AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS PARA O CONTROLE DO PULGÃO (Aphis gossypii) (*)

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS PARA O CONTROLE DE LAGARTAS-DAS-MAÇÃS (Heliothis virescens)

Ensaio para avaliação de controle químico de pulgão-do-algodoeiro ( Aphis gossypii RESUMO

DESEMPENHO DO INSETICIDA FLONICAMID EM PULVERIZAÇÃO FOLIAR NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii EM ALGODOEIRO

Ensaio para avaliação do controle químico do curuquerê (Alabama argillacea) na cultura do algodão. RESUMO

EFICIÊNCIA DO THIAMETOXAM 250 WG EM BATERIA DE APLICAÇÕES NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*).

Ensaio de tratamento de sementes de algodoeiro visando o controle das pragas iniciais (pulgão Aphis gossypii e tripes Frankliniella spp.).

EFEITO DE INSETICIDAS/ACARICIDAS NO CONTROLE DE Polyphagotarsonemus latus E Aphis gossypii NA CULTURA DO ALGODÃO.

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS EM TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO SOBRE O CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii, GLOVER 1877 (HEMIPTERA: APHIDIDAE)

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ-DO-ALGODOEIRO (Alabama argillacea) COM INSETICIDAS QUÍMICOS

CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ-DO-ALGODOEIRO (Alabama argillacea) COM INSETICIDAS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

EFEITO DO INSETICIDA ETOFENPROX 100 SC NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA DE DOSES DO INSETICIDA F WG, APLICADAS ISOLADAMENTE OU EM MISTURA, PARA CONTROLE DE APHIS GOSSYPII

CONTROLE QUÍMICO DO BICUDO DO ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO ISOLADO OU EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Smart 400 UBV O pulsfog Smart 400 UBV apresenta peso e dimensões reduzidas, o que o torna ideal para culturas adensadas. Além disso, pode operar com

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Bemisia tabaci (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO.

Palavras-chave: persistência, inseticida sistêmico, pulgão, neonicotinóide. INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ (ALABAMA ADENSADO DO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO. Daniele Romano 1 ; Paulo Bettini 2.

CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) COM O INSETICIDA TALISMAN 200 CE NA CULTURA DO ALGODÃO

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO.

Palavras-chave: algodoeiro, tratamento de sementes, estande, eficiência. INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Heliothis virescens NA CULTURA DO ALGODOEIRO

CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) COM O INSETICIDA BF NA CULTURA DO ALGODÃO

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Heliothis virescens (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

INSETICIDAS EM PULVERIZAÇÃO NO CONTROLE DO PULGÃO APHIS GOSSYPII (GLOVER, 1877) NO ALGODOEIRO INTRODUÇÃO

AÇÃO DE INSETICIDAS SOBRE O PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea Perty, 1833 (HEMIPTERA: CYDNIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO *

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS SISTÊMICOS APLICADOS À SEMENTE DE TRIGO PARA CONTROLE DO PULGÃO Schizaphis graminum. Resumo

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii GLOVER, 1877 (Hemiptera: Aphididae) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

SELETIVIDADE DE THIAMETHOXAM + PROFENOFÓS, EM TRÊS DOSES, AOS PRINCIPAIS PREDADORES DAS PRAGAS QUE OCORREM EM SOJA

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS UTILIZADOS EM APLICAÇÃO FOLIAR NO CONTROLE DE Aphis gossypii NA CULTURA DO ALGODOEIRO

AVALIAÇÃO DE DIFLUBENZURON, LUFENURON E TRIFLUMURON NO CONTROLE DA LAGARTA Pseudaletia sequax, EM TRIGO. Resumo

CONTROLE QUÍMICO DO PERCEVEJO Piezodorus guildinii (Westw.) NA CULTURA DA SOJA

EFEITO DE DIFERENTES DOSES DO ÓLEO ESSENCIAL DE AÇAFRÃO NO CONTROLE DO PULGÃO BRANCO (APHIS GOSSYPII) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTROLE RESIDUAL DE PLANTAS DANINHAS DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NA CULTURA DO ALGODÃO

SELETIVIDADE DE INSETICIDAS AOS INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS DO ALGODOEIRO

CONTROLE DA COCHONILHA ATRAVÉS DE DIFERENTES INSETICIDAS, APLICADOS VIA FOLIAR, NA CULTURA DO ALGODÃO ADENSADO. Daniele Romano 1

Eficiência no controle de pragas e seletividade a predadores de inseticidas utilizados no sistema de produção de soja

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE Euchistus heros NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Níveis de infestação e controle de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) no município de Cassilândia/MS

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 153

CONTROLE QUÍMICO DA MANCHA DE RAMULÁRIA (Ramularia areola) NO ALGODOEIRO EM CAMPO VERDE- MT

EFICIÊNCIA DE ORTHENE 750 BR (ACEFATO) NO CONTROLE DE Euschistus heros) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA CULTURA DA SOJA 1

INSETICIDAS UTILIZADOS PARA TRATAMENTO DE SEMENTES NO CONTROLE DE Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

CONTROLE DA BROCA DO CAFÉ UTILIZANDO DPX- HGW86 10% OD E DPX-HGW86 20% SC EM COMPARAÇÃO AO PADRÃO ENDOSSULFAN.

Destruição Química da Soqueira do Algodão no Mato Grosso.

8. Titulo: Avaliação de equipamentos para aplicação de herbicidas na cul Pesquisadores: José Alberto Roehe de Oliveira Velloso e Antonio

BOLETIM TÉCNICO nº 02/2017

CIRCULAR TÉCNICA. Eduardo Moreira Barros 1, Jacob Crosariol Netto 1

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 300

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE RAMULARIA (RAMULARIA AREOLA) NO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

MANEJO DO REGULADOR DE CRESCIMENTO CLORETO DE CLORMEQUATE NO SISTEMA ADENSADO DO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO.

INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA MILITAR SPODOPTERA FRUGIPERDA (J.E. SMITH, 1797) NO ALGODOEIRO

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

EFEITO DO ÓLEO DE NIM INDIANO E EXTRATOS AQUOSOS DE FOLHAS DE CINAMOMO E DE NIM INDIANO SOBRE O PULGÃO BRANCO DO ALGODOEIRO (Aphis gossypii).

CONTROLE QUÍMICO DO BICUDO DO ALGODOEIRO

06 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDA COM

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1044

CONTROLE DE DOENÇAS POR MEIO DE VARIEDADES RESISTENTES E MANEJO CULTURAL. Nelson Dias Suassuna EMBRAPA - Algodão

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DA MANCHA DE RAMULARIA (Ramularia areola) NA REGIÃO DE CAMPO VERDE MT *

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

CONTROLE DO PERCEVEJO CASTANHO (Scaptocoris castanea)

Controle da Mosca Branca na Cultura do Tomateiro, Por Meio de Diferentes Inseticidas Aplicados Via Drench.

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO SUDOESTE DA BAHIA, REGIÃO DO VALE DO YUYU

AVALIAÇÃO DO FUNGICIDA METOMINOSTROBIN NO CONTROLE DE RAMULARIA (RAMULARIA AREOLA) NO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO. INTRODUÇÃO

EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

COMPARISON OF CHEMICAL INSECTICIDES IN THE CONTROL OF WHITELY, Bemisia tabaci (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE), IN COTTON CROP

CAPÍTULO I DOS CRITÉRIOS GERAIS

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Spodoptera eridanea NA CULTURA DO ALGODOEIRO

CIRCULAR TÉCNICA. Jacob Crosariol Netto 1, Guilherme Gomes Rolim 2, Lucas Souza Arruda 2 Nº31 / 2017

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

ELIMINAÇÃO DAS MAÇÃS INDESEJADAS DO ALGODOEIRO NO SISTEMA ADENSADO EM PRIMAVERA DO LESTE MT INTRODUÇÃO

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

Adaptabilidade e Estabilidade de Cultivares de Milho na Região Norte Fluminense

CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

SANTINATO, R. Engenheiro Agrônomo, MAPA/Procafé, Campinas SP.;FERNANDES, A.L.T. Prof.Dr. UNIUBE, Uberaba, MG.; SILVA, R.O. Técnico Agrícola, Gerente

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 392

EFEITO DE DESALOJANTE E INSETICIDAS NO CONTROLE DA SPODOPTERA FRUGIPERDA (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) DO MILHO

Laudo de Praticabilidade e Eficiência Agronômica

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

Picinini, E.C. 1; Fernandes, J.M.C. 1

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO CERRADO DA BAHIA. 1

Este trabalho tem como objetivo avaliar a eficiência fungicidas no

Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SEMENTES DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODÃO HERBÁCEO.

CIRCULAR TÉCNICA. Destruição química de soqueira em variedades de algodoeiro resistentes ao glifosato - Safra 2016

CIRCULAR TÉCNICA. Efeito de inseticidas sobre o controle de mosca-branca na cultura do algodoeiro

EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE MOFO- BRANCO NO ALGODOEIRO

3ª LISTA DE EXERCÍCIOS

Controle Químico do Cascudinho Aracanthus sp. (Coleoptera: Curculionidae) em Feijoeiro

EFICÁCIA DO PRODUTO SULFURGRAN NO CONTROLE DA CIGARRA, Quesada gigas, EM CAFEEIRO NA REGIÃO SUL DE MINAS

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

Transcrição:

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS PARA O CONTROLE DO PULGÃO (Aphis gossypii) (*) Luis Alberto Aguillera (Cooperativa dos Cotonicultores de Campo Verde - Cooperfibra / luisaguillera@cooperfibra.com.br), Alexandre Jacques Bottan (Cooperfibra), Paulo E. Degrande (UFMS). RESUMO - Quatro experimentos foram conduzidos visando o controle químico do pulgão Aphis gossypii em delineamentos de blocos ao acaso (quatro repetições). Para os cálculos das porcentagens de eficiência foi utilizada a fórmula de Henderson & Tilton. Marshal 400 SC (400 ml/ha) e Laser 400 CE (600 ml/ha) possuem um bom efeito de choque, e a dose de correspondência de 400 ml/ha de Marshal é de 600 ml/ha de Laser. Dentre os neonicotinóides, o Mospilan 200 PS (170 g/ha) apresentou resultados superiores aos seus similares. Alguns produtos usados normalmente como lagarticidas possuem efeito sobre o pulgão, por exemplo, o Lannate 215 S (1200 ml/ha) apresentou um bom efeito de choque. Palavras-chave: algodão, afídeo, controle químico. INSETICIDES EVALUATION TO THE APHID (Aphis gossypii) CONTROL ABSTRACT - Four studies was conducted to control cotton aphid in randomized blocks experiments. The efficacy was calculated throw Henderson & Tilton equation. Marshal 400 SC (400 ml/ha) and Laser 400 CE (600 ml/ha) had knockdown effect, and Marshal 400 ml/ha is equivalent of Laser 600 ml/ha. Between neonicotinoids, Mospilan 200 PS (170 g/ha) was better than similar products. Some products used against worms control the aphid, for exemple Lannate 215 S (1200 ml/ha), with knockdown only. KEY WORDS: Cotton, aphid, chemical control INTRODUÇÃO O uso de inseticidas, entre as estratégias de controle, é sem dúvida um dos principais meios usados para regular as populações de insetos na cultura do algodão. Os poderes tóxicos dos inseticidas são determinados por vários testes antes de seu lançamento para uso comercial, porém existe a necessidade de validação para cada região, considerando-se as particularidades locais. O pulgão é sugador de seiva, e ao se alimentar excreta um líquido açucarado que se espalha pela planta, no qual se desenvolve a fumagina que prejudica a fotossíntese. Este inseto também é vetor potencial de duas viroses do algodoeiro (o vermelhão e a doença-azul ). Geralmente, as grandes infestações da praga ocorrem dos 30 aos 70 dias de idade da cultura, especialmente após as adubações nitrogenadas em cobertura e com umidade no solo. Este trabalho é constituído por quatro experimentos que tiveram o objetivo de avaliar a eficiência de tratamentos inseticidas no controle do pulgão (A. gossypii) na cultura do algodão, visando gerar informações para o controle desta praga, minimizar os problemas que têm ocorrido na prática, bem como gerar informações para garantir a implementação do MIP.

MATERIAL E MÉTODOS Os ensaios foram conduzidos na Fazenda Adriana, município de Campo Verde-MT, em variedade Cedro, que é considerada resistente à doença-azul, que a poderia prejudicar as avaliações. O espaçamento entre linhas foi de 0,9 m, com densidade de 10 plantas/metro. Todas as operações de plantio, adubação, coberturas e demais tratos culturais foram feitos de acordo com a boa prática agrícola adotada na propriedade. Os experimentos foram instalados quando as infestações estavam generalizadas e bem distribuídas na área, com população crescente e praticamente todas as plantas apresentarem pelo menos uma colônia da praga. Para as avaliações, foram marcadas 10 plantas por parcela, com uma fita colorida e numerada, onde foi feita uma avaliação prévia um dia antes da aplicação dos tratamentos e as subseqüentes para avaliar o controle. Em todas as avaliações, contou-se o número de pulgões A. gossypii vivos encontrados. Os tratamentos inseticidas foram pulverizados através de um equipamento costal de pulverização, a gás comprimido (CO 2 ), dotado de uma barra de pulverização com seis bicos cone vazio ConeJet, operando com pressão de 4,0 bar, e obedecendo-se a diluição de 125 litros de calda por hectare. Os inseticidas testados estão descritos na tabela abaixo: Para os cálculos das porcentagens de eficiência (%E) dos tratamentos testados foi utilizada a fórmula de Henderson e Tilton que é a seguinte: %E = { 1 [ ( NIV na testemunha antes da aplicação X NIV no tratamento depois da aplicação) ] } X 100 (NIV na testemunha depois da aplicação X NIV no tratamento antes da aplicação) *NIV= número de insetos vivos Para a análise estatística foi feita análise de variância (com aplicação do teste F). Os dados originais foram transformados em raiz quadrada de (x + 0,5). Aos resultados significativos, aplicou-se o teste de comparação de médias de Tukey (α = 0,05) (GOMES, 1982). RESULTADOS E DISCUSSÕES Na Tabela 2 estão os resultados de eficiência de controle dos quatro ensaios. No experimento 1, na avaliação aos dois dias após o tratamento (2 dat) os tratamentos Marshal 400 SC (800 ml/ha), Laser 400 SC (600 ml/ha) e Mospilan (170 g/ha) apresentaram eficiências superiores a 80% (85,2%, 81,4%, 86,6% respectivamente), embora nas doses de 400 e 600 ml de Marshal 400 SC as eficiências também foram boas (79,4% e 79,3%) demonstrando um bom efeito de choque do produto. No tratamento Laser 400 SC na dose de 800 ml/ha houve um problema na qualidade da aplicação por esta razão não apresentou um resultado coerente em todas as avaliações. Com relação ao número de pulgões por planta houve diferença estatística apenas entre os tratamentos e a testemunha. Já aos 4 dat, os tratamentos Marshal 400 SC na dose de 800 ml/ha e Mospilan a 170 g/ha mantiveram uma boa eficiência, 88,4% e 87,5% respectivamente, mantendo com isso um efeito residual, que de uma certa forma permanece até os 7 dat (75,8% e 79,4%). Aos 10 dat, todos os tratamentos apresentaram baixa eficiência, não apresentando mais efeito residual. O experimento 2 compara três neonicotinóides em três diferentes doses para o controle de pulgões. Observamos que apenas o Mospilan na dose de 180 e 200 g/ha, atingiu a eficiência mínima e satisfatória de 80% (82,8 e 89,7% respectivamente) aos 2 dat, evidenciando não haver um efeito de

choque nos demais tratamentos. Aos 4 dat, os tratamentos Mospilan 180 e 200 g/ha apresentaram 84,9% e 88,2% de eficiência e aos 10 dat essas eficiências foram de 85,6% e 87,5% respectivamente. Esses dados demonstram o bom efeito residual desse produto nas doses que foram testadas. No caso dos produtos Actara e Provado, mesmo em doses acima das recomendadas comercialmente, as eficiências foram consideradas insatisfatórias, havendo a necessidade de novos ensaios para confirmar esses resultados.

Tabela 1, Produtos testados, em pulverização, para o controle do pulgão-do-algodoeiro. Marca Comercial Nome comum Grupo Marshal 400 SC Carbosulfan Carbamato Laser 400 SC Benfuracarb Carbamato Mospilan 250 PS Acetamiprid Neonicotinóide Actara 250 WG Thiametoxan Neonicotinóide Provado 200 CE Imidacloprid Neonicotinóide Clorpirifós480 CE Clorpiriphos Organofosforado Lannate 215 BR methomyl Carbamato Endosulfan 350 CE Endossulfan Ciclodienoclorado Curacron 500 Profenofós Organofosforado Pirephos CE Esfenvarelate + fenitrothion Piretróide + organofosforado Decis Ultra 100 CE Deltamethrin Piretróide Cipermetrina 250 CE Cipermetrina Piretróide Tamaron BR Methamidofos Organofosforado Orthene 750 BR Acephate Organofosforado Polo 500 PM Diafentiuron Tiouréia Modo de Ação (sítio primário) Agonistas de receptores nicotínicos de acetilcolina (ligando-se e provocando ativação persistente desses receptores) Agonistas de receptores nicotínicos de acetilcolina (ligando-se e provocando ativação persistente desses receptores) Agonistas de receptores nicotínicos de acetilcolina (ligando-se e provocando ativação persistente desses receptores) Antagonista de canais de cloro do sistema GABA Moduladores de canais de sódio + Moduladores de canais de sódio Moduladores de canais de sódio Inibidores da fosforilação oxidativa, inibidores da síntese de ATP Formulação Concentração do g i.a./kg ou L SC 400 SC 400 OS 200 PS 250 CE 200 CE 480 SC 215 CE 350 CE 500 CE 40 + 800 CE 100 CE 250 CS 600 OS 750 PM 500

Tabela 2. Eficiência dos diversos tratamentos inseticidas no controle do pulgão-do-algodoeiro. Tratamentos Doses Prévia 1 2 dat 2 4 dat 7 dat 10 dat 11 dat 14 dat Experimento 1 1.Marshal400 SC 400 19,36a 79a 64abc 44ab 32ab - - 2.Marshal400 SC 600 20,78a 79a 72abc 42ab 39ab - - 3 Marshal400 SC 800 19,85a 8a 88a 76ª 60a - - 4. Laser 400 SC 400 19,68a 64a 49bc 16bc 25abc - - 5. Laser 400 SC 600 22,56a 81a 75abc 62ab 51ab - - 6. Laser 400 SC 800 20,00a 59ab 48c 33bc 13,9bc - - 7. Mospilan 200 OS 170 19,71a 87a 88ab 79ª 60,1ab - - 8. Testemunha - 21,91a 0b 0d 0c 0c - - C.V (%) 19,1 37,5 26,5 46,9 16,1 - - Experimento 2 1.Mospilan 200 PS 150 20,72ª 73abc 75ab 82ab - 74ab - 2.Mospilan 200 PS 180 16,67ª 83ab 85a 86ª - 63a - 3.Mospilan 200 PS 200 17,76ª 90a 88a 88ª - 78a - 4.Actara 250 WG 180 17,49ª 45bc 54ab 60ab - 51ab - 5.Actara 250 WG 220 17,28a 50bc 66ab 70ab - 59ab - 6.Actara 250 WG 260 17,70a 63abc 73ab 72ab - 60ab - 7.Provado200CE 350 16,78a 47bc 28bc 35bc - 0b - 8.Provado200CE 420 18,57a 42cd 45bc 55abc - 48ab - 9.Provado200CE 470 18,54a 58bc 53b 56ab - 49ab - 10.Testemunha - 19,45a 0d 0c 0c - 0b - C.V (%) 11,64 21,4 22,4 26,3-26,2 - Experimento 3 1.Marshal 400 CE 400 17,64a 68ab 67ab 68ab 59ab - - 2.Clorpiphós 480 CE 1.500 18,39a 30bc 42abcd 46abc 48abcd - - 3 Lannate 215 BR 1.200 17,63a 83a 82a 75ª 65a - - 4.Endossulfan 350 CE 1.500 17,36a 8bc 17bcd 22bc 29abcd - - 5 Curacron 500 CE 1.000 18,41a 9bc 20bcd 23c 32bcd - - 6.Pirephós 40 + 800 CE 500 17,34a 0c 0d 3c 12cd - - 7.Decis Ultra 100 100 17,30a 0c 0d 3c 14cd - - 8. Cipermetrina 250 300 18,05ª 0c 3cd 12c 26bcd - - 9.Tamaron 600 S 700 18,57ª 54ab 58abc 49abc 55abc - - 10 Orthene 750 BR 1.000 18,31ª 12bc 27bcd 40abc 58abc - - 11.Testemunha - 17,04ª 0bc 0cd 0c 0d - - C.V.(%) 10,4 21,7 18,8 15,8 14,1 - - Experimento 4 1.Marshal 400 CE 400 13,32a 62ab 45bc 49bc 34cd - 33cd 2.Laser 400 SC 600 15,29a 69ab 73abc 71bc 69bcd - 63bcd 3.Polo 500 PM 500 15,23a 23b 41bc 67abc 73abc - 60bcd 4.Marshal 400 SC + Polo 500 PM 400 + 300 14,20a 60ab 55bc 51bc 60bcd - 50bcd 5.Marshal 400 SC + Polo 500 PM 400 + 400 14,68a 60ab 72abc 79ab 82abc - 71abc 6. Marshal 400 SC + Polo 500 PM 400 + 500 14,79a 60ab 68abc 83ab 82abc - 83ab 7. Marshal 400 SC+ Polo 500 PM 300 + 500 13,94a 59ab 67abc 77ab 77abc - 72abc 8.Laser 400 SC+ Polo 500 PM 600 + 500 13,95a 62ab 77ab 89ab 88ab - 82ab 9.Laser 400 SC+ Polo 500 PM 450 + 500 15,33a 68ab 78abc 90ab 86abc - 76abc 10. Polo 500 PM 650 15,44a 55ab 69bc 86ab 85abc - 80abc 11. Mospilan 200 OS 170 14,86a 84a 95a 92ª 92ª - 88a 12. Testemunha - 12,90a 0b 0c 0c 0d - 0d C.V.(%) 13,76 27,4 29,4 31,3 27,6-20,2 1 Número de pulgões por parcela transformado em raiz quadrada de (x+0,5) 2 Porcentagem de eficiência calculada pela fórmula de Henderson e Tilton Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. C.V. (%): Coeficiente de variação

No experimento 3, foram avaliados diversos produtos usados para o controle de lagartas, sobre o pulgão, comparados com um padrão, que foi o Marshal 400 CE na dose de 400 ml/ha. Aos 2 dat o padrão apresentou um resultado considerado baixo (67,8%), mas o tratamento Lannate BR, na dose de 1,2 l/ha, apresentou efeito de choque no controle do pulgão-do-algodoeiro, com uma eficiência de 83,2%. O teste de Tukey a 5% de probabilidade confirma a diferença estatística entre o tratamento Lannate a 1,2 l/ha dos demais; e o que foi confirmado em lavoura comercial em Campo Verde. Os outros tratamentos apresentaram baixas eficiências demonstrando não haver nenhum efeito de choque, no caso os tratamentos Pirephós, Decis e Cipermetrina. Orthene 750 PS (1000 g/ha) pode ser uma boa opção em misturas com produtos de efeito de choque, tais como os neonicotinóides e carbamatos, aumentando com isso o espectro de ação. Também nessa mesma linha de raciocínio os produtos endossulfan e Curacron apresentaram eficiências ascendentes, entretanto, não atingiram um patamar de pelo menos 50% de eficácia, podendo ser uma opção de mistura com carbamatos. Também observamos um controle razoável aos 2 e 4 dat com o metamidofós. É sempre oportuno lembrar que nas misturas deve-se evitar produtos com o mesmo sítio de ação. No experimento 4 foi associada diversas doses do inseticida Polo 500 PM, com produtos de efeito de choque. Foram usados como padrão os produtos Marshal 400 CE (400 ml/ha), Laser 400 SC (600 ml/ha) e Mospilan (170 g/ha). Comparando Marshal 400 CE (400 ml/ha) com Laser 400 SC (600 ml/ha) observou-se um melhor efeito de choque do Laser, (62,4% e 69,1% respectivamente), sendo que isso se reflete também no residual uma vez que aos 14 dat o Laser à 600 ml/ha apresentou um resultado superior (62,8% de eficiência) em relação ao Marshal (32,6%). O Mospilan (170 g/ha) apresentou, neste ensaio, um bom efeito de choque e um bom residual, sempre acima de 80%, inclusive aos 14 dat. Na dose geralmente utilizada de Marshal + Polo (400+500 ml/ha) houve uma eficiência de 60,1%, não diferindo da eficiência do Marshal (400 ml/ha) sozinho, que foi de 62,4%, confirmando que o Polo não apresenta efeito de choque. Posteriormente a eficiência começa a subir, atingindo 82,8%, 82,3% e 82,5% aos 7, 10 e 14 dat respectivamente, conferindo um bom efeito residual. Quando se reduziu a dose de Polo para 300 e 400 g/ha na mistura com Marshal as eficiências foram menores em relação a 500 g/ha, mostrando que essa redução de dose deve ser melhor avaliada.

CONCLUSÕES Com base nos resultados pode-se concluir que: 1. Os produtos Marshal 400 SC e Laser 400 CE possuem um bom efeito de choque nas doses de 400 e 600 ml/ha respectivamente, sendo a dose de correspondência por volta de 400 ml/ha de Marshal para 550 ml/ha de Laser; 2. Dentre os neonicotinóides, o Mospilan apresentou resultados superiores aos demais, e o Provado apresentou um desempenho abaixo do esperado, havendo a necessidade de repetir o ensaio e incluir dosagens mais elevadas; 3. Produtos usados normalmente como lagarticidas possuem algum efeito sobre o pulgão. O Lannate apresentou um bom efeito de choque no controle do pulgão. O Orthene apresentou moderado efeito residual, demonstrando ser uma opção nas misturas; 4. Na mistura usualmente utilizada de Marshal com Polo (400+500) a redução da dose de qualquer um dos produtos, implicará na redução da eficiência de controle e menor residual. (*) Estudo financiado pelo Facual (Fundo de apoio à cultura do algodão), Cuiabá, MT. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. 10 a edição. Piracicaba: ESALQ-USP, 1982. 430 p.