DOM LOURENÇO DE ALMEIDA PRADO

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OF. FÓRUM nº 024/2015. Brasília, 27 de outubro de 2015.

AGUARDANDO HOMOLOGAÇÃO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Transcrição:

EMPRESA BRASILEIRA DE TURISMO - EMBRATUR REESCALONAMENTO DAS FÉRIAS ESCOLARES DOM LOURENÇO DE ALMEIDA PRADO A Empresa Brasileira de Turismo-EMBRATUR - atra vés do Presidente, encaminhou ao Ministro da Educação, solici tação de reescalonamento das ferias escolares. A Embratur cita que "foram iniciadas gestões junto aos Governadores dos Esta dos de São Paulo e do Paraná, propondo o início de estudos con juntos visando a fixação das férias escolares, naqueles Esta dos, em período diferenciado dos demais" e justifica que "a es colha desses Estados da Federação deve-se â sua expressão eco nômica e ao fato de serem, reconhecidamente, pólos emissores de turistas para o próprio Estado e para o resto do País". Este processo, agora aqui no CFE, para exame e parecer, analisada a documentação pertinente, levou a atentar para a legislação que segue: Lei nº 5.692, de 11/08/71, Artigo 11: "O ano e o semestre letivo, independentemente do ano civil, terão, no mínimo, 180 e 90 dias de trabalho escolar efetivo, respectiva mente, excluido o tempo reservado às provas finais, caso estas sejam adotadas. 1º... 2º Na zona rural, o estabelecimento poderá

organizar os períodos letivos, com prescrição de ferias nas épocas do plantio e colheita de safras, conforme plano aprovado pela com petente autoridade de ensino". Parecer 35/82, aprovado em 04/03/82, examina e se pronuncia sobre o Projeto de Lei nº 027/81, que "fixa os períodos para férias escolares e dá outras providências, exprime no seu Ar tigo 1º "As férias escolares, nos estabelecimentos de ensino de qualquer grau, em todo o País, obedecerão aos períodos compreendi dos entre 1º (primeiro) e 31 (trinta e um) de julho, de 20 (vinte) de dezembro e 1º (primeiro) de março". E o CFE pronunciou-se através da Conselheira Zil ma Parente de Barros, afirmando: "O calendário escolar é uma con seqüência da organização e estruturação das atividades didáti cas que exige um limite mínimo de tempo a ser cumprido, as fé rias escolares terão que ser mera conseqüência de toda essa orga nização. Por conseguinte, não deve ser preocupação prioritária de uma lei, invertendo-se o valor do que é meramente secundário." Finalmente, diz o Parecer, "convém ressaltar que acima do interesse das férias coletivas e do lazer conjunto da fa mília, deverá estar a plenitude do resultado da aprendizagem e da formação da criança e do adolescente, que ê o objetivo por exce lência da educação." (projeto não aprovado). Já no Parecer nº 09/84, aprovado em 25.01.84, que aprecia o Projeto de Lei nº 2.331/83, que dispõe sobre a unifica ção das férias escolares em todo o país e anuncia em seu artigo 1º "Sem prejuízo do cumprimento das exigências legais relativas a currículo mínimo e número de dias de trabalho escolar efetivo, as férias escolares são unificadas em todo o país, recaindo nos pe ríodos compreendidos de 1º a 31 de julho e de 19 de dezembro a 28 de fevereiro." O Conselho Federal de Educação, através da Relato ra, Conselheira Eurides Brito da Silva, desaconselhou a aprovação do Projeto de Lei, justificando: "A medida preconizada pelo autor do Projeto vem de uma sugestão apresentada pela Câmara Municipal do Balneário de Camboriü e tem por finalidade propiciar condições para o desenvolvimento do turismo em todo o território nacional." Cabe destacar que uma das grandes vitórias da atual legislação do ensino foi a descentralização, conferindo aos siste

mas de ensino, competência para planejar, administrar e executar suas atividades educacionais de acordo com as peculiaridades locais. Assim, cabe a cada sistema de ensino organizar o seu calendário es colar que atenda a sua realidade, estabelecendo períodos letivos condizentes com suas condições climáticas e as férias escolares de acordo com as necessidades da zona urbana e rural". A matéria está lucidamente tratada nos dois Pareceres supra citados, cuja juntada a este Parecer oferecerá ao gabinete do Sr. Ministro da Educação não apenas o pensamento deste Conselho, mas a sabedoria das nossas Leis de Diretrizes e Bases que modificaram a posição da Lei Orgânica anterior, que impunha, não só com riscos de prejuízo didático, mas impedindo qualquer possibilidade de adapta ção a clima, tipo e organização de trabalho regionais e, até, qualquer necessária compensação de possível perda resultante de emergên cias imprevistas que postulassem correção. Acresce, ainda, que o problema de duração de um curso não deve ser prefixada pois o seu alargamento pode ser uma exigência! do seu aspecto essencial que é oferecer um bom aprendizado. De resto, já há uma tradição brasileira na distribuição dos tempos de férias, que evita, por si mesmo, propostas muito extravagantes. Por outro lado, se se pretendia diversificar as épocas de férias pelas regiões do País, para facilitar o turismo, os desencontros se riam freqüentemente muito mais desfavoráveis para o convívio de pa rentes e amigos e, até, de irmãos, estudando em cidades distantes, assim, impedidos, de viverem juntos as suas férias. Como quase sem pre, a descentralização e a liberdade são, no caso, mais capazes de atenderem ao interesse comum e a gerarem a desejada unidade. VOTO DO RELATOR: Nestes termos, deve ser respondido ao gabinete do Sr. Ministro da Educação, juntando, como sugerimos acima, a este nosso, os mencionados Pareceres PL nº 35/82, da Conselheira Zilma Gomes Parente de Barros e PL 09/84 da Conselheira Eurides Brito da Silva. É o nosso Parecer,

VOTO DA CÂMARA: do Relator. A Câmara de Ensino de 1º e 2º Graus acompanha o vo to Sala das sessões, 06 de outubro de 1988

IV - DECISÃO DO PLENÁRIO O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou, por unanimidade, a Conclusão da Câmara. Sala Barretto Filho, em 9 de 11 de 1988.