INTRODUÇÃO - Concluindo o estudo deste trimestre sobre evangelização, estudaremos a necessária integralidade desta atividade mais importante, da razão de ser da igreja. - A evangelização tem de ser integral.
I A INTEGRALIDADE DA EVANGELIZAÇÃ0 NA MATÉRIA (CONTEÚDO) - O que seria evangelização integral? O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa diz que integral é que não sofreu diminuição ou restrição; total, completo; a que não falta nada essencial; inteiro; básico para o completamento; integrante, constituinte; que se apresenta com todos os seus componentes e propriedades originais. - Evangelização integral é aquela que não esquece qualquer aspecto, que apresenta todos os elementos que têm de estar presentes, todos os fatores que se encontram nas Escrituras, que são as fiéis testemunhas de Cristo Jesus (Jo.5:39), nossa única regra de fé e prática.
- A evangelização integral precisa abranger todo o conteúdo da mensagem que foi pregada pelo Senhor Jesus, pois foi Ele quem mandou que pregássemos o Evangelho e este Evangelho precisa seguir a própria pregação efetuada pelo Senhor, pregação iniciada após a prisão de João Batista (Mc.1:14,15). - O evangelho pregado pelo Senhor Jesus dizia: O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho.
- O Evangelho precisa, por primeiro, centrar-se na questão da salvação na pessoa de Cristo Jesus, deve ser a mensagem de que o homem é pecador e que precisa de Jesus para se libertar do pecado e entrar em comunhão com Deus, alcançando a vida eterna. - Pregar o Evangelho é, por primeiro, pregar o arrependimento e remissão dos pecados. Não é por outro motivo que os pioneiros das Assembleias de Deus em nosso país começavam a dizer que Jesus salva.
- A pregação do Evangelho não se limita à esta importantíssima mensagem, pois, enquanto Jesus pregava esta mensagem, Ele também fazia bem e curava a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele (At.10:38). - O Evangelho abrange dois elementos importantes, quais sejam: o fazer bem e o curar os oprimidos do diabo, ou seja, a ação social e a presença de sinais, prodígios e maravilhas.
- Pregar o Evangelho é dizer que Jesus salva, mas temos de provar a salvação na pessoa de Cristo Jesus pela prática de boas obras, pois uma fé sem obras é morta em si mesmo (Tg.2:17). - O apóstolo Paulo, que disse ter sido chamado para evangelizar (I Co.1:17), praticava ação social (Rm.15:16; I Co.16:1-3; II Co.8 e 9), prova de que faz parte da evangelização esta ação em favor dos mais necessitados.
- A evangelização deve ser acompanhada da expressão deste amor divino que dizemos ter vindo salvar a humanidade, expressão esta que se dá pela prática de boas obras pelos que estão a evangelizar, pela Igreja. - A ação social pode tanto ser um meio para a evangelização como consequência do evangelismo. A ação social não só ajuda os evangelizados para contribui para a mudança do modo de viver da sociedade, que a torne mais próxima dos princípios divinos.
- Além da ação social, a evangelização integral tem de também trazer a cura a todos os oprimidos do diabo, ou seja, é preciso que a proclamação da mensagem da salvação não se resuma a palavras tão somente, mas que a Palavra seja confirmada com sinais, prodígios e maravilhas, pois os sinais seguem os que creem ( (Mc.16:17). - O Senhor Jesus não apenas pregava o Evangelho, mas o confirmava com a realização de curas de enfermidades, expulsão de demônios e realização de maravilhas Não é por outro motivo que os pioneiros das Assembleias de Deus, depois de dizerem que Jesus salva, também afirmavam que Jesus cura.
- A evangelização integral ainda abrange um outro aspecto na matéria, que é o discipulado. Evangelizar não é apenas levar o conhecimento da salvação na pessoa de Jesus Cristo às pessoas, levando-as ao arrependimento dos pecados e à confissão de que Jesus é o único e suficiente Senhor e Salvador, mas, também, envolve o ensino dos rudimentos da doutrina cristã, as bases da Palavra de Deus, a fim de que o evangelizado que recebeu a salvação possa superar a condição de recém-nascido e ter condições de, com suas próprias pernas, prosseguir no crescimento espiritual, até atingir a maturidade espiritual. - Jesus Cristo não apenas pregava o Evangelho, mas também ensinava os discípulos (At.1:1), desvendando-lhes os mistérios do reino dos céus (Mt.13:11). Assim, também fizeram os discípulos (At.5:42), anunciando a Jesus, mas também não cessando de ensinar os que recebiam a fé.
- Não basta, portanto, que a Igreja pregue o Evangelho, ou seja, proclame a Palavra de Deus, mas é preciso, também, que a Igreja ensine as nações, faça discípulos. - Não se pode ter igreja sem que se tenham discípulos, ou seja, sem que se tenham aprendizes, alunos do Senhor Jesus.
- O discipulado nada mais é que ensinar a Palavra de Deus aos novos convertidos, àqueles que aceitaram a Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador de suas vidas e fazer com que eles, que foram escolhidos por Deus, possam viver de tal maneira que deem o fruto do Espírito, ou seja, tenham um novo caráter, uma nova maneira de viver. - Discipulado, portanto, é esta tarefa de ensinar a Palavra de Deus aos salvos, a fim de que eles se pareçam cada vez mais com o Senhor Jesus, para que eles se tornem cada dia mais parecidos com Jesus.
II A INTEGRALIDADE DA EVANGELIZAÇÃO NA FORMA - A evangelização deve se dar de três maneiras fundamentais: o evangelismo pessoal, o evangelismo em massa e o evangelismo por alistamento. a) evangelismo pessoal evangeliza-se individualmente, uma determinada pessoa; b) evangelização em massa ou evangelismo impessoal evangelização de um conjunto de pessoas, a propagação da mensagem do Evangelho a uma massa ; c) evangelismo de alistamento, pedagógico ou pela educação o uso de atividades de ensino, como a Escola Bíblica Dominical, para dar conhecimento da mensagem da salvação às pessoas inconversas.
- Além dos métodos de evangelização, a questão da integralidade na forma também envolve a questão espacial, ou seja, a evangelização deve ser feita tanto no local onde está a igreja, como também em outras regiões e até mesmo em outros países. - O Senhor Jesus, na Grande Comissão, disse que o Evangelho deveria ser pregado por todo o mundo, a toda criatura (Mc.16:15), tendo afirmado que todas as nações deveriam ser alcançadas (Mt.28:19; Lc.24:47), tendo, pouco antes de ascender aos céus, reforçado esta ordem, ao dizer que os discípulos deveriam ser testemunhas Suas tanto em Jerusalém, como Judeia e Samaria, até os confins da terra (At.1:8).
- A igreja local deve evangelizar a localidade onde se encontra, mas, também, deve enviar missionários ou contribuir para o trabalho de missionários enviados por outras igrejas locais em seu próprio país (Judeia), em segmentos marginalizados e de difícil alcance na sociedade (Samaria) e em outros países e culturas (confins da Terra). - A igreja local deve ter uma secretaria de missões que coordene este envio de missionários ou contribuição a missionários enviados, contribuição que não é apenas material com dinheiro e serviços, mas, também, de intercessão, com oração e jejum, inclusive em relação à chamada Igreja perseguida.
III A INTEGRALIDADE DA EVANGELIZAÇÃO NA EFICIÊNCIA E NA FINALIDADE - A evangelização integral deve ser feita mediante a ação do Espírito Santo na vida do evangelizador, pois, para evangelizar, é preciso que alguém seja, antes de mais nada, salvo, convencido pelo Espírito Santo do pecado, da justiça e do juízo, que creia em Cristo Jesus e, mais do que isto, que, para que a eficácia da evangelização seja plena, haja o revestimento de poder, o batismo com o Espírito Santo. - A evangelização integral exige uma atitude de santificação, de busca do conhecimento das Escrituras e do poder de Deus, um avivamento contínuo por parte da igreja local. Não é por outro motivo que os pioneiros das Assembleias de Deus, depois de dizer que Jesus salva e cura, também afirmavam que Jesus batiza com o Espírito Santo.
- A evangelização integral exige que o anúncio do Evangelho tenha, por finalidade, fazer com que as demais pessoas tenham a mesma esperança da glória de Deus, a expectativa de adentrarem nas mansões celestiais. - A evangelização deve ter por finalidade preparar as pessoas para a glória celestial, fazer-lhes enxergar que, além desta existência terrena, existe uma eternidade que pode ser vivida com Deus, nas mansões celestiais. Não é por outro motivo que os pioneiros das Assembleias de Deus, depois de dizerem que Jesus salva, que Jesus cura e que Jesus batiza com o Espírito Santo, também não cessavam de afirmar que Jesus brevemente voltará.