Conceitos básicos de Eletromagnetismo para a Luz Interação da Luz com a Matéria Sólida - Interações Atômicas e Eletrônicas

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Transcrição:

Propriedades Óticas

Tópicos Conceitos básicos de Eletromagnetismo para a Luz Interação da Luz com a Matéria Sólida - Interações Atômicas e Eletrônicas Metais Não-metais Propriedades: cor, opacidade, translucidez, transparência, refletividade.

Radiação Eletromagnética Campo Elétrico Raios- Comprimento de Energia (ev) Onda (m) Frequência (Hz) Espectro visível do comprimento de onda Violeta Raios-X Azul posição Ultravioleta Verde Visível Amarelo Campo Magnético Infravermelho Laranja c 1 0 0 No vácuo c f E hf hc Microondas Vermelho Em um meio material v 1 v f E hf hv

Interação da Luz com Sólidos I = intensidade da luz I 0 = intensidade da luz incidente Na interação da luz com os sólidos pode acontecer: Reflexão (R) Absorção (A) Transmissão (T) transparente translúcido opaco T A R 1

Interações Eletrônicas e Atômicas Polarização Atômica O campo elétrico da onda interage com a nuvem de elétrons do átomo Conseqüências: 1) Parte da energia pode ser absorvida (calor/fônon) Polarização Eletrônica A absorção e emissão de energia envolvem transições de elétrons entre níveis de energia. Promoção eletrônica 2) A velocidade da onda diminui ao atravessar o meio (refração: n = c/v). Fóton incidente Átomo isolado

Propriedades Óticas de Metais Absorção é máxima Energia absorvida é re-emitida a partir da superfície na forma de luz visível Estados vazios Energia de Fermi Fóton absorvido Estados preenchidos Fóton emitido

Propriedades Óticas de Metais continuação.transmissão 0;. Refletividade : ( luz refletida + luz re-emitida) ~ 0,90 0,95;. Fração de ~ 0,1 dissipada em forma de calor. - Al e Ag refletem luz branca quando expostos à luz branca (perda quase nula). - Cu e Au refletem luz laranja e amarela quando expostos a luz branca parte da energia absorvida não é re-emitida como luz visível.

Propriedades Óticas de Não-Metais Refração Reflexão Absorção Transmissão

Refração A luz transmitida do interior de um material transparente tem sua velocidade diminuída. Há o desvio da direção da luz em relação ao trajeto inicial (lei de Snell) O desvio, depende do comprimento de onda da luz incidente.

Refração -continuação Refração polarização eletrônica (luz visível) O tamanho dos átomos influencia na polarização eletrônica Maior átomo Maior a Polarização Eletrônica Menor v, Maior n. Exemplo: Vidro comum tem n=1,5 adiciona PbO pode chegar a n=2,1. n depende da estrutura cristalina: Cúbicos n é isotrópico Não-cúbicos n é maior na direção onde a densidade de átomos é maior. Material n Cerâmicas Silica 1,458 Vidro borosilicato 1,47 (Pirex) Vidro comum 1,51 Quartzo (SiO 2 ) 1,65 Vidro ótico denso 1,72 Espinel (MgAl 2 O 4 ) Periclase (MgO) 1,74 Corundum (Al 2 O 3) 1,76 Polímeros Politetrafluoretileno 1,35 Polipropileno 1,49 Polietileno 1,51 Poliestireno 1,60

Reflexão Quando a luz atravessa a interface entre 2 meios com índices de refração diferentes (n 1 e n 2 ), mesmo que os dois meios sejam transparentes, parte da luz é refletida na superfície. refletividade Raios incidentes perpendiculares à superfície

Opacos ou transparentes Absorção Se transparente colorido A absorção se dá por: Polarização Eletrônica e Transições de elétrons entre a BV e BC BC Elétron promovido Luz visível: 0,4 m < < 0,7 m gap buraco E hc Fóton absorvido BV Não há promoção de elétrons: Mínima: E < 1,8 ev ( > 0,7 m) Máxima: E < 3,1 ev ( < 0,4 m) Fóton emitido

Coeficiente de absorção - b Intensidade da radiação transmitida (não-absorvida) I T : I T = intensidade da luz não refletida b é o coeficiente de absorção (em mm -1 ); b grande alta absorção

Cor Materiais transparentes aparecem coloridos como conseqüência da absorção de luz com determinadas freqüências. A cor é uma combinação dos comprimentos de onda que são re-emitidos após absorção.

Cor em não-metálicos SEMICONDUTORES ABSORÇAO SELETIVA: ocorre a excitação de elétrons da banda de valência para a banda de condução para E>E g. A re-emissão dos fótons nem sempre ocorre para o mesmo valor de da luz incidente Exemplo: CdS (sulfeto de Cadmium) : Eg = 2,4 ev E > 2,4 ev luz azul e violeta --- absorvidas 1,8 < E < 2,4 ev não absorvida A cor do CdS é amarelo-laranja. ISOLANTES PUROS ABSORÇÃO UNIFORME: re-emissão total, igual para todos os comprimentos de onda, ou seja, TRANSMISSÃO TOTAL sem cor Exemplos: vidros inorgânicos de alta pureza, diamante, safira

T (%) ISOLANTES IMPUROS Níveis de energia extras dentro do gap, permitem transições eletrônicas que antes não eram possíveis. Safira (Al 2 O 3 monocristalina e de alta pureza): transparente. Dopando com 0,5 a 2 % de Cr 2 O 3 muda a cor para vermelho. (Cr +++ substitui Al +++ ) violeta verde laranja azul amarelo vermelho SAFIRA RUBI

Transmissão A luz transmitida através de um sólido transparente pode ser dada por: Feixe incidente Feixe transmitido Feixe refletido I 0 I ( 1 R ) 0 I R I T R Fração absorvida: I T I 0 e bx

Translucidez e Opacidade Isolantes Depende do espalhamento (reflexão e transmissão interna) da luz, originada de: Contornos de grão Anisotropia de n Porosidade Cristalinidade

Aplicações Luminescência Fotocondutividade LASERS Fibra Ótica

Luminescência Capacidade de absorver energia e re-emitir luz visível Energias: Calor Radiação eletromagnética Classificação por tempo de decaimento - Longos tempos: Fluorescência - Curtos tempos: Fosforescência Substâncias: sulfatos, tungstatos e materiais orgânicos Exemplos: lâmpadas fluorescentes; interruptores

Fotocondutividade Semicondutores Células solares (junções p-n) LEDS (light emitting-diode)

Exemplo Fotografia de uma enorme tela de vídeo de LEDS, situada na esquina da 43ª. Av. e a Broadway em NY

LASERS

Processo Xerox Placa feita de semicondutor amorfo: As, Se e Te depositado em placa metálica. É quase um material isolante (E gap >> 2 ev), mas é um material fotocondutivo. A placa é carregada aplicando-se uma tensão de 30 kv. O documento a ser copiado é projetado na placa. Regiões brancas fazem com que o semicondutor conduza e a carga superficial é descarregada através da placa metálica. Nas regiões escuras a carga permanece. A placa é então impregnada com um pó fino: carbono + sílica + polímero térmico. O pó é assoprado da placa e permanecerá somente nas regiões carregadas. Uma folha de papel é pressionada contra a placa usando-se rolos, que é então passado numa região de luz infravermelha. Isto causa a fusão do polímero que gruda no C e SiO 2 e forma uma imagem permanente no papel. Para limpar a placa (descarregar), ela é toda iluminada e a tinta é soprada. Assim ela está preparada para uma nova cópia.