Faculdade Pitágoras Unidade Timbiras Curso: Farmácia. Prática de Tecnologia Farmacêutica I

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LABORATÓRIO DE QUÍMICA QUI126 1ª LISTA DE EXERCÍCIOS

XVIII MARATONA CEARENSE DE QUÍMICA. 8 O Ano. Experiência. Recicláveis Desunidos

Transcrição:

Faculdade Pitágoras Unidade Timbiras Curso: Farmácia Prática de Tecnologia Farmacêutica I Belo Horizonte 2016 1

Parte 1 - Introdução às aulas práticas. I. Introdução. O setor de Tecnologia Farmacêutica possui laboratório de ensino localizado no 1º andar (sala 103), onde serão ministradas todas as aulas práticas da disciplina. Para o bom andamento do curso é necessário que algumas regras sejam adotadas: - trabalhe de forma organizada; - suje o mínimo possível o ambiente; - converse sem gritar; - não se alimente no laboratório; - manipule com cuidado os utensílios e equipamentos - deixe o laboratório limpo para o seu colega. Solicita-se que nas bancadas fique apenas o essencial à compreensão das fórmulas (lápis e apostila), ou seja, CADERNOS, LIVROS PESSOAIS, MOCHILAS, ETC. DEVEM FICAR ISOLADOS. Durantes as atividades será necessário trabalhar em equipe, visto que seria inviável a produção de muitas formas farmacêuticas em uma mesma turma. É PROIBIDO participar da aula prática o aluno(a) que não esteja: - matriculado na turma em questão; - paramentado com guarda-pó, touca e máscara. II. Apresentação do laboratório. - local de manipulação; - definição do local individual de trabalho; - materiais de uso individual (conhecer cálice, gral, pistilo, etc.); - materiais de uso comum (balanças, reagentes, espátulas, micropipetas, etc.); - almoxarifado e o porquê de não poder levar as fórmulas manipuladas. III. Método de trabalho. Antes de manipular a fórmula, é necessário consultar a bibliografia com o objetivo de entendê-la. Depois disso, uma maneira de executá-la será proposta e discutida. Somente depois desse ciclo é que a manipulação poderá ser feita. 2

IV. Dados necessários ao desenvolvimento de uma formulação e onde encontrá-los. Conhecer as propriedades do princípio ativo (p.a.) e dos outros componentes presentes na formulação é determinante para o preparo da fórmula farmacêutica pretendida. Entretanto, devemos avaliar de modo crítico as informações mais relevantes. Por exemplo, caso a forma farmacêutica seja uma preparação sólida, é inútil conhecer a solubilidade dos componentes da formulação. V. Avaliação farmacêutica da prescrição. Em termos de receita, a avaliação farmacêutica deve observar os seguintes itens: - Legibilidade e ausência de rasuras e emendas. - Identificação do profissional prescritor com o número de registro no respectivo Conselho Profissional, endereço do seu consultório ou endereço da instituição a que pertence. - Identificação do paciente e seu endereço residencial. - Identificação da substância ativa em DCB (Denominação Comum Brasileira) ou DCI (Denominação Comum Internacional), concentração/dosagem, forma farmacêutica, quantidades e respectivas unidades e posologia. - Modo de usar. - Local e data de emissão. - Assinatura, carimbo e identificação do prescritor. Exemplo de uma receita médica Dr Fulano de Tal Rua das Amoras, 32 CRMMG XYXYZ Belo Horizonte - MG Sra Beltrana da Silva Rua dos Estudantes, 320 Belo Horizonte MG Uso interno Ácido ascórbico...200 mg Excipiente qsp...1 cápsula Mande 25 cápsulas. Tomar 1 cápsula, duas vezes ao dia. Local e data da prescrição Carimbo e assinatura do médico 3

NOTAS: - A ausência de qualquer um dos itens acima pode acarretar o não atendimento da prescrição. - É vedado o aviamento e/ou dispensação de preparações magistrais em códigos, siglas ou números. - Quando a prescrição contiver substâncias sujeitas ao controle especial, deve atender também a legislação específica. É necessário estar atendo ainda as seguintes situações: - cada prescrição deve ser avaliada quanto a viabilidade e compatibilidade dos componentes entre si, suas concentrações e doses máximas recomendadas antes da sua manipulação; - quando a dose ou posologia dos produtos prescritos ultrapassar os limites farmacológicos ou a prescrição apresentar incompatibilidade ou interações potencialmente perigosas, o farmacêutico deve solicitar confirmação do profissional que subscreveu a prescrição. Na ausência ou negativa de confirmação, é facultado ao farmacêutico o não aviamento e/ou dispensação do produto; - com base nos dados da prescrição, devem ser realizados e registrados os cálculos necessários para a manipulação da formulação. VI. Apresentação da Ordem de Manipulação. Devem existir procedimentos operacionais padrões (POP) escritos para manipular as diferentes fórmulas farmacêuticas preparadas na farmácia. A ordem de manipulação deve conter os seguintes itens: - Número de ordem no Livro de Receituário; - Descrição da formulação contendo todos os componentes (inclusive os excipientes) e concentrações; - Lote de cada matéria-prima, fornecedor e quantidade pesada; - Nome e assinatura dos responsáveis pela pesagem e manipulação; - Visto do farmacêutico; - Data de manipulação e 4

- No caso da forma farmacêutica cápsula deve constar, ainda, o tamanho e a cor da cápsula utilizada. 5

Laboratório de Tecnologia Farmacêutica Registro número: Médico: Número da Ordem de Fabricação: CRM: Cliente: Data da Receita: Tel: Componentes Pesar Pesado Visto Cálculos Responsável pela pesagem e cálculos: Técnica de Preparo Manipulador: Embalagem utilizada e quantidade: Responsável pelo envase: Conferente: Data da manipulação: Responsável pela rotulagem: Data da conferência: 6

VII. Conhecer as abreviaturas, rótulos/etiquetas e medidas usuais em Farmacotécnica. VII.1 Abreviaturas. Uso ext.; uso int. uso externo; uso interno ãã igual quantidade (pronuncia-se aná) p.i. partes iguais F.S.A. faça segundo a arte = usar método adequado Me mande, faça Pa. para pp. papel Cáp. cápsula N número Xe xarope q.s. quantidade suficiente q.s.p. quantidade suficiente para Div. divida c. colher s.p.m. sob prescrição médica Farm. Bras. Farmacopéia Brasileira USP Farmacopéia dos Estados Unidos b.m. banho maria cc centímetro cúbico (R) Repetida (receita repetida para a mesma ou outra pessoa) VII.2 Etiquetas. Agite antes de usar Uso Externo Uso Interno Veneno Conservar em geladeira Não deixe ao alcance das crianças 7

VII.3 Medidas usuais. Colher de sopa Colher de sobremesa Colher de chá Colher de café Cálice Copo Conta gotas oficial 15 ml (ou cc) 10 ml 5 ml 3 ml 30 ml 150 ml 20 gotas = 1 ml de água destilada VII.4 Rótulo. - Nome do paciente e do médico prescritor; - Número de registro da fórmula no livro de receituário da farmácia (N o XXX), datas de manipulação (Fab.: XX/YY/UU) e de validade* do produto (Val.: ZZ/KK/MM); - Descrição da fórmula com os nomes das substâncias ativas segundo a DCB, com as respectivas quantidades; - Uso interno ou externo. Se for necessário o rótulo deve ter informações, como; agite antes de usar ou conserve em geladeira ; - Quantidade total solicitada do medicamento (número de unidades, peso ou volume contidos); - Nome, CNPJ, endereço e telefone da farmácia; - Nome e número do registro no CRF do farmacêutico responsável; - Posologia: modo de usar o produto. VII.5 Registro. É obrigatório o registro de todas as formulações manipuladas. O registro deve conter, no mínimo, os seguintes itens: - Número de ordem do livro de receituário; - Nome e endereço do paciente; - Nome do prescritor e número do registro no respectivo conselho de classe; - Descrição da formulação contendo todos os componentes e concentrações e - Data de aviamento. 8

Aula 1: Formas farmacêuticas sólidas 1. Pós simples e compostos. Regras gerais para a preparação de pós compostos. 1. Antes de iniciar a preparação do pó composto, verifique se existe incompatibilidade entre os pós simples. Caso haja alguma incompatibilidade, verifique qual seria a maneira de eliminar essa incompatibilidade. 2. Pulverize em gral (de vidro para substâncias coloridas ou com cheiro) e tamise isoladamente cada um dos pós presentes na fórmula. Caso necessário utilize um intermédio. 3. No caso de haver um pó em quantidade muito pequena, acrescente um corante visando facilitar a visualização da mistura. 4. Homogeneizar seguindo a Regra do Mistão (ordem crescente de quantidade) adicionando o excipiente em qsp, por último. Misture em um gral utilizando o método da diluição geométrica. Tamise a mistura final. 5. Envase em frasco de vidro âmbar ou em um saco plástico de tamanho compatível com o volume formulado visando obter uma melhor estética e até mesmo dificultar degradações. Antes do envase verifique a compatibilidade da preparação com o material de envase. 6. Rotule e registre. 2. Pós efervescentes. A efervescência destina-se a proporcionar um paladar agradável, corrigindo eventualmente o gosto de certos fármacos utilizando as propriedades ácidas do CO2. A efervescência é conseguida à custa da reação de um carbonato ou bicarbonato com um ácido orgânico, como o cítrico ou o tartárico, na presença da água usada para a ingestão do medicamento, produzindo-se a liberação de CO2. Geralmente usa-se uma quantidade fixa e arbitrária de ácido tartárico, ácido cítrico ou NaH 2 PO 4, podendo ainda associarem-se estes três compostos. A quantidade de NaHCO 3 que é necessária adicionar pode-se calcular em função da acidez conferida pelos ácidos e o NaH 2 PO 4, de tal modo que a reação entre eles em presença de água, gera uma solução próximo da neutralidade. 9

* CÁLCULO DAS QUANTIDADES DE PÓS RESPONSÁVEIS PELA EFERVESCÊNCIA. * REGRAS GERAIS PARA A PREPARAçÃO DE PÓS EFERVESCENTES. Além das regras utilizadas para a preparação de pós compostos, devemos: - Logo após a pulverização e tamisação de cada um dos pós presentes na fórmula, secar cada um desses pós em estufa à 40-50 C durante 20 minutos. - Pulverizar e tamisar isoladamente cada um dos pós secos, misturá-los em um gral. Secar o pó composto obtido em estufa à 50 C durante 20 minutos aproximadamente. - Após o término da etapa anterior, caso necessário, tamisar a mistura final obtida. embalar, rotular e registrar conforme as mesmas exigências dos pós compostos acima descritas. Prática: 1 - Sal efervescente (tipo sal de Andrews). Uso interno Sulfato de magnésio 8,7 g Ácido tartárico 11,4 g Bicarbonato de sódio 12,8 g Sacarose 18,6 g Mande ¼ da fórmula. IND.: Como laxativo tome l colher de sopa em meio copo de água em jejum. Como antiácido e colagogo tome 1 colher de chá em meio copo de água. 2 - Pó antipruriginoso e secativo. Uso ext. Mentol 0,25 g Cânfora 0,25 g Amido 1,50 g Óxido de zinco 1,50 g Talco qsp 25 g Me ½ da fórmula. POSOLOGIA: polvilhar as partes afetadas após o banho. 10

3 - Pó para rehidratação oral (diluir em l litro de água) Uso int. Dextrose anidra 20 g Cloreto de sódio 5,0 g Citrato de potássio 4,5 g 4 - Talco desodorante com bicarbonato. Bicarbonato de sódio 10 % Ácido bórico 5 % Óxido de zinco 10 % Talco qsp 100 g Me 1/5 da fórmula. Indicações: desodorante. Modo de usar: aplicar 1 a 2 vezes ao dia. 11