As alterações introduzidas pela Lei nº 31/2014 de 14 de Agosto, da autoria do atual

Documentos relacionados
Texto final resultante da votação indiciária concluída em

Legal Update 4. As Novas Regras do Arrendamento Urbano. A. Alteração ao Regime do Código Civil. 2. Fundamento de resolução pelo Senhorio

Propostas de Alteração. Proposta de Lei n.º 129/XIII

ALTERAÇÕES AO REGIME DO ARRENDAMENTO URBANO PROCESSO DE ACTUALIZAÇÃO DAS RENDAS

Proposta de Alteração PROPOSTA DE LEI Nº 38/XII. «Artigo 1072.º

Código Civil, 20.ª Edição Col. Legislação

Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro [1] Código Civil ª Edição. Atualização nº 3

Nova Lei do Arrendamento. Perguntas e Respostas.

PROJETO DE PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO

LBA NEWS. Direito Imobiliário. Julho de 2017

O CONTRATO DE ARRENDAMENTO E AS SUAS VICISSITUDES

Apreciação na especialidade das alterações ao Projecto de lei 310/XIII GTHRUPC

ÚLTIMAS ALTERAÇÕES AO REGIME DO ARRENDAMENTO

Alteração do NRAU e do Regime Jurídico de Obras em Prédios Arrendados Comparação das propostas de alteração na especialidade ao pjl 310/XIII (PCP)

65b9348d89a048b39d9c98f47e49bac3

Projeto de Lei n.º 367/XII/2.ª

As Alterações ao NRAU

Projeto de Lei n.º /XIII-2.ª

Documento de apoio à votação indiciária dos pjl 853/XIII (BE) e 854/XIII (PS) e respectivas propostas de alteração

Projeto de Lei n.º 310/XIII-2.ª

Projeto de Lei n.º /XIII-2.ª

Mais informações e atualizações desta obra em

habitacionais - celebrados na vigência do Regime do Arrendamento Urbano (RAU), aprovado pelo Decreto-Lei nº 321-B/90, de 15 de Outubro,

PROJETO DE LEI N.º 325/XIII/2.ª

Minuta de carta enviada pelo senhorio ao arrendatário a iniciar negociações para atualização do. Exmo. Senhor. (nome completo do arrendatário)

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 129/XIII. Exposição de Motivos

PROJETO DE LEI N.º 847/XIII/3.ª ESTABELECE MEDIDAS DE COMBATE À PRECARIEDADE NO ARRENDAMENTO HABITACIONAL

Proposta de Alteração. Artigo 2.º. «Artigo 1102.º

Um breve artigo de opinião acerca da:

Habitacionais - celebrados na vigência do Regime do Arrendamento Urbano (RAU), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 de Outubro,

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 47/XII. Exposição de Motivos

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 251/XII. Exposição de Motivos

Em síntese, a resolução por. contrato por mora só é possível ao fim de 6 meses.

Na reunião de Conselho de Ministros de , o Governo aprovou as alterações ao regime do Arrendamento

Aumento do Salário Mínimo Garantido

1. O ARRENDAMENTO URBANO COMO ESPÉCIE DO CONTRATO DE LOCAÇÃO 9

PROCEDIMENTOS JUDICIAIS I OBJECTIVOS DA PROPOSTA DE REFORMA APRESENTADA PELO GOVERNO:

ALTERAÇÕES AO CÓDIGO CIVIL NO ÂMBITO DA LEI Nº 31/2012, de 14 de AGOSTO

Projeto de Lei n.º 309/XIII-2.ª

DECLARAÇÃO DE RETIFICAÇÃO N.º /2019

VIEWPOINT NOVO REGIME DO ARRENDAMENTO URBANO

- PARECER ANMP- As alterações constantes da proposta de Lei assentam, fundamentalmente, em dez aspectos distintos, saber:

CIRCULAR N/ REFª: 70/2012 DATA: 10/09/12. Assunto: Novíssimo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU II) 31/2012, de 14/08. Exmos.

Assunto: Petição Colectiva com vista à alteração de um conjunto de disposições relativas ao regime. jurídico do arrendamento urbano não habitacional

PROJETO DE LEI N.º 1043/XIII/4

Lei n.º 13/2019 de 12 de fevereiro

ARRENDAMENTO URBANO. PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO ÀS LEIS Nºs 30/2012, 31/2012 e 32/2012, de 14 de Agosto I NOTAS PRÉVIAS

Projecto de lei 310/XIII (PCP) e propostas de alteração na especialidade do PCP, BE e PS. Lei nº.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Diário da República, 1.ª série N.º de fevereiro de

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 250/XII. Exposição de Motivos

Balcão Nacional do Arrendamento

DECRETO N.º 266/XIII

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 770/XIII/3.ª

O ÓNUS DA RENOVAÇÃO ANUAL DA PROVA RABC INFERIOR A CINCO RMNA E MICROENTIDADE. NRAU (Lei nº 6/2006, de 27/02, na redação da Lei 31/2012, de 14/08)

DECRETO N.º 58/XII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.

Balcão Nacional do Arrendamento

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Alterações ao Regime do Arrendamento Urbano

HABITAÇÃO ARRENDAMENTO URBANO PROPOSTAS PARA UM NOVO PROCESSO LEGISLATIVO DOCUMENTO COMPLEMENTAR JULHO DE 2018

Programa Estratégico de Reabilitação Urbana

CÓDIGO CIVIL CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

A nova Lei entrou em vigor no dia 28 de Junho de 2006.

PROJETO DE LEI N.º 170/XII/1.ª ALTERA O REGIME DE ARRENDAMENTO URBANO E CRIA UM REGIME ESPECIAL DE MOBILIZAÇÃO DE FOGOS DEVOLUTOS

Índice 5 Nota Prévia à 2ª Edição 11 Nota Prévia 13

Regeneração Urbana - Um novo passo. Lisboa 16 de Abril. Estudo sobre O Enquadramento Legal do Arrendamento Urbano e o Mercado de Arrendamento

2996 Diário da República, 1.ª série N.º de junho de 2017

IMOBILIÁRIO DESTAQUE. Fevereiro de Alterações ao Regime do Arrendamento Urbano. Introdução

Assembleia da República. Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local. Artigo 1.º. Objecto

TEXTO DE SUBSTITUIÇÃO Proposta de Lei n.º 129/XIII (Governo)

Respostas para as suas dúvidas sobre a

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Gabinete da Presidência. Sua,:referência Proc.o 08.06/121/X

JUSPRÁTICO ARRENDAMENTO 2011

PROJETO DE LEI 310/XIII (PCP)

Proposta de Lei n.º 156/XIII/4.ª. Aprova o Orçamento do Estado para Proposta de Aditamento

Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal

Índice 5 Nota Prévia 11

FLASH INFORMATIVO FLASH NEWS

PROPOSTA DE LEI N.º 129/XIII. Propostas de alteração. Artigo 2.º

TEXTO DE SUBSTITUIÇÃO

- Suporte técnico, disponível através de diversos meios: telefone, , suporte direto ou através da área de cliente online;

Legislação do Sector da Habitação Social. (HABÉVORA Gestão Habitacional, E.EM.)

Esquema de Actualização de Rendas no NRAU

Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro [1] Código Civil ª Edição. Atualização nº 2

Proposta de Emenda. Artigo 2.º. «Artigo 1083.º

6865d514ebcb4a2ea04fececdc8187e1

Nova lei já levou 100 ao Serviço do Consumidor

Audição AR, Pacote Legislativo sobre Arrendamento Urbano. I) Sobre a Proposta de Lei n.129/xiii Alterações ao Código Civil

Em cinco anos apenas 3 % das rendas foram actualizadas

Decreto-Lei n.º 278/93, de 10 de Agosto, Altera o Regime do Arrendamento Urbano, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 de Outubro

PROJETO DE LEI N.º 310/XIII - 2ª (PCP) - PRORROGA POR 10 ANOS O PRAZO DE APLICAÇÃO DO

INFORMAÇÃO N.º 229 PRINCIPAL LEGISLAÇÃO DO PERÍODO. Período de 12 a 25 junho de 2015

A DENÚNCIA DO SENHORIO NO REGIME TRANSITÓRIO. Regina Santos Pereira

Ministério d DL 511/

Alteração. Novo Regime Jurídico Arrendamento Urbano (Lei n.º 6/2006, de 27.02) Revisão Regime Jurídico Arrendamento Urbano (Lei n.º 31/2012, de 14.

. _-,. -~,s s-~m's~e,flebf$'ccarlvft.~~~ ~:'":TIJ\' REGIA() ALJTONOMA DO$ ':t~~q~l$ ' Duarte Silveira

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. Proposta de Lei n.º 128/XIII. Exposição de Motivos

Transcrição:

Senhor Presidente da Mesa Senhores Convidados Minhas Senhoras e meus Senhores I. As alterações ao NRAU pela Lei nº 31/2012 de 14 de Agosto As alterações introduzidas pela Lei nº 31/2014 de 14 de Agosto, da autoria do atual Governo apoiando-se numa imposição da troica, tiveram como finalidade essencial precarizar todos os contratos de arrendamento existentes, passando-os (curiosamente referem transitar ) para contratos a prazo certo, reduzindo os direitos dos arrendatários e atualizando as rendas. Desde que o Governo tornou pública a sua intenção, houve uma forte oposição da AIL contra essas pretensões, através da discussão pública, reuniões com todos os grupos parlamentares e participação na Comissão de Monitorização da Reforma do Arrendamento Urbano. A atual redação do NRAU trouxe implicações bastante gravosas para os arrendatários, entre outras: - impôs, por lei e à revelia do que inquilinos e senhorios haviam contratado, a passagem dos contratos de arrendamento existentes para o novo regime do NRAU, com prazo certo de 5 anos e, findo estes 5 anos, a possibilidade de proceder à cessação do contrato; - alterou os prazos essenciais para o arrendatário, como a redução do prazo inicial obrigatório de 5 anos para 2 anos, o alargamento do prazo de permanência obrigatória no locado, fixando uma duração inicial mínima de 1/3 do prazo do contrato e um prazo de antecedência mínima de denúncia pelo arrendatário;

- atualizou a renda, tendo como base o valor tributário apurado pelo Serviço de Finanças (sem efetiva ida ao local) e para cuja fixação o arrendatário não é tido nem achado, afastando fatores objetivos como o estado do locado e as obras de conservação realizadas pelo arrendatário; - possibilitou o despedimento do arrendatário por meio extrajudicial - mera comunicação escrita pelo senhorio - e o uso de entidades com força pública contratados e pagos pelo senhorio - exemplo notário, solicitador ou agente de execução; - permitiu que se despejasse o arrendatário com invocação de o senhorio pretender executar obras de conservação como se estas fossem definidas como obras de remodelação e restauro profundos, isto é, que obras de conservação fossem disfarçadas de obras profundas pois estas são assim consideradas desde que obriguem, para a sua realização, à desocupação do locado; - facilitou os despejos, sem necessidade de recurso a tribunal, criando um procedimento extrajudicial que unicamente serve o senhorio, não dando garantias de defesa ao arrendatário; - criou obstáculos à defesa e ao exercício dos poucos direitos dos inquilinos. II. A Proposta de Lei nº 250/XII De tal sorte a Lei nº 31/2012 é desleal, incoerente e rasteira, que a Comissão de Monitorização da Reforma do Arrendamento Urbano - composta entre outras pelas associações de inquilinos, de senhorios e empresariais, IHRU, Autoridade Tributária, Segurança Social apresentou ao Governo o seu relatório final com a enumeração de aspetos a necessitar de alteração.

A proposta de lei apresentada pelo Governo à Assembleia da República segue as alterações propostas pela Comissão de Monitorização da Reforma do Arrendamento, sendo as mais relevantes: - fixação da penalização de ineficácia da comunicação do senhorio se não der cumprimento dos requisitos a que a lei manda atender em situações como a da comunicação de atualização de renda ou da denúncia do contrato para demolição ou realização de obras de remodelação ou restauro profundos; - harmonização da Lei com demais legislação (ex sobre a determinação do RABC) sobre a cláusula de salvaguarda do grau de incapacidade, passando a ser igual ou superior a 60% ; - previsão do direito do arrendatário reclamar do valor patrimonial fixado pelo serviço de finanças; - comprovação anual do RABC pelo arrendatário no mês de Setembro se for solicitado pelo senhorio até 1 de Setembro de cada ano; - revisão do regime da denúncia do contrato de arrendamento no caso de demolição ou de realização de obra de remodelação ou restauro profundos que obriguem à desocupação à desocupação do locado; - admissão de prova comprovativa do pagamento do imposto de selo, com exibição do pagamento em anos anteriores de IRS ou IRC ; - admissão de invocação pelos sublocatários dos direitos conferidos ao arrendatário; - renovação do contrato de arrendamento não habitacional de 2 para 3 anos após o decurso de transição;

- alargamento às microempresas da invocação das circunstâncias legais que obstam à passagem do contrato para prazo certo e limitação da renda; - aplicação aos arrendamentos para o exercício de profissão liberal do direito à transmissão por morte do arrendatário do contrato. III. A posição da AIL à Proposta de Lei As alterações agora propostas ao NRAU pecam, por um lado, por serem tardias, restritivas, irreparáveis, facilitadoras, incoerentes, conflituosas, parciais e, por outro lado, por falta de ambição: Tardias, porque surgem decorridos 2 anos sobre a aplicação da Lei nº 31/2012 e após mais de 95% das situações consumadas, colocando o arrendatário perante factos irreversíveis; os arrendatários, cujo procedimento já esteja concluído não podem vir prevalecer-se das alterações, dando deste modo tratamento diferente para situações idênticas - como por ex. os que tendo 60% de grau de incapacidade não puderam invocar; as microempresas não puderam fazer valer-se da lei; Restritivas, porque mantêm de fora certas situações, e aquelas de que tratam, são superficiais, não assumindo de modo pleno uma reestruturação do regime implementado pela Lei nº 31/2012; é o caso de situações que deveriam ser prevenidas, criando quer mecanismos de salvaguarda para a diminuição do rendimento como se verifica por morte do cônjuge mas o valor da renda não diminui -, ou não considerar situações de facto irrepetível - como é o caso por ex auferir uma indemnização por despedimento, o recebimento de herança -, quer mais escalões dos 3 existentes, quer uma(s) taxa marginal entre os escalões; a capitação; Irreparáveis, pois não reparam situações criadas pelas distorções da Lei, colocando os arrendatários de modo irreversível perante factos consumados;

Facilitadoras, porque confundem sem pudor com agilização, afastando princípios jurídicos como o da segurança jurídica - como por ex o que foi contrato entre as partes é alterado por imposição; o afastamento dos tribunais para dirimir conflitos-, o da imparcialidade e o da igualdade de tratamento como por ex o que se verifica no procedimento de despejo: oposição do inquilino através de advogado/senhorio não precisa de advogado; taxa justiça inicial mais baixa para o senhorio; senhorio pode contratar um notário, com poderes de ordem pública, para o procedimento-; Incoerentes, porque as alterações são pontuais e de circunstância, deixando de lado aspetos discutíveis como é o caso da redução posterior do valor patrimonial tributário por força de nova avaliação, sem reflexo na renda fixada anteriormente; a caducidade do contrato por invocada realização de demolição ou de obras de remodelação ou restauro profundas que poderão nunca vir a efetuar-se; Conflituosas, porque não preveem, nem incentivam as partes a uma fase efetiva de negociação, como por exemplo em fase anterior ao da comunicação inicial do procedimento de atualização de renda e transição para o NRAU, ou alargamento do prazo para a tomada de decisões que terão consequências irreversíveis no futuro. Parciais, por atribuir e facilitar o exercício de direitos fundamentais a uma das partes em detrimento da outra, obrigando esta a um número de obrigações - como por ex. a possibilidade de dar de arrendamento o locado sem condições de habitabilidade mas cominando o arrendatário com penalizações monetárias no caso da entrega do locado sem pré-aviso ou sem cumprir o prazo de antecedência. As alterações agora propostas, ainda que sejam para saudar, vêm bastante tarde para a maioria dos arrendatários, tanto mais que, desde o início da discussão das alterações introduzidas pela Lei nº 31/2012, têm sido apontadas pelos diversos representantes das partes intervenientes.

IV. As Propostas de Lei Sobre o Regime de Renda Condicionada e do Arrendamento Apoiado Embora não se encontre no âmbito desta intervenção não deixamos de referir que também deram entrada na Assembleia da República outras propostas de alterações a diplomas sobre o regime da renda condicionada e do arrendamento apoiado. 1- No que se refere ao regime de renda condicionada, a atual lei é esvaziada do seu regime, restringindo-se ao modo de fixação do valor da renda e a aplicação subsidiária do regime do NRAU. 1.1-No que concerne à fixação da renda, pese embora se refira que é a resultante do acordo das partes (e sabemos como esse acordo não funciona) esta passa a ter como limite máximo o valor resultante da aplicação de uma taxa ao valor patrimonial tributário. Derroga-se, assim, aspetos que para a fixação da renda são essenciais, nomeadamente desatendendo a quem é senhorio - estado, governos regionais, autarquias locais, organismos e institutos públicos, misericórdias, instituições de previdência, privados que as compraram ou tiveram apoios estatais para a sua construção- e ao tipo de construção - como por exemplo o estado de conservação, nível de conforto, a vetustez. Pode-se, assim, remeter para esta, as críticas que se apontam ao NRAU. 1.2-Quanto ao seu regime, a proposta de lei manda aplicar subsidiariamente as disposições do NRAU, afastando aspetos importantes como sejam o direito à reclamação da renda para uma Comissão Arbitral, aos prazos para o exercício de direitos, etc. 2. Quanto ao arrendamento apoiado, traz como virtualidade a fixação de um autêntico regime reunindo num só diploma, quer a legislação que se encontrava

dispersa, quer acabando com a diversidade de posições e regimes consoante a entidade senhoria. Daí que passem a estar definidas de modo claro as condições de acesso ou de impedimento de acesso às habitações, procedimento de atribuição das habitações, o direito de acesso aos dados do arrendatário agregado familiar, o regime do contrato, da determinação e atualização da renda, obrigações do arrendatário e a cessação do contrato e despejo. Lisboa, 7 de Novembro de 2014 Carlos Pacheco