PROGRAMA TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO DÃO LAFÕES

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Transcrição:

PROGRAMA TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO DÃO LAFÕES

Contratualização com subvenção global entre a Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional do Centro e a Associação de Municípios da Região Dão-Lafões QREN 2007-2013 PROGRAMA TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO DÃO-LAFÕES 1

Índice Mensagem do Conselho Directivo 3 1. Apresentação do Programa Territorial de Desenvolvimento... 5 1.1. Enquadramento... 5 1.2. Objectivos e estrutura do Programa Territorial de Desenvolvimento... 6 2. Estratégia de desenvolvimento da Região Dão-Lafões... 7 2.1. Pressupostos... 7 2.2. Conceito territorial, objectivos e linhas estratégicas... 9 2.3. Tipologias de projectos/acções...12 3. Plano de investimentos para a Região...15 3.1. Projectos estruturantes...15 3.2. Outros projectos do plano de investimentos...50 3.3. Síntese dos investimentos previstos...51 3.4. Envolvimento de actores - parcerias para a concretização do plano de investimentos...55 4. Interligação com operações enquadradas noutras agendas do QREN...57 5. Plano de Investimentos a integrar o contrato de Subvenção Global..59 6. Modelo de gestão e estrutura técnica de suporte à contratualização...68 Anexos Anexo 1. Estudo de Enquadramento Estratégico para a Região Dão-Lafões Anexo 2. Quadro geral do plano de investimentos Anexo 3. Quadro de Distribuição do Montante de Subvenção Global Anexo 4: Quadro geral dos projectos/acções a integrar o contrato de subvenção global Anexo 5: Quadro de distribuição anual do montante de investimento Anexo 6: Quadro de distribuição do montante de investimento por município Anexo 7: Quadro das necessidades totais da Rede Escolar 2

Mensagem do Conselho Directivo No cenário actual de economia global, a competição entre as diferentes regiões ou cidades intensificou-se. O âmbito concorrencial é hoje global não se resume à região, ou mesmo ao País, mas sim a todo o globo, independentemente da área de negócio em que actuemos. Face a este cenário, os decisores políticos têm de estabelecer estratégias de vanguarda que posicionem as cidades e regiões, numa posição privilegiada, face aos presumíveis concorrentes. Temos, assim, entre mãos, a tarefa de concretizar políticas de competitividade regional mais exigentes, transformando a Dão Lafões numa região inovadora, empreendedora e competitiva. A constituição da AMRDL Associação de Municípios da Região Dão Lafões assentou exactamente numa visão de parceria estratégica intermunicipal, no sentido de dar resposta a estas novas realidades e capaz de promover e canalizar, no futuro, projectos estruturantes para a Região Dão Lafões. Assim, temos como objectivo promover os projectos de desenvolvimento dos municípios, inseridos numa lógica intermunicipal. De facto, nos próximos anos a disponibilidade de recursos financeiros (públicos e privados), no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional, será muito selectiva pelo que se exige que a sua orientação seja feita para as questões estratégicas. Perante esta realidade, foi preocupação do Conselho Directivo começar a preparar a AMRDL, os seus municípios associados e a Região Dão Lafões para os grandes desafios que se avizinham. Neste contexto, a AMRDL, na constante procura da concretização dos seus objectivos, definiu uma estratégia própria de actuação, mediante a concretização de um Estudo de Enquadramento Estratégico da Região Dão Lafões, visando a definição de uma estratégia de desenvolvimento do território e a posterior formalização de um Plano Territorial de Desenvolvimento, que sustente as candidaturas a fundos comunitários e a posterior contratualização (subvenção global) com o Plano Operacional Regional do Centro. O documento que aqui se apresenta e que serve de suporte à candidatura da AMRDL a Organismo Intermédio, nos termos regulamentares, identifica as grandes oportunidades e prioridades em cada um dos catorze municípios da Região Dão Lafões. De realçar, que este documento obteve o consenso generalizado dos autarcas e é um primeiro passo no sentido de este espaço sub-regional reivindicar uma participação, mais activa e actuante, no processo de desenvolvimento da Região, na linha das responsabilidades institucionais que detém na promoção do progresso e bem-estar das populações que nele vivem e trabalham. Deste modo, os projectos de investimento perspectivados pelos Municípios que integram a região Dão-Lafões e que compõem a AMRDL, embora podendo ser de natureza municipal, ou mesmo abrangentes, isto é, de índole supra municipal, corporizam e reforçam a estratégia regional junto das populações locais e dos visitantes que, permanentemente ou esporadicamente, se deslocam e vivem a região Dão Lafões. 3

Estes projectos visam, assim, dar resposta às carências e necessidades das populações ou agentes económicos da região que as sentem e vivem no seu dia a dia e que as Autarquias delas tendo consciência as procuram superar, incluindo-as, nas suas intenções de investimento. De referir, ainda, que esta multiplicidade de projectos de investimento traduz, igualmente, a importância da contratualização, numa lógica de descentralização de competências e, por outro lado, salienta a preocupação e o empenhamento das diferentes Autarquias na assumpção de responsabilidades na gestão dos fundos que irão permitir a concretização desses mesmos investimentos. Em jeito de conclusão, importa ainda referir que a AMRDL e os municípios que a compõem estão, naturalmente conscientes dos desafios com que se defrontam no futuro próximo e estão dispostos a contribuir, de forma activa e empenhada, em conjunto com os restantes actores da Região, para dar o salto qualitativo indispensável à consecução da estratégia preconizada colocando a Região Dão Lafões numa trajectória de desenvolvimento económico e social. Antes de terminar, não podemos deixar de realçar o trabalho em conjunto realizado com todos os Autarcas, agentes económico-sociais, culturais, entre outros, visando a definição de uma estratégia que seja a expressão de uma vontade regional, com ideias claras e instrumentos de execução bem definidos. O Presidente do Conselho Directivo da AMRDL (Carlos Manuel Marta Gonçalves, Dr.) 4

1. Apresentação do Programa Territorial de Desenvolvimento 1.1. Enquadramento O Decreto-Lei n.º 312/2007, de 17 de Setembro, define o modelo de governação do Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 (QREN) e dos respectivos programas operacionais (PO) e estabelece a estrutura orgânica relativa ao exercício das várias funções subjacentes à sua execução. Aquele diploma prevê que as funções das autoridades de gestão possam ser delegadas em organismos intermédios (artigo 61º), designadamente associações de municípios (artigo 64º). Nestes casos, a delegação de competências destina-se à gestão de subvenções globais, que permitem, simultaneamente, que os municípios disponham de um quadro financeiro estável de investimento plurianual. A Associação de Municípios da Região Dão-Lafões (AMRDL), constituída pelos 14 municípios da unidade territorial com a mesma designação definida no Decreto-Lei n.º 68/2008, de 14 de Abril, pretende vir a beneficiar da contratualização da gestão de componentes de fundos comunitários, no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro 2007-2013 (PO-Centro). Para tal, e de acordo com o Decreto-Lei n.º 312/2007 e o documento Orientações para a contratualização com subvenção global entre as autoridades de gestão dos Programas Operacionais Regionais e as associações de municípios baseadas em NUTS III (Deliberação aprovada em 19 de Março de 2008 pela Comissão Ministerial de Coordenação dos PO Regionais), a AMRDL elaborou o presente Programa Territorial de Desenvolvimento. Este Programa tem por base uma estratégia integrada de desenvolvimento já desenvolvida num documento de estratégia para a Região 1, promovido por esta mesma Associação, recentemente concluído (Anexo 1). Com efeito, antes ainda de conhecidos os termos de referência para a elaboração dos Programas Territoriais de Desenvolvimento e para a contratualização, e estando ciente da oportunidade e, simultaneamente, das exigências associadas àquela possibilidade de delegação de competências, a AMRDL decidiu promover a elaboração de um Estudo de Enquadramento Estratégico para a Região Dão-Lafões. Aquele estudo deverá constituir-se como um referencial estratégico da Região e um instrumento de apoio à tomada de decisões e iniciativas no contexto da AMRDL, ultrapassando o âmbito restrito e específico das tipologias de operações que serão objecto de contratualização, assumindo uma efectiva e global estratégia de desenvolvimento da Região, que permite suportar e fundamentar as opções futuras da AMRDL, mas também de cada um dos Municípios que a integram. A estrutura e os conteúdos do Programa Territorial de Desenvolvimento procuram enquadrar-se e dar resposta ao definido no documento Orientações para a contratualização com subvenção global entre as autoridades de gestão dos Programas Operacionais Regionais e as associações de municípios baseadas em NUTS III (Deliberação aprovada em 19 de Março de 2008 pela Comissão Ministerial de Coordenação dos PO Regionais). 1 Para efeitos do presente documento, entende-se por Região Dão-Lafões a unidade territorial com a mesma designação definida no Decreto-Lei n.º 68/2008, de 14 de Abril, correspondentes à NUT III (sub-região) Dão-Lafões com exclusão do concelho de Mortágua. 5

O Programa Territorial de Desenvolvimento foi definido considerando ainda os seguintes elementos: Regulamentação do QREN, dos PO e dos fundos comunitários em geral, designadamente, Regulamento (CE) n.º 1083/2006, do Conselho, de 11 de Julho, Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013, Decreto-Lei n.º 312/2007, de 17 de Setembro, Programa Operacional Regional do Centro 2007-2013 e ainda os regulamentos específicos aplicáveis; Informações transmitidas à AMRDL no âmbito das reuniões tidas com membros da Comissão Executiva do PO-Centro e com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDR-Centro). 1.2. Objectivos e estrutura do Programa Territorial de Desenvolvimento O Programa Territorial de Desenvolvimento que a AMRDL agora apresenta tem como objectivo específico suportar a negociação entre esta Associação e a Autoridade de gestão do Programa Operacional Regional do Centro 2007-2013 (PO-Centro) tendo em vista a contratualização da gestão de componentes de fundos comunitários, no âmbito deste PO. Contudo, o âmbito do Programa Territorial de Desenvolvimento é mais alargado, considerando a intenção de que possa servir de fundamentação estratégica a candidaturas, fora do âmbito dos contratos de subvenção global, a apresentar pelos municípios, ou por consórcios por estes integrados, a POs do QREN ou a outros instrumentos públicos de incentivo ao desenvolvimento 2. Considerando o enquadramento anteriormente definido e estes objectivos, o Programa Territorial de Desenvolvimento estrutura-se nos seguintes pontos: Explicitação da estratégia de desenvolvimento para a Região Dão-Lafões (ponto 2), tendo por base o Estudo de Enquadramento Estratégico e que traduz a visão de futuro dos vários Municípios para a região bem como as opções com que pretendem prosseguir essa visão; Apresentação do plano de investimentos (ponto 3), constituído por um conjunto de projectos/acções, que se considera globalmente coerente, concordante com a estratégia regional e, simultaneamente, capaz de contribuir para a sua prossecução; Indicação da interligação com outros projectos das agendas do QREN (ponto 4); Indicação dos projectos/acções a integrar o contrato de subvenção global (ponto 5); e Definição do modelo de gestão e da estrutura técnica de suporte ao seu funcionamento propostos para a contratualização (ponto 6). 2 Cf. Orientações para a contratualização com subvenção global entre as autoridades de gestão dos Programas Operacionais Regionais e as associações de municípios baseadas em NUTS III (Deliberação aprovada em 19 de Março de 2008 pela Comissão Ministerial de Coordenação dos PO Regionais). 6

2. Estratégia de desenvolvimento da Região Dão-Lafões 2.1. Pressupostos A estratégia para a Região Dão-Lafões subjacente ao presente Plano Territorial de Desenvolvimento, já definida no âmbito do Estudo de Enquadramento Estratégico, baseia-se num conjunto de elementos que podem ser sistematizados em duas áreas-chave. Por um lado, e desde logo, o diagnóstico da Região. É esse diagnóstico, construído a partir da análise e da interpretação do território, realizadas no contexto daquele estudo, mas também num amplo conjunto de trabalhos realizados por vários agentes locais/regionais, que suporta as propostas. Com efeito, essas propostas têm por objectivo primordial valorizar e potenciar os elementos favoráveis do diagnóstico e minimizar ou contrariar os elementos que se revelam mais desfavoráveis. Ou seja, a construção da estratégia baseou-se no conhecimento específico da realidade em causa, construído por todos aqueles que o vivem diariamente, mas também pelos que, numa perspectiva mais distanciada, analisam e reflectem sobre aquele mesmo território. Os elementos de caracterização territorial que suportam o diagnóstico regional encontram-se explicitados no Estudo de Enquadramento Estratégico, onde se apresenta igualmente uma síntese dos mesmos, suporte essencial da definição da estratégia. Por outro lado, a proposta de estratégia teve em conta as orientações e medidas de política de âmbito nacional e regional com incidência neste território. Neste contexto, importa sublinhar a política nacional e regional de ordenamento do território - nomeadamente, a que se reflecte no Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) e no Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Centro (PROT-Centro), a política sectorial - que se revê em vários planos sectoriais de desenvolvimento - e ainda as orientações subjacentes ao Programa Operacional da Região Centro 2007-2013 (PO-Centro), a aplicar no âmbito do QREN. Com efeito, considerando que as operações a apoiar no âmbito das subvenções globais com organismos intermédios, nomeadamente com as associações de municípios, devem contribuir para a prossecução dos objectivos estratégicos e operacionais (físicos e financeiros) do respectivo PO, o Programa Territorial de Desenvolvimento para a Região Dão-Lafões (aliás, como se verifica no Estudo de Enquadramento Estratégico que lhe serve de base) desenvolveu-se tendo em conta as orientações do PO-Centro 2007-2013. O enquadramento nos instrumentos de medida de política encontra-se também explanado no referido Estudo de Enquadramento Estratégico onde, para além do PNPOT, do PROT-Centro e do PO-Centro, são abordados os planos especiais e os planos municipais de ordenamento do território. Constitui ainda pressuposto da estratégia de intervenção um conjunto de temas que se consideram estratégicos para o desenvolvimento e afirmação da Região Dão-Lafões, e que resultam do cruzamento dos dois elementos anteriores. Tratam-se de domínios de oportunidade evidenciados no diagnóstico e consolidados a partir da análise das orientações e medidas de política, de que se destacam os seguintes temas estratégicos: 7

Turismo O sector do turismo deverá assumir uma posição de destaque na estratégia de desenvolvimento da Região, tendo como suporte a valorização dos recursos territoriais específicos com maior potencial de atracção turística. Os elementos culturais e paisagísticos, os produtos artesanais e a gastronomia, os recursos termais, entre outros recursos da Região, poderão constituir-se numa oferta turística estruturada e integrada. A riqueza da Região em termos de recursos hidrominerais bem como as estruturas de apoio à sua utilização já existentes configuram um posicionamento privilegiado deste subsector turístico no contexto nacional (e até ibérico), que importa valorizar. Para além dos investimentos a realizar em cada uma das estâncias termais, tendo em vista a sua modernização e o aumento da frequentação, é de considerar o desenvolvimento de acções comuns de valorização e promoção destas estruturas, numa lógica regional. Estas estâncias termais, mas também outras estruturas especificamente orientadas para a terceira idade, configuram um contexto particularmente favorável ao desenvolvimento do turismo geriátrico e de saúde. Produtos agroalimentares endógenos A Região dispõe de um amplo leque de produtos agroalimentares específicos, com qualidade reconhecida (e, nalguns casos, certificada), que podem ser economicamente valorizados, contribuindo directamente para a economia local, podendo também constituir factores de identidade territorial, a integrar na estratégia de promoção regional. A produção animal, designadamente nas áreas das aves, caprinos e bovinos, apresenta um particular potencial para vir a assumir maior relevância económica no contexto regional. O Vinho do Dão merece um destaque especial, pelo potencial que representa, não obstante os inúmeros obstáculos actualmente existentes à sua plena valorização. Nesse sentido, não são de negligenciar as possibilidades de valorização económica da produção vitivinícola, associada, também neste caso, à promoção territorial. Sectores automóvel, metalomecânica e farmacêutica Estes subsectores industriais assumem um papel de destaque na actual estrutura económica de Dão-Lafões, não só pelas empresas presentes, com uma dimensão e posição relevantes, mas também pelo emprego que geram e pelo conjunto de qualificações/competências que têm permitido consolidar na Região. Nesta medida, o desenvolvimento destes subsectores, suportado por uma rede entre as empresas e outras instituições ligadas aos mesmos, constitui um tema a valorizar no âmbito da estratégia de desenvolvimento regional. Neste contexto, é de salientar a necessidade de estabelecer uma ligação das empresas às instituições de ensino superior, como universidades e politécnicos, numa perspectiva de qualificação e inovação destes sectores. 8

Energias renováveis Para além das questões apontadas no item anterior, que este subsector partilha com aqueles, trata-se de uma área económica emergente, para cujo desenvolvimento a Região apresenta condições particularmente favoráveis, não só pelas possibilidades de produção (p. ex. energia eólica, hídrica e solar), mas também pelo facto de estarem aqui instaladas empresas de fabrico da maquinaria necessária àquela exploração. Floresta Face à importância da mancha florestal em Dão-Lafões e as oportunidades associadas a este recurso, o sector da floresta poderá vir a assumir grande significado na estrutura económica da Região. Trata-se de uma fileira produtiva que se pode reflectir em inúmeras actividades, com ligações a muitos outros sectores (desde a indústria da pasta e papel até ao turismo passando pela indústria do carbono), cujo desenvolvimento deve ser promovido no âmbito da estratégia preconizada neste estudo. Empreendedorismo, inovação e apropriação de conhecimento Dadas as fragilidades presentes na estrutura produtiva da Região Dão-Lafões e, simultaneamente, as oportunidades identificadas nestas áreas, a estratégia de desenvolvimento da Região deverá privilegiá-las, associando-as, transversalmente, aos diversos temas estratégicos considerados. Trata-se de domínios igualmente valorizados no Programa Operacional da Região Centro, o que evidencia a relevância da aposta nos mesmos. A promoção do empreendedorismo, inovação e apropriação de conhecimento deverá estar presente no tecido produtivo da região mas também em iniciativas a desenvolver com os estabelecimentos de ensino, nomeadamente, escolas secundárias e profissionais. 2.2. Conceito territorial, objectivos e linhas estratégicas Tendo em conta os pressupostos atrás identificados, a estratégia de intervenção para a Região tem por base o seguinte conceito territorial: Dão-Lafões território estruturado pelo sistema urbano de Viseu, competitivo e coeso, cujo desenvolvimento assenta na valorização dos recursos específicos da Região e na capacidade de incorporar inovação Neste sentido, os objectivos gerais da estratégia passam por: Fomentar e atrair actividades económicas geradoras de riqueza e criadoras de emprego qualificado, e dotar a Região das necessárias condições para ser capaz de incorporar factores de inovação no tecido económico, social e institucional; 9

Consolidar o sistema urbano de Viseu, suportado pela afirmação e articulação entre os principais centros urbanos da Região; Completar as redes de infra-estruturas e de equipamentos de apoio à população residente, nomeadamente nas áreas rurais, e reforçar as ligações físicas e funcionais com a envolvente, às várias escalas; Valorizar os recursos endógenos da Região, não só em termos económicos, mas igualmente como factores de identidade regional, apropriados e usufruídos pela população; Proteger as áreas mais sensíveis do ponto de vista ambiental e promover a sua valorização; Promover a identidade regional, ao nível interno e externo, numa perspectiva de valorização cultural, social e económica da Região, dos seus recursos, dos seus agentes, num quadro de ágil relacionamento entre agentes e população. Estes objectivos traduzem-se nas linhas que estruturam a estratégia e onde se enquadram os projectos integrados no plano de investimentos. Estas linhas estratégicas vão ao encontro das orientações presentes nos diversos instrumentos de medida de política, em particular, dos eixos definidos no PO-Centro e contemplam as tipologias de operações enquadráveis na pretendida contratualização tendo em vista a delegação de competências da autoridade de gestão daquele PO na AMRDL. Linha 1 Qualificação, inovação e competitividade nas actividades económicas Linha 2 Consolidação do sistema urbano de Viseu Linha 3 Qualificação do território Linha 4 Valorização de recursos territoriais específicos Linha 5 Protecção e valorização ambiental Linha 6 Administração, cooperação territorial e promoção da Região Cada uma destas linhas corresponde a um conjunto de objectivos específicos, que se sistematizam na matriz seguinte. Os projectos/acções integrados na estratégia de desenvolvimento da Região, bem como de cada um dos Municípios que a constituem, dão resposta a estes objectivos e, nessa medida, articulam-se com as linhas estratégicas definidas. 10

Quadro 1 Linhas e objectivos específicos Linhas Linha 1 - Qualificação, inovação e competitividade nas actividades económicas Linha 2 - Consolidação do sistema urbano de Viseu Linha 3 - Qualificação do território Linha 4 - Valorização de recursos territoriais específicos Linha 5 - Protecção e valorização ambiental Linha 6 - Administração, cooperação territorial e promoção da Região Objectivos específicos Consolidação das infra-estruturas de apoio à actividade económica Criação de estruturas e mecanismos de apoio à formação, empreendedorismo e inovação Promoção do investimento produtivo associado ao aproveitamento de recursos naturais Melhoria da mobilidade urbana Requalificação urbana Promoção da inovação e da competitividade urbana Melhoria do sistema de mobilidade Requalificação de núcleos populacionais Requalificação da rede escolar da Região Consolidação da rede de equipamentos desportivos e culturais Outros equipamentos Requalificação e valorização do património histórico e cultural Valorização do património ambiental e paisagístico (zonas de lazer e percursos) Aproveitamento dos recursos termais Promoção da educação ambiental Promoção de produtos agroalimentares regionais Implementação e renovação de infra-estruturas de saneamento básico Requalificação de zonas ribeirinhas e linhas de água Gestão da Rede Natura Monitorização e controlo ambiental Modernização administrativa Promoção da sociedade do conhecimento Marketing territorial 11

2.3. Tipologias de projectos/acções Considerando o conceito territorial, os objectivos e as linhas estratégicas definidos, apontam-se as tipologias das operações a integrar em cada uma das linhas definidas para o plano de investimentos: Linha 1 Qualificação, inovação e competitividade nas actividades económicas Enquadram-se nesta linha as operações cujo investimento recai sobre inovação produtiva e outro que vise incorporar factores dinâmicos da competitividade nas empresas, bem como projectos de I&DT e de demonstração tecnológica. Deverão ser privilegiados os investimentos nos sectores que demonstram particular potencial nesta Região, designadamente os identificados nos pressupostos da estratégia de enquadramento que suporta o presente Programa. Para além das operações a desenvolver potencialmente pelo sector privado, esta linha integra acções de natureza pública e ainda acções em parceria, tendo em vista a promoção e o suporte às iniciativas empresariais. Incluem-se, neste conjunto, as intervenções nas zonas industriais e parques empresariais (criação, ampliação, infra-estruturação, requalificação, etc.), a criação de estruturas de apoio ao empreendedorismo, ao investimento, à inovação e ao desenvolvimento tecnológico. Linha 2 Consolidação do sistema urbano de Viseu Esta linha inclui um amplo e diversificado leque de operações que concorrem para a afirmação de cada um dos pólos que estruturam o sistema urbano de Viseu, mas também, consequentemente, para o reforço deste sistema urbano enquanto tal. Neste sentido, para a além das acções a desenvolver em cada um dos centros urbanos, são propostas acções de cooperação entre os mesmos. Quanto às intervenções nos centros urbanos, estas abrangem a qualificação do espaço público e do ambiente urbano, nomeadamente, modernização das infra-estruturas, criação e qualificação de espaços verdes, equipamentos colectivos de identidade e referência urbana, recuperação e qualificação do espaço público, etc., mas também as dimensões económica, social e cultural de cada um desses centros. Ao nível da dimensão económica, consideram-se operações de recuperação de edifícios/espaços para instalação de novas actividades e o apoio a iniciativas económicas. Em termos de desenvolvimento social, estão contempladas igualmente a qualificação e modernização de serviços, a criação/remodelação de equipamentos e de serviços de proximidade, a dinamização de actividades recreativas e desportivas, a melhoria de competências e da inserção no mercado de trabalho, entre outros. Quanto ao desenvolvimento cultural, estão previstas operações de recuperação e valorização do património cultural, incluindo a respectiva refuncionalização, a criação e dinamização de equipamentos culturais, a qualificação e modernização de serviços culturais e a dinamização de actividades. Integram-se também nesta linha, operações relativas à melhoria da acessibilidade e mobilidade nos centros urbanos, designadamente, a construção de variantes, parques de estacionamento e o desenvolvimento de acções de promoção da mobilidade sustentável, de promoção da segurança e protecção contra ruído, entre outras. 12

No que respeita às operações a desenvolver no âmbito de redes no contexto do sistema urbano de Viseu, estas podem contemplar equipamentos públicos, comunidades de utilização de TIC, promoção da capacidade criativa e inovadora, criação de espaços e de centros comunitários e equipamentos de diferenciação e internacionalização das cidades, bem como a recuperação e valorização de elementos do património histórico e cultural associados a essas redes. Linha 3 Qualificação do território Nesta linha, enquadram-se as acções de melhoria das acessibilidades e da mobilidade (fora dos centros urbanos) e as acções de consolidação da rede de equipamentos e serviços, tendo em vista melhorar as condições de vida da população, em particular nos territórios rurais de baixa densidade, através da requalificação dos aglomerados populacionais. Ao nível das acessibilidades, incluem-se acções de construção, requalificação e beneficiação da rede viária nacional, regional e municipal (incluindo eixos supra-municipais), promoção da mobilidade sustentável, entre outras. Em termos de equipamentos, destacam-se os equipamentos escolares, considerando-se a construção de novos centros escolares, bem como a ampliação ou requalificação dos estabelecimentos existentes. Poderão ainda integrar-se intervenções relacionadas com equipamentos de outra natureza, designadamente, de saúde e desportivos. Linha 4 Valorização de recursos territoriais específicos Os recursos endógenos a valorizar através das operações integradas nesta linha são de natureza diversificada, podendo ser igualmente consideradas em projectos desenvolvidos no âmbito de outras linhas estratégicas. Podemos considerar recursos culturais, arquitectónicos e paisagísticos, mas também os recursos termais, os produtos agro-alimentares e o artesanato. Esta linha deverá integrar acções de estudo, conservação, valorização, animação e promoção, o que inclui, para além de intervenções directas nos recursos, a criação ou reestruturação de centros de interpretação e de serviços de apoio aos visitantes, a publicação de edições, a divulgação de boas práticas, etc. As acções de valorização dos recursos endógenos deverão privilegiar os territórios de baixa densidade, podendo estar associadas a espaços específicos, tais como aldeias, áreas de serra, linhas de água, estâncias termais, etc. Linha 5 Protecção e valorização ambiental Integram-se nesta linha as operações de requalificação ambiental e de reabilitação do património natural, onde se incluem as intervenções ao nível das redes de saneamento e de gestão de recursos hídricos, de reabilitação de linhas de água e requalificação das margens, de infra-estruturação de zonas balneares, podendo igualmente contemplar acções no âmbito do estudo, monitorização, informação e sensibilização ambiental, nomeadamente da componente florestal. 13

Nesta linha também poderão ser incluídas acções de apoio à visitação e de gestão directa de intervenção em habitats e espécies em áreas protegidas e classificadas abrangidas, nomeadamente, pela Rede Natura 2000. Linha 6 Administração, cooperação territorial e promoção da Região Esta linha inclui acções relacionadas com a melhoria do funcionamento dos serviços da administração pública, nomeadamente no que respeita ao governo electrónico, de que é exemplo o projecto Viseu Digital, cujo desenvolvimento pode enquadrar-se neste contexto. Integrando intervenções no domínio da administração em rede, onde se prevê a articulação entre os vários agentes da Região, esta linha deverá também contemplar outras operações de cooperação territorial, incluindo a promoção da Região (que, como vimos, também pode estar integrada no âmbito da cooperação interurbana) e dos seus recursos (promoção conjunta de recursos termais, agenda cultural comum, etc.). Face à falta de notoriedade ao nível nacional e internacional da marca Dão-Lafões, o marketing territorial é uma componente fundamental desta estratégia. 14

3. Plano de investimentos para a Região 3.1. Projectos estruturantes A identificação dos projectos estruturantes, que dão corpo à estratégia definida, teve como ponto de partida, num primeiro momento, um conjunto de projectos de âmbito claramente supra-municipal que, em função dos objectivos e da visão estabelecidos, se consideram fundamentais para a sua prossecução, numa lógica integradora. Àqueles projectos, acrescentaram-se ainda, e num segundo momento de consolidação estratégica, um amplo conjunto de acções propostas quer pela AMRDL, quer pelas próprias Autarquias, e que cobrem diversos âmbitos e dimensões. Face à quantidade e diversidade de acções propostas, tornou-se clara a necessidade de proceder a uma identificação/selecção de um conjunto mais restrito de projectos (em alguns casos resultantes da agregação de várias acções), que se revelam mais coerentes com o âmbito e os propósitos do presente Programa, pretendendo reforçar, inequivocamente, a visão global e integradora da AMRDL quanto à importância das intervenções de cariz supra-municipal neste contexto. Foi assim definido um leque de 27 projectos estruturantes, que podem distinguir-se em dois tipos: Projectos estruturantes assumidos pela Associação de Municípios e que se traduzem numa operação (ou conjunto de operações) em si mesma(s) de carácter e com impacto supra-municipal. A maioria deste projectos deverão ser promovidos pela AMRDL (p. ex., PE 4. Empreender na Escola), ainda que alguns possam ser de promoção municipal, tendo como parceiro privilegiado a própria Associação de Municípios (p. ex., PE. 24. Centro de Interpretação do Cambarinho). Projectos estruturantes conceptual e estrategicamente supra-municipais, mas cuja concretização se traduz em operações consubstanciadas pelos municípios, numa lógica de complementação mútua e fecho de rede (p. ex., PE 11. Rede viária regional) A importância e o carácter estruturante de cada um dos projectos decorrem, não só do valor que têm em si mesmos, mas também do impacto que podem ter na Região, nomeadamente como catalisadores de outros projectos/acções consequentes e/ou paralelos na sua execução, inclusivamente de iniciativa privada. Com efeito, os projectos definidos contribuem para ampliar a dimensão e/ou a visibilidade dos investimentos a realizar na Região, potenciando, de igual forma, o retorno desses mesmos investimentos. Simultaneamente, os projectos estruturantes permitem consolidar o espaço sub-regional e, em particular, o sistema urbano de Viseu que, em grande medida, estrutura este território e projecta-o no exterior enquanto unidade territorial una, dinâmica e integrada. Se alguns projectos se podem associar claramente a uma das linhas de intervenção ou objectivos propostos, outros há cujo carácter transversal é mais evidente, podendo integrar-se em várias linhas. Ainda assim, optou-se 15

por agrupar os projectos por linha de intervenção, tendo em conta os seus objectivos principais e a tipologia de intervenção subjacente. A apresentação e a explicitação de cada projecto estruturante são feitas através de fichas integrando dos seguintes pontos 3 : Enquadramento, objectivos e fundamentação, em que se estabelece a ligação do projecto estruturante ao diagnóstico da Região, identificando os principais objectivos e justificação do mesmo face àquele enquadramento. Descrição, onde se concretiza(m) o(s) conteúdo(s) do projecto; no caso de projectos que decorrem de acções propostas pelos Municípios, esse conteúdo é definido a partir da descrição das correspondentes acções. Área de influência, considerando os impactos que se espera que o projecto venha a ter, classificando-se em termos de índole Regional, Supra-Municipal ou Municipal. Estimativa de investimento, tendo por base o somatório dos valores de investimento indicados pelos Municípios para as acções que integram esse Projecto Estruturante ou, no caso em que se trata de projectos autónomos a dinamizar directamente pela AMRDL, um conjunto pressupostos e critérios reflectidos e delineados pela própria Associação de Municípios na construção desses mesmos projectos (cf. nota ao Anexo 2). Calendário de execução, considerando o horizonte temporal previsto para a execução das operações, devidamente enquadrado no período de operacionalização do QREN, para o qual remete o horizonte temporal de contratualização. Promotor, considerando a tipologia e âmbito do projecto. Parceiros potenciais, reconhecidos em função da tipologia e âmbito do projecto e, ainda, da informação sobre das entidades locais/regionais obtida na fase de enquadramento estratégico, quando aplicável. Intervenções complementares, identificadas quando se revele adequado, por exemplo, o desenvolvimento de acções que contribuem para os mesmos objectivos. 3 Em anexo apresenta-se um quadro global do plano de investimentos (com os projectos estruturantes e as restantes operações) que integra a informação presente nas fichas incluídas neste ponto. 16

Linha 1 Qualificação, inovação e competitividade nas actividades económicas PE 1. ÁREAS DE ACOLHIMENTO EMPRESARIAL Enquadramento, objectivos e fundamentação Existe, nos vários concelhos da Região Dão-Lafões, um elevado número de parques industriais e outras áreas de acolhimento empresarial, a maioria dos quais implementados por iniciativa das respectivas Autarquias. Muitas destas áreas têm espaços disponíveis para a instalação de novas actividades, mas alguns municípios revelam carências face às intenções ou perspectivas de investimento. Com efeito, verifica-se uma dinâmica positiva na maioria dos concelhos, traduzida na instalação de novas unidades bem como na ampliação dos estabelecimentos existentes. O interesse por estas áreas manifesta-se entre pequenos empresários, mas também entre grandes empresas e grupos económicos, que marcam presença neste território. Se algumas das empresas que procuram estes espaços se encontram originalmente ligadas ao território (quer por se tratar da naturalidade dos respectivos fundadores/empresário, quer por utilizarem matérias-primas locais), a verdade é que algumas empresas que escolhem instalar-se nesta Região parecem não ter nada de muito específico que o justifique. Ou seja, a opção de localização decorre de outros factores que tornam a Região atractiva para a fixação de empresas. Descrição Este projecto estruturante traduz-se na concretização das intenções dos Municípios respeitantes à criação, ampliação e requalificação das áreas de acolhimento empresarial. Área de influência Regional Estimativa de investimento 52 855 000 Calendário de execução 2008-2013 Promotor Autarquias 17

Parceiros potenciais AMRDL, AIRV, GESTIM, empresa de gestão de áreas de acolhimento empresarial. Intervenções complementares Este projecto deverá estar associado a acções dos privados, designadamente ao nível do investimento produtivo e da formação de recursos humanos e outras acções imateriais, que poderão vir a obter financiamento o âmbito do Programa Operacional do Potencial Humano. O desenvolvimento de uma estratégia concertada de disponibilização de espaços para a instalação de actividades económicas (unidades industriais e empresas de outros sectores) poderá contribuir para dar uma resposta mais adequada à procura existente e às suas necessidades específicas (p. ex., serviços e infraestruturas de apoio) e, nessa medida, valorizar a oferta, melhorando a capacidade atractiva e, consequentemente, a procura destas áreas. Por outro lado, essa concertação permitirá impedir a proliferação de áreas de acolhimento empresarial, sem critérios que as justifiquem. Uma estrutura especificamente criada para o efeito poderá assegurar a mediação entre a oferta e a procura, apresentando uma oferta mais estruturada aos potenciais clientes e transmitindo maior confiança, constituindo uma garantia para os empresários. Terá também uma acrescida capacidade para identificar problemas e lacunas existentes e, simultaneamente, para encontrar as soluções adequadas, nomeadamente em termos de expansão dos espaços disponíveis. Simultaneamente, uma estratégia desse tipo contribui para a rentabilização do (elevado) investimento em infra-estruturas, para a promoção de um melhor ordenamento deste território e, nesta medida, para um desenvolvimento socioeconómico mais equilibrado da Região no seu conjunto. Esta estratégia poderá então ser prosseguida através da criação de uma entidade responsável pela concepção, promoção, comercialização e gestão dos parques empresariais/industriais existentes nos concelhos da Região, tendo como responsabilidades e competências, entre outras, as seguintes: definição de regras de funcionamento comuns às várias áreas; estabelecimento de um perfil de infra-estruturas e serviços básicos a garantir em todas as áreas e de níveis de serviço mais elevados a disponibilizar em áreas específicas; gestão da oferta de espaços (tendo permanentemente actualizada a oferta disponível e respectivas condições), assegurando a venda/arrendamento de lotes e edifícios bem como, eventualmente, a construção de edifícios para venda/arrendamento; divulgação da oferta, interna e externamente, tendo em vista a atracção de novos utilizadores, tendo por base uma estratégia de promoção conjunta, através de uma imagem única; promoção do preenchimento das áreas disponíveis por actividades compatíveis com as já existentes e capazes de contribuir para os objectivos da estratégia de desenvolvimento da Região e de cada um dos concelhos (devendo ser privilegiadas actividades ligadas aos clusters que se pretende desenvolver na Região, o potencial inovador das actividades e das empresas e ainda a significância dos níveis de qualificação mais elevados na estrutura de recursos humanos que as suportam); mediação dos contactos dos empresários (instalados e potenciais) com as Autarquias; e, por último, desenvolvimento de serviços comuns (apoio administrativo, comunicações, higiene e segurança, formação, realização de estudos, etc., podendo incluir também valências sociais, tais como cantina, creche, ATL, etc.) e/ou apoio no recurso a outros serviços. 18

PE 2. CENTRO INCUBADOR Enquadramento, objectivos e fundamentação Este projecto tem por objectivo apoiar o desenvolvimento de novas iniciativas económicas, em particular de base tecnológica e associadas a actividades emergentes e/ou que explorem os recursos específicos deste território, numa perspectiva de promoção da inovação, seja no tipo de actividades, seja nos processos de trabalho, seja nos mercados ou nos canais comerciais a explorar. O apoio aos potenciais empresários deverá orientar-se no sentido da articulação da sua estratégia com a estratégia de desenvolvimento regional, pelo que a definição de prioridades de actuação da estrutura a criar deverá ter em conta os temas estratégicos definidos. Para além daquele objectivo geral, este projecto terá também em vista a rentabilização dos espaços de acolhimento de actividades. Descrição Consolidação de uma estrutura de apoio à criação de novas iniciativas empresariais, dirigido, em particular, aos pequenos investidores/empresários independentes, com poucos recursos e/ou dificuldades de recorrer a outro tipo de apoios. Esta estrutura deverá decorrer de uma melhor operacionalização da incubadora já existente no âmbito da AIRV e da criação de mais um ou dois núcleos, em torno daquela, tendo em conta a amplitude do território em causa e dos sectores potencialmente apoiados. Cada núcleo poderá estar orientado para um determinado sector, nomeadamente, entre os clusters privilegiados na estratégia regional: pecuária e produtos agroalimentares endógenos, automóvel, metalomecânica, farmacêutica, energias renováveis. Os apoios/serviços a prestar pelo centro incubador poderão cobrir os seguintes domínios: Apoio ao desenvolvimento de uma ideia de investimento e à constituição da empresa; Instalações próprias e espaços de uso colectivo; Disponibilização de serviços comuns (p. ex., secretariado, publicidade, consultoria). Área de influência Regional Estimativa de investimento 6 700 000 Calendário de execução 2008-2013 19

Promotor Autarquias Parceiros potenciais AMRDL, AIRV, ISPV, ADIV, UC, EAB, CEC, IAPMEI, sociedades de capital de risco. Intervenções complementares No âmbito deste projecto poderá ser criada uma Bolsa de Ideias que permita sistematizar um conjunto de oportunidades de negócio e consolidar projectos de desenvolvimento das mesmas. Também neste caso, o conceito que preside às ideias é a promoção da criatividade e da inovação, no âmbito dos clusters estratégicos. A formação de recursos humanos deverá ser considerada como complemento essencial deste projecto. PE 3. REDE/CENTRAL DE RESERVAS TURÍSTICAS Enquadramento, objectivos e fundamentação A Região Dão-Lafões caracteriza-se por uma relativamente elevada oferta de alojamento turístico, nomeadamente, nas várias tipologias de turismo em espaço rural (TER). Não obstante, a estada média apresenta valores reduzidos, pelo que as taxas de ocupação são modestas. Face ao potencial da Região, em grande parte ligado ao valor ambiental e paisagístico, bem como aos recursos patrimoniais que detém, revela-se fundamental valorizar este produto, aumentando os retornos económicos associados. Descrição Com este projecto pretende-se criar uma rede, assente numa estrutura de natureza virtual, que reúna e articule a oferta disponível em toda a Região e faça chegar a informação respectiva à procura potencial. Na posse dessa informação, os potenciais visitantes poderão facilmente escolher, de um leque alargado, a que melhor satisfaz as suas preferências e necessidades, disponibilizado de forma integrada. Esta plataforma, associada a uma imagem comum, para além de ser mais user friendly e eficiente, pode ser mais atractiva e constituir uma garantia acrescida de segurança na reserva. A adesão a esta rede e a utilização da imagem correspondente deve basear-se na assunção de um conjunto de regras que assegurem elevados padrões de qualidade (período de funcionamento, serviços disponibilizados, política ambiental, etc.). Este projecto passa também pela promoção de um envolvimento mais activo dos empresários do sector (cuja principal actividade nem sempre está ligada ao turismo) no sentido de se organizarem, de desenvolverem actividades complementares ao alojamento, e de assumirem maior preocupação na qualidade do serviço prestado. 20

A plataforma, que deverá incluir uma central de reservas, será gerida por uma entidade que garante o contacto com todos os aderentes (por via electrónica ou, eventualmente, telefónica) e a actualização permanente da informação. Área de influência Regional Estimativa de investimento 128 000 Calendário de execução 2008-2013 Promotor AMRDL Parceiros potenciais Autarquias, agência e associações de desenvolvimento, Região de Turismo de Dão-Lafões, privados. Intervenções complementares Para além do envolvimento de privados nesta Rede, este projecto deverá ser complementado com o investimento privado na componente de alojamento, bem como noutras componentes. Assim, no âmbito da rede poderão ser estabelecidas parcerias com agentes locais/regionais responsáveis por actividades complementares de animação turística, rotas, realização de eventos, programas culturais, etc., que possam ser do interesse do visitante, tendo em vista a promoção recíproca. PE 4. EMPREENDER NA ESCOLA Enquadramento, objectivos e fundamentação Não sendo uma característica exclusiva desta Região, os défices de empreendedorismo são aqui evidentes. A promoção do espírito empreendedor revela-se fundamental para a afirmação da Região, não só pelas actividades económicas que podem resultar desse estímulo, mas também pelos reflexos em termos de fixação dos mais jovens à Região, na medida em que o incremento do empreendedorismo pode abrir oportunidades a partir da criação do próprio emprego que, de outra forma, não existiriam. Porque se trata de uma competência que deve ser estimulada desde muito cedo, a sensibilização deve começar na população escolar dos primeiros níveis e continuar nos níveis seguintes. Esta sensibilização deverá motivar a 21

população mais jovem para os conceitos do empreendedorismo e da inovação e para as oportunidades que, no contexto local/regional, existem para o seu desenvolvimento. Por outro lado, uma aproximação do meio escolar ao tecido empresarial tem por objectivo uma maior convergência entre os jovens e o mercado de trabalho, através da divulgação das principais áreas de oportunidade. Descrição Desenvolvimento de um projecto de sensibilização, orientado para as matérias da inovação e do empreendedorismo, dirigido a vários níveis de ensino. Nos estabelecimentos de ensino profissional e superior poder-se-á desenvolver um projecto de articulação escolas-empresas, envolvendo as empresas que mais se destacam na Região pelo potencial de inovação e competitividade, dando a conhecer as oportunidades existentes no contexto local/regional para o desenvolvimento de actividades e/ou processos inovadores, mas também orientando os planos de formação para as necessidades específicas desse tecido empresarial. No 3.º ciclo do ensino básico e no secundário poderão ser criadas empresas virtuais nas escolas, sob a orientação de docentes, através das quais se estimule a responsabilização, a autonomia e se transmitam conhecimentos sobre o funcionamento das empresas e dos mercados. A colaboração de empresas presentes na Região é uma mais-valia para o projecto, uma vez que fomenta o conhecimento do tecido empresarial regional e das oportunidades existentes na criação de uma empresa/negócio. Ao nível dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico poderão desenvolver-se actividades diversas de promoção do espírito de iniciativa nas crianças. Poderá ser aproveitada a experiência da ADICES, que vem desenvolvendo um projecto de sensibilização nesta área em parceria com as escolas. Área de influência Regional Estimativa de investimento 840 000 Calendário de execução 2008-2013 Promotor AMRDL 22

Parceiros potenciais ADICES, outras associações de desenvolvimento, estabelecimentos de ensino (vários níveis, em particular escolas secundárias e profissionais), Autarquias, empresas. PE 5. PROMOÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E VALORIZAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS Enquadramento, objectivos e fundamentação A região Dão-Lafões dispõe de um apreciável conjunto de recursos naturais passíveis de ser aproveitados para a produção de energia, particularmente a eólica, de biomassa, mas também a solar e a hídrica. Adicionalmente, a região dispõe de unidades de fabrico de maquinaria de suporte à produção deste tipo de energias. Trata-se de uma área emergente face ao reconhecimento dos impactes associados à utilização de algumas energias não renováveis e a uma crescente sensibilização dos agentes económicos e da opinião pública para as questões energéticas e ambientais em geral. Assim, e para além da valorização das energias renováveis, já concretizada por vários agentes económicos presentes na região, as entidades regionais manifestam uma preocupação crescente com a eficiência energética. Descrição Este projecto estruturante concretiza-se num conjunto de acções com que se pretende valorizar os recursos naturais para a produção de energia (eólica, de biomassa, solar e hídrica) e reduzir os custos energéticos em equipamentos públicos. Área de influência Regional Estimativa de investimento 32 704 000 Calendário de execução 2008-2013 Promotor Autarquias Parceiros potenciais AMRDL, empresas. 23