REFORMA PREVIDENCIÁRIA: O DESAFIO ESTÁ LANÇADO

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Transcrição:

REFORMA PREVIDENCIÁRIA: O DESAFIO ESTÁ LANÇADO *Juliana de Oliveira Xavier Ribeiro Possuir uma política nacional concreta e eficaz de Previdência Social é dar garantias ao cidadão brasileiro de que suas necessidades poderão ser superadas no momento em que surgir o risco social. Debater sobre Previdência é um tema complexo no diz respeito aos anseios de uma sociedade. O interesse da coletividade pelo seu bem-estar é o fundamento do dinamismo que impera na discussão do tema. No entanto, a sociedade tem demonstrado a necessidade de se reformar a Previdência para que esta proteja os direitos inerentes à pessoa humana. Sendo assim, no decorrer do ano passado ouvimos por inúmeras vezes falar de Reforma da Previdência. A Reforma Previdenciária ou Emenda Constitucional n 41 de 2003 só foi publicada após meses e meses de difíceis esclarecimentos, não só sobre legalidade do mencionado projeto, mas também sobre o impacto sociológico e econômico que este poderia causar em nossa sociedade. Não só os estudiosos do assunto, mas todos os cidadãos de nosso país de forma direta ou indireta puderam contribuir para a construcão do texto da reforma. A Justica orçamentária, a inclusão social e sustentabilidade da previdência foram os principais objetivos tracados pelo governo federal durante a aprovacão da Emenda Constitucional. Justica Orçamentária O governo federal ressaltou que a situação dentro do Regime Previdenciário do setor público é de imensa gravidade, porque as contribuições dos servidores dos entes federativos não tem sido suficientes para pagar as aposentadorias e pensões do setor. No momento em que isto ocorre, há o desvio de verbas do orçamento (dinheiro que seria destinado para outra área acaba

sendo utilizado para pagar os benefícios dos servidores públicos). Este fator acaba impondo custos excessivos para toda a sociedade, que tem que arcar com a diferença no momento do pagamentos de tributos. Neste sentido, de acordo com dados estatísticos apresentados pelo exministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, isto significa que a sociedade brasileira transfere, todos os anos, algo equivalente a um milhão e seiscentas mil casas populares para cerca de três milhões de aposentados e pensionistas do serviço público. Assim, as mudanças, sem dúvida, são necessárias e urgentes para reverter o impacto negativo que o desvio de verbas vem causando no orçamento. Desta forma, se houver um maior equilíbrio entre as contribuições dos servidores e o custo de seus benefícios previdenciários, o choque orçamentário tende a ser suavizado. A Inclusão Social Este é outro ponto que deve receber muita atenção, pois a inclusão social traduz a idéia de fornecer aos trabalhadores da informalidade a adequada cobertura previdenciária. Por esta razão, não basta o INSS possuir subsídios para fornecer a adequada proteção social, mas também terá que esclarecer aqueles que não possuem carteira assinada que poderão se filiar ao sistema como contribuintes individuais ( autônomos ou segurados especiais). Assim, a Previdência dá amparo não somente aos chamados trabalhadores registrados, mas também aqueles que contribuem para o crescimento e desenvolvimento econômicos do País, sem estarem vinculados a um trabalho formal, como empregado, dentro de uma empresa. A Sustentabilidade do Setor Previdenciário O texto da Reforma Previdenciária publicado em 31 de dezembro de 2003 mudou a estrutura da Previdência Social pátria, criando, principalmente, um novo

mecanismo para as aposentadorias e pensões no funcionalismo público. Com a aprovação da Reforma, deu-se início a uma nova fase, que é a de se aplicar o seu conteúdo e de se examinar qual o seu impacto perante a sociedade. Para que esta não se torne uma reforma política somente, que acalme os ânimos dos brasilerios por um determinado período de tempo, devemos nos ater ao fato da necessidade de uma reforma eminentemente de cunho social, que traga a devida proteção para a coletividade, sem, contudo, prejudicar aqueles que possuem algum tipo de direito adiquirido. Vemos na redação da Emenda Constitucional caracteres que podem contribuir para a sustentabilidade do setor previdenciário no futuro, garantindo justiça social quando forem utilizados os recursos do Orçamento a fim de que o dinheiro público, que é de todos os brasileiros, possa propiciar maior acesso aos direitos básicos de cidadania. Dentre os principais tópicos trazidos pela Reforma da Previdência, é importante destacar: - a alteração nos requisitos para a concessão de aposentadoria do servidor público dos entes federativos e o fim da disparidade(diferença) do valor das aposentadorias e pensões entre os regimes geral ( dos trabalhadores em geral) e especial ( dos servidores públicos) de previdência; - a adoção de critérios semelhantes para o cálculo da renda mensal inicial de um benefício em ambos regimes de Previdência. O novo servidor público não mais receberá sobre a última remuneração no momento da aposentadoria, mas, sim, sobre a média aritmética de contribuições, como já ocorre com as aposentadorias do INSS. Ou seja, algumas normas de aposentadoria dos servidores públicos foram revistas e adequadas à realidade dos demais trabalhadores brasileiros; - a elevação do valor do teto previdenciário para R$2.400,00 para o Regime Geral de Previdência e a imposição do teto para os servidores que ingressarem no Regime Especial após a reforma;

- a criação de entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão), sem fins lucrativos, administrados conjuntamente por servidores e entes públicos, para complementar o valor da aposentadoria dos servidores; - aqueles que passaram a receber pensão por morte após a edição da Reforma terão o seu benefício pago na integralidade até o valor de R$2.400,00. Sobre a parcela que exceder este valor, será aplicado um desconto de 30%. Antes, os benefícios eram pagos em valores integrais, tendo como base a remuneração do servidor da ativa ou a aposentadoria do servidor inativo falecido; - a maior remuneração do Ministro do Supremo Tribunal Federal passa a ser o teto para as aposentadorias do setor público para os servidores que já estão na ativa; - o subteto para o Poder Judiciário Estadual ficou fixado em 90,25% da remuneração do Ministo do STF. Antes, não havia o mencionado subteto; - a contribuição previdenciária dos inativos e pensionistas somente no setor público será, na União, de 11% sobre a parcela que exceder R$ 1.440,00 e, nos Estados, no DF e nos municípios, de 11% sobre a parcela que exceder R$ 1.200,00. Até a edição da Reforma Previdenciária, os inativos e pensionistas do setor público não contribuíam. - a criação de um sistema especial de inclusão previdenciária para trabalhadores de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de um salário mínimo. Vale ressaltar que nem todos os pontos aprovados na Reforma são temas que estão pacificados. Corrigir erros ou adaptar o conteúdo da Reforma será um grande desafio para nossos legisladores durante os próximos meses, tanto que já existem novos textos em tramitação, que, se aprovados, trarão outras mudanças para esta área. Nesse sentido, após a aprovação do texto definitivo da Reforma Previdenciária, estamos diante de um novo Projeto de Emenda Constitucional paralelo ao texto da Reforma (PEC Paralela), cujo objetivo principal é acabar com ambiguidades e imperfeições do texto original que poderiam acarretar interpretações erradas.

O eixo principal da nova proposição tende a amenizar algumas das consequências da transição do anterior regime para o novo, que visa ser mais equilibrado e sustentável em longo prazo. Entre os pontos que estão sendo abordados na discussão, estão a integralidade e paridade para todos os servidores (atuais e futuros); integralidade das pensões, isenção da contribuição previdenciária aos aposentados e pensionistas, a manutenção da aposentadoria proporcional e a manutenção das regras de transição para a aposentadoria, conforme legislação em vigor. A proposta tende a suavizar em parte a polêmica relativa aos direitos adquiridos, estabelecendo que os servidores que tenham ingressado no serviço público até a promulgação da Reforma conservarão o direito à integralidade (aposentar-se com o salário integral) e à paridade de vencimentos (reajuste do valor da contribuição de acordo com as conquistas dos trabalhadores ativos). Além do mencionado acima, a PEC poderá sanar interpretações que seriam capazes de legitimar percepções acima dos tetos e subtetos idealizados na Reforma Previdenciária. As interpretações errônes poderiam vir da descrição das parcelas que devem integrar a contagem dos limites a que está submetido cada agente público e da ausência da expressão de qualquer natureza, quandoos dispositivos legais mandarem incluir as vantagens pessoais ( auxílio-moradia, salários-extras e verbas de gabinete) no cálculo dos valores a serem limitados ao teto. Processo de Aprovação A Comissão de Constituição e Justiça (CCI) da Câmara dos Deputados aprovou a constitucionalidade da PEC paralela da reforma da Previdência. Em seguida, esta ainda precisa ser aprovada na Comissão Especial de Mérito e no plenário em dois turnos, sem alterações, para ser promulgada. Caso seja alterada, retorna para o Senado.

Para facilitar a compreensão de alguns aspectos antes e depois da Reforma Previdenciária, bem como as alterações propostas pela PEC Paralela, vejamos os quadros comparativos abaixo: As Aposentadorias dos Servidores que já estavam na ativa antes da Reforma Regras anteriores aposentadoria integral proventos integrais ( o servidor se aposentava recebendo o mesmo salário que recebia quando trabalhava). Os servidores que ingressaram no sistema antes de 16/12/1998 poderiam se aposentar sobre as seguintes condições: Homem 53 anos de idade, 35 anos de contibuição, mais pedágio de 20% sobre o tempo que faltava naquela data para completar o tempo de contribuição e permanência de, no mínimo, 5 anos no cargo em que se dava a aposentadoria. Mulher 48 anos de idade, 30 anos de contribuição, mais pedágio de 20% sobre o tempo que faltava naquela data para completar o tempo de contribuição e permanência de 5 anos, no mínimo, no cargo em que se dava a aposentadoria. Os servidores que ingressavam no sistema após 16/12/1998 poderiam se aposentar sobre as seguintes condições: Homem 60 anos de idade, 35 anos de contribuição, 10 anos na carreira e 5 anos, no mínimo, no cargo. Mulher 55 anos de idade, 30 anos de contribuição, 10 anos na carreira e 5 anos, no mínimo, no cargo. Regras da Reforma aposentadoria integral proventos parciais (o servidor se aposenta com benefícios calculados sobre a média de suas contribuições). Seguem as mesmas regras anteriores, contudo será aplicado de acordo com a idade de referência ( 60 anos de idade para homens e 55 anos para mulheres), além de um redutor de 5% por ano antecipado na aposentadoria.

O cálculo dos benefícios será feito pela média de contribuições, de acordo com os moldes adotados pelo Regime Geral de Previdência Social. Importante: nos anos de 2004 e 2005, o redutor será diminuído para 3,5% pazra cada ano de antecipação. Regras da Reforma aposentadoria integral proventos integrais Homem 60 anos de idade, 35 anos de contribuição, 20 anos de atuação no serviço público, com 10 anos na carreira e 5 anos, no mínimo, no cargo. Mulher 55 anos de idade, 30 anos de contribuição, 20 anos no serviço público, 10 anos na carreira e 5 no cargo. Importante: Além daqueles que possuem direito adquirido, os proventos integrais só serão concedidos como prêmio para aqueles que possuírem os critérios acima expostos. Regras Propostas pela PEC Paralela: 1- Os atuais servidores que tiverem 35 anos (homem) e 30 anos (mulher) de contribuição, 15 anos de carreira e 5 anos de permanência no cargo poderão se aposentar com salário integral, sem atingir a idade limite de 60 e 55 anos, respectivamente. 2- Cada ano de contribuição que exceder o mínimo exigido de 35 e 30 anos reduzirá um ano na idade mínima exigida. Critérios anteriores à Reforma aposentadoria proporcional - Antes de 16/12/1998, os servidores que já estavam no sistema poderiam se aposentar sobre as seguintes condições: Homem 53 anos de idade, 35 anos de contribuição, mais pedágio de 40% sobre o tempo que faltava naquela data para completar o tempo de contribuição e 5 anos de permanência no cargo em que se dava a aposentadoria. Mulher 48 anos de idade, 25 anos de contribuição, mais pedágio de 40% sobre o tempo que faltava naquela data para completar o tempo de contribuição e 5 anos de permanência no cargo em que se dava a aposentadoria.

Regras após a Reforma aposentadoria proporcional Prevê direito adquirido à aposentadoria proporcional. E extingue essa possibilidade para os servidores ingressos depois de 16/12/1998. Regras propostas pela PEC Paralela: Não há nenhuma alteração. Novos servidores após a Reforma Regras para os novos servidores aposentadoria integral Homem 60 anos de idade, 35 anos de contribuição, 10 anos na carreira e 5 anos de permanência no cargo. Mulher 55 anos de idade, 30 anos de contribuição, 10 anos na carreira e 5 anos de permanência no cargo. Importante: O cálculo dos benefícios será feito pela média de contribuições, de acordo com os moldes adotados pelo Regime Geral de Previdência Social. - Fixa teto de benefícios em R$ 2.400,00, idêntico ao que será aplicado aos trabalhadores filiados ao Regime Geral de Previdência Social, administrado pelo INSS, desde que criados os fundos de previdência complementar. Contribuições Previdenciárias Atuais Servidores e Pensionistas Regras antes da Reforma: Não havia a contribuição. Regras após a Reforma: Na União, haverá contribuição de 11% sobre a parcela que exceder R$ 1.440,00. Nos Estados, no DF e nos Municípios, haverá contribuição de 11% sobre a parcela que exceder R$ 1.200,00.

Regras propostas pela PEC Paralela: No caso de portadores de doenças incapacitantes, a contribuição previdenciária de 11% incidirá apenas sobre aparcela das aposentadorias e pensões que excederem R$ 4.800,00. Reajustes das Aposentadorias Regras antes da Reforma: A correção é feita sempre na mesma datae pelo mesmo índice do reajuste dos servidores da ativa. Regras após a Reforma: Os reajustes somente serão concedidos, excepcionalmente, como prêmio, para os atuais servidores que trabalharem até os 60 anos de idade, com 35 anos de contribuição (homens) ou 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição (mulheres). Em ambos os casos, será necessário contar com 20 anos no serviço público, 10 anos na carreira e 5 anos de permanência no cargo. Os critérios da paridade serão definidos em lei ordinária. Regras propostas pela PEC Paralela: Os reajustes das aposentadorias serão equivalentes aos dos salários da ativa para os atuais servidores que tiverem, respectivamente para homens e mulheres, 60 e 55 anos de idade, 35 e 30 anos de contribuição, 20 anos no serviço público, 10 anos na carreira e 5 anos de permanência no cargo. Pelas regras atuais, a paridade não é plena e as regras ainda dependem de lei ordinária. Tetos e Subtetos Regras da Reforma: Há a previsão de um teto salarial para cada poder.

O teto salarial do Executivo, por exemplo, é o salário do Governador do Estado. Regras propostas pela PEC Paralela: Os governadores proporão um teto salarial para o Executivo. O valor mínimo do teto será o salário do Governador do Estado, e o máximo, o salário do Desembargador do Tribunal de Justiça. Os governadores também poderão propor que o salário do Desembargador do Tribunal de Justiça sirva como teto salarial de todos os Poderes. Além disso, algumas verbas pessoais ficam fora do teto das aposentadorias. * Mestre em Direito previdenciário pela PUC de SP, coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos-IBEST, BBG Sociedade de Ensino e Cursos Êxito, professora de cursos de pós-graduação, cursos preparatórios e graduação.