PRODUÇÃO E PARTIÇÃO DE FITOMASSA DO TOMATEIRO SOB ESTRESSE HÍDRICO NA FASE DE FLORAÇÃO

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Transcrição:

PRODUÇÃO E PARTIÇÃO DE FITOMASSA DO TOMATEIRO SOB ESTRESSE HÍDRICO NA FASE DE FLORAÇÃO M. E. B. Brito 1 ; L. A. dos A. Soares 2 ; G. S. de Lima 1 ; E. C. B. da Silva 1 ; F. V. da S. Sá 1 ; A. S. de Melo 3 RESUMO Objetivou-se estudar o efeito do estresse hídrico na fase de floração do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill), por meio das alterações provocadas na produção e partição de fitomassa. Usou-se o delineamento estatístico em blocos inteiramente casualizados com quatro lâminas (60, 80, 100 (testemunha) e 120% da Evapotranspiração da real - ETr) aplicadas na fase de floração, sendo distribuídos em quatro blocos com uma planta por parcela, avaliando-se a partição da fitomassa em raízes e parte aérea, assim como a produção da cultura. O aumento das lâminas de água promoveu, na fase de floração do tomateiro, maior produção de fitomassa seca das raízes na profundidade de 0-20 cm obtida com lâminas variando de 88 a 91% da Evapotranspiração Real; a lâmina de 82% Evapotranspiração Real proporcionou o maior acúmulo de fitomassa seca das raízes na profundidade de 20-40 cm; a relação raiz/parte aérea na fase de floração do tomateiro aumentou com lâminas variando de 88 a 92% da ETr. Palavras-chave: Lycopersicon esculentum Mill, evapotranspiração, desenvolvimento PRODUCTION AND PARTITION OF FITOMASSA OF TOMATO IN THE PHASE OF FLORESCENCE UNDER ESTRESSE HÍDRICO HOME OF VEGETATION SUMMARY - In order to study the effect of the water stress in the phase of florescence of the tomato (Lycopersicon esculentum Mill), through the alterations provoked in the production and fitomassa partition. In experimental design of randomized blocs, were four sheets (60, 80, 100 (he/she testifies) and 120% of Evapotranspiração of the Real - ETr), distributed in four blocks with a plant for experimental united, were evaluate the dry matter partition and yield of culture. The more water levels promoted, in the florescence phase of the tomato, increase in the production of dry fitomassa of the roots in the depth of 0-20 cm obtained with sheets varying from 88 to 91% of Evapotranspiração Real; the sheet of 82% Evapotranspiração Real provided the largest fitomassa accumulation dries of the roots in the depth of 20-40 cm; the relationship aerial root/part in the phase of florescence of the tomato increased with sheets varying from 88 to 92% of ETr. KEYWORDS: Lycopersicon esculentum Mill, evapotranspiration, development 1 Eng. Agrônomo, D.Sc. Prof. do CCTA/UAGRA/UFCG, Pombal PB, Brasil, Bairro Petrópolis, Rua Tabelião José Vieira de Queiroga, 57, CEP: 58840-000, Pombal PB, marcoseric@ccta.ufcg.edu.br 2 Graduando em Agronomia, CCTA/UFCG, Pombal, PB, laurispo@hotmail.com 3 Eng. Agrônomo, D.Sc. Prof. da Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, PB, alberto@uepb.edu.br

INTRODUÇÃO O tomate (Lycopersicum esculentum Mill) é um dos vegetais mais populares e amplamente consumidos mundialmente, fazendo parte da dieta diária da população brasileira (SILVA & PEREIRA, 1994). No Brasil, o tomateiro constitui uma das hortaliças de fruto mais importantes comercialmente, com uma produção anual de 3,2 milhões de toneladas, numa área plantada em torno de 63.000 ha e produtividade média de 54 Mg ha -1 (AGRIANUAL, 2008). A produção desta hortaliça tem se destacado no Nordeste brasileiro, notadamente nos estados de Pernambuco e Bahia, maiores produtores de tomate industrial da região, no entanto sua produtividade média é considerada baixa, cerca de 44 toneladas/ha (IBGE, 2010), devido à sua grande instabilidade climática e ocorrência de longos períodos secos, resultando em um substancial impacto negativo no crescimento e desenvolvimento da cultura. Ressaltando que incrementos em termos de produção, tanto de ordem quantitativa quanto qualitativa, poderiam ser maiores, caso fosse atendida a demanda hídrica da cultura, já que o tomateiro tem alta necessidade de água, fazendo-se necessário o uso da irrigação como prática normal de cultivo. Peixoto et al. (2006) ressaltam que o entendimento das respostas das plantas ao déficit hídrico é de fundamental importância, o conhecimento da variação do consumo de água da cultura em suas diferentes fases de desenvolvimento, podendo-se inferir sobre os aspectos fisiológicos envolvidos no processo, assim como sobre suas conseqüências. Com isso, o presente estudo teve como objetivo estudar o efeito do estresse hídrico na fase de floração do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill), por meio das alterações provocadas na produção e partição de fitomassa. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em vasos sob condições de casa de vegetação, do Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar - CCTA da Universidade Federal de Campina Grande, Pombal-PB. Adotou-se o delineamento estatístico de blocos inteiramente casualizados, com quatro lâminas (60, 80, 100 (testemunha) e 120% da Evapotranspiração da real - ETr), aplicadas nas plantas durante a fase de floração, a qual foi compreendida entre o início da floração estendendo-se até que 90% das plantas sem estresse estivessem com frutos formados, sendo distribuídos em quatro blocos com uma planta por parcela. As lâminas foram mensuradas através do consumo de água das plantas sob 100% da ETr, cultivadas em lisímetros. Tal volume consumido pôde ser convertido em Evapotranspiração real, quando dividida pela área do vaso. Assim, para irrigação dos outros tratamentos multiplicou-se o valor da ETr obtida pela percentual de evapotranspiração de cada tratamento. Todos os tratamentos foram irrigados com a mesma frequência e duração, diferenciando-se, contudo, o volume de água aplicado. Utilizaram-se no experimento vasos plásticos de 60 L de capacidade, preenchidos com 4 kg de brita (número zero) a qual cobria a base e 52 Kg de material de solo (franco-arenoso). Os vasos possuíam furos na base para permitir o acompanhamento do volume drenado e consumo

de água pela cultura. A adubação foi feita com base na análise química do solo, segundo recomendações de Marouelli & Silva (2002) para adubação de plantio e via fertirrigação. Sendo aplicados em pré-plantio 15% do nitrogênio e potássio, e 60% do cálcio, as quantidades restantes foram fornecidas semanalmente via fertirrigação, seguindo esquema de parcelamento apresentado em Marouelli & Silva (2002). Para análise do efeito dos tratamentos foram avaliadas na fase de floração a fitomassa seca da raiz nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm, sendo o material vegetal separado e seco em estufa de circulação de ar a temperatura de 65ºC até atingir peso constante e pesado. Calculando-se a relação raiz/parte aérea (R/PA), segundo a equação: R/PA (g g -1 ) = FR/FPA (BENINCASA, 1988). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F e nos casos de significância, realizou-se análise de regressão polinomial linear e quadrática utilizando software estatístico SISVAR-ESAL (FERREIRA, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO Em relação à fitomassa seca das raízes na profundidade de 0-20 cm o modelo ao qual os dados se ajustaram melhor foi o quadrático (Figura 1A) onde nota-se resposta positiva das lâminas até a dose 90%, obtendo nesta, a máxima FSR 0-20cm (27,347 g) sendo que, a partir desta ocorreu redução da fitomassa seca das raízes 0-20 cm. Constata-se ainda na figura 1A que lâminas variando entre 88 a 91% da ETr proporcionaram FSR 0-20cm superior a 27g ou seja, valores esses próximos a maior fitomassa seca das raízes 0-20 cm encontrada. Infere-se conforme resultados que as duas menores lâminas (60 e 80%) e a maior (120% da ETr) foram prejudiciais em termos de produção de fitomassa seca das raízes 0-20 cm. Para Hoogenbomm et al. (1987) em condições de déficit hídrico há maior expansão das raízes, devido ao secamento da superfície do solo. Durante o desenvolvimento das plantas, a densidade e o comprimento de raízes aumentam até o início da floração das plantas, decrescendo posteriormente, com diminuição na eficiência de absorção de água (SANTOS & CARLESSO 1998). Conforme equação (Figura 1B) as plantas submetidas à lâmina de 82% da ETr produziram em média fitomassa seca das raízes 20-40 cm igual a 1,025g, e lâminas inferior e superior a esta tiveram menor produção de FSR 20-40cm. Tais fatos demonstram que, o aumento da aplicação de água além de 82% da necessidade resulta em acúmulo de água no solo, fato que pode ocasionar uma hipoxia, reduzindo o acúmulo de fitomassa, notadamente na parte inferior, já que pela ação da gravidade, o maior conteúdo de água se acumula nesta região. Analisando a equação de regressão (Figura 1C) referente à relação raiz/parte aérea (R/PA) na fase de floração, o modelo quadrático, indica por meio do estudo de platô que lâminas variando entre 88 a 92% da ETr promoveram respostas positivas, obtendo-se nestas, a R/PA máxima (0,094 g g -1 ) sendo que a partir destas ocorreu redução na relação raiz/parte aérea, afetando por igual, tanto o sistema radicular como a parte aérea da planta. Desta forma, como a R/PA expressa à contribuição das reservas armazenadas no sistema radicular para o crescimento da parte aérea, os resultados indicam que as plantas de tomateiro na fase de floração, como resposta ao estresse hídrico, não foram capazes de constituírem mecanismos importantes de adaptação, comprometendo assim a produção de matéria seca.

CONCLUSÕES Lâminas crescentes de água promoveram, na fase de floração do tomateiro, aumento na produção de fitomassa seca das raízes na profundidade de 0-20 cm obtida com lâminas variando de 88 a 91% da Evapotranspiração Real. A lâmina de 82% Evapotranspiração Real proporcionou o maior acúmulo de fitomassa seca das raízes na profundidade de 20-40 cm. A relação raiz/parte aérea na fase de floração do tomateiro aumentou com lâminas variando de 88 a 92% da ETr. Figura 1 Fitomassa seca da raiz na profundidade de 0-20cm (FSR 0-20) (A), Fitomassa seca da raiz na profundidade de 20-40cm (FSR 20-40) (B), Relação Raiz/Parte aérea (R/PA) (C), na fase de floração do tomateiro, em função das lâminas de irrigação. REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRIANUAL 2008. FNP. Consultoria e comércio. Anuário da agricultura brasileira. São Paulo, 2007. BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas. Jaboticabal: FUNEP, 1988. 42p. FERREIRA, P.V. Estatística experimental aplicada à agronomia. Maceió: UFAL/EDUFAL/FUNDEPES, 2000. 437p. HOOGENBOOM, G.; HUCK, M.G.; PETERSON C.M. Root growth rate of soybean as affected by drought stress. Agronomy Journal, Madison, v.79, p.697-614, 1987. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. 2010, disponível em: <http:// www.ibge.gov.br. > acesso em: 26 de jun. 2011.

MAROUELLI WA; SILVA WLC. 2002. Tomateiro para processamento industrial: irrigação e fertirrigação por gotejamento. Brasília: Embrapa Hortaliças. 32p. (Embrapa Hortaliças. Circular Técnica, 30). PEIXOTO, C. P.; CERQUEIRA, E. C.; SOARES FILHO, W. S.; CASTRO NETO, M. T.; LEDO, C. A. S.; MATOS, F. S.; OLIVEIRA, J. G. Análise de crescimento de diferentes genótipos de citros cultivados sob déficit hídrico. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 28, n. 3, p. 439-443, 2006. SANTOS, R. F; CARLESSO, R. Déficit hídrico e os processos morfológico e fisiológico das plantas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 2, n. 3, p. 287-294, 1998. SILVA, E.C.; NOGUEIRA, R.J.M.C. Crescimento de quatro espécies lenhosas cultivadas sob estresse hídrico em casa de vegetação. Revista Ceres, v.50, n.288, p.203-217, 2003. SILVA W.L.C.; PEREIRA, W. Cultivo do tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) para industrialização. Brasília: EMBRAPA-CNPH,1994. 36p. (Instruções Técnicas, 12).