DA CONSTRUÇÃO CBIC Palmas, Tocantins - Ano IV, Nº 13, Julho/Setembro de 2014 Apesar de breve melhora, empresários industriais da construção civil estão cautelosos para os próximos meses Seguindo trajetória do segundo trimestre de 2014, com cenário positivo para a conjuntura do setor, o nível de atividade industrial da Construção Civil se manteve em constante crescimento nesse terceiro trimestre. Os indicadores de Nível de Atividade e Nível de Atividade Usual permaneceram acima da linha dos 50 pontos, demonstrando assim que a atividade do setor manteve-se acima da média da produção. O número de empregados por sua vez apresentou uma queda no período, evidenciando a existência de ociosidade da mão de obra no setor. Em relação à Condição Financeira das empresas, tem-se que os empresários, em sua maioria, estão satisfeitos com os lucros operacionais e situação financeira de suas empresas. O Acesso ao Crédito, por sua vez, permanece abaixo da linha divisória, pontuando que apesar de uma melhora, o crédito ainda não atende a totalidade da demanda. Analisando os principais problemas enfrentados pelos empresários do Tocantins no terceiro trimestre de 2014, destaca-se a Falta de Trabalhador Qualificado e a Elevada Carga Tributária. Sobre as expectativas, os empresários se mostraram pouco otimistas para os próximos seis meses, os indicadores de Nível de atividade e Número de empregados ficaram abaixo da linha dos 50 pontos, ratificando a insegurança dos empresários nesses quesitos para os próximos meses. 58,5 47,0
O NÍVEL DE ATIVIDADE INDUSTRIAL retrata seu grau de aquecimento. É obtida pela análise dos indicadores: Nível de Atividade, Nível de Atividade Usual e Evolução do número de empregados. Terceiro trimestre de 2014 apresenta aumento no nível de atividade Seguindo a tendência de aquecimento do Setor observada no segundo trimestre de 2014, o nível de atividade da indústria da construção civil cresceu, passando de 50,5 para 58,5 pontos, na qual registra um aumento de 8 pontos. Da mesma forma ocorreu com o nível de atividade usual, obteve-se uma elevação de 10,4 pontos, subindo de 48 para 58,4. Observa- se um aumento expressivo nesses índices que se destacam como os resultados mais altos observados desde Setembro de 2012. Todavia, ao analisar a Evolução do número de empregados, verifica-se que o índice teve uma queda de pontos, dado que o trimestre anterior registrou 54,7 e o período atual fechou com 47. Através desses resultados, deduzse que as indústrias estavam operando com mão de obra ociosa, uma vez que ocorreu um aumento considerável na atividade produtiva e que não foi acompanhado pela elevação do número de empregados. Dessa forma constata-se que a elevação da atividade produtiva se deu em função do crescimento da capacidade de operação das empresas e não em virtude do aumento do número de empregados. 54,7 58,5 58,4 50,5 37,8 32,2 34,4 35,1 32,4 39,4 37,0 36,7 45 38,4 40,7 41,0 39,7 43,3 32,7 29,3 48,0 47,0 25 SET-12 DEZ-12 JUN-13 SET-13 DEZ-13 MAR-14 JUN-14 SET-14* Nível de atividade Nível de atividade usual Evolução do número de empregados *A partir de junho de 2011 os indicadores Nível de Atividade, Nível de Atividade Usual e Evolução do número de empregados passaram ser calculados mensalmente. Assim nesta publicação tomaremos como base o mês de setembro para analisar o 3º Trimestre de 2014. SONDAGEM INDUSTRIAL DA CONSTRUÇÃO 2 3º Trimestre de 2014
Situação Financeira apresenta elevação de seu indicadores em relação aos trimestres anteriores Evolução da Situação Financeira 56,0 53,7 Aumento Queda 39,9 39,9 37,1 35,6 39,4 31,4 47,1 47,1 37,6 39,1 39,4 36,1 45,6 44,6 33,0 38,8 35,5 49,2 44,7 33,8 40,9 15 10 III-12 IV-12 II-13 III-13 IV-13 I-14 11,2 II-14 III-14 Ao analisar a situação financeira das empresas observa-se que o aumento no nível de atividade influenciou positivamente a condição financeira das empresas, dado que, todos os indicadores analisados apresentaram aumento no período. Os indicadores de Lucro Operacional e Situação Financeira apresentaram aumento de 6,8 e 5,5 pontos respectivamente no trimestre. Ambos apresentaram resultados acima do 50 pontos o que evidencia a satisfação dos empresários com o lucro e situação financeira de suas empresas. O Acesso ao Crédito apresentou um aumento de 7,1 pontos se comprado ao trimestre anterior, mas continua abaixo da linha divisória. Através desse resultado deduz-se que, nesse trimestre os empresários tiveram uma maior acessibilidade ao crédito, mas continua abaixo do desejável/necessário para as empresas. 3
A Falta de Trabalhador Qualificado permanece como principal entrave para a indústria da construção Falta de Trabalhador Qualificado Elevada Carga Tributária Condições Climáticas Alto Custo da Matéria Prima Falta de Demanda Competição Acirrada de Mercado Inadimplência dos Clientes Falta de Capital de Giro Falta de Financiamento a Longo Prazo Taxas de Juros Elevadas Falta de Matéria-prima 1,3 10,5 14,8 10,1 22,8 19,6 17,1 37,6 33,5 31,0 5 52,7 Enquanto que num cenário nacional a falta de trabalhador qualificado representa um dos principais problemas para 37,6% dos entrevistados, no cenário estadual esse problema aparece em 1º lugar como principal entrave ao desenvolvimento do setor da construção civil pela segunda vez consecutiva e cresce 8,8 pontos percentuais atingindo o nível de % das respostas analisadas. É importante destacar que no terceiro trimestre de 2014 houve uma queda de na Evolução do Nível de Empregados, tal situação pode ter ocorrido em função da Falta de Trabalhador Qualificado. Em segundo lugar aparece a Elevação da Carga Tributária que representa um dos maiores obstáculos enfrentados não só para o empresário tocantinense com (5%) como também em outros estados e na análise nacional atingindo 52,7% das respostas. Esse alto índice evidencia que é um problema agravante para as empresas, visto que o alto valor dos tributos atrasa o desenvolvimento Industrial em todos os setores. Ao se comparar com o trimestre anterior, nota-se que houve uma elevação nos índices dos problemas como, Falta de Trabalhador Qualificado, Elevada Carga Tributária e Condições Climáticas. Em contrapartida, apesar de participar do ranking dos principais problemas, observa-se que de um trimestre para outro houve uma redução do valor do índice do Alto Custo da Matéria-prima. Alto Custo da Mão de Obra 24,9 Falta de Equipamento de Apoio 1,9 Licenciamento Ambiental 6,3 14,1 Falta de Trabalha Qualificado Elevada Carga Tributária redução aumento 8,7 1,3 Condições Climáticas Alto Custo Materia Prima 2,0 20 Competição Acirrada de Mercado 4 SONDAGEM INDUSTRIAL DA CONSTRUÇÃO 3º Trimestre de 2014
A EXPECTATIVA PARA OS PRÓXIMOS SEIS MESES afere a intuição dos industriais quanto ao futuro imediato de sua atividade. Para melhor definição é desagregado em: Nível de Atividade, Compras de Insumos e Matéria-Prima, Novos Empreendimentos e serviços e Número de Empregados. Empresários estão menos confiantes para os próximos seis meses Apesar do aquecimento do setor da construção, os empresários estão menos otimistas para os próximos seis meses. Através do gráfico observa-se que os indicadores de expectativa de Nível de Atividade e Número de empregados apresentaram 49,1 e 48,4 pontos respectivamente, mantendo-se abaixo da linha de 50 pontos, evidenciando perpectivas pessismistas dos empresários para esses quesitos. Os indicadores de Novos Empreendimentos e Serviços e Compras de Insumos e Matéria Prima também apresentaram queda de 1,8 e 06 respectivamente, mas permanceram acima da linha divisória, ou seja, os empresários estão confiantes no surgimento de novos serviços e logo anseiam aumentar as compras de insumos e matéria prima. Deduz-se que, a redução das expectativas dos empresários tocantinenses se deu em reflexo dos problemas enfrentados pelo Cenário Nacional. Tendo em vista que no terceiro trimestre de 2014 íniciou-se o período de campanha eleitoral polítca, tal fator provocou Incertezas nos empresários quanto à estabilidade da Economia. Isso, de certa forma contribuiu para deixar os empresários inseguros sobre as atividades das suas empresas nos próximos meses. Evolução da expectativa do número de empregados,compra de insumos e matéria-prima, nível de atividade e novos empreendimentos e serviços Empresários com perspectivas otimistas 55,1 59,4 60,157,9 56,4 61,1 55 5 61,8 62,5 57,1 56,2 54,953,2 56,2 50 51,3 51,9 47,348,6 51,3 52,1 50,6 51,7 49,1 50,3 50 48,4 Empresários com perspectivas pessimistas 40,7 42 III-12 IV-12 II-13 III-13 IV-13 I-14 II-14 III-14 Nível de atividade Novos Empreendimentos e serviços Compras de Insumos e Materia Prima Número de Empregados 5
PORTE DA EMPRESA TRIMESTRE/ANO TOTAL IV/14 II/14 III/14 IV/14 PEQUENAS MÉDIA II/14 III/14 IV/14 II/14 III/14 INDICADORES NÍVEL DE ATIVIDADE (referente ao mês de Dezembro 2013) P2 Nível de atividade comparado ao mês anterior * Nível de atividade em relação ao usual * Número de empregados comparado ao mês anterior* 32,7 29,3 50,5 48,0 54,7 58,9 58,4 47,0 55,0 41,7 57,5 51,9 42,3 5 60,7 64,3 46,4 5 5 58,3 47,2 SITUAÇÃO FINANCEIRA P3 Margem de Lucro Operacional no trimestre Situação Financeira Acesso ao Crédito 38,8 35,5 11,2 49,2 4 33,8 56,0 53,7 40,9 42,5 47,5 43,8 55,8 5 38,9 64,3 64,3 68,8 32,1 53,1 5 1 Falta de Demanda 35,7 28,6 2 23,1 75,0 2 Condições Climáticas 78,6 8 57,4 75,0 22,25 3 Elevada Carga Tributária 5 5 6 38,5 57,1 44,4 4 Competição Acirrada de Mercado 7,1 23,8 1 23,1 5 Inadimplência dos Clientes 5 6 Falta de Capital de Giro 21,4 1 5 1 22,2 PRINCIPAIS PROBLEMAS DAS EMPRESAS P4 7 Falta de Financiamento a Longo Prazo 8 Taxas de Juros Elevadas 9 Falta de Matéria Prima 10 Alto Custo da Matéria Prima 11 Falta de Trabalhador Qualificado 12 Alto Custo da mão-de-obra 13 Falta de equipamentos de apoio 14 Disponibilidade de terrenos 15 Licenciamento ambiental 16 Outros 42,9 35,7 7,1 21,4 47,6 19,0 6,3 1 1 2 5 3 2 23,1 38,5 28,6 57,1 5 5 5 62,5 22,2 55,6 Nível de atividades 47,3 51,3 49,1 57,5 65,4 46,4 43,8 46,4 5 EXPECTATIVAS (Próximos 6 meses) P5 Número de Empregados Compras de insumo e matéria Prima Novos empreendimentos e serviços 42,0 48,6 40,7 51,7 52,1 50,6 48,4 50,3 5 55,0 62,5 5 65,4 58,3 61,5 35,7 42,9 5 43,8 5 58,8 52,8 5 * A partir de junho/2011 esses indicadores foram calculados mensalmente.assim nesta publicação tomaremos como base o mês de setembro para analisar o 3º Trimestre de 2014. A Sondagem Industrial da Construção Civil é elaborada pela CNI- Confederação Nacional da Indústria e FIETO- Federação das Indústrias do Estado do Tocantins, através da Unidade de Desenvolvimento Industrial- UNIDES. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto realizado com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa da evolução da variável em questão. As alternativas são associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50,75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, estoques e situação financeira têm como referência o mês ou trimestre anterior. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas frequências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos de empresas Pequenas (entre 20 a 99 empregados), Médias (entre 100 a 499 empregados) e Grandes (500 empregados e mais) utilizando-se como peso variável Pessoal Ocupado em 31/12/2004, segundo CEE/TEM. SONDAGEM INDUSTRIAL DA CONSTRUÇÃO - SONDAGEM INDUSTRIAL DA CONSTRUÇÃO DA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO TOCANTINS Ano IV número XIII julho/setembro 2014 Publicação trimestral Gerência: Carlos José de Assis Júnior Coleta de dados: Gabriel Machado (estagiário) Coordenação: Cristiane Souza dos Anjos Supervisão Gráfica: Unidade de Comunicação Institucional do Sistema Fieto: (63) 3228-8834 104 Sul Rua SE 3 Lote 29 Centro Palmas, TO CEP: 77.020-016 cristianesousa@fieto.com.br www.fieto.com.br Autorizada à reprodução desde que citada à fonte. 6 SONDAGEM INDUSTRIAL DA CONSTRUÇÃO 3º Trimestre de 2014