Portugal subiu nove lugares no ranking do desemprego com o Governo PS/ Sócrates Desemprego aumentou desde que o Governo PS/Sócrates tomou posse Portugal passou do 14º para o 5º lugar do ranking do desemprego europeu em apenas três anos. Com a agravante de em 2005 ainda não ter havido o alargamento e por isso se contabilizarem apenas 25 Estados-Membros. Em Fevereiro de 2005 mês anterior à tomada de posse do actual governo a taxa de desemprego era de 6,9%, tendo aumentado para 7,5% em Maio de 2008, segundo os últimos dados do Eurostat. Desde que o Governo PS/Sócrates tomou posse todos os indicadores referentes ao mercado de trabalho se deterioram. O desemprego oficial aumentou em 14,4 milhares entre o 1º trimestre de 2005 e o mesmo trimestre de 2008 (segundo dados do INE), sendo o crescimento do subemprego visível da mesma ordem. Subiu o número de inactivos desencorajados. A taxa de desemprego aumentou em 0,1 pontos percentuais, nomeadamente entre as mulheres (é agora de 8,9%) e os jovens (taxa de 16,4%). O desemprego dos maiores de 45 anos aumentou 26,7% nos últimos 3 anos. A descida do desemprego entre os jovens menores de 25 anos está associada à diminuição da população desta faixa etária, uma vez que, como se vê, a taxa de desemprego aumentou. Quanto ao desemprego de longa duração (1 ano ou mais), ele atinge cerca de 52% dos desempregados, tendo aumentado 2,3 pontos percentuais desde 2005. À medida que a idade aumenta o risco do desemprego de longa duração aumenta também (entre os maiores de 45 anos o peso do desemprego de longa duração era de 71,6%, tendo crescido face a 2005). Indicadores relativos ao desemprego População desempregada 427,0 412,6 Mulheres 234,4 219,9 Jovens (15-24 anos) 84,4 90,8 Com 45 e mais anos 125,9 99,4 Inactivos disponíveis 70,4 74,9 Inactivos desencorajados 32,2 31,7 Subemprego visível 75,5 61,4 % Taxa de desemprego 7,6 7,5 Mulheres 8,9 8,6 Jovens (15-24 anos) 16,4 16,0 Peso do desemprego de longa duração (12 e mais meses) 51,9 49,6 O desemprego aumentou 12,6% entre os que detêm o ensino secundário e pós-secundário e 39,4% entre os licenciados (48,5% entre as mulheres). No 1º trimestre de 2008 o desemprego atingia quase 56 mil licenciados.
O forte aumento do desemprego entre os licenciados determinou que seja este o grau de ensino em que a taxa de desemprego mais tenha crescido desde 2005. Passou de 5,6% no 1º trimestre de 2005 para 6,8% no mesmo trimestre de 2008. O desemprego dos imigrantes subiu mais que a média do País nestes três anos (56,7%), sendo a taxa de desemprego de 12,5% no 1º trimestre de 2008, também mais elevada que a média. Os contratos não permanentes aumentaram 34,6% neste período e atingem já cerca de 50% dos imigrantes. Precariedade do emprego aumenta O número de trabalhadores com contratos não permanentes cresceu 25% desde 2005 (mais 180 mil). Os trabalhadores com contratos não permanentes são já mais de 900 mil (na sua maioria jovens), correspondendo a cerca de 23% dos assalariados. Isto sem contar com os falsos trabalhadores independentes, realidade que as estatísticas quase não captam. Entre os 911 mil trabalhadores por conta própria sem trabalhadores ao serviço (isolados), há número considerável (ainda que de difícil quantificação) de trabalhadores assalariados não reconhecidos como tal. Por outro lado, entre 2005 e 2008 a percentagem de contratos a prazo que transformam em contratos permanentes ao fim de um ano baixou 0,4 pontos percentuais, situando-se agora 10,5%, o que significa que apenas 1 em cada 10 contratados a prazo consegue transitar para um emprego estável. Os jovens e as mulheres são os mais atingidos pela precariedade. Em relação à precariedade que se consegue medir, observa-se que no 1º trimestre de 2008 a percentagem de contratos não permanentes ascendeu a 53,7% entre menores de 25 anos, sendo de 58,2% entre as jovens raparigas. Embora mais baixa, a percentagem é ainda elevada se se juntar a faixa etária seguinte, como se pode ver no quadro. No caso das mulheres, a precariedade já chegou aos 24%. Indicadores relativos à precariedade Trabalhadores por conta de outrem 3 925,3 3 767,4 Contratos sem termo 3 024,8 3 047,4 Contratos não permanentes 900,5 720,0 Mulheres 443,0 356,2 Jovens (15-24 anos) 218,0 194,9 Menores de 35 anos 581,5 482,5 Incidência da precariedade (% do total) 22,9 19,1 Mulheres 24,1 20,1 Jovens (15-24 anos) 53,7 44,0 Menores de 35 anos 36,4 29,8
O emprego a tempo parcial aumentou mais que o emprego a tempo completo (respectivamente, 7,1% e 1,2% desde o 1º trimestre de 2005). O aumento foi mais significativo entre os assalariados (14,9% e 3,6, respectivamente para o parcial e para o tempo completo). Apesar das mulheres serem maioritárias quer em termos do emprego total a tempo parcial (66%), quer do emprego assalariado (77%), foi entre os homens que se observou o maior aumento. Por outro lado, entre o 1º trimestre de 2005 e o mesmo trimestre de 2008, o emprego das profissões mais qualificadas teve uma quebra de 122,8 milhares, enquanto que as profissões menos qualificadas aumentaram em 214 mil (38 mil dos quais trabalhadores não qualificados). O aumento em 58,6 milhares do emprego dos especialistas das profissões intelectuais e científicas, bem como dos técnicos de nível intermédio, sendo uma variação positiva (por se tratar de profissões qualificadas), é contrabalançado negativamente pela quebra de mais de 181 mil postos de trabalho entre os quadros superiores. Esta evolução confirma a opção pela manutenção da matriz baseada nos baixos salários e no trabalho não qualificado e precário. População empregada por profissão principal Quadros superiores da Administração Pública, dirigentes e quadros superiores de empresa Especialistas das profissões intelectuais e científicas Técnicos e profissionais de nível intermédio Pessoal administrativo e similares Pessoal dos serviços e vendedores Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pescas Operários, artífices e trabalhadores similares Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem 312,2 493,6 464,4 435,3 472,3 442,8 473,4 514,8 780,0 658,5 557,0 552,7 1 024,9 930,7 402,2 404,2 Trabalhadores não qualificados 669,0 631,2 Forças Armadas 35,7 30,6 Continua a destruição do aparelho produtivo O sector produtivo continua a perder emprego. O emprego da indústria diminuiu 1,8% nestes três anos, tendo a indústria transformadora perdido 5,7% (menos 55,5 mil postos de trabalho), enquanto que na agricultura, pesca a perda foi de 2,3% (menos 13,6 milhares). O emprego dos serviços aumentou 4,7%, só que à custa do crescimento da precariedade do sector em cerca de 20%
População empregada por sector de actividade pesca Indústria, construção, energia e água Sexo HM 588,8 602,4 H 303,4 303,3 M 285,4 299,1 HM 1 537,4 1 565,1 H 1 120,9 1 124,5 M 416,5 440,6 Indústrias transformadoras HM 926,5 982,0 Construção HM 560,5 539,9 HM 3 064,8 2 926,9 Serviços H 1 378,3 1 328,5 M 1 686,5 1 598,4 Os salários líquidos diminuíram em termos reais Segundo a fonte que se tem estado a utilizar, o salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem foi de 736 euros no 1º trimestre de 2008. O sector dos serviços tinha um salário acima da média (787 euros), mas os trabalhadores da indústria e da agricultura, pesca tinham salários líquidos abaixo da média (auferiam, respectivamente, 89,9% e 68,9% da média). O salário dos trabalhadores com contratos a prazo era também mais baixo que o dos seus colegas efectivos. Segundo a relação apurada no 2º trimestre de 2007, os contratados a prazo auferiam apenas 74% do salário dos trabalhadores com contratos permanentes. Mantendo-se a mesma relação, significa que no 1º trimestre de 2008 o salário líquido dos contratados a prazo era, em média, de 545 euros. Relativamente à evolução face ao ano anterior, observa-se que, embora tenha havido um aumento nominal de 0,8% do salário médio mensal líquido em termos globais, houve uma quebra de 1,1% no sector dos serviços, (que emprega 64% dos assalariados). Em termos reais houve uma quebra de 1,8% em termos médios e de 3,7% no sector dos serviços. Ao anunciar previsões da inflação irrealistas, o Governo está deliberadamente a ter uma posição de má fé que tem originado sucessivas reduções do poder de compra dos trabalhadores da Administração Pública e, simultaneamente, estimulado o patronato a seguir o mesmo caminho. A primeira previsão para 2008, entretanto alterada mas que serviu de base aos aumentos já verificados, foi de 2,1%, sendo a inflação média no 1º trimestre de 2008 de 2,6%. Salário médio mensal líquido dos TPCO por sector de actividade Variação nominal Variação real 1ºT-2008 1ºT-2007 1t 2008 / 1t2007 Euros % Total 736 730 0,8-1,8
pesca 507 478 6,1 3,5 Indústria, construção, energia e água 662 628 5,4 2,8 Serviços 787 796-1,1-3,7 No 1º trimestre de 2008, 68,9% dos trabalhadores assalariados auferiam menos de 900 euros mensais em termos líquidos, sendo esta percentagem mais elevada na indústria e da agricultura, pesca (78,5% e 87,5%, respectivamente). A maioria (43,1%) situava-se, porém no escalão até 600 euros, sendo especialmente de assinalar as elevadas percentagens da agricultura, pesca (63,6%) e indústria (49,9%). Acima dos 1200 euros estão apenas 11,2% dos assalariados e isso devia-se ao sector dos serviços. TPCO por escalão de rendimento salarial mensal líquido Total pesca Indústria, construção, energia e água Serviços % Total 100,0 100,0 100,0 100,0 Menos de 600 euros 43,1 63,6 49,9 38,8 De 600 a menos de 900 euros 25,8 23,9 28,6 24,4 De 900 a menos de 1200 euros 9,5 1,6 6,9 11,2 1200 euros e mais euros 11,2 1,4 6,1 14,2 Não sabe/ responde 10,4 9,5 8,6 11,4, 1º trimestre de 2008 Lisboa, 2 de Julho de 2008 CGTP-IN Considerando uma inflação média de 2,6% no 1º trimestre de 2008.