Energia Eólica no Rio Grande do Sul Brasil

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Transcrição:

Energia Eólica no Rio Grande do Sul Brasil Página 1

1. Apresentação A disponibilidade de energia é estratégica, na medida em que a infraestrutura básica - energia, transporte e comunicação - é pré-requisito fundamental para o desenvolvimento econômico e social. Existe uma relação direta entre o crescimento do consumo de energia elétrica e o crescimento da atividade econômica, razão pela qual, em nações em plena fase de crescimento, é imputada a necessidade do aumento da oferta de eletricidade. A oferta de energia baseada em fontes locais oferece maior robustez ao sistema elétrico regional, contribuindo como fator relevante para a competitividade da região na atração de novos investimentos seja qual for o segmento. Estudos da Empresa de Pesquisa Energética EPE (nota técnica DEA 03/11), que indicam a projeção da demanda de energia elétrica para os próximos 10 anos (2011-2020), apontam para, na Região Sul, um crescimento de 50% no consumo de eletricidade, o qual deve passar de 70.803 GWh em 2010 para 105.500 GWh até 2020, implicando na necessidade permanente de investimentos em geração e transmissão de energia. Neste sentido, a transformação de energia eólica se destaca como sendo uma das opções mais importantes do ponto de vista ambiental, dentre aquelas consideradas portadoras de futuro. Sua competitividade, em relação a outras fontes de energia, vem melhorando substancialmente, e o RS oferece condições naturais excelentes para a sua viabilização. Em países como a China, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, Noruega e Espanha, a energia eólica tem crescido de forma acelerada e tem, no seu caminho, a América Latina como uma nova e promissora fronteira, onde o Brasil se coloca de forma privilegiada, tanto para a geração como para o desenvolvimento da cadeia produtiva industrial, pelo grande potencial eólico que possui. O crescimento mundial de energia eólica e o potencial eólico brasileiro (143GW para ventos acima de 7m/s e altura de 50m) têm apontado para um cenário de grandes perspectivas para o setor. Nas mesmas condições, o potencial eólico do RS, em terra firme, é de 15,8 GW (34 vezes mais do que tinha instalado, em energia eólica, no RS, até 07 de março de 2013 440MW). Assim, o Rio Grande do Sul, já com 460MW instalados em quinze parques eólicos (04/04/2013), reúne condições atrativas para a instalação de novos e, em conseqüência, passa a ser também atrativo para o estabelecimento de empresas fabricantes de máquinas e equipamentos da cadeia produtiva, bem como para prestadores de serviços especializados (engenharia, logística, montagem e manutenção). Consequentemente, há oportunidade para geração de empregos qualificados, adensamento de conteúdo tecnológico no tecido econômico gaúcho e impacto positivo na agregação tecnológica, na geração de renda e poder de consumo da economia gaúcha. Página 2

Potência Eólica Instalada Operando no RS, em 04/04/2013 Parque Eólico Potência (MW) Proprietário Município Entrada em Operação¹ Tramandaí² 70 EDP Renováveis Tramandaí 23/05/2011 Osório ² 50 Ventos do Sul Energia S/A Osório 28/06/2006 Sangradouro ² 50 Ventos do Sul Energia S/A Osório 13/09/2006 Palmares ² 8 Parques Eólicos Palmares S.A. Palmares do Sul 22/12/2010 Índios ² 50 Ventos do Sul Energia S/A Osório 13/12/2006 Fazenda Rosário 3 ³ 14 Parques Eólicos Palmares S.A. Palmares do Sul 30/06/2011 Fazenda Rosário ³ 8 Parques Eólicos Palmares S.A. Palmares do Sul 30/06/2011 Cerro Chato I (Ex. Coxilha Negra V) ³ 30 Eólica Cerro Chato I S.A. Santana do Livramento 06/01/2012 Cerro Chato II (Ex. Coxilha Negra VI) ³ 30 Eólica Cerro Chato II S.A. Santana do Livramento 20/09/2011 Cerro Chato III (Ex. Coxilha Negra VII) ³ 30 Eólica Cerro Chato III S.A. Santana do Livramento 07/06/2011 Sangradouro 2 ³ 26 Ventos da Lagoa S.A. Osório 02/10/2012 Sangradouro 3 ³ 24 Ventos da Lagoa S.A. Osório 22/05/2012 Osório 2 ³ 24 Ventos do Litoral Energia S.A. Osório 20/12/2012 Osório 3 4 26 Ventos do Litoral Energia S.A. Osório 15/02/2013 Fazenda Rosário 2 5 20 Parques Eólicos Palmares S.A. Palmares do Sul 27/03/2013 RS 460 RS/BR Brasil 2.044,5 22% RS - Potência que deverá estar instalada em 01/01/2017 1.419,8 RS - Potência a ser instalada entre 07/03/2013 e 01/01/2017 959,8 R$ 4 bilhões (40 parques eólicos) Fonte dos dados brutos: ANEEL Datas pesquisadas em outras fontes 2 Parques Eólicos do PROINFA 3 2ºLER, 4 2ºLFA, 5 3ºLER 2. Vantagens Competitivas do RS 1. Segundo o atlas eólico gaúcho, publicado em 2002, o potencial eólico do RS, em terra firme, para ventos maiores ou iguais a 7m/s, medidos à altura de 50metros, é de 15.840MW, o que representa 11% do potencial eólico brasileiro. Para alturas de 100 metros, segundo os mesmos padrões de velocidade, o potencial eólico estimado é de 115.200 MW. Estudos e medições atualizados confirmam que o potencial eólico do RS à altura de 100 metros (altura do eixo do rotor dos aerogeradores atuais) é significativamente superior ao de 50 metros, o que eleva a produtividade das operações e aumenta a atratividade dos investimentos. 2. Possui boa infraestrutura de redes de transmissão e distribuição de energia elétrica, dentro do território gaúcho, e grande facilidade de conexão nas regiões com maior potencial de ventos implicando em custos menores aos projetos de parques eólicos. 3. Dispõe de boa infraestrutura de estradas, portos, aeroportos e telecomunicações, facilitando a logística para instalação de parques nas diversas áreas, com elevado potencial; 4. Tem Boa interligação entre os sistemas elétricos de transmissão da Região Sul e do Sudeste que, juntos, representam cerca de 80% do consumo de energia elétrica do Brasil; Página 3

5. Possuía, em 04/04/2013, 460MW instalados de Energia Eólica, distribuídos em 15 parques, com excelente histórico de operação, conforme tabela anterior; 6. Desfruta de excelente nível de industrialização, em especial nos segmentos da indústria metalmecânica, eletro-eletrônica e automação, subfornecedoras desse setor; 7. No solo gaúcho, existem empresas de engenharia, de construção e de consultoria capazes de desenvolver as atividades relacionadas com projetos e instalação de parques eólicos; 3. Principais oportunidades 1. Considerando o Ambiente de Contratação Regulada (ACR), do qual participam agentes de Geração e de Distribuição de energia, os investimentos projetados em novas usinas eólicas, no período 2011-2017, com base no 2º, 3º e 4º Leilões de Energia de Reserva, no 2º Leilão de Energias Alternativas, no 12º Leilão de Energia Nova A-3, no 13º Leilão de Energia Nova A-5 e no Leilão de Energia (A-3) de dez de 2012, são da ordem de R$ 29 bilhões para o Brasil e R$ 4,9 bilhões para o RS; 2. Nos leilões de 17 e 18 de agosto de 2011 (A-3 e Reserva), foram contemplados, para a Eletrosul, 402MW para a Região de Santa Vitória do Palmar e Chuí e outros 104,4MW para Rio Grande (Cassino), o que antecipou a necessidade da construção de uma Linha de Transmissão em 525 kv a partir da futura SE Povo Novo, em Rio Grande, até Santa Vitória do Palmar, com custo de R$ 250milhões, a qual viabilizará o escoamento da energia gerada por estes e por futuros parques eólicos que venham a ser instalados no extremo sul do Estado. Página 4

Resultado dos Sete Leilões Relizados entre 2009 e 2012 Estado Potência (MW) nº de parques Investimentos (R$ bilhões) RS 1.191,8 50 4,9 Outros¹ 5.836,9 218 24,0 Brasil 7.028,7 268 28,9 Fonte: AGDI com base nos dados da ANEEL/BIG e CCEE ¹ BA, CE, MG, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, SC, SE R$/kW=4.120 (completo: obras, máquina, torre, linha de transmissão) Preço do kw instalado com base em informações de investidores Energia contratada no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) Leilões: 2º, 3º e 4º LER, 2º de FA, 12º LEN(A-3), 13º LEN(A-5) e (A-5)/2012 3. Considerando o Ambiente de Contratação Livre (ACL), do qual participam agentes de geração, comercializadores, importadores e exportadores de energia e consumidores livres, há um grande mercado em potencial de investimento em novos parques eólicos ainda não mensurado; 4. Fabricantes de equipamentos para essa indústria, tais como Wobben Windpower, subsidiária da Alemã Enercon, primeira fabricante de aerogeradores (turbinas eólicas) de grande porte da América do Sul, IMPSA (Argentina), Gamesa (Espanha), Fuhrländer (Alemanha), Alstom (França), Suzlon (Índia), Vestas (Dinamarca), Sinovel (China) já tem, e/ou estão instalando, e/ou estão por definir unidades de fabricação no Brasil; 5. Possibilidade de implantação de fábricas no RS para alimentar a cadeia produtiva de energia eólica, tais como geradores, controladores, inversores, transformadores e nacele (caixa envoltória do gerador completo); 6. Fabricantes e fornecedores de equipamentos e serviços, para a cadeia produtiva de Energia Eólica, instalados no RS, com expertise neste segmento, tais como Ernesto Woebcke, fabricante de Torres de Concreto; Intecnial, fabricante de Torres Metálicas; IEM Intercâmbio Eletro Mecânico, com aparelhos, instrumentos e sistemas para medição, registro e análise de grandezas meteorológicas para Prospecção de Potencial Energético em Parques Eólicos; Centro de Energia Eólica da PUCRS, na capacitação de profissionais e desenvolvimento de projetos e novas tecnologias; 7. O convênio ICMS 101/97, prorrogado pelo convênio ICMS 75 de 14 de julho de 2011 (Publicado no DOU de 18.07.11), torna isentas do ICMS, até 31 de dezembro de 2015, as operações com os seguintes produtos: I-Aerogeradores para conversão de energia dos ventos em energia mecânica para fins de bombeamento de água e/ou moagem de grãos; II-bomba para líquidos, para uso em sistema de energia solar fotovoltaico em corrente contínua, com potência não superior a 2 HP; III- Página 5

aquecedores solares de água; IV-gerador fotovoltaico de potência não superior a 750W; V- gerador fotovoltaico de potência superior a 750W mas não superior a 75kW; VI-gerador fotovoltaico de potência superior a 75kW mas não superior a 375kW; VII-gerador fotovoltaico de potência superior a 375Kw; VIII-aerogeradores de energia eólica; IX-células solares não montadas; X-células solares em módulos ou painéis; XI-torre para suporte de gerador de energia eólica; XIIpá de motor ou turbina eólica; XIII-partes e peças utilizadas exclusiva ou principalmente em aerogeradores classificados no código 8502.3100 da NBM/SH-NCM (HS-CODE); XIV-chapas de Aço; XV-cabos de Controle; XVI-cabos de Potência e XVII-anéis de Modelagem. 8. Diferimento parcial do ICMS do valor equivalente a 29,41% (carga tributária de 12%) do valor da operação nas aquisições de insumos destinados a estabelecimento industrial localizado no RS para a fabricação de torre de suporte de gerador de energia eólica, nos termos RICMS, Livro III, Art. 1º-A, IX, e Apêndice II, Seção IV, Subseção VIII. 9. Fortalecimento das regiões Sul, Nordeste, Centro-Norte, Litoral Norte, Fronteiras Oeste e Sudoeste, uma vez que são portadoras do maior potencial de ventos e com áreas propícias para a instalação de parques eólicos no Estado; 4. Leilões de Energia Eólica No período 2009-2012, sete Leilões de Energia Elétrica contemplaram a Energia Eólica: 2º, 3º e 4º de Energia de Reserva, 2º de Fontes Alternativas, 12º de Energia Nova A-3, 13º de Energia Nova A-5 e (A-5)/2012. Página 6

Como resultado, 7.029 MW de energia eólica foram contratados no Brasil, sendo 1.191,8 MW (17%) referentes a usinas localizadas em solo gaúcho. Os resultados destes leilões tendem a modificar significativamente a situação da estruturação da cadeia de energia eólica no RS trazendo como resultados: 1. Potencializar, no curto prazo (2 a 3 anos), o desenvolvimento da região sul do Estado, particularmente em Santa Vitória do Palmar e Chuí, no extremo sul, e da região da fronteira, particularmente em Santana do Livramento; 2. Viabilizar a instalação futura de uma cadeia produtiva de energia eólica que envolva não só os parques eólicos, como a fabricação, no RS, de aerogeradores e componentes associados. Os empreendimentos vencedores dos referidos leilões estão relacionados na tabela seguinte: Leilão Data da Realização Início da Operação Comercial¹ Empreendimento Município Potência (MW) parque Total CERRO CHATO I, II e III Santana do Livramento 90 FAZENDA ROSÁRIO E ROSÁRIO 3 Palmares do Sul 22 2º Leilão de Energia de Reserva 14/12/2009 01/07/2012 186 OSORIO 2 Osório 24 SANGRADOURO 2 e 3 Osório 50 3º Leilão de Energia de Reserva 25/08/2010 jan/2013 FAZENDA ROSARIO 2 Osório 20 20 ATLÂNTICA I, II, IV e V Palmares do Sul 120 2º Leilão de Fontes Alternativas 26/08/2010 01/01/2013 OSORIO 3 Osório 26 225,8 PONTAL 2B Viamão 10,8 REB CASSINO I, II, III Rio Grande (Cassino) 69 IBIRAPUITÃ I Santana do Livramento 24 CERRO CHATO IV, V e VI Santana do Livramento 46 12º Leilão de Energia Nova A-3 17/08/2011 01/03/2014 CHUI I, II, IV e V Chuí 98 MINUANO I, II Chuí 46 480 CERRO DOS TRINDADE Santana do Livramento 8 VERACE I - X Santa Vitória do Palmar 258 CORREDOR DO SENANDES II, III, IV Rio Grande (Cassino) 75,6 4º Leilão de Energia de Reserva 18/08/2011 01/07/2014 VENTO ARAGANO I Rio Grande (Cassino) 28,8 132,4 PARQUE EÓLICO DOS ÍNDIOS 2 Osório 28 FORÇA I, II e III Palmares do Sul 72 13º Leilão de Energia Nova A-5 20/12/2011 01/01/2016 ÍNDIOS 3 Osório 22 119,6 PONTAL 3B Viamão 25,6 Leilão A-5/2012 14/12/2012 01/01/2017 GRANJA VARGAS 1 Palmares do Sul 28 28 Total 1.191,80 Fonte dos dados brutos: CCEE e EPE. ¹ Data de entrega da energia vendida. Contratos de 20 anos. Os projetos trarão forte impacto econômico para suas regiões e demandarão profissionais desde o preparo da infraestrura para circulação das máquinas e movimentação dos equipamentos dentro dos parques eólicos até sua construção (fundação e construção das torres, montagem dos aerogeradores e construção das linhas de energia elétrica para interligação dos aerogeradores e transmissão da energia gerada por eles). As regiões diretamente atingidas são: Chuí e Santa Vitória do Palmar (R$ 1,6 bilhões); Palmares do Sul (R$ 964 milhões); Rio Grande (R$ 685 milhões); Santana do Livramento (R$ 714 milhões); Osório (R$ 842 milhões) e Viamão (R$ 150 milhões); Página 7

Além disso, no período de dois anos, entre o primeiro e o último dos seis leilões mencionados, o preço médio da energia vendida (R$/MWh) caiu 25% e o custo do investimento (R$/MW) reduziu 30%, o que mostra, cada vez mais, que a energia eólica é economicamente viável e terá participação relevante na matriz energética do Brasil e do RS. 5. Potência Instalada e Investimentos totais em Energia Eólica Procedência da Contratação da Energia Potência (MW) Investimentos (R$ bilhões) Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA 228 1,0 Leilões realizados entre dez de 2009 e dez de 2012 cuja energia tem prazo para entrar em operação entre julho de 2012 e janeiro de 2017 1.191,8 4,9 Investimentos já Realizados (pós PROINFA) 212 0,9 Investimentos a Serem Realizados (até 31/12/2016): 979,8 4,0 Total de investimentos PROINFA + Leilões: 1.419,8 5,9 Página 8

Atividades Principais (Produtos/Serviços) Atividade Geração de Energia Eólica Produção de máquinas, equipamentos e componentes para utilização nos Parques Eólicos Construção dos Parques Eólicos Produtos/Serviços Energia Elétrica Geradores, pás, torres, transformadores e outros. Usina Eólica Diferenciais competitivos do Rio Grande do Sul por Grupo de Fatores Fatores de Produção Educação e Treinamento Atividades de P&D. Recursos Naturais Infraestrutura Como o setor é novo e está em plena expansão, há necessidade de treinar profissionais para desenvolverem suas atividades na operação e manutenção dos equipamentos e máquinas utilizados nos parques eólicos além de preparar profissionais qualificados para ocuparem prontamente as vagas que serão disponibilizadas na indústria. O Estado possui uma ótima infraestrutura para treinamento de profissionais bastando para isso o direcionamento de cursos específicos. São necessárias para o aprimoramento dos estudos de viabilidade técnica e econômica de parques eólicos, passando pela coleta e análise da velocidade e direção dos ventos, potencial, fator de capacidade e energia gerada. Além disso, as instituições de ensino e pesquisa podem realizar a aferição de anemômetros, estudar desempenho de geradores de pequeno porte e treinar profissionais para o mercado de trabalho. Além do potencial de ventos, que é excelente no RS, 15.8GW, 11% do potencial eólico brasileiro, medidos a 50m de altura (estima-se que a 100m, altura atual do eixo dos aerogeradores, um potencial de 115,2GW) é necessário que a região possua áreas apropriadas para a instalação de parques eólicos. O Rio Grande do Sul possui estes atributos. Essencial para a instalação de parques eólicos, o Estado possui uma boa infraestrutura de redes de transmissão de energia elétrica e facilidade de conexão nas regiões com maior potencial de ventos, tornando menores os custos com as linhas de transmissão do parque eólico até o ponto de conexão com a rede do Sistema Interligado Nacional. Outro ponto importante é a infraestrutura de estradas, portos e hidrovias para o deslocamento das peças, máquinas e equipamentos das unidades fabris até as usinas eólicas. Todos os projetos de geração de energia devem estar plenamente adequados ao Página 9

Licenciamento ambiental meio ambiente em que vão operar. Particularmente, as fazendas de energia eólica normalmente ocupam áreas extensas (cada aerogerador de 2MW necessita, no mínimo, de 10ha) e dependem da emissão de licenças ambientais para sua execução. Com o ritmo acelerado de crescimento do setor, através do número expressivo de energia contratada nos leilões nacionais, o setor ambiental tem operado no mesmo compasso e em consonância com a política estadual de apoio e incentivo à energia eólica. Regulamentações e Incentivos Sistema Financiamento RS O Sistema Financeiro Estadual através do Badesul, BRDE e Banrisul, atuando como Bancos Regionais de Fomento no financiamento dos projetos de energia eólica, repassam recursos do BNDES aos empreendedores de geração e da cadeia produtiva associada. Setores Correlatos e de Apoio Fornecedores locais de matérias primas, componentes e insumos O estabelecimento de empresas fabricantes de máquinas e equipamentos da cadeia produtiva da energia eólica traz a necessidade de criação de uma rede de empresas para abastecê-la, resultando na geração de empregos qualificados, adensamento de conteúdo tecnológico e impacto positivo na agregação tecnológica, na geração de renda e poder de consumo da economia gaúcha. Também haverá oportunidade para prestadores de serviços especializados (engenharia, logística, montagem e manutenção). A título de conclusão, a estratégia do Governo do Rio Grande do Sul, a partir de agora, consiste em planejar e atuar fortemente para: a) Criar condições, em conjunto com empresas como a ELETROSUL/ELETROBRÁS, para a ampliação dos Parques Eólicos no RS (utilização máxima do nosso potencial energético eólico); b) Criar condições de regulação para a geração de um mercado livre de energia no Estado do RS; c) Contribuir e agir pró-ativamente visando à instalação de fábricas de aerogeradores no Estado do RS (verificar questões ligadas a localização industrial, infraestrutura, aspectos fiscais e de financiamento, aspectos ligados ao tema ambiental, formação profissional); d) Criar condições para que tenhamos o máximo do fornecimento, desde o projeto até a fabricação de aerogeradores e componentes, por empresas instaladas em território gaúcho (adensamento da cadeia produtiva de energia eólica); e) Criar e Instituir, a nível estadual, um Programa de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Energia Eólica, vinculado e coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento. Página 10

Contatos Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento AGDI Marco Aurélio Franceschi Diretor de Infraestrutura e Energia marco-franceschi@agdi.rs.gov.br Telefone: +55 51 3288-1028; +55 51 8599-4360 Eberson José Thimmig Silveira Coordenador de Energia e Comunicações eberson-silveira@sdpi.rs.gov.br Telefone: +55 51 3288-1016; +55 51 8599-4383 Página 11