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ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE GRAMÁTICA E REDAÇÃO Nome: Nº Série: 2 Data: / / 16 Professor(a): Bruno e Thais Nota: 1 Bimestre 1. Classes de palavras: substantivos, adjetivos, artigos e numerais Ao final do bimestre, espera-se que o aluno: 1.1 Reconheça os substantivos como classe de palavra que nomeia os dados da realidade de forma estática e que permite nosso reconhecimento linguístico do mundo. 1.2 Perceba a importância dessa classe para a realização de coesão lexical. 1.3 Reconheça os adjetivos como classe de palavra que se liga aos substantivos, caracterizando-os. 1.4 Identifique as diferenças semânticas produzidas pela ordem antes ou depois dos substantivos em que os adjetivos se encontram no texto. 1.5 Identifique o sentido das duas classes citadas, selecionando a acepção mais adequada ao contexto em que estão inseridas. 1.6 Reconheça os artigos como classe de palavra que introduz os substantivos, de modo específico ou genérico, conforme sejam definidos ou indefinidos. 1.7 Note as diferenças semânticas entre artigos definidos e indefinidos e entre a presença ou ausência dessas palavras antes do substantivo. 1.8 Aprenda as noções de quantificação resultantes do uso dos numerais. 1.9 Identifique as diferentes acepções de sentido propiciadas pelo uso de um tipo específico de numeral cardinal, ordinal, multiplicativo, fracionário. 1.10 Seja capaz de diferenciar os artigos indefinidos singulares dos numerais cardinais homônimos um / uma. 1.11 Perceba que a não distinção desses usos pode prejudicar a compreensão do sentido de um enunciado. 2. Produção de texto: dissertação Ao final do bimestre, espera-se que o aluno: 2.1 Reconheça as características do gênero dissertação e compreenda cada uma de suas partes constituintes apresentação, tese, argumentação, conclusão. 2.2 Exercite os mecanismos de argumentação que qualificam um texto como dissertativo. 2.3 Aplique esses recursos nas próprias produções. 2.4 Identifique o mesmo emprego na produção de colegas.

Redação: Reescreva a redação bimestral. Para isso, utilize uma das folhas do bloco de rascunho. (0,5) Gramática: Resolva os exercícios abaixo: 1. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A identidade e a diferença: o poder de definir A identidade e a diferença são o resultado de um processo de produção simbólica e discursiva. (...) A identidade, tal como a diferença, é uma relação social. Isso significa que sua definição - discursiva e linguística - está sujeita a vetores de força, a relações de poder. Elas não são simplesmente definidas; elas são impostas. Não convivem harmoniosamente, lado a lado, em um campo sem hierarquias; são disputadas. Não se trata, entretanto, apenas do fato de que a definição da identidade e da diferença seja objeto de disputa entre grupos sociais simetricamente situados relativamente ao poder. Na disputa pela identidade está envolvida uma disputa mais ampla por outros recursos simbólicos e materiais da sociedade. A afirmação da identidade e a enunciação da diferença traduzem o desejo dos diferentes grupos sociais, assimetricamente situados, de garantir o acesso privilegiado aos bens sociais. A identidade e a diferença estão, pois, em estreita conexão com relações de poder. O poder de definir a identidade e de marcar a diferença não pode ser separado das relações mais amplas de poder. A identidade e a diferença não são, nunca, inocentes. Podemos dizer que onde existe diferenciação - ou seja, identidade e diferença aí está presente o poder. A diferenciação é o processo central pelo qual a identidade e a diferença são produzidas. Há, entretanto, uma série de outros processos que traduzem essa diferenciação ou que com ela guardam uma estreita relação. São outras tantas marcas da presença do poder: incluir/excluir ("estes pertencem, aqueles não"); demarcar fronteiras ("nós" e "eles"); classificar ("bons e maus"; "puros e impuros"; "desenvolvidos e primitivos ; racionais e irracionais ); normalizar ( nós somos normais; eles são anormais ). A afirmação da identidade e a marcação da diferença implicam, sempre, as operações de incluir e de excluir. Como vimos, dizer "o que somos" significa também dizer "o que não somos". A identidade e a diferença se traduzem, assim, em declarações sobre quem pertence e sobre quem não pertence, sobre quem está incluído e quem está excluído. Afirmar a identidade significa demarcar fronteiras, significa fazer distinções entre o que fica dentro e o que fica fora. A identidade está sempre ligada a uma forte separação entre "nós" e "eles". Essa demarcação de fronteiras, essa separação e distinção, supõem e, ao mesmo tempo, afirmam e reafirmam relações de poder. (...)Os pronomes "nós" e "eles" não são, aqui, simples categorias gramaticais, mas evidentes indicadores de posições-desujeito fortemente marcadas por relações de poder: dividir o mundo social entre "nós" e "eles" significa classificar. O processo de classificação é central na vida social. Ele pode ser entendido como um ato de significação pelo qual dividimos e ordenamos o mundo social em grupos, em classes. A identidade e a diferença estão estreitamente relacionadas às formas pelas quais a sociedade produz e utiliza classificações. As classificações são sempre feitas a partir do ponto de vista da identidade. Isto é, as classes nas quais o mundo social é dividido não são simples agrupamentos simétricos. Dividir e classificar significa, neste caso, também hierarquizar. Deter o privilégio de classificar significa também deter o privilégio de atribuir diferentes valores aos grupos assim classificados. A mais importante forma de classificação é aquela que se estrutura em torno de oposições binárias, isto é, em torno de duas classes polarizadas. O filósofo francês Jacques Derrida analisou detalhadamente esse processo. Para ele, as oposições binárias não expressam uma simples divisão do mundo em duas classes simétricas: em uma oposição binária, um dos termos é sempre privilegiado, recebendo um valor positivo, enquanto o outro recebe uma carga negativa. "Nós" e "eles", por exemplo, constitui uma típica oposição binária: não é preciso dizer qual termo é, aqui, privilegiado. As relações de identidade e diferença ordenam-se, todas, em torno de oposições binárias: masculino/feminino, branco/negro, heterossexual/homossexual. Questionar a identidade e a diferença como relações de poder significa problematizar os binarismos em torno dos quais elas se organizam. Fixar uma determinada identidade como a norma é uma das formas privilegiadas de hierarquização das identidades e das diferenças. A normalização é um dos processos mais sutis pelos quais o poder se manifesta no campo da identidade e da diferença. Normalizar significa eleger - arbitrariamente - uma identidade específica como

o parâmetro em relação ao qual as outras identidades são avaliadas e hierarquizadas. Normalizar significa atribuir a essa identidade todas as características positivas possíveis, em relação às quais as outras identidades só podem ser avaliadas de forma negativa. A identidade normal é "natural", desejável, única. A força da identidade normal é tal que ela nem sequer é vista como uma identidade, mas simplesmente como a identidade. Paradoxalmente, são as outras identidades que são marcadas como tais. Numa sociedade em que impera a supremacia branca, por exemplo, "ser branco" não é considerado uma identidade étnica ou racial. Num mundo governado pela hegemonia cultural estadunidense, "étnica" é a música ou a comida dos outros países. É a sexualidade homossexual que é "sexualizada", não a heterossexual. A força homogeneizadora da identidade normal é diretamente proporcional à sua invisibilidade. Na medida em que é uma operação de diferenciação, de produção de diferença, o anormal é inteiramente constitutivo do normal. Assim como a definição da identidade depende da diferença, a definição do normal depende da definição do anormal. Aquilo que é deixado de fora é sempre parte da definição e da constituição do "dentro". A definição daquilo que é considerado aceitável, desejável, natural é inteiramente dependente da definição daquilo que é considerado abjeto, rejeitável, antinatural. A identidade hegemônica é permanentemente assombrada pelo seu Outro, sem cuja existência ela não faria sentido. Como sabemos desde o início, a diferença é parte ativa da formação da identidade. SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz Tadeu (org. e trad.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 73-75. http://ead.ucs.br/orientador/turmaa/acervo/web_f/web_h/file.2007-09-10.5492799236.pdf (UFJF) Leia o fragmento a seguir: A força da identidade normal é tal que ela nem sequer é vista como uma identidade, mas simplesmente como a identidade. (penúltimo parágrafo) No trecho destacado, qual é o efeito de sentido determinado pelo uso dos artigos indefinido e definido acima negritados? 2. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Machos e fêmeas Histórias de amores frustrados, relações ruins ou trágicas, fracassos, decepções, dores e rancores se multiplicam. Chega a parecer, algumas vezes, que um amor bom, ao menos razoável, alegre, cúmplice, terno e sensual, que faça crescer, seja um bem tão raro quanto viver lúcido e saudável até os cem anos. [...] O que precisa um casal para ser um bom casal, amoroso, alegre, criando pontes sobre as diferenças e resolvendo com bom humor as agruras do convívio cotidiano? Penso que o bom casal é o que SE GOSTA, com tudo o que isso significa: cumplicidade, interesse, sensualidade boa, e o difícil compromisso da lealdade. Dedicação, às vezes até devoção. Para que a gente seja, além de machos e fêmeas, pessoas que se entendem, curtem, confortam, desejam e... tudo aquilo que nas cavernas acontecia. Só que com mais graça, consciência, talvez mais delicadeza. É aí que (re)começam os problemas. Mas macho e fêmea não desistem nem devem. Pois apesar da trabalheira toda bem que a gente gosta! (LUFT, Lya. Pensar é transgredir. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.)

O idioma oferece vários recursos para a ampliação do vocabulário. No 2º parágrafo do texto I, o leitor depara-se com as palavras cúmplice e sensual. Já no 10º parágrafo, observam-se as palavras cumplicidade e sensualidade. a) Como se chama o processo formador dessas palavras em que se incorpora o afixo após o radical? b) Indique a classe gramatical de cada par de palavras: cúmplice/sensual: cumplicidade/sensualidade: 3. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: COMPANHEIRO FIEL Se estou trabalhando - seja a que hora for - Gatinho se deita ao lado do meu computador. Se vou para a sala e deito no sofá, ele logo vai pra lá. Se à mesa me sento a escrever poesia e da sala me ausento (GULLAR, Ferreira. Companheiro fiel. In: Palavras de encantamento. São Paulo: Moderna, 2001. v.1, p.76) pela fantasia, volto à realidade quando, sem querer, toco de resvés numa coisa macia. Já sei, não pago dez: é o Gatinho que sem eu saber veio de mansinho deitar-se a meus pés. Vocabulário: Resvés - rente, próximo Não pagar dez - não ter dúvida No texto, o poeta usa palavras de classes gramaticais diferentes para se referir ao seu bicho de estimação. Copie do poema duas palavras que comprovam essa afirmação. 4. Observe os trechos a seguir. a) "num planeta AZUL feito a cauda de um cometa" b) "o AZUL está ficando desbotado" Escreva a classe gramatical das palavras destacadas. 5. (UNESP) Na morte dos rios Desde que no Alto Sertão um rio seca, a vegetação em volta, embora de unhas,

embora sabres, intratável e agressiva, faz alto à beira daquele leito tumba. Faz alto à agressão nata: jamais ocupa o rio de ossos areia, de areia múmia. (João Cabral de Melo Neto) João Cabral de Melo Neto pretendeu criar uma linguagem para seus poemas que se afastasse um pouco da linguagem usual, por meio de pequenos desvios. Para isso, empregou, às vezes, palavras fora das classes morfológicas a que pertencem. a) Transcreva os fragmentos em que isso acontece. b) Identifique a classe original das palavras e a classe em que João Cabral as utilizou em seu poema. 6. (UNICAMP) Os dicionários de meu pai Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. E por um bom tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem falar das horas que eu o folheava à toa. Palavra puxa palavra e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo (desenfado, espairecimento, entretém, solaz, recreio, filistria). O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da Sala Cecília Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Com esse livro escrevi novas canções e romances, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. E ao vê-lo dar sinais de fadiga, saí de sebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei viciado no negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de exemplares, e ainda rematei o último à venda na Amazon.com antes que algum aventureiro o fizesse. Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro, que ao que me consta também tem um, quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, busanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros). Hoje sou surpreendido pelo anúncio dessa nova edição do dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem aos ventos meu tesouro. Trata-se para mim de uma terrível (funesta, nefasta, macabra, atroz, abominável, dilacerante, miseranda) notícia. (Adaptado de Francisco Buarque de Hollanda, em Francisco F. dos S. Azevedo, Dicionário Analógico da Língua Portuguesa: ideias afins/thesaurus. 2ª edição atualizada e revista, Rio de Janeiro: Lexikon, 2010.)

a) A partir do texto de Chico Buarque que introduz o dicionário analógico recentemente reeditado, proponha uma definição para esse tipo de dicionário. b) Mostre a partir de que pistas do texto sua definição foi elaborada. 7. (UNICAMP) Nessa propaganda, há uma interessante articulação entre palavras e imagens. a) Explique como as imagens ajudam a estabelecer as relações metafóricas no enunciado Mesmo que o globo fosse quadrado, O GLOBO seria avançado. b) Indique uma característica atribuída pela propaganda ao produto anunciado. Justifique.