Nova oferta formativa em Trás-os-Montes e Alto Douro

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Transcrição:

18 Educação Nova oferta formativa em Trás-os-Montes e Alto Douro A constante evolução no mercado de trabalho conduziu o Ministério da Educação a alterar, este ano, as prioridades em termos de oferta formativa na região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Por um lado, os responsáveis governamentais deixaram cair uma área que consideram saturada, como a das Tecnologias da Informação e Comunicação, optando pela não atribuição de cursos nesta área específica. Na apresentação das linhas orientadoras para o próximo ano letivo, os cursos de informática e desporto foram mesmo riscados a vermelho. Por outro lado, após aturado estudo de mercado e consulta de empresas, concluiu-se que há necessidades noutras áreas como a agrícola, a comercial ou a de energias renováveis, esta com uma aposta que tem crescido até pela necessidade nacional de maior aposta nas alternativas energéticas aos combustíveis fósseis. A aposta no ensino profissional é um eixo cada vez mais sublinhado por parte das autoridades governamentais. Os próprios responsáveis pelos estabelecimentos de ensino da região admitem isso mesmo. Os cursos profissionais são cada vez mais procurados, sublinha Paulo Correia, da direção do Agrupamento de Escolas Abade de Baçal, de Bragança. Atualmente, já se encaram os cursos profissionais com outro olhar, não só pelos alunos mas também pelos pais, frisa. Do seu ponto de vista, o ensino profissional já não é visto como sendo só para alunos com pouca capacidade. Pelo contrário, é uma boa via para quem não consegue progredir no ensino geral, frisa, apontando mesmo algumas vantagens. Por um lado, confere habilitação para uma profissão. Por outro, dá equivalência ao 12º ano de escolaridade. E, por fim, estes cursos conferem carteira profissional válida na União Europeia, sublinha. Cursos novos abrem na região Motivos mais do que suficientes para justificarem a crescente aposta que se verifica nesta via de ensino. A isso há que somar a aposta nos Cursos de Especialização Tecnológica, que começaram nas escolas profissionais, como a EPPU, a Escola Profissional Prática Universal, há cerca de dez anos, mas que entretanto se estenderam ao ensino superior, sobretudo à rede de Institutos Politécnicos. Esta é mesmo uma forte aposta do Instituto Politécnico de Bragança, que cada vez mais se afirma como entidade de craveira no contexto nacional, quer ao nível da oferta aos seus alunos, quer pelo número e competência do seu corpo docente. Os Cursos de Especialização Tecnológica (CETs) são cursos pós-secundários e conferem um Diploma de Especialização Tecnológica (DET). São classificados como cursos de nível 5 do EQF (Quadro Europeu de Qualificações) e QNQ (Quadro Nacional de Qualificações) e de nível 4 do ISCED (Classificação Internacional Normalizada da Educação). No IPB, um CET tem 60 créditos e uma duração de normal de um ano curricular de trabalho dos alunos. O plano de formação de um CET integra as componentes de formação geral e científica, de formação tecnológica e de formação em contexto de trabalho. Os titulares de um DET podem prosseguir os estudos de ensino superior num curso de Licenciatura. Este ano, são vários os cursos novos a abrir. Na EPPU, por exemplo, o Curso Técnico de Comércio resulta, precisamente, da abordagem que foi feita junto dos empresários São cursos direcionados para o mercado de trabalho, onde predomina a economia, o marketing, a publicidade e a gestão, explica João Pires, responsável por este estabelecimento de ensino com quase 25 anos e 140 alunos. No Agrupamento Abade de Baçal, em Bragança, vai-se enveredar, este ano, também pelo Ensino Vocacional, que no ano transato esteve de forma experimental em 12 escolas do país. A somar a esse curso existem, já a ser lecionados, o de Energias Renováveis (solar) e Técnicos Comerciais. A terceira área considerada

prioritária pelo Governo é a agrícola. E esta é uma das maiores apostas da Escola Profissional de Agrícultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais, em Mirandela, que tem atualmente cerca de 300 alunos, mas cuja capacidade ascende aos 400. A EPA existe já há 52 anos e tem parcerias com várias escolas nacionais e, também, francesas. Apostamos muito em projetos e parcerias, frisa Carla Moreno, sub-diretora da instituição. Para além desse dinamismo, destacam-se, ainda, os protoclos com alguns países lusófonos, como Guiné, Cabo Verde e São Tomé e Princípe, que proporcionam intercâmbios. Este ano, a aposta é na continuidade, pois as vertentes agrícola e turística, por exemplo, já estavam bem vincadas na oferta da instituição. De igual forma, há ainda na região empresas com provas dadas ao nível da formação, como é o caso da Regibio, que alia a sua capacidade formativa e o amplo e variado leque de ofertas à consciência social, como fica bem patente, por exemplo, na parceria estabelecida com os centros sociais da cidade de Bragança, numa tentativa de apoiar a produção agrícola, disponibilizando formação de forma gratuita. Terra de oportunidades Custo de vida como fator decisivo Na hora de decidir por um destino para a procecussão dos estudos, o fator custo tem um peso cada vez maior, dado o contexto de crise em que as famílias se encontram mergulhadas. Aí destacase o Nordeste Transmontano com uma arma forte face à concorrência do litoral. O custo de vida numa cidade como Bragança ou Mirandela é bastante mais baixo - e, logo, suportável - quando comparado com outras congéneres do litoral. Por outro lado, num estudo recente a nível europeu, Bragança foi considerada uma das melhores cidades para se viver, obtendo as melhores pontuações SUPLEMENTO 19 nos campos da habitação, da segurança e da qualidade do meio ambiente. Já a obtenção de alojamento em Bragança e Mirandela é fácil e a um preço reduzido. Ambas as cidades possuem um parque habitacional moderno e disponível para arrendamento a preços competitivos. O Interior do País oferece cada vez mais oportunidades a quem, de facto, pretende apostar numa alternativa de vida e encetar o regresso à terra e ao campo. Desde a vertente relacionada com novas formas de turismo, cada vez mais em voga, como o turismo de natureza ou o turismo rural, até à própria produção agrária, com novas fontes de rendimentos para os agricultores que, cada vez mais, deixam de trabalhar apenas para a subsistência para encararem o campo como um negócio empresarial. Na sua recente visita ao distrito de Bragança, o próprio secretário de Estado de Solidariedade e da Segurança Social não se cansou de frisar que, dado o contexto atual, o país não se pode dar ao luxo de virar as costas às oportunidades que o Interior do país e, sobretudo, o Nordeste Transmontano, oferece, numa altura em que a rede de acessibilidades está prestes a ficar concluída, em vez da tradicional aposta centrada no litoral. Por outro lado, concelhos como os de Mirandela, Carrazeda de Ansiães ou Vinhais assumem um papel cada vez mais preponderante ao nível da produção alimentar, não só agrícola.

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