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Transcrição:

Workshop de Fotografia Funcionamento de uma máquina fotográfica O princípio da fotografia reside na captação de uma imagem através da luz. Este princípio foi pela primeira vez utilizado no século XV, através do que se denominou camara escura. Esta funcionava numa câmara ou quarto, mantido em escuridão, no qual entrava luz através de um pequeno orifício. Verificava-se então que a luz ao projectar-se na parede oposta ao orifício formava uma imagem (invertida) do que estava no exterior. Só no século XIX é que este sistema foi explorado, de maneira a criar uma fotografia, sendo que o seu princípio consistiu em captar uma imagem através da projecção da luz numa superfície fotossensível. Para esse efeito construi-se uma câmara na qual entrava luz através de um orifício durante o tempo suficiente a formar-se uma imagem em negativo. A adopção de lentes ópticas permitiu a variação do tamanho do orifício (abertura), da mesma forma que se

passou a controlar a quantidade de tempo da exposição da superfície fotossensível à luz (velocidade de obturação). Assim, os princípios da fotografia resumam-se à formação de uma imagem através de: - Um orifício de tamanho variável que permite a entrada de luz (abertura) - O tempo suficiente para que a luz forme a imagem (velocidade) Há ainda que ter em consideração: - A distância entre o orifício e o material fotossensível (distância focal). - A sensibilidade à luz do material fotossensível. A Máquina Fotográfica A máquina fotográfica é composta essencialmente por um corpo e uma lente ou objetiva (nas máquinas compactas corpo e objetiva são um só).

O Corpo No corpo da máquina centram-se as funções essenciais desta, a par de definir a distância focal (distância entre a abertura da máquina e o local de registo da imagem. Designa-se por F:). As funções essenciais da máquina permitem-nos estabelecer: 1 A velocidade de obturação A velocidade de obturação permite-nos determinar quanto tempo o material fotossensível está exposto à luz. Está calculado em centésimos de segundo. A escala é a seguinte começando da menor velocidade para a maior 1s, 1/3s, 1/6s, 1/15s, 1/30s, 1/60s, 1/125s, 1/250s, 1/500s, ou 1/1000s (algumas máquinas apresentam outros valores relativamente semelhantes como 1/50, 1/100, 1/200, 1/400, 1/800, etc.). Quanto maior for a velocidade menor é a quantidade de luz recebida. Cuidados a ter: com velocidades muito lentas a imagem corre o risco de ficar tremida ou arrastada. Neste ultimo caso pode obter-se efeitos muito interessantes quando se pretende percepcionar o movimento de determinados objetos. 2 A abertura da lente/objetiva (nas máquinas analógicas esta é feita na lente). A abertura determina a quantidade de luz que o material fotossensível vai receber e é designada por f: A escala é a seguinte, variando da abertura mais pequena para a maior: 22, 16, 11, 8, 5,6, 4, 2,8. Quanto maior for a abertura maior a quantidade de luz recebida. Cuidados a ter: As aberturas maiores permitem-nos tirar fotografias em interiores sem flash mas a tendência é a de ficarem amareladas. As aberturas mais pequenas permitem-nos obter cores mais saturadas e vivas. Conforme a abertura varia também a profundidade de campo (distancia em que os objetos ficam mais ou menos definidos). Com aberturas muito grandes a profundidade de campo diminui e com aberturas pequenas regista-se o inverso. Isto permite-nos fazer vários tipos de efeitos consoante queremos isolar um objecto em relação ao fundo ou então mostrar o que está para trás.

Imagem 1: aspecto das diversas aberturas 3 A sensibilidade do material fotossensível A designação pela qual se classifica a sensibilidade é a de Iso ou Asa. O material fotossensível varia entre o menos sensível, 25 ISO/Asa até ao mais sensível 3200 ISO/ASA. A escala de sensibilidade é a seguinte: 25, 50, 100, 200, 400, 800, 1600, 3200. Quanto mais sensível o material é à luz mais possibilidades de registo tem. Por outro lado essa maior sensibilidade cria mais ruido ou grão. Cuidados a ter: aumentar a sensibilidade permite-nos ganhar em tempo de exposição o que permite não utilizar o flash. No entanto como já referimos aumenta o grão da imagem A Lente ou Objetiva A lente determina o nosso campo de visão. Existem lentes cujo campo de visão é muito amplo (grande angular) e outras com o campo de visão mais restrito (pequenas angulares ou tele objetivas). Estão determinadas em mm e variam entre os 28mm, as 35mm, 50mm, 70mm, 300mm, etc.. Existem ainda lentes que variam a sua amplitude, nomeadamente as 35/70, 70/210, etc. Estas lentes permitem mais variações que uma lente fixa. Conforme o tipo de lente, varia também o tipo de abertura que é permitido. Assim lentes de grande amplitude permitem maiores aberturas enquanto as grandes objetivas têm aberturas mais pequenas. Como podemos ver, para se tirar uma fotografia temos que ter em consideração 3 elementos: sensibilidade, abertura e tempo de

exposição ou velocidade. No caso da sensibilidade, esta está estandardizada em 100Asa para a maioria das máquinas automáticas ou compactas. Só em casos específicos é que se utilizam outras sensibilidades (fotografar em interiores, grandes objectivas, etc.). Assim podemos resumir a nossa equação à abertura e à velocidade. Estabelecer prioridades: Tendo em consideração a equação anterior há pois a necessidade de estabelecer prioridades. Para resolver este ponto utiliza-se o fotómetro da máquina que nos diz qual a velocidade para determinada abertura ou o inverso. Variando um dos elementos da equação ele ajusta automaticamente o outro. Como saber: No caso de utilizar a máquina em modo Manual, necessitamos de saber à priori quais os valores a introduzir. A imagem abaixo reproduz um fotómetro tipo que costumava acompanhar os rolos fotográficos. Imagem 2: fotómetro de papel. Neste caso a velocidade está determinada em 1/100 e a sensibilidade em 100 ISO Regra geral: ao trabalharmos manualmente, a prioridade vai para a abertura (só se dá prioridade à velocidade para temas em movimento). Tendo em consideração o fotómetro em cima podemos concluir que as aberturas maiores (2; 2,8; 4; 5,6) são próprias para ambientes com pouca luz, em sombra ou interiores. As aberturas mais pequenas (22, 16, 11, 8) são próprias para ambientes com mais luz ou para exteriores.

Não podemos esquecer que conforme varia a abertura varia a velocidade. Assim vejamos: Abertura 5,6/Vel. 250 - Abertura 8/Vel. 125, etc. O fotómetro da máquina permite ainda, ao variar a abertura, indicar qual a velocidade a introduzir. Por vezes essa variação está registada no visor com - ou +. Dadas estas considerações podes agora estabelecer manualmente os valores a introduzir na tua máquina conforme os objectos ou temas que queres fotografar. Gândara dos Olivais 10 de Junho de 2015 Prof. João Barreira