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Transcrição:

Processo Administrativo CVM n RJ2013/2422 Reg. Col. nº 8980/2014 Interessados: Marcos Cordeiro Fernandes XP Investim entos CCTVM S/A Assunto: Recurso em Processo de Mecanism os de Ressarcim ento de Prejuízos Diretor-Relator: Roberto Tadeu Antunes Fernandes I- Do Objeto Relatório 1. Trata-se de recurso apresentado por Marcos Cordeiro Fernandes ( Reclamante ), com fundam ento no art. 82, parágrafo único, da Instrução CVM n 461[1], de 23.10.07, contra decisão da BM&FBOVESPA Supervisão de Mercado ( BSM ) que indeferiu o seu pedido de ressarcim ento no âm bito do Mecanism o de Ressarcim ento de Prejuízos ( MRP ), por eventuais prejuízos decorrentes de operações realizadas sem a sua suposta autorização pela XP Investim entos CCTVM S/A ( Reclamada ). II- Da Reclamação 2. Em 18.11.2011, o Reclam ante protocolou reclam ação junto à BSM na qual alegou que, sem que houvesse seu consentim ento verbal ou escrito, a Reclam ada operou em seu nom e na Bolsa, em negócios de altos riscos, com o operações day trade, travas de baixa e operações com Índice, acarretando-lhe um prejuízo de R$ 490.000,00, incluídas taxas de corretagem e im postos (fls. 04/43). 3. O Reclam ante iniciou seus investim entos junto à Reclam ada em novem bro de 2009, por m eio de sua afiliada, Hera Investim ent Agentes Autônom os de Investim entos Ltda. Na ocasião, ele transferiu 11.000 PETR4 e 5.000 VALE5, de sua carteira da Corretora Socopa, que totalizavam o m ontante de R$ 624.760,00. 4. Sem que o Reclam ante tivesse lastro, a Reclam ada realizou operações m uito alavancadas, o que lhe gerou cobranças de m ultas sobre os saldos negativos. Alegou ainda que, a época de sua filiação à Reclam ada, não possuía conhecim entos técnicos sobre os investim entos em Bolsa. Todavia, ao ver seus recursos m inguarem a cada operação, resolveu estudar e entender m elhor o assunto, tornando-se Agente Autônom o de Investim entos em outubro de 2010[2]. 5. Argum entou que durante todo período de aplicação, nunca fora inform ado sobre qualquer operação. Relatou ter recentem ente solicitado a retirada de seu nom e do contrato social da afiliada da Reclam ada, Hera Investim entos. 6. Requereu a devolução dos valores aplicados na Reclam ada, com juros de 1% ao m ês, correção m onetária e dem ais encargos legais, incluindo taxa de corretagem e im postos pagos indevidam ente. 7. Instado pela BSM a se m anifestar sobre (i) com posição exata e detalhada dos prejuízos alegados, (ii) com que regularidade m antinha contato com a Reclam ada ou com a Hera e (iii) recebim ento dos Avisos de Negociação de Ativos ( ANA s ), extratos de custódia e notas de corretagem [3], o Reclam ante reafirm ou que nenhum a operação fora autorizada. Relatou que teve pouco contato com a Reclam ada e que recebia por email as notas de corretagem e algumas correspondências da BM&FBOVESPA. III- Da Defesa da Reclamada (fls. 203 a 636) 8. Prelim inarm ente, a Reclam ação seria inepta, por não atender o disposto no art. 3º, III, do Regulam ento do MRP. 9. A Reclam ada arguiu que, sem a descrição precisa e a indicação individual das operações objeto da reclam ação diretam ente relacionada a sua conduta e/ou a de seus prepostos, é im praticável a elaboração da defesa. 10. A Reclam ada inform ou que não possuia as gravações telefônicas das transm issões das ordens pelo fato de que, inicialm ente, elas eram transm itidas pessoalm ente pelo Reclam ante para a Hera Investm ent ou pelo sistem a home broker. 11. A Reclam ada apresentou as seguintes considerações: a) Com o poderia ser um desavisado e novato sobre o funcionam ento do Mercado alguém que m igra de um a Corretora para outra com R$ 674.760,00? Alguém que investe um a pequena fortuna no Mercado m anter-seia à m argem do andam ento dos seus negócios? Registrou que o valor aplicado pelo Reclam ante seria m aior que o dobro do exigido em lei para o cham ado investidor qualificado ; b) A condição de Agente Autônom o de Investim entos, adquirida ao longo do relacionam ento do Reclam ante com a Reclam ada, reduz a pó a alegação de sua suposta inexperiência e ignorância, pois, m esm o depois de se tornar um profissional do Mercado foi m antido idêntico perfil de investim entos; c) O Reclam ante recebeu toda a docum entação relativa às suas operações notas de corretagem, Avisos de Negócios de Ativos ANAs e extratos. 12. Adicionalm ente, a Reclam ada inform ou que, antes m esm o de firm ar contrato com o Reclam ante, este concedeu um a entrevista à Revista Isto É, em 12.8.2009, na qual declarou ser um frequentador assíduo e audacioso da Sala de Investim entos da Hera Investm ent, tendo abandonado seu em prego para viver de renda. Na ocasião, afirm ou que passava oito horas por dia no trabalho de investir em ações. 13. O Reclam ante realizava, desde 2008, a adm inistração de recursos de terceiros, sem a habilitação necessária da CVM. Segundo a Reclam ada, foram juntados docum entos com provando entrega de m ontante ao Reclam ante por

alguns investidores. Todavia, não foi localizado nenhum investim ento em nom e de tais investidores. 14. Concluiu a Reclam ada não ser verossím il que o Reclam ante, que investiu um a pequena fortuna no Mercado de Capitais, que deu um a entrevista à revista Isto É, na qualidade de referência em investim entos e que, já em 2008, prestava, ao que tudo indica, serviços de adm inistração de recursos de terceiros, venha a alegar, em período posterior, ignorância sobre o funcionam ento deste m ercado e sobre o andam ento dos seus próprios investim entos. 15. Por fim, segundo a Reclam ada, haveria provas da constante presença do Reclam ante na sala de investidores da Hera Investm ent, de onde ele com andava todas as suas operações. IV- Do Relatório de Auditoria da BSM 16. Por solicitação da Gerência Jurídica ( Gjur-BSM ) (fls. 637 a 644), a Gerência de Auditoria de Participantes e Agentes ( GAPA ) apurou, em sum a, o que se segue: a) O Reclam ante foi cadastrado no sistem a BM&FBOVESPA por interm édio de seis instituições interm ediárias, incluindo a Reclam ada[4]; b) Na Corretora Socopa realizou 995 operações de com pras e 1.026 operações de venda no segm ento Bovespa entre 11/01/2008 e 09/11/2009[5], totalizando um volum e bruto de com pras superior a R$ 24,4 m ilhões e um volum e bruto de vendas superior a R$ 23,8 m ilhões. A m édia diária no período superou o m ontante de R$ 190 m il (fl. 639); c) Na Reclam ada, foram realizadas 667 operações de com pras e 523 operações de venda no segm ento Bovespa entre 09/11/2009 e 10/11/2011[6], totalizando um volum e bruto de com pras e de vendas superior a R$ 5 m ilhões cada. A m édia diária no período foi de R$ 58,5 m il (fl. 639); d) O resultado bruto das operações de com pra e venda realizadas na Reclam ada no período de 18/05/2010 a 17/10/2011 registra prejuízos da ordem de R$ 169.465,72; e) Nas corretoras BES Securities do Brasil[7] e Itaú tanto a quantidade de negociações com o o volum e bruto operado foram substancialm ente m enores. f) A Reclam ada classificou o perfil de investim ento do Reclam ante com o agressivo, considerado o histórico de suas operações realizadas na Corretora Socopa; g) Na ficha cadastral, o Reclam ante declarou que: (i) seriam consideradas válidas as ordens transm itidas verbalm ente e por escrito; e (ii) não autorizava transm issão de ordens por procurador ou representante. Apurou-se que as ordens foram transm itidas pessoalm ente ao AAI Hera Investm ents LTDa e por m eio do sistem a Hom e Broker; h) A partir de 14/02/2011, o Reclam ante firm ou contrato de prestação de serviço de AAI com a Reclam ada, tornando-se responsável pelo registro de suas ordens; i) A Reclam ada apresentou relatório dos logs de acessos efetuados ao sistem a Home Broker. Não foi possível identificar os tipos de transações efetuadas pelo Reclam ante, m as foram identificadas 109 transações em 70 dias de acesso; j) O Reclam ante atuou com o adm inistrador de carteira sem autorização da CVM, em desacordo com o art. 3º da Instrução CVM nº 306/99; 17. O Reclam ante, após analisar o relatório de auditoria realizado pela GAPA, afirm ou que consta do seu cadastro junto à Reclam ada a determ inação de que suas ordens devem ser transm itidas pelas duas form as: verbal e por escrito. Reiterou o pedido pelo ressarcim ento da quantia de R$ 490 m il (fls. 671 a 678). V- Do Parecer da Gerência Jurídica da BSM 18. Em 18.11.2011, o Sr. Marcos Cordeiro Fernandes apresentou reclam ação contra a XP Investim entos CCTVM S.A, acionando o MRP para obter o ressarcim ento de prejuízos incorridos em razão de suposta infiel execução de ordens pelos prepostos da Reclam ada, no período de 9 de novem bro de 2009 até 20 de setem bro de 2011. (fls.702 a 710). 19. Com o a reclam ação foi apresentada em 18.11.2011, as operações anteriores a 18.05.2010 foram atingidas pelo prazo decadencial de dezoito m eses, estabelecido pelo art.80 da ICVM n. o 461/07. Portanto a reclam ação é parcialm ente intem pestiva. 20. Reclam ante e Reclam ada são partes legítim as neste processo de MRP. 21. No m érito, a Gjur-BSM destacou que a controvérsia instaurada nestes autos refere-se à existência, ou não, de autorização para a realização de todas as operações em nom e do Reclam ante. 22. A tese do Reclam ante é de que as operações realizadas em seu nom e teriam sido feitas sem sua ciência e autorização. Contraditoriam ente, contudo, reconhece que, ainda dentro do período reclam ado, ele foi credenciado pela CVM com o Agente Autônom o de Investim entos em outubro de 2010, passando, inclusive, a desenvolver atividades profissionais junto à Reclam ada e à Hera Investm ent. 23. Não é crível que o Reclam ante, sendo um AAI, e estando inserido diuturnam ente na dinâm ica de operações no Mercado de Valores Mobiliários, desconhecesse por com pleto as operações que eram realizadas em seu nom e, ainda m ais quando tais operações eram feitas por interm édio da Corretora e de sua preposta para as quais ele próprio passou a prestar serviços profissionais.

24. E a versão dos fatos trazida pelo Reclam ante se m ostra ainda m ais inverossím il, a partir dos seguintes elem entos, anteriores ao período reclam ado, trazidos pela Reclam ada: a) O Reclam ante, desde junho de 2008, desenvolve indevidam ente a atividade de adm inistrador de carteira (fls. 278 a 286); e b) O Reclam ante, em agosto de 2009, figurou em m atéria jornalística na revista Isto É, com o broker da Hera Investm ent, tendo relatado que abandonou seu em prego para viver de renda (fls. 264 a 275). 25. Segundo a Gjur-BSM, o Reclam ante, antes m esm o da abertura de sua conta na Reclam ada, não só já detinha suficientes conhecim entos para prestar, indevidam ente, serviços de adm inistração de carteira, com o ainda, já figurava com o colaborador da Hera Investm ent, onde sua presença era constante (fls. 288 a 589). 26. Diante de tais fatos, as alegações deduzidas pelo Reclam ante m ostram -se inverossím eis, o que leva à im procedência de sua reclam ação e à caracterização de sua conduta com o de evidente litigância de m á-fé, segundo o art. 17 do Código de Processo Civil, m uito em bora tal atitude não conste com o correspondente com ando norm ativo sancionador. 27. Foram detectadas as seguintes irregularidades com etidas pela Hera Investm ent e pelo Reclam ante: a) o Reclam ante desenvolveu atividade de adm inistração de carteira, sem estar habilitado para tanto; e b) a Hera Investm ent perm itiu que o Reclam ante, sem estar habilitado com o AAI, realizasse trabalhos próprios da função. 28. Deste m odo, a Gjur-BSM opinou pela im procedência do pedido postulado pelo Reclam ante, por não haver configuração de quaisquer hipóteses de ressarcim ento previstas no art. 77 da Instrução CVM nº 461/07. VI- Da Decisão Do Conselho de Supervisão da BSM 29. A 90ª Turm a do Conselho de Supervisão da BSM decidiu pela im procedência do pedido, nos term os do voto do Conselheiro-Relator Pedro Luiz Guerra, às fls. 711 a 713. 30. Prelim inarm ente, o Conselheiro-Relator m anifestou-se sobre a legitim idade das partes. Seguindo entendim ento exarado pela Gjur-BSM, considerou que as operações anteriores a 18/05/2010 foram atingidas pelo prazo decadencial de 18 m eses, m ostranso-se a Reclam ação, nesse ponto, intem pestiva. 31. No m érito, ressaltou que o ponto controverso estaria na existência ou não de ordens do Reclam ante para realização das operações. A esse respeito, concluiu que a tese do Reclam ante não se sustenta diante dos fatos trazidos ao processo, tanto pelo Reclam ante quanto pela Reclam ada. Em sua avaliação, o Reclam ante possuía condições técnicas de acom panhar todos os seus investim entos e recebeu as inform ações necessárias para fazê-lo (notas de corretagens, ANA s, extratos da CBLC). 32. Finalm ente, consignou que as irregularidades apontadas nos autos deveriam ser alvo de avaliação pela BSM. VII- Do Recurso do Reclamante 33. Um a vez cientificado da decisão do Conselho de Supervisão da BSM, o Reclam ante apresentou seu recurso, nos seguintes principais term os: a) Prelim inarm ente, alegou cerceam ento ao contraditório, posto que teria feito constar na petição inicial o protesto específico pela produção de provas. A seu juízo, a oitiva de testem unhas e o depoim ento da Reclam ada, na pessoa de seu representante legal, seriam elem entos fundam entais para elucidação dos fatos e para com provação de seus direitos; b) Haveria necessidade de oitiva do Sr. P. H. B agente da corretora o qual estaria sendo processado pela Hera Investm ents sob im putação de m alversação e exercício de atos indevidos em aplicações de que cuidava, dentre as quais àquelas relativas ao Reclam ante[8]. c) Desta form a, requer que seja decretada anulação do julgam ento da BSM e disponibilizado ao Reclam ante a produção das provas solicitadas; d) No m érito, argum enta que o fato de frequentar a sala de investim entos da Hera Investm ents não representa que houvesse autorizado verbalm ente ou por escrito a realização das operações que redundaram em prejuízo de R$ 490 m il, inclusas taxas de corretagem, im postos e valor líquido da operação; e) Reforça o argum ento de que o Reclam ante era inexperiente em m ercado de capitais e não possuía conhecim ento técnico na época em que iniciou suas operações pela Reclam ada; f) As m ovim entações representando os prejuízos não lhe foram enviadas. Há provas de que as operações efetivam ente existiram, entretanto, inexiste elem ento probante de que teriam sido autorizadas verbalm ente ou por escrito pelo Reclam ante; g) A Reclam ada não negou a ocorrência dos fatos a ela im putados; h) A situação tratada no presente Recurso ocorreu no procedim ento de Reclam ação CVM/SOI/GOI-1/566/2011, proposto por investidores que haviam outorgado procuração ao Reclam ante. Naquele processo, ficou registrado expressam ente que há necessidade de apresentação de docum entos autorizando as negociações; i) Discorda do valor apresentado pela GAPA[9], sob argum ento de que o pedido contido na reclam ação inicial é m ais am plo e decorrente da conta corrente que se instalou entre as partes ; j) Protesta contra a declaração de intem pestividade das operações realizadas anteriorm ente a 18/05/2010. O m arco interruptivo deve estar expressam ente estabelecido. Deste k) Em face a todo exposto, reiterou o pedido de ressarcim ento no valor de R$ 490 m il. VIII- Do Relatório da Área Técnica da CVM 34. A Superintendência de Relações com o Mercado e Interm ediários ( SMI ) apreciou os fatos trazidos aos autos e concluiu por m anter a decisão da BSM (fls. 752/761). Inicialm ente, a área técnica considerou que o ponto

controvertido no processo era verificar a afirm ação do Reclam ante de que ele supostam ente não autorizou, em m om ento algum, operações na Reclam ada. 35. As operações anteriores a 18.5.2010 não foram consideradas tem pestivas, pois a reclam ação foi apresentada em 18.11.2011 e o prazo decadencial é de dezoito m eses, conform e a Instrução CVM n. o 461/2007. Após 14.2.2011, o Reclam ante firm ou contrato de prestação de serviço de Agente Autônom o de Investim entos com a Reclam ada e, a partir daí, tornou-se responsável pelo registro de suas ordens (fls. 641e 642). 36. A SMI considerou que, apesar da falta das gravações telefônicas entre Reclam ante e Reclam ada, os docum entos apresentados e a situação sui generis do Reclam ante são elem entos que perm itiram um claro entendim ento dos acontecim entos. 37. No início de seu pleito, o Reclam ante, que se apresentou com o um Investidor sem conhecim ento técnico, afirm ou que a Reclam ada, sem o seu consentim ento, realizou operações alavancadas e de alto risco (fl. 05). 38. Para a SMI, tais declarações não corresponderiam à realidade dos fatos. No relatório de auditoria, extrai-se que, no segm ento Bovespa, o Reclam ante m ovim entou, junto à Reclam ada, em dois anos, R$ 1.175.839,02 no m ercado a vista e R$ 5.636.370,80 nos dem ais m ercados alavancados (inclusive day trades e exclusive Exercícios e Transferências). Portanto, o m ercado a vista, que representa as operações m enos arriscadas e não é alavancado, tem apenas cerca de 17 % de participação nos recursos m ovim entados (fl. 639). 39. No m esm o relatório de auditoria, extrai-se que o Reclam ante, anteriorm ente às operações ora constestadas, já negociara no m ercado de capitais por interm édio de outras corretoras. No que diz respeito a suas operações na Socopa, no período de um ano e dez m eses, foram m ovim entados R$ 4.487.453,81 no m ercado a vista e R$ 37.423.884,66 nos dem ais m ercados alavancados (inclusive day trades e exclusive Exercícios e Transferências). Na Socopa, o m ercado a vista tem m enos de 11 % de participação nos recursos m ovim entados (fl. 640). 40. De acordo com a SMI, não se pode afirm ar que um indivíduo com este com portam ento altam ente agressivo tenha falta de conhecim ento técnico do m ercado. 41. O conhecim ento técnico do Reclam ante, é reforçado pelo fato de o m esm o, antes de seu cadastro na Reclam ada, já ter prom ovido a adm inistração irregular de carteira, além de se auto denom inar broker da Hera Investm ent em um a m atéria jornalística. A respeito desta adm inistração irregular de carteira, os investidores prejudicados apresentaram um a reclam ação à CVM, no processo RJ 2011-2252, contra o Sr. Marcos Cordeiro Fernandes (fls. 264 a 275, 278 a 286 e 643). 42. A SMI registrou ainda que se encontra aberta um a reclam ação do investidor Sr. Rodolfo Vieira Lessa de Siqueira contra o Sr. Marcos, no processo RJ 2013-2278, MRP n. o 39/11. É curioso que as acusações do Sr. Rodolfo contra o Sr. Marcos são quase idênticas às acusações que o Sr. Marcos, na qualidade de Reclam ante, faz no processo ora sob análise. 43. Reforçando ainda m ais a tese de que o Reclam ante não apenas tinha conhecim ento com o tam bém acom panhava suas operações, o relatório de auditoria aponta que em setenta dias de acesso ao home broker período a partir de quando as operações se tornaram tem pestivas (18.5.2010) até a data em que o Reclam ante com eçou a trabalhar com o AAI na Reclam ada (14.2.2011) houve 109 transações pela internet (fl. 642). Além, foram realizados sete TEDs e efetuados quarenta resgates em sua conta (fls. 41 e 42). 44. Por todo o exposto, concluiu a SMI que o Reclam ante apresentou um a reclam ação baseada em falsas prem issas, com vistas a obter o ressarcim ento de seus prejuízos causados por condições próprias do m ercado. As falsas prem issas apresentadas foram as seguintes: a) o Reclam ante não autorizou e não tinha conhecim ento de nenhum a das ordens em seu nom e, não obstante o fato de que ele ter se tornado AAI e trabalhado na Reclam ada; b) o Reclam ante não tinha conhecim ento técnico do Mercado; c) o Reclam ante não queria operações alavancadas e de alto risco em seu nom e. 45. Deste m odo, concluiu a área técnica que não se verificou no caso concreto nenhum a das hipóteses de ressarcim ento previstas na Instrução CVM nº 461/07. É o relatório. Voto 1. No caso concreto, o Reclam ante requer o ressarcim ento, no âm bito do MRP, dos prejuízos por ele experim entados em consequência, a seu ver, de operações realizadas, pela Reclam ada, sem sua autorização. 2. Inicialm ente, expresso o entendim ento de que a ausência de provas aptas a dem onstrar, cabalm ente, a em issão de ordens pelo investidor, não im plica, objetivam ente, na procedência das alegações desses investidores e no ressarcim ento pleiteado, tal com o presum e o Reclam ante, sob pena de se transform ar o MRP num seguro de risco do m ercado, por ocorrências objetivas. Nesse sentido, inclusive, já decidiu o Colegiado desta autarquia em processos de recurso em MRP[10]. 3. Não m erecem prosperar os argum entos do Reclam ante no que diz respeito à intem pestividade das operações anteriores a 18/05/2010. O ordenam ento vigente é claro a esse respeito[11]. Friso que a Gjur-BSM, consoante m ensagem eletrônica de fl. 45, tom ou a iniciativa de consultar o Om budsm an da BM&FBOVESPA, a fim de constatar se teria ocorrido reclam ação anterior junto àquele órgão, o que poderia ser considerado para fins do cálculo dos 18 m eses. Inexiste a alegada necessidade de com unicação extrajudicial. 4. Consoante m encionado pela SMI, em sua análise de fls. 752 a 761, o pedido do Reclam ante se assem elha a

reclam ações pretéritas realizadas contra o próprio, por clientes que se sentiram prejudicados por sua atuação irregular com o adm inistrador de carteira. 5. A transcrição do diálogo de fls. 691 a 698 dem onstra o quanto o Reclam ante ficou contrariado com a determ inação recebida no sentido de que precisaria ressarcir a quantia de R$ 63 m il a um determ inado cliente da Hera Investm ents: Leonardo Ele alega que não autorizou nenhuma operação tua. Ele tá só fazendo a conta da diferença: entrei com noventa e sete, hoje eu tenho tanto. Não autorizei nada eu quero a diferença. A conta dele é simples. Marcos O cara tá mentindo. Tá cheio de mentira. Eu sei que ta fazendo o seu papel aí, mas quem tem que falar que eu vou pagar ou não vou pagar é o juiz da CVM, certo? Leonardo Não, não. Olha só: a gente é autônomo. (...) Tu tinha que apresentar a confirmação da ordem do cliente (...). Marcos Não estou me eximindo de pagar. Não to falando isso. Só que tem coisa errada aí, cara, tem muita coisa errada. Então, não é... é muito fácil: o cara chega, processa a gente, fala que tem que pagar tanto, tenho que pagar e acabou. Tem que fazer um estudo, tem que ter uma... Leonardo Não, não tem estudo. A única coisa é a confirmação de ordem. (...) Não tem estudo, não tem discussão, não tem nada. É assim: tem confirmação? OK. Não tem, paga. É só isso. É simples o processo. Não tem muito o que discutir. Marcos Não é simples assim não, velho... 6. Nota-se claram ente que o procedim ento adotado pelo Reclam ante no caso em tela é idêntico ao da reclam ação apresentada contra ele. Desde a form a com o indica seu prejuízo ( aportei R$ 640 m il e hoje tenho x, logo o valor a ser ressarcido é de R$ 490 m il ) até a repetição exaustiva de que inexistem com provações que o m esm o teria dado algum a ordem. A m eu ver, o que pretende o Sr. Marcos Cordeiro é se locupletar indevidam ente daquilo que ele im agina erroneam ente ser um a falha do sistem a. A esse respeito, estou de acordo com a posição da Gjur-BSM, de fls. 709: trata-se de flagrante litigância de m á fé, na qual os fatos narrados e as prem issas apresentadas estão em plena desconform idade com a realidade facilm ente evidenciada nos autos. 7. É incontroverso que o Reclam ante acom panhava os investim entos, tendo tom ado ciência das operações questionadas por m eio das notas de corretagem enviadas pela Reclam ada para o endereço constante em sua ficha cadastral, dos ANA s e dos extratos em itidos pela CBLC, bem com o pelo acesso ao home-broker 109 transações em 70 dias. Adem ais, durante o período com preendido entre 10/11/2009 e 31/08/2011, foram efetuados sete TEDs e quarenta resgates na conta do Reclam ante na Reclam ada, o que reforça m inha convicção de que havia acom panham ento da evolução de suas operações (fls. 41 e 42). 8. Não vejo, ainda, com o acolher os argum entos relacionados a sua inexperiência no m ercado bursátil para justificar sua inércia, m esm o diante de todas as inform ações a que teve acesso e que claram ente apontavam a realização de operações em seu nom e no m ercado de capitais. Ora, ainda que se adm itisse sua falta de conhecim entos técnicos, afigura-se razoável adm itir que o Reclam ante, diante do quadro apresentado, reunisse condições m ínim as para concluir pela irregularidade dessas operações e, por consequência, questionasse im ediatam ente a Reclam ada. 9. Segundo apurado pela Auditoria da BSM, o Reclam ante foi cadastrado no sistem a BM&FBOVESPA por interm édio da Bradesco em 17.04.2001[12]. Apurou-se, ainda, que no período de 11.01.2008 a 09.11.2009 foram realizadas na Corretora Socopa m ais de 2.000 operações em nom e do Reclam ante, incluídos m ercados À vista, À vista Day Trade, BTC, Term o, Exercício, Opções. O volum e financeiro bruto em operações superou a quantia de R$ 40 m ilhões, dos quais apenas cerca de R$ 4,5 m ilhões foram realizados no m ercado à vista, que representam as operações m enos arriscadas. 10. Ressalto ainda que a versão dos fatos, tal com o narrados na peça inicial e reforçados em grau de recurso, contem algum as inverossim ilhanças: a) não é razoável supor que um investidor com histórico de negociações do Sr. Marcos Cordeiro fosse inexperiente em operações no m ercado de capitais; b) é bastante im provável que um a pessoa que tenha abandonado um em prego num a m ultinacional para viver de investim entos, consoante declarações do próprio Reclam ante em m atéria veiculada na im prensa (às fls. 265 a 275), não acom panhasse de perto suas aplicações; c) é im provável ainda que um investidor, sentindo-se lesado por terceiros em suas aplicações, se especializasse no m ercado de capitais e viesse prestar serviços justam ente aos interm ediários responsáveis pela dilapidação de seus investim entos. 11. Em relação ao protesto pelo não atendim ento ao pedido de produção de provas, entendo que estão presentes nos autos provas suficientes para form ação de m inha convicção. 12. Diante do exposto, não vislum bro no caso concreto elem entos que perm itam concluir que se trata de hipótese abarcada pelo MRP, nos term os do art. 77 da Instrução CVM nº 461/07, o que não im pede o Reclam ante de lançar m ão das m edidas judiciais que entender cabíveis para o ressarcim ento dos supostos prejuízos. 13. Face ao exposto, nego provim ento ao recurso, m antendo assim a decisão proferida pelo Conselho de Supervisão da BSM. É o m eu voto. Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2014. Roberto Tadeu Antunes Fernandes Diretor-Relator

[1] Art. 82 (...) Parágrafo único. O reclamante pode apresentar recurso à CVM da decisão que tiver negado o ressarcimento.. [2] Na qualidade de agente autônom o de investim entos, o Reclam ante filiou-se à Reclam ada em fevereiro de 2011, e tornou-se sócio da Hera Investm ent AAI em setem bro 2011. [3] Of/BSM/GJUR/MRP/707/2011, de 28/11/2011, às fls. 46 e 47. [4] Bradesco S/A CTVM (em 17/04/2001 inativo), Itaú CV S/A (em 27/07/2007 inativo), Socopa SC Paulista S/A (em 30/11/2007 no segm ento Bovespa e em 20/05/2008 no segm ento BM&F am bos inativos), BES Securities do Brasil CCVM (em 26/10/2011 ativo), XP Investim entos CCTVM S/A (em 29/07/2009 no segm ento Bovespa e em 30/07/2009 no segm ento BM&F perm anece ativo no segm ento Bovespa) e Gradual CCTVM S/A (em 26/11/2008 inativo). [5] Nos m ercados À Vista, Á Vista Day Trade, BTC, Term o, Exercício, Opções, Opções Day Trade. [6] Nos m ercados À Vista, Á Vista Day Trade, BTC, Term o, Exercício, Opções, Opções Day Trade. [7] Operações posteriores ao período ora sob análise. [8] Teria sido instaurado, pela 1ª Delegacia do Consum idor, Inquérito Policial nº 495/2011. [9] O Relatório de Auditoria BSM/GAP nº 61/12 apresentou com o resultado bruto das operações de com pra e venda realizadas no período de 18/05/2010 a 17/10/2011 prejuízo de R$ 169.465,72. [10] Cf. decisões tom adas nos Processos Adm inistrativos CVM nº s RJ2010/10271, RJ2010/9625 (Rel. Alexsandro Broedel), SP2010/222 e SP2010/223 (Rel. Roberto Tadeu). [11] Nos term os expressos pela Gjur-BSM, às fls. 705 e 706: O presente processo de MRP versa sobre fatos ocorridos de 09/11/2009 a 10/11/2011. Entretanto, considerando que a Reclam ação foi apresentada em 18/11/2011, as operações anteriores a 18/05/2010 foram atingidas pelo prazo decadencial de 18 m eses, estabelecido pelo art. 80 da Instrução CVM nº 461/07. [12] Ao todo, o Reclam ante foi cadastrado no sistem a da BM&FBOVESPA por interm édio das seguintes instituições: Bradesco S/A CTVM, Itaú CV S/A, Socopa SC Paulista S/A, BES Securities do Brasil CCVM, XP Investim entos CCTVM S/A e Gradual CCTVM S/A.