DA RESPOSTA DO RÉU DISPOSIÇÕES GERAIS Uma vez efetuada a citação válida, a relação jurídica processual está completa, surgindo o ônus do réu de oferecer a defesa contra fatos e direitos sustentados pelo o autor da inicial. Como se sabe, resposta é uma reação a um estímulo externo, não estando o réu obrigado, já que lhe é facultado, conforme art. 269 do CPC. Entretanto, a ausência no caso de contestação a pretensão do autor importa na aplicação dos efeitos decorrentes da revelia. O CPC prevê três espécies distintas de defesa, quais sejam, a contestação, a reconvenção e a exceção. No rito ordinário a resposta do réu será efetivada no prazo de 15 dias, contados a partir já juntada do mandado de citação aos autos, sempre em forma escrita e petições autônomas, aplicando se aqui as regras do art. 188 (prazo quádruplo para a fazenda pública e MP) e do art. 191 (dobro para litisconsortes com advogados diferentes). No rito sumário só são possíveis a contestação, com eventual pedido contraposto, e a exceção. A resposta poderá ser formulada por escrito ou oralmente em audiência de tentativa de conciliação, sendo juntado o mandado de citação dez dias antes da audiência aos autos, a fim de possibilitar o prazo razoável para formulação de defesa. ESPÉCIES Contestação (Art. 300 a 303 do CPC); Reconvenção (Art. 315 a 318 do CPC); Exceção (Art. 304 a 314 do CPC). CONTESTAÇÃO É o ato através do qual o réu apresenta a parte essencial da sua defesa. O réu apresenta suas defesas processuais (como por exemplo, uma alegação de carência da ação, ou qualquer outra questão preliminar art. 301), além das defesas de mérito. Estas, por sua vez, podem ser diretas ou indiretas.
Chama-se defesa Direta de mérito a negação do fato constitutivo do direito do autor; assim, por exemplo, numa ação de cobrança de dívida de contrato mútuo, a defesa consistirá em se negar a celebração do contrato de empréstimo. A defesa Indireta consiste na alegação de fato extintivo (prescrição), impeditivo (incapacidade do agente) ou modificativo (pagamento parcial) do direito do autor. Toda a matéria de defesa deve ser alegada na contestação, tanto as matérias de fato como as de direito. Deve ser observado o princípio da eventualidade, que significa que todas as alegações da parte devem ser produzidas de uma só vez, na primeira oportunidade que ele tenha para se manifestar, ainda que contraditórias entre si. As alegações contraditórias entre si, devem ser formuladas ambas na contestação, sob pena de perder a faculdade de arguir. Além disso, o réu deve atender ao ônus da impugnação especificada nos fatos (art. 302 do CPC), que significa que o réu tem o ônus de impugnar cada um dos fatos alegados pelo autor, de forma específica e precisa, sendo certo que o fato narrado pelo autor na inicial e não impugnado pelo réu na contestação se presume verdadeiro. Obs.: Contestar por negação geral é o mesmo que não contestar. REVELIA (ART. 319 A 322, CPC) Pode ser conceituada como ausência de contestação na forma e prazos legais. Em outros termos, sendo citado o réu, e deixando este de oferecer contestação dentro do prazo e com observância das formalidades legais, será considerado revel, ocorrendo assim o fenômeno da revelia. Obs.: Não se pode confundir com a ausência de resposta, pois nada impede que deixe de contestar e ofereça outras formas de resposta, como a reconvenção. Efeitos Material: Efeito de gerar a presunção relativa de veracidade das alegações sobre os fatos alegados, que, por conseguinte, pode ser ilidida por prova em contrário. No direito brasileiro o revel pode intervir no processo a qualquer tempo, recebendo-o no estado em que se encontra. Processual: O primeiro é o julgamento antecipado da lide ; o segundo é que os prazos correrão sem que este seja intimado dos atos e termos do processo.
RECONVENÇÃO A reconvenção não é uma modalidade de defesa, e sim um contra-ataque. Trata-se em verdade de uma demanda autônoma, oferecida pelo réu em face do autor, porém não faz nascer um novo processo. Pode se assim, definir a reconvenção como a ação proposta pelo réu em face do autor, aproveitando-se do mesmo processo. Por ser uma demanda autônoma, o réu deve ser tratado aqui como demandante (réu-reconvinte), e o autor como demandado (autor-reconvindo). O processo é único e nele contém a demanda original e demanda reconvencional; tal processo terá assim, seu objeto mais alargado, eis que uma nova pretensão será manifestada por aquele que originalmente ocupava a posição de réu, mas que agora assume uma posição ativa, como reconvinte. A afirmação de ser um único processo é de extrema relevância, pois assim não haverá possibilidade de defesa de posição diversa da que afirma que o ato judicial de indeferimento liminar da reconvenção não põe em termo ao módulo processual (que continuará a existir para que se julgue a demanda principal), não sendo, pois, sentença, e sim decisão interlocutória, o que faz com que o recurso cabível seja o agravo e não apelação. Requisitos Que o juízo da causa principal não seja absolutamente incompetente para á causa apreciar a demanda reconvencional (art. 109 do CPC); A admissão da reconvenção demanda que o juízo da ação principal seja detentor de competência para sua análise. Haver compatibilidade entre os procedimentos aplicáveis da causa principal e à reconvenção; A reconvenção só pode ser oferecida quando seguir o mesmo rito da ação principal. Estar pendente o processo da causa principal; Haver conexão entre a reconvenção e a causa principal ou com o fundamento da defesa (art. 315 do CPC); A conexão decorre da identidade da causa de pedir e pedido. Já a conexão com o fundamento da defesa existe quando o réu-reconvinte deseja dar efeito ativo à sua tese de defesa, ou seja, pretende o reconhecimento por sentença do que alega como fundamento de sua contestação.
Destes requisitos, o único a exigir maior atenção é a reconvenção ser conexa com a demanda principal ou com os fundamentos de sua defesa, aqui o sentido e menos amplo, aqui há conexão quando houver, entre duas demandas identidade ou causa de pedir. Há de se considerar duas hipóteses distintas; na primeira, admite-se a reconvenção quando esta for conexa com a demanda principal; na segunda, quando a conexão se der com os fundamentos da defesa. Obs.: A Reconvenção só é permitida na legitimidade ordinária. EXCEÇÃO No sentido mais amplo, designa as matérias de defesa que só podem ser conhecidas se forem suscitadas pela parte; por ser designado de modo diverso dos normalmente mencionados se fala em exceção ritual. No estudo das exceções, é preciso ressaltar o fato de que estas nem sempre se revelam como resposta do réu; tal se dá porque o autor também pode se opor as exceções de impedimento e de suspeição, art. 304. Designa-se por exceção uma modalidade de resposta do réu através do qual podem ser arguidas algumas defesas processuais, a saber: impedimento e suspeição do juiz e incompetência relativa do juízo. É preciso no estudo das exceções, ressaltar o fato de que estas nem sempre se revelam como resposta do réu, pois o autor também pode opor as exceções de impedimento e suspeição, e ainda prevê a hipótese de o autor oferecer exceção de incompetência relativa do juízo. Em segundo lugar, as exceções de impedimento e de suspeição do juiz podem ser oferecidas mesmo depois de decorrido o prazo para a resposta do demandado, uma vez que a faculdade de excepcionar pode ser exercida num prazo de 15 dias a contar do fato que ocasionou na arguição da questão, o que pode ocorrer em qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 305); o mesmo não se dá com o impedimento e suspeição, já que estes podem vir de causas supervenientes. É importante lembrar, que o oferecimento de qualquer das espécies acarreta a suspensão do processo (arts. 306 e 265, CPC); esta suspensão que é imprópria, perdurará ate que a questão seja definitivamente julgada. Quando o CPC trata da exceção de incompetência nos arts. 307 a 311, diz que a exceção deve ser apresentada em petição autônoma, fundamentada e devidamente instruída, indicando excipiente o juízo que considera competente.
Prazos O código afirma que o prazo para o oferecimento de exceção é em regra geral de 15 dias, porém é imprecisa. No que se refere à incompetência relativa, é a mesma sempre originária, aplicando-se as regras atinentes ao prazo comum da resposta do réu. No que se refere às exceções de impedimento e suspeição, o prazo é de 15 dias, contados da data em que a parte tenha ciência da causa de parcialidade do juiz. Obs.: Não se pode considerar extinta a faculdade de arguir o impedimento pelo decurso deste prazo de 15 dias da ciência do fato que originou o vício. Forma Quando o CPC trata da exceção de incompetência nos arts. 307 a 311, diz que a exceção deve ser apresentada em petição autônoma, fundamentada e devidamente instruída, indicando excipiente o juízo que considera competente. Por força da lei 11280/2006, pode ser oferecida no juízo do domicilio do demandado, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação, caso em que caberá ao poder judiciário cuidar da remessa da petição. Sendo manifestadamente improcedente a exceção, deverá a mesma ser rejeitada liminarmente. Caso contrário, sendo recebida a exceção deverá o juiz ouvir o excepto, no prazo de 10 dias, e após tal manifestação, deverá o juiz decidir o incidente em igual prazo. Havendo necessidade de prova testemunhal, deverá o juiz designar audiência de instrução para depois decidir. Julgada procedente será os autos remetidos ao juízo competente. A decisão proferida na exceção de incompetência tem caráter interlocutório, não podendo confundir esta com a sentença Procedimento Art. 312. A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente fundar a alegação e conterá o rol de testemunhas. Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10
(dez) dias, dará as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal. Art. 314. Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal. juízo. Obs.: No caso de exceção por impedimento ou suspeição mudará o juiz e não o