Cabo Verde. Oportunidades e Dificuldades do Mercado

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Transcrição:

Cabo Verde Oportunidades e Dificuldades do Mercado Maio 2007

Índice 1. Oportunidades 2 1.1 Comércio 2 1.2 Investimento de Portugal em Cabo Verde 2 1.3 Investimento de Cabo Verde em Portugal 3 1.4.Serviços 3 1.5 Turismo 3 2. Dificuldades 4 2.1 Comércio 4 2.2 Investimento de Portugal em Cabo Verde 4 2.3 Investimento de Cabo Verde em Portugal 5 2.4 Serviços 5 2.5 Turismo 5 3. Cultura de negócios 5

1. OPORTUNIDADES 1.1 Comércio Portugal é leader no mercado, com cerca de 47% de quota em 2006, para o que contribuiram o facto de ser o único país com quem Cabo Verde mantém transportes marítimos regulares e semanais, a tradição do consumo e utilização de produtos portugueses, bem como a imagem positiva das marcas portuguesas no mercado. Assim, os sectores de oportunidade comercial são aqueles em que Portugal já está bem posicionado, a saber: os materiais de construção (incluindo o cimento que foi em 2006 o primeiro produto da nossa exportação); os agro-alimentares, as bebidas, os produtos farmacêuticos, os veículos automóveis, as máquinas e os aparelhos eléctricos, as máquinas e os aparelhos mecânicos, o mobiliário, a cerâmica doméstica e o vidro e os tecidos. Outros produtos, como barcos de pesca, químicos, papel, pneus, cabos e fios eléctricos, máquinas automáticas para processamento de dados, construções metálicas (73.08), ferragens e perfis de alumínio são também oportunidades a explorar. Este mercado tem revelado um desenvolvimento recente assinalável na perspectiva das exportações portuguesas, as quais aumentaram significativamente nos dois últimos anos, após 5 anos de estagnação; Este comportamento associado às suas perspectivas de crescimento, garantem, a curto e médio prazo, o fortalecimento das nossas já privilegiadas relações comerciais. 1.2 Investimento de Portugal em Cabo verde Portugal, aproveitou bem o processo de privatizações levado a cabo nos anos 90. Hoje ocupa um lugar cimeiro no IDE em Cabo Verde, tendo investido cerca de 220 milhões de euros de há 15 anos a esta parte. Grandes empresas nacionais como a PT, a EDP, a AdP, a Galp, a CGD, o Montepio, o Banif, a Cimpor, o Grupo Pestana, o Grupo Oásis Atlântico e a Sacramento Campos são exemplo de investidores que hoje detêm importantes posições nos sectores da banca, seguros, capital de risco, telecomunicações, energia e águas, comércio de combustíveis, do cimento, turismo e hotelaria. De resto quase todos os sectores têm atraído investimentos portugueses, devendo destacar-se os realizados na indústria transformadora de mão de obra intensiva voltada para a exportação (calçado e vestuário), mas também nas conservas de peixe, nos transportes marítimos e no comércio em geral. As áreas de oportunidade para o investimento português relacionam-se directamente com as prioridades de investimento do Governo Cabo-verdiano (a seguir descritas - ponto 1.4). Destacamos: Indústria ligeira (confecções, calçado, mobiliário, embalagem); Construção civil e obras públicas; Pescas (pesca industrial, processamento, conservação e comercialização); Agricultura (floricultura, fruticultura, horticultura); Pecuária (criação de gado bovino, transformação carnes e queijos);

Transportes (inter-ilhas marítimo e aéreo terrestres colectivos, cabotagem); Produção de energias renováveis (eólica e solar); Serviços (fornecimento de dados, apoio à industria, apoio ao turismo e ao imobiliário, marketing e publicidade, financeiros);, Turismo (resorts, hotéis, marinas, golf). Também não existem neste país quaisquer centros de distribuição de produtos portugueses, havendo espaço e condições para a sua criação, pelo menos nos sectores agro-alimentar e de materiais de construção civil e ainda nos sectores que agrupam a fileira casa. Existem empresas cabo-verdianas dispostas a participar em parcerias com produtores/exportadores portugueses que garantam o fornecimento regular e a manutenção de stocks. O programa de privatizações em curso, que é vasto e contempla sectores como os do transporte aéreo e marítimo, a gestão portuária, os estaleiros navais, a rede de frio e o sector farmacêutico, contém outras oportunidades para as empresas portuguesas. 1.3 Investimento de Cabo Verde em Portugal Não existem ainda em Cabo Verde condições para a internacionalização das empresas locais. 1.4 Serviços Constituem oportunidades para os potenciais investidores portugueses as prioridades de investimento do Governo cabo-verdiano, que são as relacionadas com a infra estruturação do país, estradas, aeroportos, portos, produção de energia (sobretudo renovável), redes de água e saneamento, hospitais, escolas, universidade, edifícios públicos e privados, transportes aéreos, marítimos e terrestres, indústria e pescas. 1.5 Turismo O mercado não é ainda emissor de fluxos turísticos.

2.DIFICULDADES 2.1 Comércio As principais dificuldades identificadas são: Rede de importadores sem especialização e pouco agressivos; Mercado reduzido; Escassez de divisas. Problemas financeiros provocados pelos prazos de pagamento e irregularidade dos mesmos. Dispersão geográfica. Rede de distribuição dispersa e não apetecível. Situações de oligopólio/monopólio. Prática de preços pouco concorrencial. Pouca capacidade financeira dos agentes. Dificuldade de acesso ao crédito. Peso significativo do estado no consumo. Prazos alargados na resolução de diferendos. Pesada burocracia alfandegária. Taxas e impostos elevados Concorrência crescente de outros mercados. Ex.: Espanha (Canárias), Brasil, Holanda. 2.2 Investimento de Portugal em Cabo Verde Razões que contribuem significativamente para travar as intenções dos investidores: A falta de água desmotiva e dificulta qualquer tentativa de investimento na agricultura e na pecuária; A insuficiência de fornecimento de energia eléctrica e de água potável torna complicados os projectos que não sejam de grandes dimensões e auto-suficientes; aquilo a que se pode chamar as ilhas nas ilhas ; A situação cadastral da propriedade fundiária, que peca pela indefinição, atrasando demasiado os projectos de construção imobiliária e outros; A falta de formação de quadros e de técnicos, entravando a implementação dos projectos de investimento; Os altos juros praticados pela banca comercial, que constituem mais uma limitação à intenção de investir no país; A deficiência e a escassez dos transportes marítimos, bem como a falta de modernização dos portos, não permitindo um abastecimento regular; A pesada burocracia, que tarda a ser erradicada do aparelho público; A dificuldade de acesso ao crédito e a sua limitação quantitativa; Os tempos demasiado alargados para a solução de diferendos;

A falta de cartórios notariais e a afluência caótica às diversas conservatórias de registo; A lentidão dos processos, implicando prazos alargados e que emperram a actividade empreendedora. 2.3 Investimento de Cabo Verde em Portugal Conforme expresso no ponto 1.3 não existem ainda em Cabo Verde condições para a internacionalização das empresas locais. 2.4 Serviços As dificuldades apontadas no ponto 2.2 repetem-se quanto aos serviços, já que se trata de investimentos. 2.5 Turismo Conforme expresso no ponto 1.5, o mercado não é ainda emissor de fluxos turísticos. 3. Cultura de Negócios do mercado Cabo Verde é considerado hoje um país com o qual é extremamente difícil fazer negócios; de acordo com o relatório "Doing Business 2008", este país ocupa a 132ª posição entre 178 estados avaliados pela sua capacidade de reformar as suas regulamentações nesta área, apresentando indicadores muito desfavoráveis para abertura de empresas, obtenção de alvarás, contratação de funcionários, registo de imóveis, obtenção de crédito, protecção dos investidores, pagamento de impostos, comércio internacional, cumprimento de contratos e encerramento de empresas. Os operadores portugueses que actuam há muitos anos no mercado, sejam investidores sejam exportadores, estão já habituados ao tipo de dificuldades que o mercado apresenta, ultrapassando-as com a experiência adquirida e conseguindo mover-se à vontade no meio da burocracia local, tanto mais que a contraparte caboverdiana, por tradição de contactos com empresas portuguesas e pela confiança adquirida, trata com bons olhos e simpatia as empresas do nosso país. Os agentes económicos de ambas as partes têm, na maioria dos casos, relações pessoais alicerçadas por muitos anos de contactos, o que facilita muito o clima de mútua confiança existente. Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 aicep@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC 506 320 120