ROMÉNIA RELAÇÕES ECONÓMICAS COM PORTUGAL. Unidade Conhecimento de Mercado. Março 2006

Transcrição

1 ROMÉNIA RELAÇÕES ECONÓMICAS COM PORTUGAL Unidade Conhecimento de Mercado

2 2/10 Índice 1. COMÉRCIO 1.1 Importância da Roménia nos fluxos comerciais para Portugal Evolução da balança comercial bilateral Exportações por produtos Importações por produtos 5 2. INVESTIMENTO 2.1 Importância da Roménia nos fluxos de investimento para Portugal Investimento directo da Roménia em Portugal Investimento directo de Portugal na Roménia 8 3. TURISMO 9 Fontes Bibliográficas e Outras 10

3 3/10 1. COMÉRCIO 1.1 Importância da Roménia nos fluxos comerciais para Portugal As relações comerciais Portugal-Roménia são muito reduzidas para o nosso país, representando, em 2005, a Roménia como cliente apenas 0,19%, correspondente ao 41º lugar, e como fornecedor 0,12%, uma posição ainda inferior, 49º lugar. Isto é devido ao facto de se tratar de um país que só há meia dúzia de anos começou efectivamente a ter contactos mais relevantes com o nosso país e, naturalmente, o seu relacionamento comercial de maior vulto concretizar-se com mercados de maior proximidade geográfica. Importância da Roménia nos Fluxos Comerciais para Portugal Como cliente Posição 49º 43º 37º 41º 41º % 0,08 0,12 0,17 0,16 0,19 Como fornecedor Posição 70º 58º 53º 55º 49º % 0,05 0,08 0,09 0,09 0,12 Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Nota: Resultados preliminares para Evolução da balança comercial bilateral Tradicionalmente, a balança comercial entre os dois países tinha vindo a ser deficitária para Portugal, mas a partir de 2003 começou a apresentar saldos positivos, devido ao aumento das exportações se ter mostrado mais acentuado do que o das importações. Isto aconteceu apenas em 2003 e 2004, pois em 2005 o acréscimo das aquisições à Roménia foi muito superior ao das nossas exportações, o que levou a uma redução substancial do excedente. A razão principal desta alteração foi o acréscimo na importação de produtos químicos e também de produtos agrícolas, que, na verdade, constituem uma parcela muito superior ao que consta no quadro das importações por produtos, devido à correcção relacionada com a lei do segredo estatístico. Evolução da Balança Comercial Bilateral (10 3 EUR) Evolução %(a) Exportações ,5 Importações ,1 Saldo Coef. cobertura (%) 96,0 88,1 129,0 112,2 100,8 - Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período Resultados preliminares para 2005

4 4/ Exportações por produtos As exportações portuguesas para a Roménia apresentam alguma concentração nas máquinas e aparelhos (mais de 30% em 2005), seguindo-se as matérias têxteis (cerca de um quarto). Os outros grupos de produtos com maior significado são os metais comuns, o vestuário, os plásticos e borracha e a madeira e cortiça. Este conjunto de produtos perfez, em 2005, mais de 85% do total. Máquinas e aparelhos Com 30,7% em 2005, desceram de 44,8% em 2004, um decréscimo de 17,5%, em termos nominais. Mesmo assim, continuam a ser o grupo de produtos mais relevante. O subgrupo mais significativo nesta categoria foi o das máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (16,0% do total em 2005, contra 34,7% em 2004), que constitui o 1º grupo a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC) nos dois anos referidos. A quatro dígitos da NC, os produtos que mais se destacaram foram as caldeiras para aquecimento central (6,5% em 2005), seguindo- -se a distância as caixas de fundição (1,7%), as máquinas e aparelhos mecânicos com função própria (1,6%) e as máquinas para preparação de matérias têxteis (1,1%), entre outros. O outro subgrupo a destacar nesta categoria foi o das máquinas e aparelhos eléctricos e suas partes (14,7% em 2005, contra 10,1% em 2004). A quatro dígitos da NC, os produtos a mencionar, dentro deste subgrupo, são os aparelhos para interrupção e protecção (8,2% em 2005), os fios e outros condutores isolados para usos eléctricos (4,7%) e, a grande distância, as máquinas e aparelhos com função própria (0,6%). Matérias têxteis Representaram 24,5%, em 2005, contra 20,8% no ano anterior, tendo registado um acréscimo de 41,6%. O subgrupo de maior significado foi o das fibras sintéticas ou artificiais descontínuas (10,4% em 2005), seguindo-se o algodão (4,8%), os tecidos impregnados ou revestidos (3,2%), os tecidos de malha (2,1%) e as pastas, feltros e falsos tecidos (1,7%). Metais comuns Este grupo correspondeu a 10,0% em 2005, contra 3,1% em 2004, tendo registado um acréscimo de 285,7%. O subgrupo a destacar foi o das obras de ferro fundido, ferro ou aço (7,5% em 2005), o alumínio e suas obras (1,6%) e o ferro fundido, ferro e aço (0,3%).

5 5/10 Outros grupos significativos Destaca-se, em primeiro lugar, o vestuário (7,5% em 2005), no qual se salienta o vestuário e seus acessórios de malha (6,6%). Segue-se o grupo dos plásticos e borracha (6,9% em 2005), devido sobretudo aos plásticos e suas obras (6,2%). Destaca-se ainda a madeira e cortiça (6,2% em 2005), constituído principalmente por cortiça e suas obras (5,2%), aos quais se segue a madeira, carvão vegetal e obras de madeira (1,0%). Exportações por Produtos (10 3 EUR) 2001 % 2004 % 2005 % Máquinas e aparelhos , , ,7 Matérias têxteis , , ,5 Metais comuns 561 2, , ,0 Vestuário , , ,5 Plásticos e borracha 387 1, , ,9 Madeira e cortiça , , ,2 Produtos químicos 335 1, , ,3 Calçado , , ,2 Peles e couros , , ,0 Minerais e minérios 88 0, , ,6 Instrumentos de óptica e precisão 733 3, , ,5 Veículos e outro material de transporte 19 0, , ,8 Pastas celulósicas e papel 124 0, , ,7 Produtos agrícolas 878 4,2 83 0, ,2 Produtos alimentares 39 0,2 75 0,2 58 0,1 Combustíveis minerais 324 1,5 4 0,0 0 0,0 Outros produtos 307 1, , ,8 Fonte: Nota: Total , , ,0 INE - Instituto Nacional de Estatística Resultados preliminares para 2005 apurados com base nos dados declarados pelos operadores económicos, corrigidos dos valores correspondentes às operações abrangidas pela lei do segredo estatístico. Por esta razão, há discrepância, em 2005, entre este total e o da balança comercial. 1.4 Importações por produtos As importações portuguesas da Roménia também revelam uma certa concentração, com os produtos químicos, a representar quase um terço do total, em 2005, seguindo-se os plásticos e borracha e os produtos agrícolas. Refira-se que, devido à lei do segredo estatístico, os produtos agrícolas encontram-se em 3º lugar, quando na verdade são muito mais importantes estatisticamente. Outros grupos significativos são as máquinas e aparelhos, os metais comuns e a madeira e cortiça. Este conjunto perfez, em 2005, mais de 88% do total.

6 6/10 Produtos químicos Estes produtos representam 32,2% do total, em 2005, contra 12,0% em 2004, o que correspondeu a um acréscimo de 117,1% em 2005, em termos nominais. Os subgrupos mais importantes são os químicos orgânicos (17,0% em 2005), seguindo-se, a grande distância, os adubos e fertilizantes (1,8%), os químicos inorgânicos (0,5%), os óleos essenciais e resinóides (0,1%) e os produtos diversos para indústrias químicas (0,0%). Plásticos e borracha Este grupo de produtos tem o peso de 14,1%, em 2005, contra 8,5% em 2004, tendo aumentado 33,4%, em termos nominais. O subgrupo de maior relevo é o dos plásticos e suas obras (4,2% em 2005), a que se segue, de perto, a borracha e suas obras (também 4,2%, embora em valor absoluto ligeiramente inferior). Produtos agrícolas Estes representam 12,3% do total, em 2005, contra 43,2% em Na verdade, o seu valor nominal e o respectivo peso, em 2005, são bastante superiores, pois a lei do segredo estatístico impede que os valores reais sejam divulgados. Máquinas e aparelhos Este grupo corresponde a um peso de 11,6% em 2005, contra 3,5% em 2004, tendo registado um acréscimo de 168,8%, nominalmente. O subgrupo mais significativo é o das máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (5,6% em 2005), seguindo a certa distância o das máquinas e aparelhos eléctricos e suas partes (1,4%). A quatro dígitos da NC, entre as máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, destacam-se as máquinas-ferramentas para trabalhar matérias por desbaste (3,0% em 2005), os fornos industriais de laboratório (1,2%), as caldeiras a vapor (0,8%) e as caixas de fundição (0,3%). Em relação às máquinas e aparelhos eléctricos e suas partes, salientam-se apenas os acumuladores eléctricos e seus separadores (1,1% em 2005). Metais comuns Este grupo de produtos tem um peso de 11,0% em 2005, contra 15,6% em 2004, tendo registado um declínio de 43,5%. Os subgrupos a destacar são os do ferro fundido, ferro e aço (4,8% em 2005) e o das obras de ferro fundido, ferro ou aço (1,7%).

7 7/10 Outros grupos significativos Salientam-se a madeira e cortiça (7,0% em 2005, contra 5,2% em 2004), sendo o subgrupo mais significativo a madeira e suas obras (4,1% em 2005), ficando a cortiça e suas obras a uma grande distância (0,1%). Outro grupo a mencionar é o do vestuário (4,2% em 2005, contra 5,0% em 2004), com o subgrupo do vestuário e seus acessórios de malha a ser o mais importante, embora modesto (1,4% em 2005), seguido do vestuário e seus acessórios excepto de malha (1,1%). Ainda outro grupo a destacar é o do calçado (2,9% em 2005, contra 2,4% em 2004). Importações por Produtos (10 3 EUR) 2001 % 2004 % 2005 % Produtos químicos , , ,2 Plásticos e borracha , , ,1 Produtos agrícolas , , ,3 Máquinas e aparelhos 932 4, , ,6 Metais comuns , , ,0 Madeira e cortiça , , ,0 Vestuário , , ,2 Calçado 39 0, , ,9 Matérias têxteis 696 3, , ,1 Peles e couros 93 0,4 72 0, ,4 Veículos e outro material de transporte 206 0,9 82 0,2 75 0,2 Pastas celulósicas e papel 21 0, ,4 69 0,2 Minerais e minérios ,3 74 0,2 37 0,1 Combustíveis minerais ,0 28 0,1 Instrumentos de óptica e precisão 4 0,0 10 0,0 25 0,1 Produtos alimentares ,1 4 0,0 Outros produtos 27 0, , ,5 Fonte: Nota: Total , , ,0 INE - Instituto Nacional de Estatística Resultados preliminares para 2005 apurados com base nos dados declarados pelos operadores económicos, corrigidos dos valores correspondentes às operações abrangidas pela lei do segredo estatístico. Por esta razão, há discrepância, em 2005, entre este total e o da balança comercial. 2. INVESTIMENTO 2.1 Importância da Roménia nos fluxos de investimento para Portugal No que se refere ao investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal, a Roménia como origem tem muito pouco significado, tendo em dois anos do último quinquénio não se registado qualquer investimento dessa proveniência. Considerando Portugal como emissor de investimento directo (IDPE), a posição nos vários anos tem maior expressão, embora o

8 8/10 peso seja ainda muito reduzido. Apenas em 2005 chegou a 0,1% do total do investimento bruto de Portugal no exterior. Importância da Roménia nos Fluxos de Investimento para Portugal Portugal como receptor (IDE) Posição - 64º 54º 59º - % - 0,0 0,0 0,0 - Portugal como emissor (IDPE) Posição 27º 42º 36º 37º 29º % 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 Fonte: Banco de Portugal Nota: Dados disponibilizados em Fevereiro de Investimento directo da Roménia em Portugal No último quinquénio, os montantes que a Roménia tem investido em Portugal são muito reduzidos, tendo apenas em 2003 superado os 200 mil euros. Acresce que, em 2005, registou-se um desinvestimento muito significativo, tendo em conta os montantes de investimento efectuados nos anos imediatamente anteriores. Os sectores em que os investimento se realizaram foram sobretudo não identificáveis e, em 2004, incidiram no comércio por grosso e a retalho. Quanto aos desinvestimentos de 2005, a maior incidência foi nas actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas. Investimento Directo da Roménia em Portugal (10 3 EUR) Investimento bruto Desinvestimento Investimento líquido Fonte: Banco de Portugal Nota: Dados disponibilizados em Fevereiro de Investimento directo de Portugal na Roménia A internacionalização das empresas portuguesas para a Roménia tem-se manifestado com maior intensidade nos últimos anos, representando este país o segundo destino de investimento português na zona dos países da Europa Central e Oriental, depois da Polónia.

9 9/10 No último quinquénio, verificou-se um pico em 2001, com mais de 5 milhões de euros investidos, tendo havido uma queda no ano seguinte, para depois ocorrer uma progressão gradual nos anos seguintes até mais de 4 milhões de euros, em No ano de maior investimento, 2001, e também em 2002, foram as actividades financeiras as de grande incidência dos capitais portugueses. Em 2003 e 2004 foram sobretudo as indústrias transformadoras aquelas em que as empresas portuguesas fizeram recair os seus investimentos. No ano de 2004 também se registaram investimentos na área das actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas, o mesmo tendo acontecido em Com muito menor expressão, também se registaram investimentos no sector da construção, em 2004 e Refira-se que, em 2005, as empresas com capital português operavam sobretudo nos seguintes sectores de actividade: têxtil e confecção, calçado, comércio, cortiça, moldes para plástico, transformação de madeira, metalurgia, sector farmacêutico e consultoria. Salários baixos e mão-de-obra qualificada, localização geográfica privilegiada, língua latina e alguma similitude no comportamento da população, são alguns elementos que justificam o interesse manifestado pelas empresas portuguesas por este mercado. Investimento Directo de Portugal na Roménia (10 3 EUR) Investimento bruto Desinvestimento Investimento líquido Fonte: Banco de Portugal Nota: Dados disponibilizados em Fevereiro de TURISMO O turismo de romenos em Portugal tem uma expressão muito reduzida, se tivermos em consideração o único indicador disponível que é o número de dormidas de romenos no nosso país na hotelaria global. Mesmo assim, esse número aumentou gradualmente nos últimos cinco anos, tendo passado de pouco acima de 12 mil para mais de 25 mil. Em 2005, o acréscimo de dormidas foi de 31,8%, o maior aumento no quinquénio.

10 10/10 Turismo da Roménia em Portugal b Dormidas a Fonte: Notas: INE - Instituto Nacional de Estatística (a) Inclui apenas o número de dormidas na hotelaria global. (b) Dados provisórios Fontes Bibliográficas e Outras INE Instituto Nacional de Estatística Banco de Portugal