(20QÞ0US`) TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1a. REGIÃO SECRETARIA JUDICIÁRIA CENTRAL EXECUTIVA DE APOIO PROCESSUAL 14ª Sessão Ordinária do(a) 4ª TURMA SUPLEMENTAR Pauta de: 03/07/2012 Julgado em : 03/07/2012 ApReeNec 2003.38.00.037354-8 / MG Relator: Exmo. Sr. JUIZ FEDERAL RODRIGO NAVARRO DE OLIVEIRA Revisor: Exmo (a). Sr(a). Presidente da Sessão: Exmo(a). Sr(a). DESEMBARGADORA FEDERAL SELENE MARIA DE ALMEIDA Proc. Reg. da República: Exmo(a). Sr(a).Dr(a). ANDRÉA LÝRIO RIBEIRO DE SOUZA Secretário(a): FÁBIO ADRIANI CERNEVIVA APELANTE:UNIAO FEDERAL PROCUR :MANUEL DE MEDEIROS DANTAS APELANTE:MINISTERIO PUBLICO FEDERAL PROCUR :JOSE CARLOS PIMENTA APELADO :SULTAN KHALIL BINLADIN ADV :RENATO CESAR SAVASSI FONSECA E OUTROS(AS) REMTE :JUIZO FEDERAL DA 11A VARA - MG Nº de Origem: 2003.38.00.037354-8 Vara: 11 Justiça de Origem: JUSTIÇA FEDERAL Estado/Com.: MG Sustentação Oral Compareceu à sessão de julgamento, pela parte apelada, o Dr. Renato César Savassi Fonseca, OAB/MG 61.281 Certidão Certifico que a(o) egrégia (o) 4ª TURMA SUPLEMENTAR, ao apreciar o processo em epígrafe, em Sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, à unanimidade, deu provimento às Apelações e à Remessa Oficial, nos termos do voto do Relator. Participaram do Julgamento os Exmos. Srs. DESEMBARGADORA FEDERAL SELENE MARIA DE ALMEIDA e JUIZ FEDERAL MÁRCIO BARBOSA MAIA. Brasília, 03 de julho de 2012. FÁBIO ADRIANI CERNEVIVA Secretário(a) Criado por tr22852es
fls.2/6 Processo na Origem: 200338000373548 RELATOR : JUIZ FEDERAL RODRIGO NAVARRO DE OLIVEIRA APELANTE : UNIAO FEDERAL PROCURADOR : MANUEL DE MEDEIROS DANTAS APELANTE : MINISTERIO PUBLICO FEDERAL PROCURADOR : JOSE CARLOS PIMENTA APELADO : SULTAN KHALIL BINLADIN ADVOGADO : RENATO CESAR SAVASSI FONSECA E OUTROS(AS) REMETENTE : JUIZO FEDERAL DA 11A VARA - MG EMENTA CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. OPÇÃO DE NACIONALIDADE. ART. 12, I, C DA CF/88. FILHO DE BRASILEIRA NASCIDO NO ESTRANGEIRO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS. PEDIDO IMPROCEDENTE. 1. O artigo 12, inciso I, alínea "c" da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n. 03, de 07 de junho de 1994, confere nacionalidade brasileira aos nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que por ela optem, em qualquer tempo, e tenham residência na República Federativa do Brasil. 2. No caso o requerente, nascido nos Estados Unidos da América, filho de mãe brasileira, não comprova a residência permanente no Brasil e, portanto, não preenche os requisitos previstos na norma constitucional para homologação da opção de nacionalidade brasileira. 3. Dá-se provimento aos recursos de apelação e à remessa oficial. ACÓRDÃO Decide a Quarta Turma Suplementar do TRF/1ª Região, por unanimidade, dar provimento aos recursos de apelação da UNIÃO e do MPF e à remessa oficial, nos termos do voto do relator. Brasília DF, 03 de julho de 2012. Juiz Federal RODRIGO NAVARRO DE OLIVEIRA Relator convocado
fls.3/6 Processo na Origem: 200338000373548 RELATOR APELANTE PROCURADOR APELANTE PROCURADOR APELADO ADVOGADO REMETENTE : JUIZ FEDERAL RODRIGO NAVARRO DE OLIVEIRA : UNIAO FEDERAL : MANUEL DE MEDEIROS DANTAS : MINISTERIO PUBLICO FEDERAL : JOSE CARLOS PIMENTA : SULTAN KHALIL BINLADIN : RENATO CESAR SAVASSI FONSECA E OUTROS(AS) : JUIZO FEDERAL DA 11A VARA - MG RELATÓRIO O Sr. Juiz Federal RODRIGO NAVARRO DE OLIVEIRA (convocado): Trata-se de recursos de apelação interpostos pela UNIAO e pelo MINISTERIO PÚBLICO FEDERAL contra sentença que julgou procedente o pedido, para homologar a opção pela nacionalidade brasileira formulado pelo autor SULTAN KHALIL BINLADIN, determinando a expedição da certidão respectiva pelo Cartório de Primeiro Subdistrito de Registro Civil do Município de Belo Horizonte. O Ministério Público Federal, em seu recurso, sustenta que o autor não preenche todos os requisitos para o reconhecimento da nacionalidade brasileira, uma vez que ele não reside no Brasil, contrariando o disposto no artigo 12, I, c, da Constituição Federal. Pugna pela reforma da sentença. A UNIÃO afirma que no Brasil o reconhecimento de nacionalidade originária se dá exclusivamente pelos critérios estabelecidos na Constituição Federal, de modo que se revela impossível a criação de hipótese aquisitiva de nacionalidade originária pela lei. Diz que o constituinte originário estabeleceu que são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que venham a residir no Brasil e optem a qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. Alega que o requisito de residência no Brasil não restou atendido, razão por que merece reforma a sentença. Requer o provimento do recurso. É o relatório.
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fls.5/6 VOTO O Sr. Juiz Federal RODRIGO NAVARRO DE OLIVEIRA (convocado): Os apelantes insurgem-se contra a sentença que julgou procedente o pedido de homologação da opção pela nacionalidade brasileira deduzido pelo requerente, nascido nos Estados Unidos da América e filho de mãe brasileira, reconhecendo ter residência no Brasil desde de julho de 2003. brasileira: O artigo 12, alínea c, da Constituição Federal assim estatui sobre a nacionalidade Art. 12. São brasileiros: I natos: (...) c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. O depoimento pessoal do autor não deixa dúvidas de que ele não reside no Brasil (fl.61), no endereço onde reside sua mãe (fls. 21-22), e a prova testemunhal não corrobora a sua pretensão (fls. 74-76). O fato de passar férias anualmente no Brasil não é suficiente para o preenchimento do requisito previsto na norma constitucional de que o optante resida no Brasil. Assim julgo não estar comprovada a residência permanente do requerente no Brasil, pelo que deve ser dado provimento aos recursos de apelação para que seja reformada a sentença que homologou o pedido de opção de nacionalidade brasileira, sem excluir a possibilidade de que o requerente renove o pedido, mediante comprovação do requisito da residência permanente no Brasil. Tem aplicação ao caso presente o seguinte precedente jurisprudencial desta Corte: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. OPÇÃO DE NACIONALIDADE. FILHOS DE BRASILEIRA NASCIDO NO EXTERIOR - LÍBANO. 1. O artigo 12, inciso I, alínea "c" da Lei Fundamental, com a redação da Emenda Constitucional de Revisão nº 03, de 07 de junho de 1994, confere nacionalidade brasileira aos nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que por ela optem, em qualquer tempo, e tenham residência na República Federativa do Brasil. 2. No caso os requerentes, nascidos no Líbano, filhos de mãe brasileira, não residem no Brasil e, portanto, não cumprem com os requisitos impostos pela norma constitucional. 3. Apelação a que se nega provimento. (AC 0004943-54.2008.4.01.3803/MG, Rel. Desembargador Federal Carlos Moreira Alves, Conv. Juiz Federal Rodrigo Navarro De Oliveira (conv.), Sexta Turma,e-DJF1 p.100 de 30/08/2010) Ante o exposto, dou provimento aos recursos de apelação e à remessa oficial para reformar a sentença e tornar sem efeito a homologação da opção de nacionalidade brasileira. É o voto.
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