe para a realização do correto procedimento (dispensação mediante receita) e também da população. Com o tempo conseguimos mudar tal procedimento. A unidade encontra-se em local onde o tráfico de drogas é explícito e a violência constante. Durante o período de estágio ocorreram três brigas dentro da unidade entre moradores da Vila Gaúcha, sendo que em duas delas os agressores estavam armados. A Brigada Militar ou Guarda Municipal não pode ser chamada devido às ameaças aos trabalhadores da unidade. Mesmo com as diversas dificuldades o estágio trouxe crescimento através da aquisição de experiência.

15 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este relatório buscou descrever o campo em que foram realizadas as práticas aplicativas do Estágio Curricular II, bem como relatar as experiências vivenciadas pelos acadêmicos neste período. Conclui-se que as expectativas dos acadêmicos foram superadas, apesar do grande número de dificuldades, pelo vasto aproveitamento que se teve no que diz respeito às atividades do enfermeiro na atenção básica, principalmente no âmbito das relações interpessoais. Percebe-se o quanto a experiência agregou em termos de conhecimento e práticas de manejo à formação dos acadêmicos.

16 REFERÊNCIAS ABRÃO, et al. Limites e perspectivas da Extensão Universitária: um olhar a partir da Assessoria Jurídica Popular. Revista Captura Críptica: direito, política, atualidade: Florianópolis, v.1, n.2, 2009. SMS/POA. Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre. Organograma. Disponível em: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br/sms/>. Acesso em: 22 de jun de 2012.

APÊNDICE A Fotos da UBS Vila Gaúcha 17

18

19

20

21

22 APÊNDICE B Rotina para higienização de máscaras de nebulização e extensores de o2 e ar comprimido UBS Vila Gaúcha ROTINA PARA HIGIENIZAÇÃO DE MÁSCARAS DE NEBULIZAÇÃO E EXTENSORES DE O2 E AR COMPRIMIDO Método: desinfecção de nível intermediário Solução: Hipoclorito de Sódio 1% Tempo de imersão: 10 minutos Modo de uso: 1 Realizar a limpeza do material com água e sabão com o auxílio de esponja e escova. Injetar solução de água e sabão na luz dos extensores com ajuda de uma seringa de 20ml; 2 Enxaguar o material em água corrente (usando-se o mesmo processo anterior na luz dos extensores); 3 Manter o material imerso em Hipoclorito de Sódio 1% por 10 minutos em recipiente plástico fechado e opaco (preencher os extensores com a solução); 4 Após o tempo adequado, enxaguar rigorosamente o material em água corrente; 5 Após a secagem o material está pronto para o uso e deve ser armazenado em recipiente plástico fechado e seco. Cuidados: Usar EPI; A solução de hipoclorito deve ser trocada a cada 24 horas. Fonte: Secretaria Municipal da Saúde de Porto alegre. Manual de biossegurança para serviços de saúde. Porto Alegre, 2003.