23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental



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Transcrição:

VI-023 ESTUDO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO ESTUÁRIO DO PARQUE NACIONAL DO SUPERAGÜÍ Weliton de Oliveira Machado Engenheiro Químico, pela Associação de Ensino da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Técnico do Laboratório de Análise e Tratamento de Resíduos Químicos da Associação de Ensino de Ribeirão Preto (UNAERP), Professor do Curso Técnico em Química da Associação de Ensino de Ribeirão Preto (AERP) SP, Brasil, Mestre em Tecnologia Ambiental pela Universidade da Associação de Ensino de Ribeirão Preto (UNAERP) SP, Brasil. Maristela Silva Martinez (1) Bacharel e Licenciada em Química pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, mestre e Doutora em Ciências- Química pelo Instituto de Química de São Carlos, USP. Professora da Universidade da Associação de Ensino de Ribeirão Preto (UNAERP) SP, Brasil. Cristina Filomena Pereira Rosa Paschoalato Engenheira Química, Mestre e Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP). Professora da Universidade da Associação de Ensino de Ribeirão Preto (UNAERP) SP, Brasil. Joaquim Ozório Manoel de Souza Pinto Licenciado em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, USP. Professor de Biologia na Faculdade de Filosofia de Bebedouro (FAFIBE) e na Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo, Mestre em Tecnologia Ambiental pela Universidade da Associação de Ensino de Ribeirão Preto (UNAERP) SP, Brasil. Endereço (1) : Rua Angico, 507 Jardim Recreio- Ribeirão Preto- SP CEP: 14040-240 Tel: (16) 6308225 e- mail: mmartine@unaerp.br ou maristela_martin@uol.com. RESUMO O PN do Superagüi possui área total de 33.988 ha e compõe a Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba com 3.134 km 2. O estado de conservação dos sistemas aquáticos e ecossistemas ao redor são os principais atributos ambientais desta região. As ilhas de Superagüi e Peças são habitadas por aproximadamente 1200 pessoas, distribuídas em doze comunidades, que se dedicam primordialmente à pesca artesanal. A região possuí o menor índice de desenvolvimento do país. Diante deste quadro, o Instituto de Pesquisas Ecológicas IPÊ,, desenvolveu um projeto para melhoria da qualidade de vida dos pescadores da região, implantando no local fazendas marinhas para a criação de ostra, mexilhão e camarão. Dentro deste projeto observou-se a necessidade de avaliar o grau de impacto que as atividades antrópicas já haviam provocado no estuário. Com isso o objetivo deste trabalho é o estudo da qualidade da água do estuário em diversos pontos. Foram determinados 10 pontos de coleta ao redor das ilhas de Peças e Superagüi. A metodologia envolveu a coleta de dados de profundidade de cada ponto de amostragem, dados de pluviometria e índice de maré, além da determinação de diversos parâmetros físico-químicos e microbiológicos, que contribuiram para a verificação do padrão da qualidade da água do estuário. No desenvolvimento deste trabalho observou-se a influência das marés e das atividades antrópicas no local, verificando alguns índices fora dos padrões estabelecidos para águas salinas enquadradas como classe 1, conforme resolução n 357/05 do CONAMA. Verificamos que já houve contaminação e vemos a necessidade do monitoramento constante dos parâmetros avaliados, além da complementação através da coleta de dados da característica química do sedimento de cada ponto coletado. PALAVRAS-CHAVE: Parque Nacional, Qualidade da água, CONAMA n 357/05, Guaraqueçaba, Paraná, Monitoramento. INTRODUÇÃO O Parque Nacional do Superagüi (PN de Superagüi), criado em 25 de abril de 1989, pertence ao Município de Guaraqueçaba, e está inserido na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba (criada em 31 de janeiro de 1985), que vem a ser detentora das maiores porcentagens de cobertura florestal do Estado do Paraná, considerada como um dos cinco ecossistemas costeiros mais notáveis do globo terrestre (RODERJAN & KUNIYOSHI, 1988). A criação desta Unidade de Conservação tem como objetivo a proteção de amostras de ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

ecossistemas como: Floresta Atlântica, restinga, manguezais, praias e dunas. O PN do Superagüi faz parte do domínio da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), sendo considerada a terceira floresta tropical mais ameaçada depois das Florestas da Nova Caledônia, na Oceania, e Madagascar, na África (PRIMACK, 1993 apud LIMA, 1996). Em 1991, toda a região de Guaraqueçaba, incluindo as ilhas das Peças e Superagüi, foi abrangida pela Reserva da Biosfera Vale do Ribeira Serra da Graciosa e recentemente, em 1999, o Parque Nacional de Superagüi foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade. O principal objetivo da criação do PNS foi assegurar a proteção de uma das últimas áreas representativas de Floresta Ombrófila Densa (Floresta Pluvial Atlântica), assim como das espécies ameaçadas de extinção, dos sítios arqueológicos, do complexo estuarino da Baía de Paranaguá, ecossistemas associados e das comunidades localizadas na região. O PNS é formado por quatro ilhas; Peças; Superagüi; Pinheiro e Pinheirinho e uma porção continental, que abrange o vale do Rio dos Patos. As ilhas de Superagüi e Peças possuem aproximadamente 1200 habitantes distribuídos em doze comunidades que se dedicam primordialmente à pesca artesanal. Destas comunidades, cinco pertencem a Ilha de Peças, denominando-se: Ponta das Peças, Guapicum, Tibicanga, Laranjeiras e Bertioga. As outras sete comunidades pertencem à Ilha do Superagüi, denominam-se: Barra do Superagüi, Colônia do Superagüi, Barbados, Canudal, Fátima, Ararapira e Vila do Ararapira. Apesar da riqueza natural, Guaraqueçaba é uma das regiões mais pobres do Paraná, com uma econômia de pequeno crescimento e baixos níveis de qualidade de vida, marcada por uma série de problemas de gestão, desenvolvimento e conservação, levando as comunidades locais a buscarem alternativas não sustentáveis e algumas vezes ilegais para suprir necessidades básicas, tais como: pesca predatória, caça, extração de palmito e desmatamento, retirada de areia, plantas ornamentais e venda de animais silvestres. Diante deste preocupante quadro social e ambiental, o projeto desenvolvido pela Organização não Governamental Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) que tem como título Manejo de Pesca, Maricultura e Turismo Responsável, como alternativas sustentáveis para as comunidades do entorno do Parque Nacional do Superagüi Guaraqueçaba/PR propôs a instalação de fazendas marinhas para o cultivo de ostra, mexilhão e camarão. Estes organismos têm ação metabólica de filtração e bioacumulação de substâncias, sendo de fundamental importância a avaliação da qualidade da água do estuário. Além disso, em regiões afetadas pelas condições costeiras, como as marés, os fenômenos de autodepuração e diluição de poluentes nos corpos d água chamam a atenção para o desenvolvimento de estudos que visam a avaliação da qualidade da água existente no local, buscando desta forma localizar os possíveis focos e contaminação existente proveniente das atividades antrópicas locais. Diante desta realidade, atualmente várias comunidades que utilizam este recurso para sua sobrevivência procuram novas orientações no sentido de educação ambiental visando uma melhoria na qualidade de vida do habitat como um todo. Dentro deste contexto o presente trabalho vem realizar o monitoramento de alguns parâmetros físico-químicos e microbiológicos para avaliar a qualidade das águas em torno das ilhas de Peças e Superagüi. MATERIAIS E MÉTODOS Inicialmente realizou-se um levantamento de dados regionais para identificar os locais de possível contaminação gerada pela disposição de esgoto in natura, e pela atividade portuária existente na Baia de Paranaguá, sendo o porto ali situado responsável por grande fluxo de navios nesta região. Foram contempladas também regiões onde serão im,plantadas fazendas marinhas para criação de crustáceos. Os pontos de coleta escolhidos foram Superagüí I, Superagüí II, Betioga, Entrada Varredouro, Tibicanga, Guapicum, Laranjeiras, Peças I, Peças II e Baia de Paranaguá. A figura 01 mostra a vista aérea do local e os pontos de coleta. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

BRASIL Guaraqueçaba N 25 15' Ilha de Superagüi CORRENTES MARITIMAS NORDESTE 25 20' Baía de Antonina PORTO PARANAGUÁ Mangue Ilha das Baía das Peças Laranjeiras Baía de Paranaguá 6 Paranaguá Ilha do Mel 2 3 Pontal do Sul CORRENTES MARITIMAS SUDESTE 2 0 20 km 25 25' Oceano Atlântico Superagüí I 25 30' Superagüí II Bertioga Ent. Varadouro 25 35' Tibicanga Guapicum ROTA DE NAVIOS Laranjeiras Peças I 25 40' Peças II 6 Baia Paranaguá 48 40' 48 30' 48 20' 48 10' 48 00' Figura 01: Vista aérea regional do Litoral Sul do Paraná. A profundidade de cada ponto foi determinada com um sistema mecânico e a amostragem utilizou um sistema contendo escala métrica para controlar a profundidade de coleta. Foram realizados levantamentos dos dados de pluviometria, índice de marés e temperatura nos períodos de estudo, sendo estes dados fornecidos pela Diretoria de Hidrografia e Navegação. O projeto teve inicio no mês de novembro de 2003 e o monitoramento foi realizado por 12 meses. Inicialmente foram preparados os reagentes (Grau Analítico) e frascos de coleta para a determinação de oxigênio dissolvido e microbiologia para posterior coleta em campo. Para o exame microbiológico utilizou o método de membrana filtrante. Para análises físico-químicas foram utilizados frascos de garrafas PET de 2.000 ml devidamente lavadas e secas. As amostras coletadas foram acondicionadas em caixas térmicas com placas de gelo para preservação e encaminhadas para o laboratório (LRH-UNAERP) dentro de um prazo de 24 horas para realização das análises. Os parâmetros avaliados foram: potencial hidrogênionico (ph), condutividade elétrica, oxigênio dissolvido (OD), demanda química de oxigênio (DQO), fosfato, cromo, cádmio, mercúrio e colimetria, a metodologia adotada segue a APHA (1998). Para a determinação de Demanda Química de Oxigênio (DQO), utilizou um reator de bancanda para digestão das amostras e para a leitura espectrofotométrica o DR2000 da HACH. Para a determinação do fosfato foram utilizados métodos de espectrofotométria, utilizando o equipamento DR2000 da HACH. Para a determinação de concentração dos metais cromo, cádmio e mercúrio foi utilizado o equipamento de absorção atômica AAnalist 100 da Perkim Elmer, sendo que para o cromo e o cádmio utilizou o método chama e para a determinação do mercúrio utilizou-se o gerador de hidreto. Todas as análises químicas realizadas tiveram de inicio como referência a Resolução CONAMA nº 20 (1986), e posteriormente nova Resoluçãon 357/05 do CONAMA. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

RESULTADOS e DISCUSSÕES Em regiões estuarinas temos faixas de transição onde há a troca de material químico e bioquímico, beneficiando toda a fauna e flora do ecossistema local. Com isso torna-se necessário a coleta de dados de profundidade de cada ponto de coleta, pois neste estudo optou por coletar estes dados na média da profundidade de cada ponto de coleta, buscando uma maior representabilidade do material lançado neste sistema. A tabela 01 apresenta os dados de profundidade dos pontos de coleta e da amostragem obtidos durante a realização deste estudo. Tabela 1: Identificação, profundidades total e de amostragem de cada ponto PONTOS LOCAL PROFUNDIDADE ( m ) PROFUNDIDADE DE AMOSTRAGEM ( m ) 1 Superagüi I 16,00 8,00 2 Superagüi II 14,00 7,00 3 Bertioga 4,00 2,00 4 Entrada Varedouro 7,00 3,50 5 Tibicanga 4,00 2,00 6 Guapicum 1,30 0,65 7 Laranjeiras 1,40 0,70 8 Peças I 2,00 1,00 9 Peças II 5,00 2,50 10 Baia Paranaguá 20,00 10,00 A coleta iniciou em novembro 2003, sendo este período do inicio das chuvas nesta região. Alguns dos pontos estabelecidos para a coleta são pontos de possível representabilidade de contaminação de esgoto, por tratar-se de pontos onde há uma maior concentração de pessoas, principalmente no período de alta temporada. A tabela 02 mostra a média da maré e temperatura nos meses de estudo. Tabela 02: Dados de maré Colhidos na Barra do Porto de Paranaguá - Canal da Galheta (Estado Do Paraná) Mês Média da Maré ( m ) Média Temperatur a ( C) Novembro/200 0,9 29,2 3Janeiro/2004 0,5 25,5 Fevereiro/2004 0,7 25,0 Março/2004 0,6 25,5 Abril/2004 0,2 20,8 Maio/2004 0,5 28,9 Junho/2004 0,2 17,7 Julho/2004 0,4 28,2 Agisto/2004 0,9 29,9 Setembro/2004 0,5 31,2 Outubro/2004 0,8 29,5 Novembro/200 4 0,9 29,3 Podemos observar que nos meses de coleta de abril, junho e julho a maré ficou abaixo de 0,5 m fator este explicado pelas correntes marítimas oriundas do sudeste da costa brasileira. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4

Para avaliar a influência das chuvas e visando conhecer a quantidade de água doce que é lançada no estuário durante este período coletou-se os dados pluviométricos do local em estudo, obtendo os índices mostrados na figua 03. Indice Pluviometrico (mm) 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 11.03 01.04 02.04 03.04 04.04 05.04 06.04 07.04 08.04 09.04 10.04 11.04 12.04 Período de estudo Figura 03: Dados de Pluviometria nos períodos que foram realizadas as coletas para desenvolvimento em estudo. Estes dados de índice pluviométrico são importantes na implantação de aqüicultura, pois contribuem no processo de descarga de material particulado orgânico e inorgânico lançado dentro do estuário, gerando desta forma uma maior produtividade em algumas culturas. A finalidade da coleta de dados pluviométricos está relacionada à alimentação do estuário por águas oriundas do continente, levando consigo material particulado da costa, que pode influenciar nos resultados finais de alguns parâmetros contemplados neste trabalho, tais como: fosfato, material particulado (sólidos totais), metais e DQO. Observamos que os meses de junho a setembro apresentaram os menores índices de chuva na região devido ao período de seca. As tabelas 03 e 04 mostram os dados coletados durante os meses de janeiro e julho respectivamente, para compararmos os resultados obtidos nos períodos de chuva e seca. Tabela 03: Monitoramento Referente ao mês de janeiro de 2003 do Estudo Costeiro do Parque Nacional do Superagüi Paraná Parâmetros Unidades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 PH Admensional 8,06 8,05 7,82 7,62 7,61 7,39 7,17 7,35 7,70 7,81 Condutividade m S / cm 11,27 11,24 10,68 9,93 9,60 8,62 8,10 9,66 10,40 10,07 Turbidez NTU 2,65 3,39 4,23 4,41 8,44 29,1 11,3 10,7 44,5 23,9 * O.D mg / L 7,29 6,12 6,11 5,74 5,44 5,36 3,87 3,66 4,88 7,12 Nitrato mg / L 0,622 0,669 0,857 0,939 0,998 1,058 1,166 1,214 0,725 0,695 Fosfato Sol. mg / L <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,039 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 Fosfato Total mg / L <0,001 <0,001 0,028 0,178 0,045 <0,001 0,010 <0,001 <0,001 0,384 * S.T.F mg / L 294 292 271 236 199 191 205 256 425 262 DQO mg / L 665 622 450 423 316 384 350 384 445 490 METAIS Cromo mg / L 0,077 0,070 0,063 0,040 0,045 0,032 0,044 0,054 0,197 0,062 Cádmio mg / L 0,038 0,049 0,038 0,044 0,039 0,032 0,031 0,036 0,045 0,041 Mercúrio mg / L <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,002 <0,0001 Zinco mg / L 0,095 0,131 0,106 0,140 0,094 0,095 0,106 0,103 0,527 0,083 Colimetria Unidades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Coli total UFC/100ml 2 <1 <1 <1 3 <1 4 <1 <1 2 Coli fecal UFC/100ml 1 <1 <1 <1 1 <1 2 <1 <1 <1 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5

Tabela 04: Monitoramento referente ao mês de julho de 2004 do Estudo Costeiro do Parque Nacional do Superagüí - Paraná Parâmetros Unidades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ph Admensional 7,11 7,39 7,75 7,1 6,95 7,32 6,84 7,04 7,1 6,89 Condutividade m S / cm 12,01 9,89 9,88 9,97 9,82 10,18 9,96 9,79 9,93 10,21 Turbidez NTU 10,2 13,75 5,81 4,02 6,1 6,59 7,21 6,08 6,05 11,03 * O.D mg / L 7,1 6,5 6,8 6,9 6,8 7,1 6,2 7,1 6,9 7,3 Nitrato mg / L 0,599 0,738 0,895 0,801 0,996 1,003 0,631 0,307 0,859 0,72 Fosfato Sol. mg / L 0,004 <0,001 0,001 0,006 0,004 0,005 <0,001 0,006 0,009 0,006 Fosfato Total mg / L 0,007 0,003 0,005 0,011 0,009 0,012 0,008 0,01 0,022 0,014 * S.T.F mg / L 201 200 209 203 198 186 185 190 179 264 DQO mg / L 739 785 796 709 510 488 423 691 837 820 Sulfato mg / L 2190 2004 1993 1655 1469 1603 1790 1871 1807 1933 METAIS Cromo mg / L 0,063 0,06 0,51 0,049 0,052 0,044 0,051 0,059 0,048 0,055 Cádmio mg / L 0,045 0,048 0,05 0,042 0,039 0,044 0,041 0,038 0,037 0,043 Mercúrio mg / L 0,0003 0,0001 0,0002 0,0004 0,0002 <0,0001 0,0001 <0,0001 0,0003 <0,0001 Zinco mg / L 0,038 0,043 0,06 0,048 0,062 0,051 0,05 0,069 0,067 0,072 Colimetria Unidades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Coli total UFC/100ml 4 1 1 2 7 1 6 <1 <1 3 Coli fecal UFC/100ml 1 <1 <1 <1 3 <1 2 <1 <1 1 De acordo com a Resolução n 274/00 e a Resolução n 357/05 do CONAMA, os coliformes termotolerantes não podem exceder 43 UFC/100mL, e o percentil de 90% não deverá ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100 mililitros. Os valores encontrados para o grupo coliformes foram no máximo de 13 UFC/100 ml no ponto 7, e 08 UFC/100 ml no ponto 05. Para o grupo de Coliformes fecais, o maior valor obtido foi de 08 UFC/100mL no ponto 07. Com isso determinamos que a área apresenta-se dentro dos limites permitidos segundo as resoluções citadas para este parâmetro. Observamos em todos os pontos valores menores na condutividade elétrica no mês de abril. Valores acima de 11 ms/cm são encontrados somente no ponto 1 nos meses de junho, julho e agosto de 2004. Este ponto se localiza na entrada do canal que divisa as ilhas de Peças e Superagüí, local onde temos a entrada e saída das correntes marítimas, fato que pode ser explicado pelas correntes marítimas oriundas do sudeste, demonstrando o inicio do inverno no território brasileiro. Isso ocorre porque estas correntes encontram um obstáculo físico que é a Ilha do Mel, fator que contribui para que haja um menor fluxo de águas salgadas a entrarem nos pontos que circundam a Ilha de Superagüí e Peças.Desta forma faz-se necessário o monitoramento deste parâmetro que vem auxiliar para a caracterização do estuário do PN de Superagüi. A figura 04 mostra os dados de oxigênio dissolvido coletados durante a realização deste trabalho. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6

Oxigênio Dissolvido (mg/l O 2 ) 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 6,0 mg/l de O 2 CONAMA 357/2005 Pontos de Coleta 11.03 02.04 04.04 06.04 08.04 10.04 11.04 Figura 04: Dados de Oxigênio Dissolvido durante o período em estudo nos meses de novembro de 2003, fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e novembro de 2004. Podemos observar que os valores encontrados na maioria dos casos apresentam-se dentro dos limites permitidos, ou seja, superior a 6,0 mg/l de O 2, conforme CONAMA n 357/2005, sendo que nos meses de fevereiro e abril nos pontos 8 e 9, obteve-se valores menores do que é recomendado, demonstrando desta forma o indicio de poluição difusa que pode ter sido gerado pela maior concentração de esgoto in natura lançado neste pontos. O monitoramento da concentração nas diferentes formas (Nitrito, Nitrato, Amoniacal) é de total importância nos meios aquáticos, pois é através destes parâmetros que verificamos o tempo de contato da poluição (matéria orgânica) com o meio aquático. Outro motivo que leva o monitoramento deste parâmetro, é a periculosidade que as altas concentrações de nitrito e nitrato podem causas para a fauna, flora e para o homem. Do ponto de vista sanitário, altas concentrações de nitratos podem provocar metahemoglobinemia, uma alteração na hemoglobina que pode provocar sintomas semelhantes à asfixia. http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pvol2.html Uma observação importante é a redução da concentração permitida para nitrato, que passou de 10 mg/l (CONAMA 20/86) para 0,40 mg/l segundo a resolução CONAMA 357/05. Com isso praticamente todos os pontos, que antes estavam dentro do valor indicado ficaram em desacordo. É necessário avaliar este novo valor, uma vez que em água salinas a quantidade de sais pode levar a um aumento neste parâmetro. O fosfato é um nutriente mineral importante para o desenvolvimento de várias espécies aquáticas, principalmente os filtradores tais como ostra, mexilhão e camarão, culturas estas mantidas pelas comunidades de pescadores do PN Superagüí. De acordo com a Resolução CONAMA n 357/2005, o valor limite é de 0,031 mg/l P para polifosfatos. No mês de janeiro de 2004, no ponto 5, obteve-se a maior concentração deste complexo, indicando desta forma a influência do material particulado oriundo da região de mangue, e do continente provavelmente arrastados pelas chuvas. Este fato também é observado nos pontos 04 Entrada Varradouro, 06 Guapicum, 07 Laranjeiras e 08 Peças I. CONCLUSÕES Com base no trabalho realizado, concluiu-se que: Foram detectadas algumas variações nas concentrações de alguns parâmetros durante os períodos de final de inverno (agosto/setembro) e meio da primavera (outubro/novembro), período este que se inicia a chuva na região, influenciando diretamente nos resultados de DQO, OD, Sólidos Totais, Turbidez e Condutividade. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7

Em relação aos coliformes, as águas estão em conformidade com a Resolução n 274/00, e n 357/05 do CONAMA para o cultivo de moluscos bivalvos. Observou-se dois pontos de poluição pontual na coleta de dados de fosfato nos pontos 5 e 10 no mês de janeiro de 2004. Este processo pode ter sido ocasionado pela intensa atividade turística que ocorre na região além da contribuição das chuvas que trazem consigo uma alta taxa de matéria orgânica oriunda do continente. As correntes marítimas dentro do complexo estuarino mostrou-se clara, beneficiando o meio aquático com a troca de material bioquímico trazido do oceano, sendo este material essencial para a manutenção da biota aquática, contribuindo desta forma para o desenvolvimento das espécies cultivadas pelas colônias de pescadores. As elevadas concentrações de metais, entre eles o mercúrio, mostra que o estuário está sendo afetado pelas atividades antrópicas ali desenvolvidas. Com este estudo conclui-se que o estuário atualmente está em desacordo com a classe 1 para águas salinas conforme recomendado pela Resolução CONAMA n 357/2005, demonstrando desta forma a necessidade do desenvolvimento de ações que poderão minimizar o impacto gerado pelas atividades antrópicas desenvolvidas na região. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. APHA AWWA, 1998. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 20 th edition. Washington, USA. 2. Norma CETESB - L. 5.153 - Determinação de Oxigênio dissolvido em águas. Método de Winkler modificado pela azida sódica. 3. BRASIL. LEIS ETC. Resolução do CONAMA n o. 20, de 18 de junho de 1986. 4. RODERJAN, C. V. & KUNIYOSHI, Y. S., Macrozoneamento Florístico da Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba: APA Guaraqueçaba. FUPEF, Série técnica n 15, Curitiba, PR, 1988. 5. http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pvol2.html - Data: 31/03/2005-13:45 h ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 8