PROJETO DE PARECER. PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu 2016/0231(COD) da Comissão dos Transportes e do Turismo

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Transcrição:

Parlamento Europeu 2014-2019 Comissão dos Transportes e do Turismo 2016/0231(COD) 4.1.2017 PROJETO DE PARECER da Comissão dos Transportes e do Turismo dirigido à Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo às reduções anuais obrigatórias das emissões de gases com efeito de estufa pelos Estados-Membros entre 2021 e 2030 para uma União da Energia resiliente e para cumprir os compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris e que altera o Regulamento (UE) n.º 525/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à criação de um mecanismo de monitorização e de comunicação de informações sobre emissões de gases com efeito de estufa e de outras informações relevantes no que se refere às alterações climáticas (COM(2016)0482 C8-0331/2016 2016/0231(COD)) Relatora de parecer: Merja Kyllönen PA\1111480.docx PE595.458v01-00 Unida na diversidade

PA_Legam PE595.458v01-00 2/14 PA\1111480.docx

JUSTIFICAÇÃO SUCINTA O setor dos transportes produz um quarto das emissões de dióxido de carbono na UE. Desde a década de 1990 que se debate a necessidade de reduzir as emissões provenientes dos transportes, mas os objetivos têm mudado com as tendências económicas. Apesar de o debate ter continuado, na Europa as emissões de gases com efeito de estufa provenientes dos transportes não deixaram de aumentar, atingindo em 2014 um nível 20 % mais elevado do que em 1990. O aumento geral das emissões provenientes dos transportes deve-se, principalmente, ao maior volume de emissões nos setores rodoviário e aéreo, pois as emissões geradas pelos transportes ferroviários e por vias navegáveis interiores têm vindo a baixar desde 1990. No setor dos transportes, a percentagem de veículos privados é de cerca de 44 % e a contribuição combinada dos transportes de mercadorias pesadas e de passageiros é de cerca de 18 %. O Regulamento Partilha de Esforços em apreço diz respeito ao setor dos transportes em geral, com exceção do domínio marítimo e aéreo internacional. De acordo com a proposta de regulamento, para além de uma meta de redução das emissões para 2030, os Estados-Membros terão de cumprir objetivos de redução anual no período compreendido entre 2021 e 2030. Os Estados-Membros serão obrigados, simultaneamente, a cumprir contingentes anuais de emissões e a seguir uma trajetória linear de redução das emissões. De acordo com a proposta, 2020 é o ponto de partida da trajetória de redução das emissões para o período de 2021-2030, a qual, em princípio, será determinada com base na média dos dados de emissões para 2016-2018. Para a relatora, é importante criar fortes incentivos para todos os países reduzirem as emissões logo desde o início do período e, por isso, propõe que se reconsidere a ideia de tomar como ponto de partida os níveis de 2020. A relatora frisa a necessidade de reduzir as emissões de forma consistente, nomeadamente a longo prazo, ou seja, no período que termina em 2050. A Comissão incluiu na sua proposta de regulamento elementos de flexibilidade que visam garantir que as medidas de redução das emissões sejam tomadas da forma mais eficaz em termos de custos. No entanto, os mecanismos de flexibilidade incluídos na proposta da Comissão, assim como a sua base de cálculo apresentam elementos de incerteza que podem comprometer a execução da política da UE em matéria de clima, bem como o resultado geral final. Os mecanismos flexíveis propostos fazem com que a UE possa não atingir os seus objetivos de redução das emissões ao abrigo da Convenção de Paris sobre as alterações climáticas, mesmo que os Estados-Membros atinjam os objetivos que lhes foram atribuídos nos termos da Decisão Partilha de Esforços. Por outro lado, a aceitação da proposta da Comissão em determinados Estados-Membros depende, precisamente, destes elementos de flexibilidade. No entanto, consideradas em conjunto, muitas das flexibilidades, que em alguns casos se sobrepõem, poderiam levar a que as emissões da UE provenientes dos setores abrangidos pela partilha de esforços, de facto, fiquem muito aquém do objetivo de 30 %. A relatora considera que, entre os mecanismos de flexibilidade propostos, há fortes argumentos a favor das transferências entre setores, entre o comércio de direitos de emissão e a partilha de esforços (a chamada «flexibilidade única»), bem como a flexibilidade LULUCF, que deverá permitir aos Estados-Membros a utilização do limite máximo de remoções (sumidouros) previsto na proposta para o setor LULUCF, a fim de dar cumprimento à obrigação de redução de emissões no setor abrangido pela partilha de esforços. PA\1111480.docx 3/14 PE595.458v01-00

A relatora compreende a ideia presente na proposta da Comissão de reduzir os encargos administrativos, mas considera que é necessário um acompanhamento anual da forma como os objetivos de redução das emissões estão a ser realizados nos diferentes Estados-Membros, em vez da avaliação quinquenal proposta. Igualmente, para garantir uma aplicação efetiva e eficaz, a relatora entende que a Comissão deverá dispor de instrumentos de imposição de sanções aos Estados-Membros que não cumpram as suas metas de redução de emissões. De acordo com o Regulamento Partilha de Esforços, os métodos de redução das emissões serão deixados ao critério de cada Estado-Membro. No contexto da publicação da sua proposta de Regulamento Partilha de Esforços, a Comissão expôs o que pensa sobre medidas destinadas a reduzir as emissões provenientes dos transportes na Comunicação sobre a transição para uma mobilidade hipocarbónica, publicada em julho de 2016. À Comunicação da Comissão terão de seguir-se numerosas propostas legislativas destinadas a estabelecer um quadro, nomeadamente, para a regulamentação das emissões provenientes do transporte de mercadorias pesadas. No entanto, a responsabilidade pelo êxito da política global da UE em matéria de clima depende bastante das políticas e decisões a nível nacional e local; as aglomerações urbanas têm um papel especialmente importante a desempenhar, uma vez que o transporte urbano produz 23 % das emissões de dióxido de carbono provenientes dos transportes na Europa. Com base na proposta de Regulamento Partilha de Esforços, a maior pressão para reduzir as emissões dos transportes recairá nos Estados-Membros cujas metas de redução de emissões são globalmente elevadas. A relatora concorda com a decisão de deixar as autoridades nacionais decidir quais os métodos a utilizar para reduzir as emissões no setor dos transportes. No entanto, considera problemático o facto de a UE não dispor de competências no tocante às políticas urbanas e espera que a UE assuma um papel de coordenação mais vasto em termos de divulgação das melhores práticas no setor dos transportes urbanos. Além disso, a relatora recorda que, graças aos vários instrumentos de financiamento de que dispõe, a UE tem muitos fundos para atribuir, e considera essencial que, no caso dos transportes, os fundos dos vários programas e instrumentos sejam utilizados para projetos que promovem a transição para um sistema de transportes hipocarbónico (a curto prazo) e totalmente isento de emissões (a médio e longo prazo). Durante muito tempo, a política comum europeia de transportes apoiou-se sobretudo nos progressos tecnológicos a nível dos veículos e dos combustíveis para realizar os objetivos de redução das emissões. No entanto, as irregularidades recentemente postas a nu na indústria automóvel lançam dúvidas quanto ao empenho da indústria numa genuína redução das emissões. A transição para uma mobilidade hipocarbónica ou isenta de emissões é dificultada pela grande dependência dos combustíveis fósseis e o baixo preço do petróleo veio, recentemente, travar essa transição. A relatora entende que a forma mais eficaz de atingir os objetivos de redução das emissões consiste num vasto conjunto de medidas que incluem um ordenamento racional do território, transportes públicos, políticas destinadas a promover as deslocações a pé e de bicicleta, a exploração integral do desenvolvimento das tecnologias dos veículos, dos motores e dos combustíveis, a introdução de serviços do conhecimento e de serviços digitais, assim como a utilização dos preços como mecanismo para orientar as escolhas em matéria de mobilidade. PE595.458v01-00 4/14 PA\1111480.docx

A digitalização e os novos serviços digitais tornaram possíveis novos tipos de serviços de mobilidade, que, se forem mais amplamente utilizados, poderão reduzir a necessidade de possuir e utilizar um carro próprio e, portanto, apresentam um grande potencial de redução das emissões. É, por conseguinte, desejável que estes serviços se generalizem tanto nos transportes urbanos como interurbanos. Estes serviços oferecem facilidade de circulação aos utilizadores, para além de tornarem mais previsíveis e transparentes os custos totais da mobilidade. Tudo indica, também, que a automatização dos transportes está a avançar a um ritmo mais rápido do que o previsto. A relatora considera positivos estes dois desenvolvimentos, mas assinala que os legisladores da UE e dos Estados-Membros terão de monitorizar cuidadosamente a forma como o desenvolvimento nestes domínios afeta as emissões no setor dos transportes. É necessário assegurar que esta mudança dará origem a comportamentos de mobilidade menos prejudiciais para o clima e o ambiente. O setor dos transportes é um dos serviços mais importantes para os cidadãos europeus no quotidiano, e uma logística eficiente, exata e com uma boa relação custo-eficácia é absolutamente essencial para a integração europeia e o funcionamento do mercado interno. Atendendo a que o presente regulamento sobre a partilha de esforços torna bastante ambiciosos os objetivos de redução das emissões para o setor dos transportes e da logística, a relatora não pode deixar de exprimir a sua preocupação pelo facto de os custos de redução das emissões para o setor dos transportes e a indústria europeia, em geral, ainda não terem sido determinados. Também é necessário proceder a um cálculo custo-benefício credível quando os Estados-Membros tomam decisões sobre as obrigações de redução de emissões atribuídas aos diferentes setores e a Comissão deve apoiar os Estados-Membros fornecendo-lhes esses instrumentos. ALTERAÇÕES A Comissão dos Transportes e do Turismo insta a Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar, competente quanto à matéria de fundo, a ter em conta as seguintes alterações: 1 Considerando 3 (3) Em 10 de junho de 2016, a Comissão apresentou uma proposta de ratificação do Acordo de Paris pela UE. A presente proposta legislativa é parte integrante da aplicação do compromisso assumido pela UE no Acordo de Paris. O compromisso assumido pela União no sentido de reduzir as emissões em toda a economia foi confirmado pela projetada contribuição, determinada a nível nacional, da União e dos Estados-Membros, (3) Em 10 de junho de 2016, a Comissão apresentou uma proposta de ratificação do Acordo de Paris pela UE. A presente proposta legislativa é parte integrante da aplicação do compromisso assumido pela UE no Acordo de Paris de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa de modo a manter o aumento global da temperatura bastante abaixo dos 2 C em relação aos níveis pré-industriais e de prosseguir os esforços PA\1111480.docx 5/14 PE595.458v01-00

apresentada ao Secretariado da CQNUAC em 6 de março de 2015. para limitar o aumento da temperatura a 1,5 C em relação aos níveis pré-industriais. O compromisso assumido pela União no sentido de reduzir as emissões em toda a economia foi confirmado pela projetada contribuição, determinada a nível nacional, da União e dos Estados-Membros, apresentada ao Secretariado da CQNUAC em 6 de março de 2015. 2 Considerando 9 (9) A abordagem dos limites nacionais anuais obrigatórios adotada na Decisão n.º 406/2009/CE do Parlamento Europeu e do Conselho deverá ser mantida entre 2021 e 2030, com o início do cálculo da trajetória em 2020 ao nível das suas emissões médias de gases com efeito de estufa durante 2016 a 2018 e o término da trajetória em 2030 para cada Estado-Membro. Está prevista uma adaptação da dotação em 2021 para os Estados-Membros que tenham, simultaneamente, um limite positivo nos termos da Decisão 406/2009/CE e dotações anuais de emissões em aumento entre 2017 e 2020, em conformidade com o disposto nas Decisões 2013/162/UE e 2013/634/UE, a fim de refletir a capacidade de aumento das emissões nesses anos. O Conselho Europeu concluiu que a disponibilidade e a utilização dos atuais instrumentos de flexibilidade nos setores não abrangidos pelo RCLE serão significativamente reforçadas para garantir a eficácia em termos de custos do esforço coletivo da União, bem como a convergência das emissões per capita até 2030. (9) A abordagem dos limites nacionais anuais obrigatórios adotada na Decisão n.º 406/2009/CE do Parlamento Europeu e do Conselho deverá ser mantida entre 2021 e 2030, com o início do cálculo da trajetória em 2020 ao nível das suas emissões médias de gases com efeito de estufa durante 2016 a 2018 e o término da trajetória em 2030 para cada Estado-Membro. O Conselho Europeu concluiu que a disponibilidade e a utilização dos atuais instrumentos de flexibilidade nos setores não abrangidos pelo RCLE serão significativamente reforçadas para garantir a eficácia em termos de custos do esforço coletivo da União, bem como a convergência das emissões per capita até 2030. PE595.458v01-00 6/14 PA\1111480.docx

3 Considerando 11-A (novo) (11-A) Mais de 75 % das emissões de gases com efeito de estufa estão relacionados com a energia. Por conseguinte, todas as medidas destinadas a melhorar a eficiência energética de uma forma rentável e, desde logo, reduzir a procura de energia devem ser consideradas prioritárias e devem ser promovidas e devidamente integradas nas ações transversais da política em matéria de clima; 4 Considerando 11-B (novo) (11-B) A fim de estabelecer uma «União do Clima» mais eficaz, a União e os seus Estados-Membros devem zelar por que as políticas nos domínios do clima, da energia e de outros setores se reforcem mutuamente e sejam compatíveis com o objetivo a longo prazo de chegar a um mundo neutro em termos de emissões de carbono. Deve avaliar-se o impacto da política energética e das políticas setoriais nos compromissos assumidos a nível nacional e da União em matéria de clima utilizando métodos comuns quantificados, para que esse impacto seja transparente e verificável. PA\1111480.docx 7/14 PE595.458v01-00

5 Considerando 13-A (novo) (13-A) Uma vez que os setores abrangidos pelo presente regulamento são responsáveis por mais de metade das emissões de gases com efeito de estufa da União, as políticas de redução das emissões nestes setores são extremamente importantes para a União cumprir os compromissos que assumiu ao abrigo do Acordo de Paris. Por conseguinte, os processos de monitorização, comunicação de informações e acompanhamento ao abrigo do presente regulamento devem ser totalmente transparentes. Os Estados- Membros e a Comissão devem disponibilizar ao público as informações de conformidade com o presente regulamento e assegurar a participação adequada das partes interessadas e do público no processo de revisão do presente regulamento. A Comissão é igualmente instada a criar um sistema eficiente e transparente de acompanhamento dos resultados obtidos graças aos mecanismos de flexibilidade introduzidos. 6 Considerando 18-A (novo) (18-A) Para além dos esforços para reduzir as suas emissões, a União, de PE595.458v01-00 8/14 PA\1111480.docx

acordo com o objetivo de aumentar o seu impacto positivo na pegada mundial de carbono, deve, juntamente com os países terceiros, procurar soluções através da execução de projetos conjuntos com esses países no quadro da política para 2030 em matéria de clima, tendo em conta que o Acordo de Paris remete para um novo mecanismo de cooperação internacional para o combate às alterações climáticas. 7 Artigo 1 1. O presente regulamento estabelece as obrigações relativas às contribuições mínimas dos Estados-Membros para o cumprimento do compromisso de redução das emissões com efeito de estufa da União no período de 2021 a 2030 e as regras quanto ao modo de determinar as dotações anuais de emissões e quanto à avaliação dos progressos dos Estados- Membros no sentido do cumprimento das suas contribuições mínimas. 1. O presente regulamento obriga os Estados-Membros a, coletivamente, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa referidas no artigo 2.º em, pelo menos, 30 % em 2030 relativamente a 2005. Estabelece as obrigações relativas às contribuições mínimas dos Estados- Membros para o cumprimento do compromisso de redução das emissões com efeito de estufa da União no período de 2021 a 2030 e as regras quanto ao modo de determinar as dotações anuais de emissões e quanto à avaliação dos progressos dos Estados-Membros no sentido do cumprimento das suas contribuições mínimas. Justificação Por razões de clareza, o Regulamento Partilha de Esforços também deve incluir uma referência ao seu objetivo global, que é o de reduzir as emissões em setores não abrangidos pelo RCLE em, pelo menos, 30 %. PA\1111480.docx 9/14 PE595.458v01-00

8 Artigo 1 n.º 1-A (novo) 1-A. O principal objetivo do presente regulamento é cumprir o compromisso assumido pela União e os Estados-Membros ao abrigo da CQNUAC e do Acordo de Paris de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa visando manter o aumento da temperatura mundial bastante baixo dos 2 C em relação aos níveis pré-industriais e de prosseguir os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 C em relação aos níveis pré-industriais. Para atingir estes objetivos, os Estados-Membros devem continuar a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa abrangidas pelo presente regulamento anualmente e de forma linear após 2030, contribuindo para uma redução de 60 % até 2040, em relação aos níveis de 2005, e de 95 % até 2050, em comparação com 2005. 9 Artigo 4 n.º 2 2. Sem prejuízo das flexibilidades previstas nos artigos 5.º, 6.º e 7.º, dos ajustamento previstos no artigo 10.º, n.º 2, e tendo em conta qualquer dedução resultante da aplicação do artigo 7.º da Decisão n.º 406/2009/CE, cada Estado-Membro deve assegurar que as suas emissões de gases com efeito de estufa em cada ano entre 2021 e 2029 não sejam 2. Sem prejuízo das flexibilidades previstas nos artigos 5.º, 6.º e 7.º, dos ajustamento previstos no artigo 10.º, n.º 2, e tendo em conta qualquer dedução resultante da aplicação do artigo 7.º da Decisão n.º 406/2009/CE, cada Estado-Membro deve assegurar que as suas emissões de gases com efeito de estufa em cada ano entre 2021 e 2029 não sejam PE595.458v01-00 10/14 PA\1111480.docx

superiores a um nível definido por uma trajetória linear, com início em 2020 ao nível das suas emissões médias de gases com efeito de estufa durante 2016, 2017 e 2018, determinada nos termos do n.º 3, e que termina em 2030 no limite indicado no anexo II do presente regulamento para o Estado-Membro em causa. superiores a um nível definido por uma trajetória linear, com início em 2020 ao nível das suas emissões médias de gases com efeito de estufa durante 2016, 2017 e 2018, determinada nos termos do n.º 3, utilizando os objetivos estabelecidos na Decisão 406/2009/CE para 2020 como um limite máximo, e que termina em 2030 no limite indicado no anexo II do presente regulamento para o Estado-Membro em causa. Justificação Os países que não cumpram os seus objetivos para 2020 a nível interno não devem ser recompensados pelo seu desempenho insuficiente. A determinação do ponto de partida com base na média de emissões de gases com efeito de estufa durante 2016, 2017 e 2018 ou o seu objetivo para 2020, dependendo de qual for o valor mais baixo, pode traduzir-se numa redução adicional de cerca de 93 Mton de CO2 a nível da UE. 10 Artigo 5 n.º 3 3. Os Estados-Membros cujas emissões de gases com efeito de estufa de um determinado ano sejam inferiores à sua dotação anual de emissões nesse ano, tendo em conta a utilização dos mecanismos de flexibilidade previstos no presente artigo e no artigo 6.º, podem acumular esse excedente da sua dotação anual de emissões para os anos seguintes até 2030. 3. Os Estados-Membros cujas emissões de gases com efeito de estufa de um determinado ano sejam inferiores à sua dotação anual de emissões nesse ano, tendo em conta a utilização dos mecanismos de flexibilidade previstos no presente artigo e no artigo 6.º, podem acumular até 5 % desse excedente da sua dotação anual de emissões para os anos seguintes até 2029. Justificação A acumulação ilimitada permitirá que os países utilizem o excedente de licenças de emissão de carbono desde o início do período de compromisso até aos últimos anos do mesmo, em que os objetivos serão mais exigentes. Para evitar que os Estados-Membros cumpram os objetivos no papel mas não na prática, deve introduzir-se uma restrição semelhante à restrição de empréstimo de 5 %. A acumulação também deverá terminar em 2029 para evitar PA\1111480.docx 11/14 PE595.458v01-00

que a meta para 2030 seja alcançada através de «créditos excedentários» obtidos no período de 2020-2029 e assegurar a realização efetiva da meta para 2030. 11 Artigo 9 n.º 1 1. Em 2027 e em 2032, se as emissões de gases com efeito de estufa revistas de um Estado-Membro excederem a sua dotação anual de emissões para um determinado ano do período em questão, nos termos do n.º 2 do presente artigo e do mecanismo de flexibilidade utilizado em conformidade com os artigos 5.º a 7.º, serão aplicáveis as seguintes medidas: 1. Se um Estado-Membro exceder a sua dotação anual de emissões para um determinado ano do período em questão, nos termos do n.º 2 do presente artigo e do mecanismo de flexibilidade utilizado em conformidade com os artigos 5.º a 7.º, serão aplicáveis as seguintes medidas: Justificação A realização, de cinco em cinco anos, de controlos da conformidade é mais eficaz do que a garantia de que as metas anuais serão atingidas. Se os controlos de conformidade só forem efetuados de cinco em cinco anos, as sanções por incumprimento só serão aplicadas pela primeira vez em 2027. A realização de controlos de conformidade anuais também incentivará o comércio, pois os Estados-Membros saberão exatamente o que podem vender. 12 Artigo 9 n.º 1 alínea b-a) (nova) Justificação b-a. Cada Estado-Membro pagará uma multa por emissões excedentárias igual a 100 EUR por cada tonelada de equivalente de CO2 em emissões de gases com efeito de estufa excedentárias. Os Estados-Membros que não cumprirem as suas metas ao abrigo do Regulamento Partilha PE595.458v01-00 12/14 PA\1111480.docx

de Esforços também devem estar sujeitos a uma sanção pecuniária equivalente à sanção prevista no âmbito do RCLE-UE. Tal já acontece no RCLE-UE, em que as coimas estão atualmente fixadas em 100 EUR/tonelada. Daí resulta um incentivo para os Estados-Membros adotarem medidas a nível nacional ou explorarem os mecanismos de flexibilidade intracomunitários. 13 Artigo 10 n.º 2 2. O montante constante do anexo IV do presente regulamento é aditado à dotação para o ano de 2021 relativamente a cada Estado-Membro mencionado nesse anexo. Suprimido Justificação Em conformidade com o anexo IV, os Estados-Membros com rendimentos mais baixos terão um bónus à partida que lhes permite emitir mais em 2021, adiando assim a transição para sociedades mais respeitadora do ambiente. Esta quota de poluição deve ser suprimida. 14 Artigo 14 parágrafo 1 A Comissão deve apresentar ao Parlamento Europeu e ao Conselho, até 28 de fevereiro de 2024 e posteriormente de cinco em cinco anos, um relatório sobre o funcionamento do presente regulamento, a sua contribuição para o objetivo global da UE de redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e a sua contribuição para os objetivos do Acordo de Paris, podendo apresentar propostas, se necessário. No prazo de seis meses a contar do diálogo facilitador que será organizado no âmbito da CQNUAC em 2018 para fazer o balanço dos esforços coletivos das Partes em relação aos progressos realizados para atingir o objetivo global de longo prazo, e no prazo de seis meses a contar da data de balanço global em 2023 e, posteriormente, de cinco em cinco anos, a Comissão apresenta um relatório ao Parlamento Europeu e ao Conselho sobre a aplicação do presente regulamento e a sua contribuição para o objetivo global da UE de redução das emissões de gases com PA\1111480.docx 13/14 PE595.458v01-00

efeito de estufa até 2030, 2040 e 2050, e avalia a sua contribuição para os objetivos do acordo de Paris de redução das emissões a longo prazo, bem como a necessidade de atualizar o presente regulamento para reforçar a ação da União no domínio das alterações climáticas. O relatório deve ser acompanhado, se for caso disso, de propostas legislativas. 15 Artigo 14 parágrafo 1-A (novo) 1-A. Após cada balanço global acordado no âmbito do Acordo de Paris, os Estados-Membros podem, a título voluntário, cancelar parte da sua dotação anual de emissões. Os Estados-Membros em causa devem notificar a Comissão da sua intenção de cancelar parte da sua dotação anual de emissões e a Comissão deve disponibilizar essas informações ao público no seu sítio Web. PE595.458v01-00 14/14 PA\1111480.docx