O INVENTÁRIO NO NOVO CPC

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Transcrição:

O INVENTÁRIO NO NOVO CPC DIMAS MESSIAS DE CARVALHO Mestre em Direito Constitucional Promotor de Justiça aposentado/mg Professor na UNIFENAS e UNILAVRAS Advogado Membro do IBDFAM e da Academia Lavrense de Letras Autor de Obras Jurídicas Email: dimasmessiasdecarvalho@outlook.com.br

1. CONCEITO DE INVENTÁRIO Direito de saisine a herança transmite imediatamente aos herdeiros, legítimos e testamentários, após a morte do autor (art. 1.784, CC). O herdeiro pode vender seu direito hereditário, mas é ineficaz a venda de bem singular (art. 1.793, CC). INVENTÁRIO é o instrumento processual ou extrajudicial para oficializar a transferência dos bens deixados pelo falecido aos herdeiros e legatários. Consiste no procedimento para indicação dos sucessores, apuração e descrição dos bens, pagamento das dívidas apurando-se a herança líquida, cálculo e pagamento dos impostos, para fins de partilha.

2. FORO COMPETENTE PARA ABERTURA DO INVENTÁRIO JUDICIAL art. 48, NCPC Domicílio do autor da herança. Na ausência de domicílio certo: o foro de situação dos bens imóveis única comarca; qualquer foro possuindo bens em foros diferentes (*Inovação: era no local do óbito); foro de qualquer bem móvel, não havendo bens imóveis. Dispõe o art. 48 NCPC que:

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; (* inovação - era no local do óbito). III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.

3. ANTECIPAÇÃO DE USO E FRUIÇÃO DOS BENS *Inovação: o juiz pode antecipadamente autorizar aos herdeiros o exercício dos direitos de usar e fruir de determinado bem, condicionando que ao final do inventário tal bem integra a cota do herdeiro. que responderá pelos ônus e bônus. Deve ser estendida aos legados puro e simples. *Art. 647, parág. único, NCPC: O juiz poderá, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente a qualquer dos herdeiros o exercício dos direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a condição de que, ao término do inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, todos os ônus e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos.

4. MODALIDADES DE INVENTÁRIO NCPC Inventário comum ou tradicional - arts. 610 a 646; Inventário na forma de arrolamento sumário - arts.659 a 663; Inventário naforma dearrolamento comum art. 664; Inventário extrajudicial / administrativo art.610, 1º e 2º.

4.1. INVENTÁRIO JUDICIAL TRADICIONAL OU COMUM art. 610 a 646, NCPC É subsidiário. O juiz somente remete para as vias ordinárias as questões que dependem de outras provas, além de documentos (art. 612, NCPC). Procedimento no inventário comum: 1 requerimento de abertura de inventário, no prazo de dois meses da morte NCPC, art. 48 e 611. (*Inovação: era 60 dias, CPC/1973 e legitimou o companheiro para requerer a abertura). É legitimado para requerer a abertura quem estiver na posse e administração dos bens, instruindo o pedido com certidão de óbito do autor da herança (art. 615, NCPC). São legitimados concorrentes (art. 616, NCPC):

I - o cônjuge ou *companheiro supérstite; II - o herdeiro; III - o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse; IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite.

2 nomeação de inventariante NCPC, art. 617. (*Inovação: incluiu o herdeiro menor por seu representante legal e o cessionário do herdeiro ou legatário). Ordem de nomeação: I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados; III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio; IV - *o herdeiro menor, por seu representante legal; V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados; VI - *o cessionário doherdeiro oudolegatário; VII - o inventariante judicial, se houver; VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.

*Inovação: O juiz pode remover o inventariante de ofício art. 622, NCPC; 3 compromisso do inventariante, no prazo de cinco dias contados da intimação NCPC, art. 617, parág. único; 4 primeiras declarações, no prazo de vinte dias da data em que o inventariante prestou o compromisso, constando art. 620, NCPC: I - o nome, o estado, a idade e o domicílio do autor da herança, o dia e o lugar em que faleceu e se deixou testamento; II - o nome, o estado, a idade, o endereço eletrônico e a residência dos herdeiros e, havendo cônjuge ou companheiro supérstite, além dos respectivos dados pessoais, o regime de bens do casamento ou da união estável; III - a qualidade dos herdeiros e o grau de parentesco com o inventariado; IV - a relação completa e individualizada de todos os bens do espólio, inclusive aqueles que devem ser conferidos à colação, e dos bens alheios que nele forem encontrados.

Devem ser descritos detalhadamente todos os bens, dívidas e conferido valor,descrevendo-se: a) os imóveis; b) os móveis; c) os semoventes; d) o dinheiro, as jóias; e) títulos, ações e quotas; f) as dívidas ativas e passivas; g) direitos e ações; h) o valor corrente de cada um dos bens do espólio. 5 citação dos herdeiros pelo correio (*Inovação: NCPC, art. 626), com impugnações no prazo de *15 dias (NCPC, arts. 627 a 629 eram 10 dias), podendo (art. 627): I - arguir erros, omissões e sonegação de bens; II - reclamar contra a nomeação de inventariante III - contestar a qualidade de quem foi incluído no título de herdeiro.

Após as impugnações o juiz deve decidir todas as questões. Dispõem os 1º a 3º, art. 627: 1 o Julgando procedente a impugnação referida no inciso I, o juiz mandará retificar as primeiras declarações. 2 o Se acolher o pedido de que trata o inciso II, o juiz nomeará outro inventariante, observada a preferência legal. 3 o Verificando que a disputa sobre a qualidade de herdeiro a que alude o inciso III demanda produção de provas que não a documental, o juiz remeterá a parte às vias ordinárias e sobrestará, até o julgamento da ação, a entrega do quinhão que na partilha couber ao herdeiro admitido.

6 avaliação dos bens NCPC, art. 630, com impugnações no prazo de *15 dias (art. 635, NCPC - eram 10 dias), correções e decisão (art. 636, NCPC); 7 últimas declarações (art. 636, parte final, NCPC) com impugnações em *15 dias (art. 637, NCPC eram 10 dias), após decisão; 8 cálculo e liquidação do imposto (art. 637, parte final, NCPC), com impugnações em cinco dias (art. 638, NCPC - *mesmo prazo de 5 dias), após decisão (art. 638, 2º, NCPC). Em seguida prossegue-se para a fase de partilha judicial - arts. 647 a 658. A partilha pode ser : judicial, amigável e em vida: mediante doação ou testamento.

4.2. ARROLAMENTO SUMÁRIO arts. 659 a 663, NCPC Forma sumária de inventário e partilha amigável ou adjudicação de bens. Privilegia celeridade e efetividade. Requisitos: partes capazes; presentes; acordo napartilha; bens dequalquer valor; homologação dapartilha.

Procedimento no arrolamento sumário: 1 petição de inventário com requerimento de nomeação do inventariante indicado, declaração dos herdeiros, relação dos bens com os valores atribuídos e dívidas, partilha art. 660, NCPC; 2 nomeação do inventariante indicado, sem necessidade de termo; 3 vistas ao testamenteiro, se houver testamento(não existe intervenção do MP); 4 reserva de bens, se houver dívidas e avaliação judicial se o credor impugnar o valor (única hipótese de avaliação art. 662, NCPC);

5 homologação da partilha, *sem apreciar questões referentes a taxa judiciária ou tributos de transmissão ITCD; 6 expedição do formal de partilha e alvarás, após o trânsito em julgado art. 659, 2º, 1ª parte, NCPC; 7 intimação do fisco para *lançamento administrativo do imposto de transmissão art. 659, 2º, 2ª parte, NCPC. *Inovação: Não foi reproduzido o teor do 1º do art. 1.031, CPC/1973 que dispunha que o formal e os alvarás só serão expedidos e entregues às partes após a comprovação, pela Fazenda Pública, do pagamento de todos os tributos.

O NCPC dispõe no 2º do art. 659 que: Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos arts. 660 a 663. (...) 2 o Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou de adjudicação, *será lavrado o formal de partilha ou elaborada a carta de adjudicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás referentes aos bens e às rendas por ele abrangidos, *intimando-se o fisco para lançamento administrativo do imposto de transmissão e de outros tributos porventura incidentes, conforme dispuser a legislação tributária, nos termos do 2 o do art. 662.

O NCPC dispõe no art. 662 que: Art. 662. No arrolamento, não serão conhecidas ou apreciadas questões relativas ao lançamento, ao pagamento ou à quitação de taxas judiciárias e de tributos incidentes sobre a transmissão da propriedade dos bens do espólio. 1 o A taxa judiciária, se devida, será calculada com base no valor atribuído pelos herdeiros, cabendo ao fisco, se apurar em processo administrativo valor diverso do estimado, exigir a eventual diferença pelos meios adequados ao lançamento de créditos tributários em geral. 2 o O imposto de transmissão será objeto de lançamento administrativo, conforme dispuser a legislação tributária, não ficando as autoridades fazendárias adstritas aos valores dos bens do espólio atribuídos pelos herdeiros.

Assim, no arrolamento *não serão conhecidas questões relativas ao lançamento e pagamento de taxas judiciárias e ITCD ou ITCDM(caput do art. 662). A taxa judiciária *será calculada pelo valor atribuído aos bens pelos herdeiros, cabendo ao fisco pelos meios próprios cobrar eventual diferença ( 1º do art. 662). O ITCD *será objeto de lançamento administrativo, não ficando o fisco vinculado aos valores atribuídos pelos herdeiros ( 2º do art. 662). Busca-se, com o NCPC celeridade e efetividade na conclusão do arrolamento sumário, evitando-se a conhecida procrastinação e os atrasos com a intervenção da receita estadual.

Art. 659, 2º, NCPC X 192 Cód. Tributário O 2º, do art. 659, NCPC, excepcionou o art. 192 do Código Tributário, que determina: Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Procedimento a adotar: Homologa-se a partilha amigável primeiro e só depois o fisco é intimado para o lançamento (Thais Precoma Guimarães IBDFAM/PR)? Ou Recolhe-se os tributos pelo valor atribuído pelos herdeiros e depois o fisco é intimado para apurar eventual diferença, conciliando com o art. 192 do Código Tributário?

4.3. ARROLAMENTO COMUM art. 664, NCPC Agiliza o inventário e a partilha, independente de acordo, desde que o valor dos bens do espólio *seja igual ou inferior a 1.000 (mil) salários mínimos (era 2.000 ORTNs art. 1.036, CPC/1973). Exige-se concordância das partes e do MP se existir interessado incapaz. Também não se discute questões relativas a taxas e tributos, aplicando-se o art. 662, NCPC. Dispõe o art. 664, NCPC que:

Art. 664. Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a *1.000 (mil) salários-mínimos, o inventário processar-se-á na forma de arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente de assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas declarações, a atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da partilha. 1 o Se qualquer das partes ou o Ministério Público impugnar a estimativa, o juiz nomeará avaliador, queoferecerá laudo em 10 (dez) dias. 2 o Apresentado o laudo, o juiz, em audiência que designar, deliberará sobre a partilha, decidindo de plano todas as reclamações e mandando pagar as dívidas não impugnadas. 3 o Lavrar-se-á de tudo um só termo, assinado pelo juiz, pelo inventariante e pelas partes presentes ou por seus advogados. 4 o Aplicam-se a essa espécie de arrolamento, no que couber, as disposições do *art. 672 (correto é o art.662), relativamente ao lançamento, ao pagamento e à quitação da taxa judiciária e do imposto sobre a transmissão da propriedade dos bens doespólio. 5 o Provada a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, o juiz julgará a partilha.

Procedimentos do arrolamento comum art. 664, NCPC 1 requerimento de abertura do inventário e nomeação de inventariante (sem termo); 2 declarações do inventariante, com todos os dados necessários das partes, dos bens, atribuindo-lhes valor, dívidas e a proposta de partilha; 3 citação dos herdeiros e intimação do MP (se existir incapazes) para impugnarem, querendo; 4 avaliação dos bens (somente se ocorrer impugnação do valor estimado);

5 deliberação do juiz, designando audiência se necessário, quanto às impugnações, reclamações e pagamento das dívidas; 6 comprovação da quitação dos tributos; 7 julgamento da partilha; 8 expedição do formal e intimação do fisco, para lançamento administrativo de eventual diferença dos valores estimados. *Art. 664, 4º, NCPC, refere-se aoart. 662 e não 672.

4.4. INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL - 35/2007, CNJ art. 610, NCPC e Res. Dispõem os 1º e 2º do art. 610, NCPC que: Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial. 1 o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. 2 o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. A Corregedoria Nacional de Justiça CNJ baixou o *Provimento n. 56, de 14 de julho de 2016, determinando, em todos os procedimentos de inventário judiciais e extrajudiciais, a juntada de certidão da inexistência de testamento expedida pela CENSEC Central Notarial de Serviços Compartilhados. E o testamento particular?

Requisitos do inventário extrajudicial 1 Inexistência de testamento (*controvertido); 2 partes capazes e presentes (ou representadas); 3 acordo entre as partes; 4 assistência de advogado ou defensor público; 5 recolhimento dos tributos; 6 lavratura de escritura pública de inventário e partilha pelo tabelião; 7 assinatura da escritura pelas partes ou representantes, advogado e tabelião.

5. BENS DISPENSADOS DE ARROLAMENTO E INVENTÁRIO - art. 666, NCPC e Lei 6.858/1980. Valores pagos em cotas iguais aos dependentes habitados na previdência social ou similar no serviço público, independente da existência de outros bens. Acertos trabalhistas; Montantes do FGTS e PIS-PASEP; Restituições do IR. Não existindo outros bens a inventariar também os saldos bancários ou de poupança no valor de até 500 ORTNs ( R$ 31.065,00, segundo os cálculos em 01/2016 do TJ/Rondônia)

OBRIGADO!!! dimasmessiasdecarvalho@outlook.com.br