MP aprovada eleva limite para pagamento de dívidas



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Transcrição:

BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2015 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 17 Nº 3379 Parlamentares querem mudanças para aprovar MPs dos benefícios Marcos Santos - USP Imagens Parte do novo limite destina-se a refinanciamento de dívidas com cartões de crédito Audiência conjunta das comissões que analisam MPs sobre seguro-desemprego e pensão evidenciou dificuldades para aprovar texto original. 5 Petrobras: tesoureiro do PT diz não ter recebido propina de contratadas João Vaccari Neto depôs durante sete horas à CPI e disse que o partido não recebeu dinheiro proveniente de propinas mediante doações eleitorais. 8 Palestrantes defendem apenas mudanças pontuais no sistema eleitoral Especialistas alertaram, em debate na comissão de reforma política, que mudanças bruscas no sistema podem levar a erros com consequências graves. 5 Deputados pedem mais recursos para aquicultura Reivindicação foi feita ao ministro da Pesca, Helder Barbalho, que participou de comissão geral na Câmara. Investimentos poderiam ajudar no cumprimento da meta de quadriplicar produção até 2020. 4 MP aprovada eleva limite para pagamento de dívidas Artigo amplia de 30% para 40% o teto de descontos em folha para ativos e inativos O Plenário aprovou o parecer à Medida Provisória 661/14, que aumenta o limite de descontos autorizados pelo trabalhador na folha de pagamentos para incluir despesas com cartão de crédito. Atualmente, os trabalhadores podem autorizar o desconto relativo a contratos de empréstimo até o limite total de 30% O texto permite ainda o refinanciamento parcial de dívidas na compra de caminhões. 3 Maryanna Oliveira LEIA ESTA EDIÇÃO NO CELULAR Disque - Câmara 0800 619 619 Ministro detalhou ações da pasta e disse que a pesca pode ser uma estratégia importante para a economia do País www.camara.leg.br/camaranoticias

2 JORNAL DA CÂMARA Programa Câmara Itinerante vai à Paraíba e ao Rio Grande do Norte Nas capitais, deputados debaterão reforma política, pacto federativo e orçamento impositivo O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acompanhado de outros deputados federais, estará hoje nas assembleias legislativas da Paraíba (manhã) e do Rio Grande do Norte (tarde) para a terceira edição do Câmara Itinerante. O programa pretende levar a Câmara dos Deputados até os cidadãos das diferentes regiões do País, para que os parlamentares ouçam as necessidades locais, acolham sugestões e ampliem a agenda legislativa nacional. Nos encontros de hoje, os deputados debaterão, além de reforma política e pacto federativo, a importância do chamado orçamento impositivo na execução das emendas parlamentares. Após as reuniões nas assembleias, os parlamentares visitarão instituições que cuidam de pessoas com câncer e distribuirão a cartilha A Luta contra o Câncer: Orientação ao Paciente e aos Familiares. Para participar dos debates, a população pode enviar perguntas e sugestões, em tempo real, por meio do portal e-democracia ou pelo e-mail camaraitinerante@ camara.leg.br. Usuários do Instagram e do Twitter podem usar a hashtag #camaraitinerante. Debate com a sociedade - A iniciativa reforça o papel da Câmara no fortalecimento do pacto federativo, por meio da aproximação entre o Parlamento brasileiro e a Em março, um dos temas debatidos na assembleia de São Paulo foi a crise hídrica população dos estados e municípios, colaborando para o pleno exercício da representação nas esferas federal, estadual e municipal. As atividades incluem reuniões e visitas dos deputados a instituições que promovam ações bem sucedidas relacionadas a temas sociais em debate na Casa. A primeira edição do programa, ocorrida na Assembleia Legislativa do Paraná no dia 20 de março, discutiu a reforma política. Os deputados também visitaram uma instituição que educa crianças com autismo. Na ocasião, o presidente Eduardo Cunha lançou a cartilha Autismo: vencendo este Desafio, publicada pela Câmara para marcar adesão à campanha mundial de conscientização sobre o tema. Após as reuniões nas assembleias, os deputados visitarão instituições que tratam de pessoas que têm câncer Na semana seguinte (27), o programa levou os debates à Assembleia Legislativa de São Paulo, onde também se discutiu a crise hídrica que atinge o País. Como parte da agenda, os deputados também visitaram entidades que atendem pessoas com deficiência e uma instituição filantrópica que acolhe Rodolfo Stuckert animais abandonados. Propostas legislativas - Um dos objetivos do Câmara Itinerante é ouvir a população local e levar para o Congresso Nacional propostas que possam ser amplamente discutidas pelos parlamentares e convertidas em leis que beneficiem o maior número de pessoas possível. O presidente da Câmara já trabalha na formulação de proposta de emenda constitucional que destina recursos do Orçamento da União para a Educação Especial. Cunha também estuda colocar em pauta o pedido de anistia fiscal para as entidades sem fins lucrativos que acolhem animais submetidos a maus tratos. PROGRAMAÇÃO Na Paraíba: 7h45 Visita ao Hospital Napoleão Laureano, instituição filantrópica hospitalar de referência em oncologia. 8h30 Abertura da sessão de debates do Câmara Itinerante na Assembleia Legislativa da Paraíba, com a participação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e de deputados federais. 11h20 Coletiva de imprensa do presidente da Câmara. No Rio Grande do Norte: 13h20 Visita à Liga Norte Riograndense contra o Câncer, entidade que oferece assistência médica especializada, responsável pela implantação da unidade de referência no tratamento do câncer no Rio Grande do Norte. 14h30 Abertura da sessão de debates do Câmara Itinerante na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. 17h20 Coletiva de imprensa do presidente da Câmara. AGENDA SEXTA-FEIRA Sessão solene Homenagem ao Dia Mundial do Autismo. Plenário Ulysses Guimarães, 15h Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 55 a Legislatura Presidente: Eduardo Cunha (PMDB-RJ) 1º Vice-Presidente Waldir Maranhão (PP-MA) 2º Vice-Presidente Giacobo (PR-PR) 1º Secretário Beto Mansur (PRB-SP) 2º Secretário Felipe Bornier (PSD-RJ) 3ª Secretária Mara Gabrilli (PSDB-SP) 4º Secretário Alex Canziani (PTB-PR) Suplentes: Mandetta (DEM-MS) Gilberto Nascimento (PSC-SP) Luiza Erundina (PSB-SP) Ricardo Izar (PSD-SP) SECOM - Secretaria de Comunicação Social Secretário: Cleber Verde (PRB-MA) Diretor-Executivo: Sérgio Chacon (61) 3216-1500 secom@camara.leg.br Jornal da Câmara Diretor de Mídias Integradas Editora-chefe Diagramadores Pedro Noleto Rosalva Nunes Gilberto Miranda Editores Roselene Guedes Coordenador de Jornalismo Sandra Crespo Renato Palet Wilson Silveira Dourivan Lima jornal@camara.leg.br Redação: (61) 3216-1660 Distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1626 Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar José Carlos Araújo (PSD-BA) Corregedor parlamentar Carlos Manato (SD-ES) Procurador parlamentar Claudio Cajado (DEM-BA) Ouvidor parlamentar Nelson Marquezelli (PTB-SP) Coordenadora dos direitos da mulher Dâmina Pereira (PMN-MG) Procuradora da mulher Elcione Barbalho (PMDB-PA) Presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) Lúcio Vale (PR-PA) Diretor-Geral: Sérgio Sampaio de Almeida Secretário-Geral da Mesa: Sílvio Avelino Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA)

JORNAL DA CÂMARA 3 Câmara aprova limite maior para consignado Mudança está em medida provisória que também permite o refinanciamento parcial de dívidas dos caminhoneiros O Plenário da Câmara aprovou ontem a Medida Provisória 661/14, que aumenta o limite de descontos autorizados pelo trabalhador na folha de pagamentos para incluir despesas com cartão de crédito. A matéria, aprovada na forma de um projeto de lei de conversão, deve ser votada ainda pelo Senado. O aumento do limite do desconto em folha foi incluído no texto pelo relator da MP, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). Para viabilizar a votação do texto na comissão mista que o analisou, o deputado retirou o assunto principal da matéria a previsão do uso do superavit financeiro para cobrir despesas primárias obrigatórias, como pagamento de servidores e benefícios da Previdência. A retirada contou com o apoio do governo devido à falta de necessidade imediata de uso da regra. O relatório de Quintão também incluiu autorização para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) refinanciar contratos relacionados à compra ou leasing de caminhões no âmbito da linha de crédito Pró-Caminhoneiro. Cartão - Hoje, os trabalhadores podem autorizar o O relatório da Medida Provisória 661/14 também concede crédito de R$ 30 bilhões ao BNDES. A iniciativa, contida no texto original, prevê a emissão de títulos da dívida pública para o banco com o objetivo de atender à demanda de fim de ano do setor produtivo para compra de bens de capital, como máquinas e equipamentos. Deputados aproveitaram a votação da MP para criticar a política de empréstimos do BNDES. O PPS tentou até retirar o dispositivo que permitia a capitalização do banco. O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), disse que o governo tem escolhido injetar dinheiro em poucas empresas que têm afinidade com o poder. Ele Zeca Ribeiro Texto aprovado pelo Plenário autoriza o desconto de 10% do salário para dívidas no cartão de crédito desconto relativo a contratos de empréstimo, financiamento ou arrendamento mercantil até o limite total de 30%. A MP acrescenta outros 10% apenas para despesas relacionadas ao cartão de crédito, passando o total a ser de 40% da remuneração. Além desses descontos, o trabalhador poderá a autorizar mais 10% do salário em convênios com planos de saúde, farmácias, previdência privada e seguros. Aposentados e pensionistas do INSS igualmente poderão contar com esse aumento de limite de 10% do benefício para descontos direcionados ao pagamento de cartão de crédito. Assim, eles poderão autorizar um total de 40% de descontos, frente aos 30% atuais. Quanto ao servidor público civil federal, o Estatuto do Servidor (Lei 8.112/90) remete a um regulamento os critérios para a consignação em folha de pagamentos, sem definir um percentual. O texto da MP especifica que o total será de 40% da remuneração mensal, dos quais 10% para despesas de cartão. O relatório revoga a obrigação de o empregador ou o banco que administra o crédito consignado disponibilizar a opção de bloqueio de novos descontos. Assim, o trabalhador ou o aposentado não terá mais essa ferramenta para evitar a contratação de novos empréstimos. O texto também revoga a possibilidade de o empregado solicitar o bloqueio do desconto em folha mesmo sem um mecanismo eletrônico para isso. Caminhoneiros - Como parte do acordo feito pelo governo com representantes dos caminhoneiros para encerrar a greve que chegou a bloquear rodovias em 14 estados, o relator incluiu na MP o refinanciamento de parte da dívida na compra de caminhões. De acordo com o texto, caminhoneiros autônomos, empresas de transporte de carga e as arrendadoras com receita bruta de até R$ 2,4 milhões poderão refinanciar as 12 primeiras parcelas a vencer após a formalização do pedido de refinanciamento. O pedido poderá ocorrer até dezembro de 2015 para os contratos firmados até 2014. Emendas - Além desses itens, emenda de autoria do deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) foi aprovada por 298 votos a 95 para proibir o BNDES de se recusar a fornecer informações sobre operações de empréstimo com base em sigilo contratual, incluindo empréstimos para obras no exterior. Outra emenda aprovada pelo Plenário, por 198 votos a 150, de autoria do deputado Zé Silva (SD-MG), direciona um mínimo de 2,5% dos recursos emprestados pelo BNDES ao custeio de atividades em extensão rural a taxas subsidiadas. Deputados aprovam capitalização, mas atacam política do BNDES Zeca Ribeiro Parlamentares da oposição ironizaram os 100 dias da gestão Dilma lembrou que o governo arca com os custos dos empréstimos, que, às vezes, beneficiam grupos econômicos já bem-sucedidos. Bueno afirmou que o governo capta dinheiro por 12,75%, mas recebe do BNDES apenas 5%. Os custos dos juros subsidiados, segundo ele, superam os gastos com o Bolsa Família. Precisamos acabar com a farra de emprestar dinheiro do brasileiro para os amigos e amigas do rei, disse. Em branco - O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB- -SP) também criticou a capitalização do BNDES que, na sua avaliação, é um cheque em branco. Esse crédito será feito em condições financeiras e contratuais a serem definidas pelo Ministério da Fazenda. É um cheque em branco, condenou. O BNDES deve cumprir papel importante no fomento da economia, mas não pode ser para uma minoria de empresas. Deputado Edmilson Rodrigues Faria de Sá ressaltou que as MPs do ajuste fiscal que alteram pensão por morte, seguro-desemprego e auxílio-doença têm o objetivo de economizar R$ 18 bilhões, mas o governo gastará R$ 30 bilhões com a capitalização do BNDES. A política de empréstimos do BNDES também foi criticada pelo deputado Edmilson Rodrigues (Psol- -PA), por privilegiar o agronegócio e empreiteiras. Defesa - Quem defendeu o BNDES foi o deputado Ságuas Moraes (PT-MT). O dinheiro destinado ao banco, para ele, vai financiar obras de logística e compras de maquinário. O recurso vai beneficiar obras estruturantes no País, investimento em logística: rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Não existe outra fonte senão o BNDES para garantir o financiamento dessas obras e para compra de maquinário e equipamentos, argumentou.

4 JORNAL DA CÂMARA Deputados cobram investimentos na pesca Em debate na Câmara, ministro Helder Barbalho promete diminuir em 40% gastos de custeio para ampliar ações Deputados acreditam que o investimento do governo no setor de pesca é baixo para alcançar as metas anunciadas pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho. Em comissão geral no Plenário da Câmara, ontem, Barbalho afirmou que a meta é quadriplicar a produção da aquicultura (criação de peixes e animais aquáticos em cativeiro) em cinco anos. O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) afirmou que a parte do orçamento do ministério destinada ao investimento no setor vem caindo desde 2012. Segundo ele, os investimentos não são compatíveis com os objetivos anunciados pelo ministério. Já o deputado Josué Bengston (PTB-PA) observou que o orçamento da pasta é muito pequeno. Na hora das emendas parlamentares, temos de olhar com carinho para o desafio de aumentar a produção de pescados, destacou. Esta Casa tem o compromisso de lutar para que se coloquem mais recursos no setor, acrescentou o deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA). A pesca é uma oportunidade que gera emprego e renda, com baixo impacto ambiental Ministro Helder Barbalho Helder Barbalho prometeu diminuir em 40% os gastos de custeio do ministério, para que sobrem mais recursos para investimento no setor, dentro do orçamento aprovado pelo Congresso para o órgão. Estamos fazendo todos os esforços para que a máquina pública do ministério seja enxugada para a efetiva aplicação em investimentos. Meta - A meta do ministério é que o País seja o quinto maior produtor de aquicultura do mundo até 2020. O Brasil, hoje, ocupa a 12ª posição no ranking. A expectativa é passar das atuais 475 mil toneladas/ano de produção na aquicultura para 2 milhões de toneladas/ano até 2020. No caso da pesca, a meta é passar das atuais 765 mil toneladas/ano para 1 milhão de toneladas/ano. O ministro ressaltou que a pesca pode ser importante estratégia de desenvolvimento para o País. É uma oportunidade que gera emprego e renda, com baixo impacto ambiental, salientou. Segundo Barbalho, o pescado é a única proteína animal que vem aumentando sua participação no mercado mundial. O ministro destacou que o negócio da pesca e a aquicultura movimenta, no mundo, sete vezes mais re- Maryanna Oliveira Barbalho: meta é que o País seja o 5º maior produtor do mundo cursos do que a bovinocultura e nove vezes mais do que a avicultura. O deputado Sergio Souza (PMDB-PR), vice-líder do partido, ressaltou que o Brasil tem a maior costa do mundo e 12% da água pluvial do planeta e, ainda sim, importa pescado, especialmente do Chile. A produção tem que ser no mínimo autossuficiente, opinou. Burocracia - Durante o debate, vários parlamentares chamaram a atenção para os entraves burocráticos ao desenvolvimento do setor de pescados. O deputado Cleber Verde (PRB-MA), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Pesca e Aquicultura, destacou a importância do Plano Safra da Pesca e da Aquicultura para promover investimentos no setor, mas disse que em seu estado poucos contratos foram fechados. A burocracia ainda é um entrave para os investimentos no setor. Os bancos exigem garantias que os pescadores muitas vezes não têm, disse. Para Cléber Verde, também é preciso flexibilizar as exigências ambientais, a fim de garantir a produção de pescado. Para as deputadas Gorete Pereira (PR-CE), vice-líder do PR, e Elcione Barbalho (PMDB-PA), um dos maiores problemas que o setor pesqueiro enfrenta atualmente é o licenciamento ambiental. O ministro informou ainda que os 20 comitês permanentes de gestão pesqueira que o ministério pretende implementar neste ano vão ajudar a lidar com os entraves ambientais. Na Avaliação de Helder Barbalho, o diálogo entre as pastas da Pesca e do Meio Ambiente está amadurecido. Estamos conseguindo construir um processo bastante maduro para compatibilizar a produção com a sustentabilidade, afirmou o ministro. O pescado, afirmou o ministro, é a única proteína animal que aumentou a participação no mercado Elza Fiúza - ABr Seguro-defeso é questionado por parlamentares Deputados cobraram do ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, resposta às denúncias de fraudes no seguro-defeso, durante o debate na Câmara. O seguro é concedido a pescadores no período em que a atividade é proibida ou restringida por conta da reprodução dos animais. Segundo o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), pessoas que não são pescadores têm recebido o benefício. O seguro-defeso se tornou um seguro-fraude, acusou. O seguro-defeso é fundamental, mas tem sido usado de forma indevida. Isso precisa ser corrigido. José Carlos Aleluia (DEM-BA) Barbalho afirmou que o ministério vai construir novo procedimento para registro dos pescadores que têm direito ao seguro-defeso. Segundo ele, o novo procedimento vai cruzar as informações do ministério com bancos de dados de outras políticas sociais do governo, para que seja comprovado que a pesca é a única fonte de renda dos beneficiários do seguro. Será feito um recadastramento nacional desses pescadores. Políticas setoriais - Já o deputado João Daniel (PT-SE) destacou que só recentemente o consumo de pescados passou a ser estimulado pelo governo. Somente a partir dos governo Lula e Dilma Rousseff, os pescadores passaram a ter política firme e concreta, defendeu. O deputado Heráclito Fortes (PI), vice-líder do PSB, também afirmou que, ao longo do tempo, os governos brasileiros não deram à pesca a relevância que ela merece. Ele também propôs a guarda das fronteiras para coibir o furto de pescados.

Sem mudanças, MPs sobre benefícios não serão aprovadas, dizem parlamentares Medidas que alteram pensão por morte e seguro-desemprego foram discutidas com ministros O governo terá de fazer concessões e aceitar mudanças nos textos das medidas provisórias 664 e 665/14 se quiser aprová-las no Congresso. O alerta foi feito ontem por parlamentares que participaram de audiência pública conjunta realizada pelas comissões mistas que analisam as matérias. As críticas partiram tanto de integrantes da base aliada como de oposicionistas. As MPs alteraram regras para concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas, criando barreiras para o acesso, como prazos maiores de contribuição para a solicitação. As normas mexeram em regras da pensão por morte, auxílio-doença, seguro-desemprego, abono salarial e seguro-defeso dos pescadores artesanais. A audiência contou com a presença dos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa; e da Previdência Social, Carlos Gabas, e foi a última realizada pelos dois colegiados antes da apresentação, na próxima semana, dos pareceres dos relatores respectivamente, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e o senador Paulo Rocha (PT-PA). Sou do PMDB, da base do governo. Votei no Lula, mas me recuso a votar nessas duas MPs, disse o deputado Max Beltrão (PMDB-AL). O senador Paulo Paim (PT-RS) Durante a audiênciam ministros expuseram dados que foram contestados pelos parlamentares O ministro do Planejamento disse que o governo aceita negociar, mas sem abrir mão do conteúdo proncipal das medidas provisórias propôs a construção de um grande acordo sobre os textos e disse que não há a mínima chance de as medidas serem aprovadas sem alteração. A deputada Gorete Pereira (PR-CE), que é relatora-revisora da MP 665, declarou que o Planalto não tem encontrado apoio nem mesmo entre parlamentares do PT. Sem margem - O ministro do Planejamento reconheceu a dificuldade e disse que o governo aceita fazer concessões, mas reforçou que não abre mão das medidas, que, segundo ele, são estruturais e vão melhorar o desempenho dos programas sociais. Estamos abertos ao diálogo. Mas elas [MPs] continuam sendo, em nossa opinião, urgentes, essenciais e necessárias, sustentou Nelson Barbosa. A redução das despesas obrigatórias com as duas MPs é de R$ 18 bilhões, conforme o governo. O ministro não quis antecipar quanto desse Lucio Bernardo Jr. valor o Executivo está disposto a abrir mão, mas adiantou que é margem é pequena. Esse número será definido ao longo da negociação. Acho que é possível preservar a direção das medidas, adequando a intensidade à preocupação dos parlamentares. Mas o espaço é muito pequeno. De acordo com o ministro, as MPs vão contribuir para o governo federal atingir a meta de superavit primário deste ano de cerca de R$ 55,3 bilhões, e ajudar a reequilibrar as contas públicas, pré-condição, segundo ele, para a retomada do crescimento econômico. JORNAL DA CÂMARA 5 Argumentos de ministro do Planejamento não convencem As argumentações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, a favor das MPs não convenceram os parlamentares na audiência. Ele disse que as medidas provisórias não devem ser vistas como parte do ajuste, mas como mudanças estruturais nos programas sociais, como forma de adequá-los à nova realidade econômica e social do País. O deputado Glauber Braga (PSB-RJ) criticou o Executivo por ter editado as MPs em um momento de retração da economia, com possibilidade de aumento do desemprego e queda da renda dos trabalhadores. Ele lembrou que o cenário é previsto pelo próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Se o Ministério da Fazenda anuncia que é um ano de dificuldade, de ajustes, como se dificulta o acesso ao seguro-desemprego?, questionou Braga. Segundo Betinho Gomes (PSDB-PE), a declaração do ministro mostra que o governo mudou de discurso, pois até então o que se afirmava era que as MPs faziam parte do esforço fiscal. Divergências - Presidente da comissão mista da MP 665, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) reconheceu divergências dentro da base aliada e até no próprio PT, mas afirmou que os relatores das MPs têm condições de fechar um texto de consenso. Mudanças demográficas exigem novas regras, diz Gabas Lucio Bernardo Jr. Gabas: Brasil vive transição O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, afirmou durante a audiência pública que o Brasil está vivendo uma transição demografia, com o aumento da expectativa de vida da população. A mudança, segundo ele, pressiona os gastos com benefícios previdenciários, como pensão e aposentadoria. Isso, declarou, obriga o governo a mexer nas regras da pensão por morte, conforme a Medida Provisória 664/14. Este modelo [previdenciário] precisa ter sustentabilidade no tempo. Não podemos fechar os olhos para os fenômenos que acontecem e um deles é positivo: estamos vivendo mais, disse Gabas, na audiência que discutiu as MPs 664 e 665/14. Gabas sustentou que é preciso iniciar o processo de reequilíbrio da Previdência, para evitar problemas no futuro. Ele afirmou que, nos últimos anos, 30 milhões de trabalhadores foram incorporados ao sistema. Temos um contrato com essas pessoas no futuro. O ministro informou que, se não forem feitas agora, as mudanças serão mais drásticas no futuro. Conveniência - Sobre a pensão por morte, Gabas explicou que as regras alteradas tinham fragilidades muito grandes. A principal mudança é um tempo mínimo de contribuição ou de casamento (ou união estável) para recebimento da pensão, que será de dois anos, a título de carência. Ele explicou que a medida vai combater os casamentos de conveniência, quando uma pessoa contrai matrimônio apenas para garantir a pensão para outra, mesmo que não haja uma relação de amor e convívio. Essas relações não podem implicar uma despesa que quem paga é a sociedade. Isso é injusto com quem contribuiu a vida inteira, argumentou. Só essa medida, segundo Gabas, vai economizar, nos próximos anos, cerca de R$ 5 bilhões. Não estamos tirando o direito à pensão. Estamos disciplinando esse direito, concluiu. Ele disse ainda que a média internacional de carência para concessão da pensão é de três anos.

6 JORNAL DA CÂMARA Comissão cobra medidas para caminhoneiros Representantes da categoria alertam para o risco de greve geral caso não seja fechado um acordo com o governo O deputado Osmar Terra (PMDB-RS), cobrou medidas efetivas do governo para evitar uma nova paralisação dos caminhoneiros. Os representantes dos caminhoneiros alertam para o risco de greve geral, caso não seja fechado acordo com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, em reunião prevista para o dia 23 deste mês. Terra é relator da comissão externa da Câmara que acompanha a movimentação dessa categoria profissional. Segundo ele, o governo já deveria ter anunciado a abertura do crédito especial de R$ 50 mil com juros de 2% ao ano destinado aos caminhoneiros autônomos. Medida que, disse, daria fôlego para os trabalhadores pagarem as dívidas em um contexto econômico desfavorável, com aumento do diesel e queda no preço dos fretes. Antonio Araújo FOTO Osmar Terra defendeu a abertura de crédito para evitar a nova paralisação dos caminhoneiros O relator acredita que o papel da comissão vai superar as expectativas na busca de soluções para o impasse. Para Terra, são dois os motivos da greve: a queda da receita e o aumento do custo. A decisão do governo em aumentar a incidência conjunta do PIS/ Cofins e da Cide sobre os combustíveis resultou em um custo adicional mensal de cerca de R$ 2 mil para os caminhoneiros. O relator da MP 661/14, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), sinalizou Marcelo Camargo - ABr outro benefício para os caminhoneiros ao incluir no relatório o refinanciamento de até 12 parcelas da compra e arrendamento de caminhões. O texto foi aprovado ontem (ver pág. 3). Fretes - Por outro lado, o relator acredita ser difícil a aprovação da Tabela de Frete Mínimo, reivindicada pela categoria, justamente porque prevalece a lei do livre mercado. A tabela foi apresentada em março pelos representantes da classe em reunião com o governo. Em vez disso, Osmar Terra defende a busca por alternativas para reduzir custos. O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) disse que a proposta do preço mínimo para fretes defendida pelos caminhoneiros ainda deve ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O quanto antes tivermos uma posição do governo, melhor a chance de barrar greves. Na opinião do deputado Ságuas Morais (PT-MT), o governo está empenhado em resolver o problema e já tomou providências, entre elas a aprovação da Lei do Caminhoneiro (13.103/15). Conforme Morais, o colegiado tem até o dia 22 para contribuir com as negociações e evitar a greve. DISCURSOS Rogério Peninha Mendonça alerta para situação da segurança pública no Brasil Em discurso na Câmara, o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) se mostrou preocupado com a atual situação da segurança pública no Brasil. O que temos observado é o crescente aprisionamento dos cidadãos de bem, que se obrigam a criar uma bolha em torno de suas famílias e de suas propriedades para protegê- -las. São cercas elétricas em volta das casas, câmeras de monitoramento, alarmes e vigilância paga, enquanto os bandidos continuam à solta para prática de seus crimes, criticou. O parlamentar discorda da política de desarmamento intensificada pelo governo federal em 2003, por entender que na prática quem sai perdendo é o cidadão de bem. O governo vem investindo pesado em campanhas para desarmar o cidadão de bem, pois apenas quem cumpre a legislação acaba entregando a sua arma. Um assaltante jamais entregará seu fuzil AK-47, adquirido com extrema facilidade na fronteira com o Paraguai, para as autoridades brasileiras, observou. Desarmamento - Nesse sentido, Mendonça: mudança sobre armas Gustavo Lima Peninha Mendonça ressaltou a importância da aprovação de projeto de sua autoria que revoga o Estatuto do Desarmamento e torna a aquisição de armas de fogo mais fácil. A principal mudança que proponho é o fim da discricionariedade para o registro de uma arma. Atualmente, até mesmo um delegado da Polícia Federal precisa comprovar a efetiva necessidade de possuir uma arma. Nós brasileiros queremos o direito de defender a nossa vida e nosso patrimônio, enquanto esperamos ajuda que muitas vezes demora mais que a ação do bandido, defendeu. Benito Gama destaca participação pessoal e de políticos ilustres na Constituinte de 88 O deputado Benito Gama (PTB- -BA) disse que se sente honrado por poder exercer seu quinto mandato na Câmara e também por completar 30 anos de vida pública. Ele destacou sua participação na elaboração da Constituição Federal de 1988 e em como esse fato o auxiliou na prática da boa política com base no conhecimento dos direitos plenos e democráticos do cidadão brasileiro. Gama citou a importância de ter convivido com ilustres brasileiros como Ulysses Guimarães, Mário Covas, Lula e outros. Brasileiros especializados na área da economia que ajudaram a construir não somente a Constituição, mas a legislação infraconstitucional que hoje ordena grande parte do nosso País. O deputado destacou ainda as reformas imprescindíveis no Brasil e lembrou que há 12 anos não é feita nenhuma reforma no País. Segundo Gama, a nação enfrenta um momento muito difícil. Impeachment - Benito Gama lembrou ainda de momentos históricos que vivenciou, como o impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Benito Gama: momentos históricos Gustavo Lima O deputado defendeu que na atual crise política não há que se falar em impeachment da presidente Dilma. O Congresso Nacional e o País estão preparados, e devem estar sempre, para buscar soluções, disse. O parlamentar fez ainda uma observação com relação à fusão entre os partidos PTB e DEM, que está em fase de negociação. As conversas continuam autorizadas pelos dois partidos e acontecendo como se espera que aconteça. Será um partido extremamente importante não somente para a democracia, mas para a Câmara -, declarou.

JORNAL DA CÂMARA 7 Eleições: debatedores pedem mudanças pontuais O relator da Comissão Especial da Reforma Política, no entanto, defendeu uma mudança estrutural no atual sistema Em audiência pública ontem, palestrantes convidados pela Comissão Especial da Reforma Política defenderam a manutenção do sistema eleitoral vigente, apenas com mudanças pontuais. Mas o relator da comissão, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), afirmou ser favorável a uma mudança estrutural no sistema eleitoral. Ele defendeu o sistema distrital misto, em que o local, um estado, por exemplo, é dividido em distritos. Cientista político da USP recomendou cautela e poucas alterações, para que mudanças possam ser testadas gradativamente Dessa forma, metade das vagas é destinada a candidatos eleitos pelo sistema proporcional, em que o eleitor vota no partido em uma lista fechada de candidatos, e a outra metade das vagas é destinada a candidatos eleitos pelo sistema distrital puro, em que os candidatos eleitos são os que obtêm o licitações O engenheiro e ex-deputado federal, Luiz Roberto Ponte, autor do projeto que deu origem à Lei das Licitações (8.666/93), defendeu a atualização na norma, mas ressaltou que, se os seus dispositivos forem cumpridos, não há brecha para a corrupção nos contratos licitatórios executados pelo poder público. Parlamentares que participaram da reunião da comissão especial que analisa modificações na Lei de Licitações engrossaram o coro pela renovação da norma, editada há 22 anos. A lei, na época de sua edição, trouxe princípios implícitos e explícitos, os quais regem até hoje as normas sobre licitações e contratos administrativos de obras, serviços, compras, alienações e locações no âm- maior número de votos em cada distrito. Melhorias - Para o relator, o sistema brasileiro é o que tem mais desvantagens. Marcelo Castro acredita que o sistema distrital misto irá melhorar os partidos políticos. Todos têm defeitos, todos têm vantagens, mas uns têm mais vantagens e outros têm mais desvantagens. Dos que eu conheço, acho que o que tem mais desvantagem é o nosso. Segundo Marcelo Castro, isso se dá porque propicia um número infindável de campanhas. Na eleição passada, afirmou, houve 6 mil candidaturas a deputado federal e 14 mil candidaturas a deputado estadual. Só com essa pequena observação aqui, eu acho que se adotássemos no Brasil o sistema distrital misto, nós atenderíamos a todas essas exigências que os cientistas internacionais se juntaram e disseram: o que é um bom partido? Um bom partido é o que tem essas qualidade aqui, acrescentou. Sem mudanças radicais - Convidado pela comissão, o economista Maurício Romão defendeu que as crises Autor de proposta da Lei 8.666/93 defende atualização vivenciadas hoje no sistema político não devem ser um fator de pressão para mudanças radicais. Longe de mim dar lições de metodologia para a comissão, mas, se a gente pretender mudar tudo de uma vez, pode acontecer como na França, em 1986, que mudou o sistema para um outro, por conta de uma pressão conjuntural da época. Após dois anos, teve que voltar ao que era antes, explicou Romão. Cautela - O cientista político e professor da Unicamp Bruno Speck também recomendou cautela e sugeriu que poucos aspectos dos sistema político sejam alterados. Segundo ele, dessa forma é possível testar as mudanças gradualmente e evitar equívocos graves. Um sistema eleitoral ou um sistema de financiamento emenda um sistema existente, isso é essencial, observou Speck. É essencial que a maior parte do sistema continue como está para ter continuidade e previsibilidade na política, porque uma coisa que eu aprendi como cientista social é que as coisas podem dar errado. bito dos poderes dos entes federativos. Ponte disse que a norma traz princípios que, se forem obedecidos, impedem que o mau gestor a utilize como caminho para a corrupção. Claro que, ao longo do tempo, a lei foi sendo envenenada, aqui e ali, com alguns dispositivos, e há outros dispositivos que precisam de atualização para que possuam uma interpretação inquestionável. O espírito está lá, mas, às vezes, há dispositivos que, para aqueles que não querem cumpri-la, na plenitude, dão uma interpretação diferente, disse o ex-parlamentar. Fundamentos - Entre os fundamentos básicos da lei estão: a contratação mediante licitação; a igualdade de condições entre os participantes; as obrigações de pagamento e da manutenção das condições efetivas da proposta; e a qualificação técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. O deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE) defendeu imediata atualização da lei para evitar o sobrepreço, ou seja, a possibilidade de alterar o valor inicial do contrato acima do praticado pelo mercado. O objetivo, segundo ele, é que a gente possa dar garantias à sociedade brasileira de que aquela obra iniciada vai ser terminada com a qualidade prometida e no custo prometido, porque a gente está cansado de ver obras que são estimadas em um valor e terminam em um valor Especialistas: é perigoso mudar todo o sistema de uma vez Ponte: lei cumprida impede mau gestor de ceder à corrupção bem acima daquele inicial. Problemas - Para o autor do requerimento de audiência pública, deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB- -RS), o poder público sofre de três grandes problemas: o excesso de privilégios para algumas categorias Leonardo Prado Antonio Araújo e isso não é nesta comissão que a gente vai conseguir vencer; a corrupção; e a má gestão dos recursos públicos. O que combate a corrupção e a má gestão é a transparência, e a ideia é que a gente busque isso, por meio dessa legislação.

8 JORNAL DA CÂMARA Laycer Tomaz João Vaccari Neto prestou depoimento por sete horas, mas a oposição ficou insatisfeita Tesoureiro do PT nega recebimento de propina Com habeas corpus, João Vaccari Neto admite conhecer acusados, mas sustenta que as doações ao partido são legais O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, disse ontem à CPI da Petrobras, em depoimento que durou sete horas, que nunca recebeu propina de empresas contratadas pela estatal, negou ter alguma vez participado de arrecadação de campanhas para o PT e disse que o partido não recebeu dinheiro proveniente de propinas mediante doações eleitorais oficiais. Vaccari admitiu conhecer alguns dos personagens acusados no esquema de corrupção e desvio de recursos da Petrobras, mas negou que este relacionamento tenha ligação com arrecadação de recursos ilegais. Ele apresentou como justificativa para o recebimento de R$ 400 mil de um empresário ligado ao doleiro Alberto Youssef que a operação teria sido um empréstimo para quitar uma casa que comprou em 2008. O depoimento deixou os deputados da oposição insatisfeitos. O senhor acha que nós somos palhaços?, perguntou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Criminalização - A bancada do PT criticou a maneira como Vaccari foi questionado. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) chegou a dizer que a CPI está querendo criminalizar o PT e está protegendo acusados de outros partidos, como o empresário Fernando Soares. Eu não admito essa acusação, disse o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Vaccari, que foi denunciado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público, compareceu à CPI como investigado, protegido por um habeas corpus que o desobrigava de responder perguntas ou de assumir o compromisso de dizer a verdade. Minha decisão era de não falar nada, mas vim aqui e respondi todas as perguntas. Denúncias - O nome do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, aparece com destaque nos depoimentos feitos pelo ex-gerente de Tecnologia da Petrobras, Pedro Barusco, em delação premiada. Barusco admitiu à Justiça e à CPI ter recebido propinas em cerca de 90 contratos da Petrobras, entre 2003 e 2011, FOTO dinheiro, que segundo ele, foi dado também a Vaccari e ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. O vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, também acusou Vaccari. Ele ficou preso quase quatro meses, sendo libertado depois de fazer delação premiada na qual admitiu ter pago propina ao tesoureiro do PT. São falsas as acusações contra mim contidas nesses depoimentos, disse Vaccari várias vezes, ao responder perguntas dos deputados integrantes da CPI. Missões - Vaccari negou ter atuado como operador junto às empreiteiras. Eu sou tesoureiro do PT desde 2010 e nunca participei de arrecadação de dinheiro para campanhas. Desde 2006, afirmou, o PT separou as atribuições do tesoureiro, e a arrecadação de campanhas ficou a cargo do coordenador do comitê eleitoral. Eu participei, como secretário de Finanças, de missões institucionais de capturar recursos para o partido e não para campanhas, disse. Ele também disse conhecer o doleiro Alberto Youssef, apontado pela Polícia Federal como o personagem principal do esquema de lavagem de dinheiro. Mas eu nunca tratei de recursos financeiros com ele, disse. Depois de pressionado pelos deputados, ele disse já ter ido ao escritório de Youssef. Mas ele não estava e não sei o que ele queria comigo, explicou. Luis Macedo Um homem, identificado como Márcio Martins Oliveira, ocupante de livre nomeação na segunda vice-presidência, foi detido após ser acusado de soltar cinco roedores no plenário da CPI. Ele foi exonerado e poderá responder por tumulto em ato público Proximidade de datas intriga parlamentar O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, negou denúncia do Ministério Público Federal de que pagamentos da Petrobras a contratadas eram repassados, na forma de propina, para o partido por meio de doações legais. As doações são legais, apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral e via transações bancárias, respondeu Vaccari à deputada Eliziane Gama (PPS-MA). Mas não é muito coincidência, dois dias depois de receber da Petrobras doar ao PT?, insistiu a deputada. Eu vou repetir: as doações são legais, disse Vaccari. Cunhada - Eliziane Gama também lançou suspeitas sobre a cunhada de Vaccari, Marice Correia de Lima, também investigada pela Operação Lava Jato. A Polícia Federal apreendeu documentos que registram pagamento de R$ 244,2 mil da OAS para ela. Minha relação com minha cunhada é estritamente familiar, respondeu Vaccari. O deputado Júlio delgado (PSB-MG), um dos sub-relatores da CPI, disse que vai pedir a convocação de Marice.