1 HIERARQUIAS DE MULTIPLEXAÇÃO DIGITAL SDH / PDH

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Transcrição:

Página 1 1 HIERARQUIAS DE MULTIPLEXAÇÃO DIGITAL SDH / PDH O PCM primário (2Mbps) é adequado em pequenas distâncias Para maiores distâncias é necessário maior multiplexação a fim de agregar maior número de canais Os sistemas de comunicação digital atuais integram técnicas de transmissão e comutação digitais, por isto também são chamados de RDI (Rede Digital Integrada) As hierarquias de multiplexação associadas a esses sistemas, conforme a recomendação G702, são o PDH (Plesyochronous Digital Hierarchy) e o SDH (Synchronous Digital Hierarchy), na Europa, ou SONET (Synchronous Optical Network), nos EUA Esses sistemas são descritos brevemente a seguir Vale observar que o Brasil segue a norma do padrão Europeu PDH: os diversos tributários possuem relógios independentes e com freqüência aproximadamente igual (plesio, do grego, quase igual ) SDH / SONET: é um sistema totalmente síncrono que vem substituindo gradativamente o PDH Algumas das recomendações da série G do ITU-T que tratam das características da hierarquia de multiplexação digital pública estão descritas a seguir G701: Definição de um vocabulário de termos para aplicação em Transmissão Digital, G702: Hierarquias Digitais e taxas de bit associadas G703: Características físicas e elétricas das interfaces na Hierarquia Digital G704: Estruturas de quadros síncronos dos níveis 1 e 2 da Hierarquia Digital G706: Procedimentos relacionados com alinhamento de quadros e CRC, em estruturas básicas de quadro G711: Multiplexação e Pulse Code Modulation (PCM) Das recomendações sobre características principais de equipamentos de multiplexação primária, destacam-se as seguintes: G734: Características de um equipamento multiplex digital síncrono operando a 1544 kbit/s G735: Características de um equipamento multiplex PCM primário, operando a 2048kbit/s, com acesso digital síncrono a 384 kbit/s e/ou 64 kbit/s G736: Características de um equipamento multiplex digital síncrono operando a 2048 kbit/s A seguir serão detalhados os principais aspectos dessas hierarquias 11 Hierarquia Digital Plesiócrona (PDH) A tabela a seguir mostra, de acordo com a recomendação G702, a designação de cada hierarquia atual no sistema PDH, bem como suas taxas de bit e número de canais de voz digitais (64Kbps) de cada uma

Página 2 Hierarquia Digital Plesiócrona PDH Hierarquia Digital Européia Hierarquia Digital Americana Hierarquia Digital Japonesa Designação [kbit/s] Canal B ção [kbit/s] DS0 ção [kbit/s] Taxa Equiv Designa- Taxa Equiv Designa- Taxa Canal B 64 - DS0 64 - Canal B 64 - E1 2048 32: 30 voz DS1 (T1) 1544 24 DS1 1544 24 E2 8448 128: 120 voz DS1C 3152 48 DS2 6312 96 E3 34368 512: 480 voz DS2 (T2) 6312 96 J1 32064 501 E4 139264 2048: 1920 v DS3 (T3) 44736 672 J2 97728 1527 DS4NA 139264 2016 DS4 (T4) 274176 4032 DS: Digital Signal E: Europeu J: Japonês A figura a seguir mostra graficamente Equiv Canal B Em cada nível de multiplexação é levado em conta o fato de que os relógios dos tributários, além de serem distintos, não são exatamente iguais, mas quase iguais, dentro de uma certa tolerância, por isso chamados sinais plesiócronos (ou seja, plesio, do grego, quase igual) A figura a seguir ilustra isso 0 31 32 x 2,048 Mbit/s 4 x 8,448 Mbit/s 4 x 34,368 Mbit/s 4 x 139,264Mbit/s 32 x 64kbit/s = 2,048Mbit/s Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Precisão dos relógios dos tributários em cada nível de multiplexação Nível Hierárquico Taxa de bits nominal [kbit/s] Freqüência relógio [khz] 0 64 64 ± 100 1 2048 2048 ± 50 2 8448 8448 ± 30 3 34368 34368 ± 20 4 139264 139264 ± 15 Tolerância do relógio [ppm: partes por milhão]

Página 3 O multiplexador amostra cada tributário a uma taxa máxima de relógio permitida e, quando não há nenhum bit no registrador de entrada, porque os bits vem a uma taxa um pouco menor, é adicionado um bit de enchimento (stuff bit) no fluxo de bits agregado É claro que existe um mecanismo que sinalizará ao demultiplexador que foi feito um "enchimento" e que este bit deverá ser retirado do fluxo na recepção O quadro do E2 é mostrado a seguir [MOE 97] Possui um total de 848 bits (4x212) Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV 110 1112 13212 14 5212 14 5212 14 58 9212 PAQ BS BI (200) C1 a C4 BI (208) C1 a C4 BI (208) C1 a C4 J1 a J4 (ou BI) BI (204) PAQ: Palavra de Alinhamento do Quadro: 1111010000 BS: Bits de Serviço BI: Bits de Informação (dividido igualmente para cada entrada: 50 bits, 52 bits ou 51 bits) C1 a C4: Bits de controle de justificação do tributário 1 a 4 C i em 1 indica que J i contém bit de enchimento C i em 0 indica que J i contém bit de informação Os bits de controle são triplicados a fim de criar uma certa tolerância a falhas O receptor assume que a maioria está correta J1 a J4: Bits de justificação do tributário 1 a 4 Pode significar enchimento (caso a taxa do tributário seja mais lenta que a taxa de saída) ou informação (caso a taxa do tributário seja mais rápida que a taxa de saída) Exercício 1: qual o overhead (em bit/s) de sinalização e sincronismo no PDH Europeu para os canais E1? Exercício 2: No E2, calcule o número de quadros por segundo e a duração aproximada de cada quadro 12 Hierarquia Digital Síncrona SDH / SONET Tendo em vista as diferenças entre os sistemas PDH europeu, americano e japonês, tornase difícil a interligação desses sistemas num sistema de comunicação digital mundial unificado Esse fato, além de outros fatores (como a dificuldade de conseguir altas taxas de transmissão com relógios quase iguais ), contribuíram para a definição de um novo sistema de comunicação digital, que desse suporte para a transmissão em altas taxas, além de perfeita compatibilidade entre as diversas hierarquias de multiplexação digitais existentes Também foram fatores decisivos a necessidade de maior flexibilidade e confiabilidade desses sistemas, além de facilidades de gerenciamento, reconfiguração e supervisão, enfim, um sistema dentro do conceito de Rede Inteligente Esse novo sistema é conhecido como Hierarquia Digital Síncrona, SDH (Synchronous Digital Hierarchy) (europeu), ou SONET (Synchronous Optical Network) (americano) A principal característica dele, como diz o próprio nome, é o fato de que é totalmente síncrono, baseado em um relógio mestre universal com precisão atômica Para compatibilização, os canais digitais do sistema PDH, após passarem por um processo de adaptação, podem trafegar pelos canais síncronos de alta velocidade do sistema SDH/SONET Por volta de 1985, o comitê T1X1 da ANSI, desenvolveu as primeiras interfaces para troncos óticos de alta velocidade baseados em fibra ótica, conhecidas como SONET A partir de 1988, muitos dos estudos, interfaces e propostas da SONET foram acolhidas pelo ITU-T através das recomendações G707, G708, e G709, tornando-se desta forma um padrão mundial conhecido como SDH do ITU-T

Página 4 Na tabela a seguir tem uma comparação entre a Hierarquia Digital Síncrona SDH européia e o SONET americano equivalente A principal diferença entre os dois sistemas é em relação à estrutura do quadro do canal básico, a partir do qual é estruturada a hierarquia de multiplexação, e à designação dos diversos canais Enquanto o SONET inicia com um canal chamado STS-1, de 51,84 Mbit/s, o sistema SDH começa com um canal designado de STM-1, de 155,52 Mbit/s Designação SONET (ANSI) Hierarquia Digital Síncrona SDH/SONET Designação SDH (ITU-T) Taxa [Mbit/s] STS-1 (OC-1) - 51,84 49,536 STS-3 (OC-3) STM-1 155,52 149,76 STS-9 (OC-9) STM-3 466,56 449,28 STS-12 (OC-12) STM-4 622,08 599,04 STS-18 (OC-18) STM-6 933,12 898,56 STS-24 (OC-24) STM-8 1244,16 1198,08 STS-36 (OC-36) STM-12 1866,24 1797,12 STS-48 (OC-48) STM-16 2488,32 (2,4 Giga) 2396,16 OC-192 OC-768 9953,28 (10 giga) 39813,12 (40 Giga) Taxa útil [Mbit/s] STS: Synchronous Transport Signal ANSI: American National Standards Institute STM: Synchronous Transport Module OC: Optical Carrier Na figura a seguir é apresentado a estrutura genérica de um quadro STS-n do SONET, em que n indica o número de canais básicos multiplexados em cada nível da hierarquia de multiplexação digital, conforme é mostrado na tabela acima A duração de um quadro STS ou STM é sempre de 125 µs, e seu tamanho em octetos varia de acordo com o nível de multiplexação Tanto o STM como o STS possuem um campo de informação útil chamado de Synchronous Transport Envelope (SPE), que é inserido de forma variável em relação ao tempo, dentro da estrutura síncrona do STM/STS n x 90 octetos n x 3 octetos n x 87 octetos n x 1 octetos Total de 9 octetos SOH Section over (3 octetos) LOH Line over (6 octetos) H1 H2 H3 SPE - Synchronous Payload Envelope N POH Path over LEGENDA: Transport Overhead TOH (SOH + LOH) Campo de payload SPE Synchronous Payload Envelope Path Overhead - POH

Página 5 Além do campo de informação útil (payload), os quadros STM/STS possuem mais três campos de informação ou cabeçalhos, os quais contém informação para cada um dos protocolos dos três níveis da rede síncrona: rota, linha e seção, e que por isso também são chamados de: section overhead (SOH): informações de sincronismo de quadro, entro outras; line overhead (LOH): utilizado para multiplexar e demultiplexar as Unidades Administrativas (utilizado para compatibilizar SDH e PDH) path overhead (POH): O POH e o payload formam o campo do SPE, cujo início pode flutuar em relação à estrutura síncrona fixa do SDH/SONET Os cabeçalhos LOH e o SOH estão localizados na parte fixa do quadro STM/STS No nível de linha é feita a multiplexação e por isso os ponteiros (bytes H1, H2, H3), que implementam o mecanismo de adaptação entre o relógio do tributário e o relógio mestre do sistema SDH, estão localizados neste cabeçalho O número de bytes associados a um determinado quadro, e o número de bytes dos diversos campos que o compõem, varia em cada nível de multiplexação de acordo com o valor de n Assim, por exemplo, com n=1, obtemos o quadro STS-1 básico, que é mostrado na figura a seguir 90 bytes 3 bytes 1 byte 87 bytes Total de SOH Section over (3 bytes) LOH Line over (6 bytes) H1 H2 H3 SPE - Synchronous Payload Envelope POH Path over Exercício: Calcule a taxa de transmissão total e útil de um quadro STS-1 básico Já um quadro STS-3, n=3, possui um total de 3x90x9=2430 bytes e um campo de SPE de 3x87x9=234 como pode ser observado na figura a seguir Para os diferentes cabeçalhos teremos; POH=3x9=27 bytes, o campo LOH=3x3x6=54 bytes, e o campo SOH=3x3x3=27 A eficiência do STS-3 pode ser calculada então como sendo; ((2430-108)/ 2430)*100 = 95,55 % Como se observa, o STS-3 é uma versão multiplexada de 3 STS-1 Todos os quadros SONET são derivados de SPEs de quadros básicos STS-1 (STS-12, STS-24 etc)

Página 6 270 bytes SPE do STS-3 (261 bytes) Total de SOH Section over (3 bytes) LOH Line over (6 bytes) SPE de STS-1 SPE de STS-1 SPE de STS-1 13 Compatibilização entre SONET e SDH Para que houvesse compatibilização entre o SDH (estruturas STM) e o SONET (estruturas STS) foi definido o STS-3c que é praticamente equivalente ao STM-1 do SDH Lembramos que o STM-1 é o quadro básico do SDH, como mostra a figura a seguir 270 bytes (TOH) SPE do STS-3c (261 bytes) Total de SOH Section over (3 bytes) LOH Line over (6 bytes) POH - Path Overhead (total de 1x) A cada quadro STS-3c está associada uma banda de 155,52 Mbit/s (cada byte fornece uma banda de 64 kbit/s) O quadro STS-3c é formado por 2430 bytes, destes, 90 são consumidos pelo TOH (Transport Overhead), constituído pelo SOH e o LOH, o que implica que 234 são ocupados pelo SPE (Synchronous Payload Envelope) que é formado pelo POH () mais o payload propriamente dito (2340 bytes) A eficiência do STS-3c será portanto 2340/ 2430)100 = 96,296 %, superior portanto ao STS-3 A compatibilização entre o sistema americano SONET, e o europeu SDH, se dá através do quadro básico STM-1 do SDH (155,52 Mbit/s) e o quadro STS-3c do SONET (155,52 Mbit/s) Basicamente as duas estruturas são idênticas, a menos de diferenças menores referentes à interpretação dos cabeçalhos SOH e LOH Para saber a composição de um quadro STM-n pode-se usar a seguinte expressão de equivalência: STM-n = STS-3n Por exemplo o quadro STM-1 possui um total de 3x90x9=2430 bytes e um campo de SPE de 3x87x9=234

Página 7 Exercício: Calcule a taxa de transmissão do quadro STS-3c (STM-1) básico Calcule a taxa bruta e útil 131 Exemplo - Overhead do mapeamento ATM A célula ATM tem 53 bytes, sendo que 5 são de overhead (cabeçalho) e 48 de payload (carga útil) No SDH, temos a seguinte figura para um sinal STM-1: Sinal STM-1 header payload 2340 bytes 90 bytes 125 us 90 bytes (SOH+LOH+POH) 2340 + 90 = 2430 bytes Taxa total de transmissão = 2430 bytes em 125 us = 19440 bits em 125us = 155,52 Mbps Taxa de payload = 2340 bytes em 125 us = 18720 bits em 125 us = 149,76 Mbps Além do overhead do STM, tem o overhead da célula, que possui 5 bytes de cabeçalho e 48 bytes de payload Assim, tem-se que a taxa útil de transmissão é: Taxa útil de transmissão = 48/53 x 149,76 Mbps = 135,631698 Mbps Células de informação / s = 135,631698 Mbps / (48 x 8) bits = 353208 células por segundo Caso 1: no STM-1, quanto tempo leva a transmissão de um arquivo de 1 Mbytes supondo: a) todas células livres b) uma célula livre a cada 100? a) 1x1024x1024/48 = 21846 células a serem transmitidas; 21846 / 353208 = 61,8 ms b) 61,8 ms x 100 = 6,18 segundos Caso 2: Supondo uma transmissão de voz codificada com PCM tradicional sobre STM-1 De quantas em quantas células enviadas é necessário uma célula desta transmissão de voz? PCM Tradicional: 64000 bps ou 8000 bytes / s = 8000/48 = 166,67 células / s No STM-1, 353208 células / s Então tenho uma célula de voz a cada 353208 / 166,67 = 2119,2 Assim, a camada física vai receber de cima uma célula de voz a cada 2119,2 células enviadas Exercício: No STS-12 em um link ATM, quanto tempo leva a transmissão de um arquivo de 3 Mbytes supondo: a) todas células livres b) uma célula livre a cada 100? Exercício: Supondo uma transmissão de voz codificada com PCM tradicional sobre STS-12 num link ATM De quantas em quantas células enviadas é necessário uma célula desta transmissão de voz? 14 Compatibilização entre SDH e PDH A figura a seguir mostra um exemplo de compatibilização entre os dois sistemas

Página 8 15 BIBLIOGRAFIA /ROC 99/ /ROE 98/ /TAN 96/ /MOE 95/ ROCHOL, Juergen Redes de Computadores 2 a parte Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Informática 1999 ROESLER, Valter ATM Asynchronous Transfer Mode Apostila de curso 1998