SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL

Transcrição

1 SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL

2 Maio de Estoques se disseminam e devem limitar a produção A Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul indica que o cenário traçado pelos empresários para o mês de maio não foi diferente do quadro desalentador que o setor vem enfrentando desde o início de Os indicadores de atividade corroboram essa avaliação negativa ao registrar valores muito próximos ou abaixo da linha dos 50 pontos, demonstrando produção abaixo do usual, ociosidade alta, estagnação do emprego e forte acúmulo de estoques. O indicador de evolução da produção registrou 51,3 pontos, o que significa que a mesma cresceu ligeiramente em maio na comparação com abril. Tal movimento, entretanto, foi o mais tímido dos últimos dois anos. A nova redução no emprego, indicador em 49,4 pontos, ainda que marginal, é outro ponto que evidencia o baixo nível de atividade no mês. No mesmo sentido, a utilização da capacidade instalada (UCI), embora tenha registrado uma expansão sazonal em relação a abril, foi considerada novamente abaixo do usual. A indústria gaúcha opera com o uso da capacidade inferior ao normal há 14 meses. Como consequência, o indicador de estoques indesejados na indústria gaúcha, resultado do descompasso entre as expectativas positivas e a realidade, saltou de 53,5 em abril para 56,3 em maio, recorde. Ou seja, a diferença entre a quantidade de produtos estocados e a planejada pelas empresas nunca foi tão grande, principalmente, entre as grandes empresas. Apesar do cenário descrito, as expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses persistem moderadamente otimistas, o que mantém a possibilidade de retomada da atividade no segundo semestre do ano, mesmo que em um ritmo bastante lento. Com relação à demanda, o aumento do indicador para 57,2 pontos, traduz uma parcela maior de empresas que acredita em um crescimento da demanda no futuro próximo, com repercussões positivas para a evolução do emprego (51,5 pontos) e das compras de matérias primas (56,0 pontos). Por fim, vale destacar, que a desvalorização do real consolida a mudança de direção Sondagem Industrial Maio de Unidade de Estudos Econômicos 1

3 nas perspectivas com relação às exportações (56,1 pontos), ocorrida na última pesquisa e sugere uma aceleração das vendas externas nos próximos seis meses. Assim, a indústria gaúcha deve encerrar o primeiro semestre com estoques muito acima do previsto pelas empresas e, portanto, mesmo com a expectativa de aumento da demanda, as perspectivas para a produção nos próximos meses são pouco animadoras, visto que as empresas deverão priorizar a desova dos estoques excessivos. Nível de atividade Indústria segue operando abaixo do normal Os indicadores de produção, número de empregados e utilização da capacidade instalada (UCI) situaram-se muito próximo ou abaixo da linha divisória dos 50 pontos. A produção, cujo índice totalizou 51,3 pontos, apresentou um pequeno crescimento na passagem de abril para maio. Sazonalmente esperado, tal movimento foi o mais tímido dos últimos dois anos. No mesmo sentido, a utilização da capacidade instalada (UCI), que apresentou crescimento de 1,3 ponto percentual em relação a abril e atingiu grau médio de 75,1%, foi considerada abaixo do usual, conforme sugerem os 44,8 pontos alcançados pelo indicador UCI em relação ao usual. Quase um terço (32%) das empresas avaliaram a UCI de maio como abaixo do usual para o mês. Em sintonia com o fraco desempenho da atividade em maio, o indicador de emprego repetiu o valor obtido em abril, 49,4 pontos, apontando para nova queda. De uma forma geral, não há diferenças relevantes entre os portes de empresas pesquisados, mas o cenário negativo é mais disseminado entre as grandes e médias empresas.

4 Volume de produção no mês Volume do emprego no mês AUMENTO AUMENTO QUEDA QUEDA 2009/1 2009/2 2009/3 2009/4 2010/1 2010/2 2010/3 2010/4 UCI no mês UCI em relação ao usual Percentual Médio ACIMA DO USUAL ABAIXO DO USUAL 2010/1 2010/2 2010/3 2010/4 Estoques de produtos finais Acúmulo de estoques se dissemina e é recorde Refletindo um desempenho mais fraco que o esperado pelas empresas, no mês de maio houve forte acumulação de estoques de produtos finais. É o que mostrou o indicador de nível de estoques que alcançou 54,4 pontos. Com isso, os estoques de produtos finais, que superam o nível desejável há dois anos, ficaram ainda mais distantes do planejado. O indicador aumentou 2,8 pontos e totalizou 56,3 pontos, o mais alto da série. A proporção de empresas com estoques excessivos na indústria gaúcha é de 34,5%. O caso das grandes empresas é ainda mais grave: o indicador de 58,1 pontos refletiu a parcela de 37,1% de respondentes que afirmou estar com estoques acima do planejado.

5 Estoques de produtos finais no mês Estoques de produtos finais - Planejado AUMENTO ACIMA DO PLANEJADO QUEDA ABAIXO DO PLANEJADO 2009/1 2009/2 2009/3 2009/4 2010/1 2010/2 2010/3 2010/4 Expectativas para os próximos seis meses Persiste a expectativa de retomada As expectativas dos empresários para os próximos seis meses, de uma forma geral, persistem moderadamente otimistas, mantendo a possibilidade de retomada lenta da atividade no segundo semestre do ano. As pequenas empresas, em particular, estão mais otimistas com futuro do que as médias e grandes. Com relação à demanda, o indicador registrou aumentou de 55,7 em maio para 57,2 em junho pontos, traduzindo uma parcela maior de empresas que acredita em um crescimento da demanda no futuro próximo. Repercutindo esse sentimento, o indicador de compras de matérias primas também aumentou marginalmente e atingiu 56,0 pontos em junho. Como os demais indicadores, demonstra expansão quando acima dos 50 pontos. A expectativa em relação ao emprego é de ligeiro crescimento: indicador atingiu 51,5 pontos. Dessa forma, sugere que o aumento de demanda esperada deve ser atendido com o quadro de funcionários muito próximo do atual. A desvalorização do real é o fator estimulador do maior otimismo com relação às exportações, cujo indicador, em 56,1 pontos, alcançou o maior valor da série e expressa uma expectativa de aumento das vendas externas nos próximos seis meses.

6 Expectativas de demanda Expectativas de quantidade exportada Out09 fev/10 abr/10 jun/10 ago/10 out/10 dez/10 jun/12 Expectativas de emprego Expectativas de compras de matéria-prima EXPECTATVA jun/12 Perfil da amostra:170 empresas sendo 37 pequenas, 64 médias e 69 grandes. Período de coleta: De 02 a 18 de junho de 2012 Obs.: A partir da edição do mês de janeiro de 2012, os resultados por porte serão divulgados conforme a nova definição da EUROSTAT de acordo com o número de empregados: Pequenas empresas: 10 a 49 empregados; Médias empresas: 50 a 249 empregados; Grandes empresas: 250 ou mais empregados GLOSSÁRIO

7 Como é feita a pesquisa? Realizada mensalmente. Trimestralmente, um conjunto adicional de questões é avaliado. Deve ser avaliada a partir de pontos situados entre seus limites: 0 (zero) : avaliação negativa, estoque abaixo do planejado ou UCI abaixo do usual. 50 (cinqüenta): indiferente, estoque dentro do planejado ou UCI dentro do usual. 100 (cem): avaliação positiva, estoque acima do planejado ou UCI acima do usual. NOTA A Sondagem industrial é elaborada pela unidade de Política Econômica da CNI em conjunto com as Federações de Indústria de 23 estados do Brasil (no caso do RS Unidade de Estudos Econômicos - FIERGS), embora sejam consultadas empresas de todo o território nacional. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, a evolução dos estoques tem como referência o mês anterior. As perguntas relativas a UCI usual e a estoques planejados/desejados tem como referência o próprio mês. As perguntas relativas à situação financeira, margens de lucro, acesso ao crédito e os principais problemas referem-se ao trimestre. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas freqüências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos de empresas Pequenas (entre 10 a 49 empregados), Médias (entre 50 e 249 empregados) e Grandes (250 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável segundo a CEE/TEM competência 2009.