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Transcrição:

ISSN 2317-2118

1943 1981 RONDÔNIA Governo do Estado de Rondônia Secretaria de Estado da Educação GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA FINANCEIRA GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO

Sumário DADOS GERAIS... 6 1. Apresentação...7 2. Indicadores Sociodemográficos...8 2.1. Dados populacionais...8 2.2. Distribuição da população por faixa etária...8 2.3. Evolução da população estadual...9 3. Janela de Oportunidade Demográfica... 11 O DESAFIO DAS METAS... 12 Meta 1...13 1. Educação Infantil 4 e 5 anos...13 2. Educação Infantil 0 a 3 anos...13 3. O Planejamento da oferta da Educação Infantil...13 Meta 2...15 1. Todas as crianças de 6 a 14 anos no Ensino Fundamental de nove anos...15 2. Conclusão do Ensino Fundamental...16 Meta 3...17 1. Toda a população de 15 a 17 anos na escola...17 2. Taxa líquida de matrícula...18 3. Conclusão do Ensino Médio...19 Metas de Universalização...19 Meta 5...20 1. Resultados do SAERO 2 Ano do Ensino Fundamental...21 Meta 6...22 Meta 7...23 1. Resultados do IDEB...24 2. Posição em relação às metas nacionais...24 3. Ensino Fundamental Anos Iniciais...24 4. Ensino Fundamental Anos Finais...25 5. Ensino Médio...26 Meta 9...26 1. Alfabetização da população de 15 anos ou mais...26 2. Analfabetismo funcional...27 Meta 10...28 Meta 11...29 REFERÊNCIAS... 30

DADOS GERAIS

Saero 2013 Caderno de Gestão 7 1. Apresentação Uma visão do estado da educação em cada unidade da federação avaliada pelo CAEd foi apresentada aos gestores educacionais por meio dos Cadernos de Gestão 2011 e 2012. O propósito foi oferecer uma representação da realidade do seu sistema educacional, por meio de indicadores criteriosamente selecionados para favorecer uma gestão baseada em fatos e evidências. Ou seja, uma gestão que utilize informações seguras e atualizadas para orientar a tomada de decisões e responder às necessidades reais do sistema. O pressuposto é que quanto mais se conhece a realidade, maiores as chances de que os recursos sejam investidos em políticas e ações comprovadamente mais eficazes e mais capazes de produzir resultados mais próximos daquilo que se deseja. Os indicadores utilizados tinham como principais fontes os dados do Censo Escolar, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD) e do Censo Demográfico, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram utilizados, ainda, os dados da Prova Brasil e do SAEB, além da base de dados das avaliações realizadas pelo CAEd. O Caderno de Gestão 2013 mantém os objetivos originais e a consulta às mesmas fontes de dados. No entanto, focaliza a abordagem na descrição e análise de aspectos mais diretamente relacionados a metas previstas no projeto de lei do Plano Nacional de Educação, ainda em tramitação no Congresso Nacional. Do conjunto de metas relativas à Educação Básica, foram selecionadas e serão monitoradas aquelas que podem ser acompanhadas por indicadores que apresentem os seguintes requisitos: facilidade de acesso, possibilidade de formação de série histórica e facilidade de identificação da origem, registro e manutenção dos dados.

8 Saero 2013 Caderno de Gestão 2. Indicadores Sociodemográficos O acompanhamento das metas selecionadas, pela variedade de aspectos envolvidos, requer a utilização de indicadores que, muito frequentemente, utilizam dados sociodemográficos na sua composição. Para facilitar a descrição e análise da situação do sistema de ensino e a avaliação das possibilidades do estado de cumprir as metas estabelecidas, um conjunto de informações, que será utilizado ao longo de todo esse Caderno de Gestão, é apresentado nessa seção. 2.1. Dados populacionais Segundo dados do Censo Demográfico, a população do estado, em 2010, era de 1.562.409 habitantes, com um acréscimo de 182.622 habitantes (13,2%) desde 2000. Essa taxa de aumento é inferior à da Região Norte (23,0%) e superior à do Brasil (12,34%) (Tabela 1). A população urbana é predominante e aumentou de 64,1% para 73,6% do total, entre 2000 e 2010. Tabela 1 População Brasil, Norte e Rondônia 2000 e 2010 População em 2010 População em 2000 Taxa de Crescimento Brasil 190.755.799 169.799.170 12,3% Norte 15.864.454 12.900.704 23,0% Rondônia 1.590.011 1.562.409 13,2% Fonte de dados: IBGE - Censo Demográfico 2000 e 2010 2.2. Distribuição da população por faixa etária Observa-se, tanto no estado como no Brasil, uma participação progressivamente menor das faixas etárias iniciais na composição da população total (Gráfico 1). Esse fenômeno pode reduzir a pressão por novas vagas na Educação Básica e abrir a oportunidade de redirecionar os investimentos para a melhoria da qualidade da educação.

Saero 2013 Caderno de Gestão 9 Gráfico 1 Evolução da Composição da População Total, por Sexo e Grupos de Idade Brasil e Rondônia 1991, 2000 e 2010 Brasil Rondônia 80 75 70 65 60 55 50 Masculino Feminino 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0,08 0,06 0,04 0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 ------- 1991 -------- 2000 ------- 2010 80 75 70 65 60 55 Masculino Feminino 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0,08 0,06 0,04 0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 ------- 1991 -------- 2000 ------- 2010 Fonte de dados: IBGE - Censo Demográfico 2000 e 2010 Há predominância de homens nas faixas etárias de 0 a 24 anos e, nas faixas subsequentes, progressivo predomínio da população feminina. No total, em 2010, 50,9% da população é constituída por homens. Fenômeno semelhante se repete quando são examinadas as matrículas na educação básica. 2.3. Evolução da população estadual A população total do estado aumentou 15,2% entre 2000 e 2012. Apesar disso, há redução em todas as faixas de 0 a 14 anos, correspondentes à educação básica (Tabela 2). As taxas mais altas de redução estão nas faixas de 0 a 3 anos (-15,3%) e de 4 e 5 anos (-17,7%) e de 6 a 10 anos (-8,1%) (Tabela 2), o que pode afetar significativamente a demanda em alguns municípios. O planejamento para o atendimento escolar dessas faixas etárias precisa levar em conta esse fato, procurando identificar os municípios em que a população está diminuindo e aqueles em que está aumentando.

10 Saero 2013 Caderno de Gestão Tabela 2 Composição da População Total, por Faixa de Idade 2000, 2010 e 2012 Rondônia População em 2000 População em 2010 População em 2012 Taxa de Crescimento populacional (%) 2000-2012 Taxa de crescimento anual População total 1.379.787 1.562.409 1.590.011 15,2% 1,2% 0-3 anos 122.622 101.374 103.869-15,3% -1,4% 4-5 anos 65.028 54.110 53.512-17,7% -1,6% 6-10 anos 159.006 144.084 146.185-8,1% -0,7% 11-14 anos 129.101 124.752 128.542-0,4% 0,0% 15-17 anos 94.712 95.894 95.682 1,0% 0,1% 18-24 anos 199.501 211.413 217.170 8,9% 0,7% 25 anos e mais 609.817 830.782 845.051 38,6% 2,8% Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000 e 2010. Estimativa de População, 2012. O planejamento do atendimento de várias metas do PNE deve considerar também a variação da população por faixa etária, como mostrado na Tabela 2. O número de municípios com aumento populacional é maior nas faixas de 11 a 14 anos e de 15 a 17 anos, correspondentes à 2ª etapa do Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, respectivamente (Tabela 3). Tabela 3: Número de municípios segundo variação da população, por grupo de idade 2000 a 2012 Rondônia Grupo de idade Total Municípios Aumento populacional Redução populacional População Estável 0-3 Anos 52 10 42 0 4-5 Anos 52 9 43 0 6-10 Anos 52 16 36 0 11-14 Anos 52 21 31 0 15-17 Anos 52 21 31 0 Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000 e Estimativa de População, 2012.

Saero 2013 Caderno de Gestão 11 3. Janela de Oportunidade Demográfica O Brasil está passando por uma etapa muito favorável da sua transição demográfica, vivendo o que os especialistas chamam de dividendo demográfico ou janela de oportunidades demográfica. Esse fenômeno é relativamente raro (resultado das mudanças nas taxas de mortalidade e fecundidade do passado) e produz alterações na estrutura etária da população, como pode ser observado no Gráfico 1, e se manifesta em todos os estados brasileiros. Em relação à educação, o pressuposto é que uma menor taxa de fecundidade acaba resultando numa participação menor das faixas etárias iniciais na composição da população, o que pode resultar em menor demanda por matrículas na educação básica. Isso gera a possibilidade de crescimento da poupança do governo e permite redirecionar os investimentos, antes concentrados nas necessidades de ampliação do sistema escolar, para a melhoria da qualidade da educação.

O DESAFIO DAS METAS

Saero 2013 Caderno de Gestão 13 Meta 1 Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e ampliar a oferta de educação infantil de forma a atender, no mínimo, aos seguintes percentuais da população de até três anos: 30% até o quinto ano de vigência deste PNE e 50% dessa população até o último ano. 1. Educação Infantil 4 e 5 anos Em 2012, de uma população de 54 mil crianças de 4 e 5 anos, 28 mil estavam matriculadas na escola. Atender a totalidade dessa população implicará no aumento de 26 mil novas matrículas até 2016, ou seja, aproximadamente 6,5 mil por ano, em média, a partir de 2013. A participação da rede privada na pré-escola é significativa: 16,2% das matrículas. Se essa participação fosse mantida invariável, 4 mil de 26 mil novas matrículas necessárias para universalizar o atendimento na faixa de 4 a 5 anos deveriam ser criadas nessa rede de ensino. Como o estado não determina a política de expansão das matrículas da rede privada, o esforço para cumprimento da meta deverá ser realizado pelo poder público. Mais exatamente, caberá às prefeituras municipais a tarefa de ampliar o número de matrículas para que a meta seja cumprida, porque a participação das redes estadual e federal na pré-escola é insignificante. 2. Educação Infantil 0 a 3 anos Em 2012, de uma população total de 104 mil crianças de 0 a 3 anos, aproximadamente 7 mil encontravam-se matriculadas em creches públicas e privadas no estado. A meta prevê o atendimento de 30% até o quinto ano de vigência do PNE (ou seja, 31 mil matrículas) e de 50% até o último ano (52 mil matrículas), aproximadamente. No primeiro caso, a ampliação das redes municipais deverá incluir na creche 24 mil novas crianças, em cinco anos, e, no segundo, 45 mil, o que representa 4,5 mil novas matrículas a cada ano, em média. 3. O Planejamento da oferta da Educação Infantil É especialmente importante que o planejamento da oferta desse nível de ensino considere a evolução da população nas faixas de 0 a 3 anos e de 4 e 5 anos. Embora a população total venha crescendo no estado (15,2%, entre 2000 e 2012), há redução nessas faixas etárias (Tabela 2), o que pode afetar significativamente a demanda em alguns municípios. Na maior parte dos municípios (81%, aproximadamente) houve redução da população nas duas faixas etárias. Os Gráficos 2 e 3 mostram a diferença do atendimento escolar nas duas faixas consideradas. Na faixa de 0 a 3 anos (Gráfico 2) 98,1% dos municípios têm uma taxa de atendimento escolar muito baixa, inferior a 25%. Esses municípios possuem 99,7% da população nessa faixa etária considerada. Apenas 1,9% dos municípios atendem entre 25% e 50% da população de 0 a 3 anos. Nenhum município atende a mais de 50%.

14 Saero 2013 Caderno de Gestão Gráfico 2: Distribuição dos Municípios por Faixa de Taxa de Atendimento Escolar 0 a 3 anos - Rondônia - 2012 98,1% 98,8% 99,7% 1,9% 1,2% 0,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% MENOR QUE 0,25 0,25 A 0,5 0,5 A 0,75 MAIOR QUE,75 TAXA DE ATENDIMENTO No. Municípios Matrícula 0 a 3 anos População 0 a 3 anos Fonte: IBGE-PNAD (2012) e Estimativa de População (2012), INEP - Microdados Censo Escolar (2012) Na faixa de 4 a 5 anos, o perfil de distribuição dos municípios se modifica sensivelmente, com maior concentração nas faixas de atendimento superiores a 50% (Gráfico 3). Verifica-se que pouco mais de 1/3 dos municípios, que respondem por 76,6% das matrículas, já possuem taxa de atendimento superior a 50%. Aqueles que possuem taxa de atendimento inferior a 25% são ainda 15,4% do total de municípios, mas neles existem apenas 2,0% das matrículas. Gráfico 3 Distribuição dos Municípios por Faixa de Taxa de Atendimento Escolar 4 e 5 anos - Rondônia - 2012 50,0% 65,5% 57,6% 29,7% 30,8% 21,4% 15,4% 2,0% 5,6% 3,9% 11,1% 7,1% MENOR QUE 0,25 0,25 A 0,5 0,5 A 0,75 MAIOR QUE,75 TAXA DE ATENDIMENTO No. Municípios Matrícula 4 a 5 anos População 4 a 5 anos Fonte: IBGE-PNAD (2012) e Estimativa de População (2012), INEP - Microdados Censo Escolar (2012)

Saero 2013 Caderno de Gestão 15 Nenhum município do estado atingiu, ainda, a universalização. Das 26 mil novas matrículas que serão necessárias para atender toda a população infantil de 4 e 5 anos, 13 mil (50%) deverão ser criadas em apenas 8 municípios (Figura 1), os quais respondem por 55,6% da população nessa faixa etária. Figura 1: Distribuição dos 8 municípios que concentram 50% das novas matrículas a serem criadas na faixa de 4 a 5 anos - Rondônia 2012 Fonte: IBGE - Estimativa de População (2012), INEP - Microdados Censo Escolar (2012) Meta 2 Universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para toda população de seis a quatorze anos e garantir que pelo menos 85% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o quinto ano de vigência deste PNE, elevando esse percentual a 95% até o último ano. 1. Todas as crianças de 6 a 14 anos no Ensino Fundamental de nove anos Traduzida em termos de taxa de escolaridade líquida, 100% das crianças dessa faixa deverão estar matriculados no Ensino Fundamental, até o quinto ano de vigência do PNE. Em 2012, essa taxa era de 93,7%. Ou seja, de uma população de 275 mil crianças, 6,3% não estão matriculadas no Ensino Fundamental. Metade dessas crianças está concentrada em apenas 11 municípios (Figura 2).

16 Saero 2013 Caderno de Gestão Figura 2 Distribuição dos 11 municípios que concentram 50% das crianças de 6 a 14 anos que não estão matriculadas no Ensino Fundamental - Rondônia 2012 2. Conclusão do Ensino Fundamental Fonte: IBGE - Estimativa de População (2012), INEP - Microdados Censo Escolar (2012) A garantia de que pelo menos 85% ou 95% dos estudantes de 6 a 14 anos concluam o Ensino Fundamental na idade recomendada depende essencialmente da eficiência desse nível de ensino. Elevadas taxas de reprovação ou de abandono impedem alcançar essas metas, seja em cinco ou em dez anos, em razão do seu efeito sobre o fluxo escolar. Considerando todas as redes de ensino, a taxa média de distorção idade/série no Ensino Fundamental, em 2012, era de 28,0%. Pode-se observar, no Gráfico 4, que ela é crescente até atingir um máximo de 41,2% no 6º ano, mantendo-se, a partir daí, num patamar elevado sempre superior a 31%. Gráfico 4 Taxa de Distorção Idade-Série, por Ano Escolar do Ensino Fundamental Rondônia 2012 41,2 40,1 25,2 28,8 29,0 34,5 31,4 17,1 1,6 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano Fonte: INEP - Taxa de Distorção Idade Série

Saero 2013 Caderno de Gestão 17 Na rede estadual, considerada isoladamente, a situação é ainda pior, porque a taxa média de distorção idade-série é de 31,7%, chegando a alcançar 42,3% no 6º ano. Nessas condições, o cumprimento da meta estabelecida somente será possível com grande esforço de melhoria da eficiência do sistema de ensino e do fluxo escolar. Meta 3 Até o quinto ano de vigência deste PNE, universalizar o atendimento escolar para toda a população de quinze a dezessete anos e elevar a taxa líquida de matrículas nessa faixa etária no Ensino Médio para 75%; e, até o final de vigência deste PNE, atingir o índice de noventa por cento de jovens de dezenove anos com o Ensino Médio concluído e a taxa líquida de matrículas na faixa etária de quinze a dezessete no Ensino Médio de noventa por cento. 1. Toda a população de 15 a 17 anos na escola Em 2012, de cada 100 jovens de 15 a 17 anos, 77,9 estavam matriculados na escola. A maior parte desses jovens está no Ensino Médio (38,8%) e nos anos finais do Ensino Fundamental (43,0) (Gráfico 5). Gráfico 5: Matrícula de Jovens de 15 a 17 anos, por Nível e Modalidade de Ensino Rondônia 2012 38,9% 49,4% 9,2% 1,7% 0,6% 0,2% Fundamental Anos Iniciais Fundamental Anos Finais Ensino Médio Educação Profissional Educação Especial EJA Fonte: Microdados Censo Escolar (2012 Nessa faixa etária encontram-se fora da escola aproximadamente 6,1 mil jovens de 15 a 17 anos, constituindo-se esse o desafio de universalização da educação a ser cumprido até o quinto ano de vigência do PNE. Apenas 11 municípios concentram metade desses jovens (Figura 3).

18 Saero 2013 Caderno de Gestão Figura 3: Distribuição dos 11 municípios que concentram 50% dos jovens de 15 a 17 anos que não estão matriculadas na escola - Rondônia 2012 2. Taxa líquida de matrícula Fonte: IBGE - Estimativa Populacional 2012, INEP -Microdados Censo Escolar (2012) De cada 100 jovens de 15 a 17 anos, aproximadamente 47,3 estão matriculados no Ensino Médio. Como a população nessa faixa etária é de 95,7 mil, aproximadamente 45 mil jovens, dessa faixa de idade, estão matriculados no Ensino Médio. A Meta 3 prevê aumentar para 75% o percentual de jovens nesse nível de ensino, até o quinto ano de vigência do PNE, e para 90% até o final de dez anos. Isso significa incluir no Ensino Médio 5,4 mil estudantes por ano, nos primeiros cinco anos e mais 14, 5 mil nos cinco anos finais, em média. No entanto, o cumprimento dessa meta está na dependência principalmente da melhoria da eficiência do Ensino Fundamental, porque quase 43% dos jovens de 15 a 17 anos estão retidos nesse nível de ensino. Apenas secundariamente o cumprimento da meta depende da oferta de novas vagas no Ensino Médio. Será preciso reduzir a taxa de reprovação e de abandono para tornar possível o cumprimento da meta (Tabela 4). Tabela 4: Taxas de Rendimento do Ensino Médio, Redes Estadual e Municipais Brasil e Rondônia 2012 BRASIL AMAZONAS ANO Dependência Administrativa Taxas de: Taxas de: Aprovação Reprovação Abandono Aprovação Reprovação Abandono 2012 Estadual 76,4 13,1 10,5 74,4 12,9 12,7 Municipal 79,6 10,8 9,6 90,9 0,0 9,1 Fonte de dados básicos: INEP Sinopse Estatística da Educação Básica, 2012

Saero 2013 Caderno de Gestão 19 3. Conclusão do Ensino Médio As taxas de rendimento, apresentadas na Tabela 4, resultam numa distribuição das matrículas progressiva e significativamente menor do 1º para o 3º ano desse nível de ensino. No 1º ano, estão 43% das matrículas; no 2º ano, esse percentual cai para 30% e, finalmente, no 3º ano, chega-se a apenas 23%. A taxa de distorção para o Ensino Médio corrobora esse quadro. As taxas de distorção, conforme mostrado no Gráfico 6, são decrescentes, a partir da 1ª série, e muito elevadas em todas as séries desse nível de ensino, no Brasil e no estado. Gráfico 6: Taxas de Distorção Idade-Série, por Ano Escolar do Ensino Médio Brasil e Rondônia 2012 39,3 34,9 29,7 29,4 26,8 22,1 1ª Série 2ª Série 3ª Série Brasil Rondônia Fonte: Microdados Censo Escolar (2012) Esse nível de ensino possui, portanto, uma eficiência muito baixa, o que coloca dúvidas em relação à possibilidade de se conseguir alcançar a taxa de 90% de jovens concluindo o Ensino Médio até os dezenove anos. Metas de Universalização Exame conjunto das metas de universalização de 4 a 5 anos, de 6 a 14 anos e de 15 a 17 anos. O Estado possui 52 municípios. O exame conjunto das metas de universalização da educação escolar mostra que: 50% das novas vagas a serem criadas estão concentradas em:» 8 municípios, para a faixa de 4 a 5 anos;» 11 municípios, para a faixa de 6 a 14 anos;» 11 municípios, para a faixa de 15 a 17 anos.

20 Saero 2013 Caderno de Gestão No total, 18 municípios concentram, no mínimo, 50% das novas vagas a serem criadas para todas as três faixas de idade; Os municípios de Guajará-mirim, Ji-paraná e Machadinho D Oeste concentram 14%, 15% e 19% das novas vagas a serem criadas para a universalização da educação escolar nas faixas de 4 a 5, 6 a 14 e 15 a 17 anos, respectivamente. Figura 4: Municípios que concentram a criação de novas vagas para a universalização da educação escolar Rondônia 2012 Fonte: IBGE - Estimativa Populacional 2012, INEP - Microdados Censo Escolar (2012) Meta 5 Alfabetizar todas as crianças até o final do segundo ano do Ensino Fundamental. Com a implantação em todo o país do ensino fundamental de nove anos, as crianças de seis anos passaram a viver uma experiência singular em suas vidas: ingressar no primeiro ano do ensino fundamental de uma escola pública. A matrícula escolar um ano mais cedo tem permitido reduzir os acentuados desníveis educacionais das crianças mais pobres que, ao entrarem nas escolas aos sete anos, lá encontravam outras que começaram a estudar mais cedo, na pré-escola. Essa defasagem as prejudicava, às vezes, de forma irremediável, porque afetava a sua autoestima e desenvolvia neles um sentimento de inferioridade em relação aos colegas. As consequências de tal situação são conhecidas e ficam retratadas nos indicadores educacionais anualmente renovados pelo Censo Escolar. Agora, o acesso à escola pública aos seis anos de idade não depende mais da condição econômica ou social da família. Esse direito tornou-se realidade

Saero 2013 Caderno de Gestão 21 mais cedo para todas as crianças e os professores passaram a ter mais tempo para desenvolver um trabalho melhor com elas, especialmente com aquelas das parcelas mais carentes da população. A esse primeiro passo, seguiu-se a decisão de assegurar a alfabetização das crianças aos sete ou oito anos de idade. Todas as crianças sabendo ler e escrever, foi o lema adotado por um número crescente de estados e municípios. Os bons resultados que vêm sendo obtidos testemunham a favor do acerto dessa medida. Agora, alfabetizar todas as crianças até o final do 2º ano do Ensino Fundamental se transformou em meta do Plano Nacional de Educação. 1. Resultados do SAERO 2 Ano do Ensino Fundamental O estado avalia a alfabetização dos estudantes no 2º ano do Ensino Fundamental por meio do Sistema de Avaliação Educacional de Rondônia SAERO. O desempenho desses estudantes da rede estadual, em 2012, mostra que, em Língua Portuguesa, eles atingiram, em média, 486,2 pontos, índice maior, portanto, do que os 450 pontos mínimos para que sejam considerados com conhecimento Adequado na disciplina. Em Matemática, a pontuação média foi 549,3 pontos, o que indica que o conhecimento dos estudantes nessa disciplina ainda é considerado Básico, desempenho muito aquém do esperado para a série escolar em que se encontram. Os padrões de desempenho adotados pelo SAERO são Abaixo do Básico, Básico, Adequado e Avançado. A partir do próximo ano, com a nova avaliação do SAERO, será possível monitorar a evolução do percentual de estudantes entre os padrões de desempenho dos anos escolares avaliados. Para 2012, é possível ver o retrato de como os estudantes se distribuem. No Gráfico 7, pode ser observada a diferença da distribuição dos estudantes do 2 ano do Ensino Fundamental, nos padrões de desempenho, quando se considera Língua Portuguesa e Matemática. Entre os estudantes avaliados em Língua Portuguesa, 43,3% obtiveram padrão de desempenho avançado, enquanto, em Matemática, apenas 3,6% dos estudantes são considerados avançados na disciplina e 58,1% detêm conhecimentos considerados básicos.

22 Saero 2013 Caderno de Gestão Gráfico 7: Distribuição por padrão de desempenho dos estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa e Matemática. Rede Estadual, Rondônia SAERO - 2012 Matemática 11,8 58,1 26,5 3,6 Lingua Portuguesa 14,2 16,9 25,6 43,3 0% 20% 40% 60% 80% 100% Abaixo do Basico Básico Adequado Avançado Das 13 Coordenadorias Regionais de Educação, 4 alcançaram padrão de desempenho avançado (Cerejeiras, Guajará-Mirim, Jaru e Vilhena) em Língua Portuguesa e as outras 8 alcançaram padrão de desempenho Adequado. Em Matemática todas as Coordenadorias, apresentam desempenho médio considerado Básico. Entre as Coordenadorias com maior porcentagem de estudantes nos padrões Abaixo do Básico e Básico em Matemática encontram-se, Ariquemes e Cacoal. Meta 6 Oferecer educação em tempo integral para 25% dos alunos das escolas públicas de educação básica. A educação de tempo integral, pelo seu impacto positivo no desenvolvimento das crianças e dos jovens, vem sendo apontada como um caminho indispensável em direção a uma educação de qualidade. No Brasil, em 2012, considerando-se os estudantes que estavam em turmas com sete ou mais horas de duração e os que estavam em turmas com carga horária menor, mas que, somado o tempo de atividade complementar, alcançava-se as 7 horas diárias, quase 2,2 milhões de matrículas no Ensino Fundamental já eram em tempo integral. No estado, eram 15,8 mil matrículas em tempo integral (distribuídas conforme Gráfico 8), correspondendo a 5,6% da matrícula total em todas as redes de ensino.

Saero 2013 Caderno de Gestão 23 Gráfico 8: Matrícula em Tempo Integral no Ensino Fundamental por Dependência Administrativa - Rondônia - 2012 8.614 7.057-176 Federal Estadual Municipal Privada Fonte: Microdados Censo Escolar (2012) Considerando apenas a rede pública de ensino (federal, estadual e municipais), o estado está distante da meta estabelecida pelo PNE. Seria necessário ampliar em 5,1 mil novos estudantes em tempo integral, por ano, em média, para que a meta de 25% fosse cumprida ao final de dez anos. Meta 7 Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB. Quadro 1 - Metas para as médias nacionais do IDEB IDEB 1º ano 3º ano 5º ano 7º ano 10º ano Anos iniciais do EF 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0 Anos finais do EF 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5 Ensino Médio 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2 Fonte: Mec - Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação

24 Saero 2013 Caderno de Gestão 1. Resultados do IDEB Os progressos obtidos pelas escolas estaduais são corroborados por avaliações em larga escala realizadas pelo INEP/MEC e pelo próprio estado. Na Tabela 5 é apresentada a série histórica do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDEB dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da rede estadual. Tabela 5: IDEB Rede Estadual, Rondônia, 2005 a 2011 Nível de Ensino 2005 2007 2009 2011 Anos iniciais EF 3,60 4,00 4,40 4,70 Anos finais EF 3,20 3,30 3,40 3,50 Ensino Médio 3,00 3,10 3,70 3,30 2. Posição em relação às metas nacionais Fonte: INEP - IDEB, 2005 a 2011 Verifica-se que os resultados do IDEB obtidos em 2011 eram todos inferiores, aos previstos para o 1º ano de vigência do PNE, a diferença sendo maior nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. 3. Ensino Fundamental Anos Iniciais Nos anos iniciais o estado ocupa o 10º lugar entre as unidades federadas, em 2011. O estado estaria melhor colocado, se a sua taxa de aprovação fosse melhor (15º colocação). De um total de 185 escolas estaduais avaliadas pela Prova Brasil, 3 já possuem IDEB maior ou igual a 6, ou seja, já alcançaram a meta estabelecida pelo PNE. A distribuição das escolas estaduais por faixa de IDEB está descrita no Gráfico 9.

Saero 2013 Caderno de Gestão 25 Gráfico 9: Distribuição das Escolas Estaduais Avaliadas na Prova Brasil, por Faixa de IDEB 5 Ano do EF, Rondônia - 2011 96 58 28 3 0 0 < 4 [4-5) [5-6) [6-7) [7-8) 8 >= 4. Ensino Fundamental Anos Finais Fonte: Dados básicos INEP- IDEB (2011) Embora tenha alcançado o 10º IDEB do Brasil, essa colocação teria sido melhor se a taxa de aprovação fosse melhor (19º lugar). Foram avaliadas pela Prova Brasil 214 escolas estaduais que oferecem os anos finais do Ensino Fundamental. Apenas 1 escola obtive IDEB igual a 5,5, ou seja, alcançou a meta nacional do PNE. O desafio é bem maior, neste caso, como se pode inferir examinando a distribuição das escolas por faixa de IDEB (Gráfico 10). Gráfico 10: Distribuição das Escolas Estaduais Avaliadas na Prova Brasil, por Faixa de IDEB 9 Ano do EF, Rondônia 2011 107 46 56 5 0 0 0 < 3 [3-4) [4-5) [5-6) [6-7) [7-8) 8 >= Fonte: Dados básicos INEP- IDEB (2011)

26 Saero 2013 Caderno de Gestão 5. Ensino Médio Em relação ao Ensino Médio, o estado poderia ter obtido uma colocação melhor que o 7º lugar, se a taxa de aprovação fosse melhor (12º lugar). Relativamente às demais unidades federadas, o desempenho em Matemática e Língua Portuguesa está entre os sete melhores. Meta 9 Elevar a taxa de alfabetização da população com quinze anos ou mais para 93,5% até o quinto ano de vigência deste PNE e, até o último ano, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional, ofertando vagas de educação de jovens e adultos para 50% da demanda ativa no quinto ano e 100% até o último ano deste PNE. 1. Alfabetização da população de 15 anos ou mais Para o IBGE, é considerada analfabeta a pessoa que declara não saber ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece. Aquela que aprendeu a ler e escrever, mas esqueceu, e a que apenas assina o próprio nome é, também, considerada analfabeta. A taxa de analfabetismo no Brasil vem diminuindo progressivamente. No estado também, tendo alcançado 8,6%, em 2012 (Tabela 6). Tabela 6: Taxa de Analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade (%) Brasil e Rondônia - 2002 a 2012 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 Brasil 11,9 11,6 11,5 11,1 10,5 10,1 10,0 9,7 8,6 8,7 Rondônia 8,6 8,6 10,4 9,9 10,6 9,5 9,2 9,8 9,7 8,6 Fonte: Todos pela Educação et. al. (2013) e PNAD (2012). A taxa de analfabetismo do estado, na população de 15 anos ou mais de idade, é menor que a média da região Norte. De uma população total de 1,59 milhões, aproximadamente 1,2 milhões possuem 15 anos ou mais de idade e 100 mil são analfabetos. Examinando os analfabetos com 15 anos ou mais por grupos de idade, verifica-se uma grande discrepância entre eles: na faixa de 15 a 24 anos a taxa de analfabetismo é de 0,4% e na faixa de 65 anos ou mais a taxa alcança 43,7%. Mantido o ritmo de crescimento da taxa de alfabetização, a meta de 93,5%, estabelecida pelo PNE, não será alcançada no prazo estabelecido (Gráfico 11). O comportamento da taxa de alfabetização, desde 2002, não permite prever um horizonte para a erradicação do analfabetismo.

Saero 2013 Caderno de Gestão 27 Gráfico 11: Evolução da Taxa de Alfabetização da População de Jovens de 15 anos ou mais 2002 a 2012 (Projeção 2013 a 2014) Rondônia 91,4 91,4 91,4 91,4 90,8 91,4 89,6 90,1 89,4 90,5 90,2 90,3 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014 Fonte: Todos pela Educação et. al. (2013) e PNAD (2012). Projeção 2013 e 2014: elaboração própria a partir dados históricos. 2. Analfabetismo funcional Do ponto de vista do IBGE, analfabetismo funcional refere-se às pessoas que têm menos de quatro anos de estudo. Tabela 7: População de 15 anos ou mais de idade com menos de 4 anos de estudo Brasil e Rondônia - 2012 População de 15 anos ou mais Total Com menos de 4 anos de estudo % com menos de 4 anos de estudo Brasil 150.622.053,00 27.790.713,00 18,4% Rondônia 1.177.362,00 239.986,00 20,4% Fonte: IBGE - Pnad (2012) Os números apresentados na Tabela 7 são muito expressivos. No Brasil, são 27,8 milhões de analfabetos funcionais de 15 anos ou mais de idade. A meta do PNE é aumentar para quatro anos de estudo a escolarização de 13,9 milhões de pessoas, no prazo de dez anos. No estado, a tarefa também não é pequena: são 120 milhões de pessoas (50% da população analfabeta funcional) que deverão ter sua escolaridade aumentada para 4 anos ou mais, no mesmo período, a uma quantidade média de 12 mil por ano, em dez anos.

28 Saero 2013 Caderno de Gestão Meta 10 Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. No Brasil, a oferta de EJA na forma integrada à educação profissional é ainda muito pequena. De um total de 2,56 milhões de matrículas na EJA Ensino Fundamental, apenas 18,6 mil, ou seja, 0,7%, são na forma integrada com a educação profissional (Gráfico 12). No Ensino Médio, o quadro não é muito diferente: apenas 2,7% das matrículas são integradas com a educação profissional (Gráfico 12). No estado, a situação é ainda pior que a média nacional. No Ensino Fundamental, de cada 1000 estudantes do programa de Educação de Jovens e Adultos, apenas 13 cursam um curso de formação profissional (Gráfico 12). No Ensino Médio, são 10 estudantes para cada 1000 matriculados na EJA (Gráfico 12). Gráfico 12: Percentual de matrículas na EJA integrada à educação profissional, Ensino Fundamental e Médio - 2012 - Brasil, Regiões e Rondônia 5,6% 2,7% 2,9% 0,7% 0,5% 1,2% 1,9% 1,6% 1,2% 0,2% 0,5% 0,1% 1,3% 1,0% Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Rondônia Ensino Fundamental Ensino Médio Fonte de dados básicos: INEP - Sinopse Estatística (2012) Em 2012, existiam no estado 779 matrículas de EJA integradas com a educação profissional, no Ensino Fundamental e no Médio. A Meta 10 apresenta como desafio para o estado ampliar esse número, em dez anos, para 16,8 mil, valor correspondente a 25% das matrículas atuais da EJA.

Saero 2013 Caderno de Gestão 29 Meta 11 Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público. Em 2012, as matrículas na educação profissional, no Brasil, correspondiam a 12,7% das matriculas regulares no Ensino Médio. Eram 1.063.655 matrículas na educação profissional e 8.376.852 no Ensino Médio. No estado, para cada 100 matrículas no Ensino Médio, existiam 5,2 na educação profissional, naquele mesmo ano. Triplicar as matrículas na educação profissional, como requer a Meta 11 do PNE, significa aumentar as atuais 3,4 mil matrículas para 10,2 mil. Nessas condições, o estado passaria a ter 15,5 matrículas na educação profissional para cada 100 no Ensino Médio regular. Para se ter uma estimativa do custo de formação de tal número de estudantes, pode-se utilizar o valor de R$ 8,50 para a hora-aluno, do PRONATEC, estabelecida em 2011, por meio das Resoluções no 61 e 62, do FNDE. Para um curso técnico não muito longo, de 1200 horas, o custo de formação de 15,5 mil estudantes seria de R$ 100 milhões de reais. O modo como a Meta 11 está formulada gera dificuldades crescentes para os estados que já investiram mais na ampliação das oportunidades de educação profissional, a ponto de, em alguns casos, inviabilizar seu cumprimento.

30 Saero 2013 Caderno de Gestão REFERÊNCIAS IBGE Censo Demográfico 2000 e 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ Acesso em: 23 de março de 2012. IBGE - Estimativa de População, 2012. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/ populacao/estimativa2012/default.shtm. Acesso em 16 de abril de 2014. INEP - Microdados do Censo Escolar, 2012a. Disponível em: http://portal.inep. gov.br/ basica-levantamentos-acessar. Acesso em: 16 de abril de 2014. INEP - Sinopse Estatística da Educação Básica, 2012b. Disponível em: http:// portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-sinopse. Acesso em: 23 de março de 2012. INEP- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), 2011. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/planilhas-para-download. Acesso em: 16 de agosto de 2012. INEP - Taxa de Distorção Idade Série, 2012c. Disponível em: http://portal.inep. gov.br/ indicadores-educacionais. Acesso em: 16 de abril de 2014. Ministério da Educação (MEC). Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ content&id=16478&itemid=1107. Acesso em: 30/04/2014. Todos Pela Educação, Editora Moderna. Anuário Brasileiro da Educação Básica. 2013. Disponível em http://www.todospelaeducacao.org.br/biblioteca/conteudotpe/1479/anuario-brasileiro-da-educacao-basica-2013/. Acesso em: 16 de abril de 2014.

REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA HENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO COORDENAÇÃO GERAL DO CAEd LINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETO MANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISA TUFI MACHADO SOARES COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕES WAGNER SILVEIRA REZENDE COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO RENATO CARNAÚBA MACEDO COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAIS WELLINGTON SILVA COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃO RAFAEL DE OLIVEIRA COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOS BENITO DELAGE COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃO HENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN EDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

RONDÔNIA. Secretaria de Estado da Educação. SAERO 2013/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 5 (jan./dez. 2013), Juiz de Fora, 2013 Anual. Conteúdo: Caderno de Gestão. ISSN 2317-2118 CDU 373.3+373.5:371.26(05)