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Transcrição:

Fls. 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta Interna nº 6 - Data 17 de maio de 2012 Origem COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL (COCAJ) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR AVERBAÇÃO DE RESERVA LEGAL. A averbação da reserva legal à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, deve ser realizada até a data de ocorrência do respectivo fato gerador, inclusive. APRESENTAR APENAS O LAUDO TÉCNICO É INSUFICIENTE COMO COMPROVAÇÃO DE ÁREA NÃO TRIBUTÁVEL. A apresentação apenas do laudo técnico é insuficiente como comprovação da existência de áreas não tributáveis, inclusive em relação a áreas de reserva legal e de preservação permanente. Para a área de reserva legal, é exigida aprovação da área pelo órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição devidamente habilitada, averbação desta área à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, requisição e protocolização, anualmente, do Ato Declaratório Ambiental (ADA) perante o Ibama. Para área de preservação permanente, é exigido laudo técnico emitido por engenheiro agrônomo ou florestal, requisição e protocolização, anualmente, do ADA perante o Ibama. RESPONSABILIDADE DO DECLARANTE DE APRESENTAR OS DOCUMENTOS. Quando intimado pela fiscalização, cabe ao declarante demonstrar a veracidade de suas informações com a apresentação dos documentos probatórios e pertinentes à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). INTEMPESTIVIDADE DO ADA. A intempestividade da protocolização do ADA impede o reconhecimento de áreas não tributáveis, devendo ser paga a diferença de imposto que deixou de ser recolhida em virtude da exclusão, na Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), das referidas áreas, com os acréscimos legais cabíveis. Dispositivos Legais: Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, art. 16, 4º e 8º; Lei nº 6.938, 31 de agosto de 1981, art 17-O, 1º; Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, art. 10, 7º; Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002, arts. 10, caput, 3º e 4º, e 12; Decreto nº 6.514, de 22 de julho 1

Fls. 2 de 2008, art. 55; IN RFB nº 861, de 17 de julho de 2008, arts. 1º e 2º; IN SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002, arts. 9, 3º, e 11. Relatório A Coordenação-Geral de Contencioso Administrativo e Judicial (Cocaj) encaminhou a esta Coordenação-Geral de Tributação (), a Consulta Interna nº 01/2010, de 4 de janeiro de 2010, solicitando o posicionamento desta coordenação acerca dos procedimentos necessários à aquisição de direito de redução do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) no que se refere às áreas de reserva legal e de preservação permanente. 2. Após examinar a legislação sobre o assunto, a Cocaj apresentou os seguintes questionamentos: 1. A averbação de área de utilização limitada (reserva legal) à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, deve ser realizada necessariamente em data anterior à data do fato gerador do ITR? 2. Em que situações é possível a admissão de laudo técnico, e somente este, como comprovação de áreas de utilização limitada (reserva legal) e áreas de preservação permanente (APP)? 3. É necessária a comprovação, por parte da fiscalização, de que a propriedade encontra-se em situação diversa da declarada pelo contribuinte? 4. Nas situações de imprescindibilidade de apresentação do ADA, para fins de reconhecimento de áreas de preservação permanente e de reserva legal, tem efeitos sua entrega intempestiva? 3. Por fim, a Cocaj apresenta o seguinte posicionamento para a solução da consulta em referência: 1. No tocante à área de utilização limitada (reserva legal), para fins de redução do valor tributável pelo ITR, deve estar devidamente averbada à margem da matrícula do imóvel, à época do respectivo fato gerador, bem como incluída no requerimento do competente ADA, protocolizado tempestivamente junto ao IBAMA ou órgão conveniado; 2. A apresentação de laudo técnico é admitida como mais um elemento de comprovação do estado em que se encontra o imóvel, porém não exime o contribuinte de atender às demais exigências, principalmente as relacionadas à apresentação do ADA e à averbação da área de reserva legal; 3 Não cabe à fiscalização a prova de que tais áreas não se encontram na condição declarada. A dispensa de prévia comprovação, por parte do declarante, de áreas de preservação permanente, reserva legal e sob regime 2

Fls. 3 de servidão florestal ou ambiental, não o exime de comprovar a situação declarada por meio de documentos em consonância com a legislação de regência, caso intimado pela fiscalização; 4. No que diz respeito à obrigatoriedade de apresentação do ADA como condição para o gozo da isenção do ITR nos casos de áreas de preservação permanente e de utilização limitada, esta deve ser tempestiva, uma vez que a dispensa de prévia comprovação, de que trata o art. 10, 7º, da Lei nº 9.393, de 1996, somente se aplica por ocasião da apresentação da respectiva DITR, a qual deve ser efetuada de posse de documentos que comprovem a situação declarada. Fundamentos 4. Primeiramente, ressalta que esta matéria foi tratada na Solução de Consulta Interna (SCI) nº 12, de 21 de maio de 2003, apresentando a seguinte conclusão: a) a falta de ADA, protocolado no Ibama, implica o não reconhecimento pela SRF das áreas de preservação permanente ou de utilização limitada; b) a SRF deve exigir toda a documentação comprobatória das áreas de preservação permanente ou de utilização limitada, inclusive o ADA protocolado tempestivamente no Ibama, sendo que este não substitui os demais documentos exigíveis; c) além de todos os demais documentos comprobatórios das áreas de preservação permanente ou de utilização limitada, deverá ser apresentada pelo contribuinte cópia do ADA entregue ao Ibama, não sendo suficiente a apresentação do protocolo de entrega, sendo que, na hipótese de descumprimento de tais exigências, ou se, após vistoria realizada pelo Ibama, seus técnicos verificarem que os dados constantes no Ato não coincidem com os efetivamente levantados e, por conseqüência, lavrarem, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, deverá ser apurado o ITR efetivamente devido e efetuado, de ofício, o lançamento da diferença de imposto com os acréscimos legais cabíveis. (...) Grifou-se. 5. No que se refere à averbação de reserva legal à margem da inscrição da matrícula do imóvel, no registro de imóvel competente, a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, dispõe sobre a obrigatoriedade no 8º do art. 16. Art. 16.... 8º A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) (...) Grifou-se. 6. Cabe destacar o art. 55 do Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008, que disciplina a aplicação da penalidade nos casos de omissão da averbação da reserva legal. 3

Fls. 4 Art. 55. Deixar de averbar a reserva legal: (Vide Decreto nº 7.029, de 2009) Penalidade de advertência e multa diária de R$ 50,00 (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração da área de reserva legal. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). 1º O autuado será advertido para que, no prazo de cento e oitenta dias, apresente termo de compromisso de regularização da reserva legal na forma das alternativas previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. (Redação dada pelo Decreto nº 7.029, de 2009) (...) 5º O proprietário ou possuidor terá prazo de cento e vinte dias para averbar a localização, compensação ou desoneração da reserva legal, contados da emissão dos documentos por parte do órgão ambiental competente ou instituição habilitada. (Incluído pelo Decreto nº 7.029, de 2009) 6º No prazo a que se refere o 5º, as sanções previstas neste artigo não serão aplicadas.(incluído pelo Decreto nº 7.029, de 2009) 7. Por sua vez, o art. 12 do Decreto nº 4.382, de 19 de setembro de 2002 Regulamento do Imposto Territorial Rural (RITR/2002) e o art. 11 da Instrução Normativa (IN) SRF nº 256, de 11 de dezembro de 2002, determinam que a reserva legal deve estar averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, na data de ocorrência do respectivo fato gerador. 8. Portanto, no tocante ao questionamento 1 do item 2, pode-se inferir que a averbação da reserva legal à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, deve ser realizada até a data de ocorrência do respectivo fato gerador, inclusive. 9. Em relação ao questionamento 2 do item 2, pode-se afirmar que a apresentação apenas do laudo técnico é insuficiente como comprovação da existência de áreas de reserva legal, conforme disposto nos 4º e 8º do art. 16 da Lei nº 4.771, de 1965, havendo a necessidade de aprovação da área pelo órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição devidamente habilitada, e averbação desta área à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente. 10. Entretanto, o 3º do art. 9º da IN SRF nº 256, de 2002, e o 1º do art 17-O da Lei nº 6.938, 31 de agosto de 1981, exigem a obrigatoriedade da utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para efeito de redução do valor a pagar do ITR das áreas não tributáveis, inclusive em relação as áreas de reserva legal e de preservação permanente. 10.1. Cabe ressaltar que, a partir do exercício de 2007, o ADA deve ser declarado anualmente de 1º de janeiro a 30 de setembro de cada ano-calendário, conforme art. 9º da Instrução Normativa (IN) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nº 96, de 30 de março de 2006, e arts. 6º, 3º, e 7º da IN Ibama nº 5, de 25 de março de 2009. 11. Nesse sentido, o RITR/2002, relaciona, em seu art. 10, caput e 3º e 4º, as áreas excluídas da tributação pelo ITR, bem como as exigências para gozo da isenção, 4

Fls. 5 inclusive quanto à necessidade da informação em ADA das áreas não tributáveis e a previsão de realização de vistoria por parte do Ibama das informações fornecidas na Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), nos seguintes termos: Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, 1º, inciso II): I - de preservação permanente (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 - Código Florestal, arts. 2º e 3º, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, art. 1); II - de reserva legal (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, art. 1º); (...) 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I - ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental - ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17-O, 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000); e II - estar enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos I a VI em 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador do ITR. 4º O IBAMA realizará vistoria por amostragem nos imóveis rurais que tenham utilizado o ADA para os efeitos previstos no 3º e, caso os dados constantes no Ato não coincidam com os efetivamente levantados por seus técnicos, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será encaminhado à Secretaria da Receita Federal, que apurará o ITR efetivamente devido e efetuará, de ofício, o lançamento da diferença de imposto com os acréscimos legais cabíveis (Lei nº 6.938, de 1981, art. 17-O, 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 2000). (...) Grifou-se. 12. No que tange ao questionamento 3 do item 2, é oportuno transcrever o dispositivo questionado da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996: Art. 10.... (...) 7º A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, 1º, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) 13. Este dispositivo refere-se à dispensa prévia de apresentação de documentos no momento da apresentação da DITR, considerado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) o primeiro momento da declaração, não o eximindo de comprovação posterior. O 5

Fls. 6 segundo momento é caracterizado pela comprovação da documentação exigida perante a fiscalização, nesta fase o dispositivo acima não dispensa a obrigatoriedade do declarante de apresentar os documentos exigidos na legislação para exclusão das áreas tributáveis pelo ITR. 14. Portanto, caso o declarante seja intimado pela fiscalização da RFB para comprovar o que foi declarado em sua DITR, cabe ao mesmo demonstrar a veracidade de suas informações com a apresentação dos documentos probatórios e pertinentes à RFB. 15. O ADA é um documento por meio do qual se declara ao Ibama as áreas de preservação permanente e de utilização limitada (área de reserva legal, áreas de reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, áreas de Servidão Florestal ou Ambiental, áreas de Declarado Interesse Ecológico) e áreas cobertas por floresta nativa existentes em imóvel rural. Por meio dele o Ibama recebe informações relativas à preservação e conservação ambientais de propriedades rurais e as repassa à RFB para fins da isenção do ITR sobre as áreas. 16. A atuação da RFB é vinculada à lei, devendo segui-la literalmente, ou seja, o servidor da RFB deve se pautar na determinação do 1º do art 17-O da Lei nº 6.938, de 1981: Art. 17-O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental - ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria." (NR) (...) 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. (NR) (...) Grifou-se. 17. Em relação à tempestividade da entrega do ADA, o mesmo deve ser entregue no prazo determinado em ato normativo, determinado pelo Ibama. Caso o ADA não tenha sido protocolizado pelo contribuinte no prazo fixado, o contribuinte não pode excluir da tributação pelo ITR as áreas de informação obrigatória em ADA, devendo ser paga a diferença de imposto que deixou de ser recolhida em virtude da exclusão na DITR das referidas áreas, com os acréscimos legais cabíveis. 17.1. Conforme mencionado anteriormente, o art. 9º da IN Ibama nº 96, de 2006, e os arts. 6º, 3º, e 7º da IN Ibama nº 5, de 2009, alteraram o prazo de validade do ADA, dispondo que deve ser declarado anualmente de 1º de janeiro a 30 de setembro de cada ano-calendário, estendendo-se até 31 de dezembro, no caso de declarações retificadoras, sendo que a anualidade vigora desde o exercício de 2007. Conclusão 18. Diante do exposto, conclui-se que: - a averbação da reserva legal à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, deve ser realizada até a data de ocorrência do respectivo fato gerador, inclusive; 6

Fls. 7 - a apresentação apenas de laudo técnico é insuficiente como comprovação de área não tributável, inclusive em relação a áreas de reserva legal e de preservação permanente. Para a área de reserva legal, é exigida aprovação da área pelo órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição devidamente habilitada, averbação desta área à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, requisição e protocolização, anualmente, do ADA perante o Ibama. Para área de preservação permanente, é exigido laudo técnico emitido por engenheiro agrônomo ou florestal, requisição e protocolização, anualmente, do ADA perante o Ibama; - caso o declarante seja intimado pela fiscalização da RFB para comprovar o que foi declarado em sua DITR, cabe ao mesmo demonstrar a veracidade de suas informações com a apresentação dos documentos probatórios e pertinentes à RFB; - a intempestividade da protocolização do ADA impede o reconhecimento de áreas não tributáveis, devendo ser paga a diferença de imposto que deixou de ser recolhida em virtude da exclusão, na DITR, das referidas áreas, com os acréscimos legais cabíveis. À consideração superior MANAIÁ MACEDO ROMEU Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil (RFB) De acordo. À consideração da Coordenadora da Coordenação de Tributos sobre a Renda, Patrimônio e Operações Financeiras (Cotir). NEWTON RAIMUNDO BARBOSA DA SILVA Auditor-Fiscal da RFB - Chefe da Divisão de Impostos sobre a Renda de Pessoa Física e a Propriedade Rural (Dirpf) De acordo. À consideração do Coordenador-Geral de Tributação. CLÁUDIA LÚCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA Auditora-Fiscal da RFB - Coordenadora da Cotir 7

Fls. 8 Despacho de aprovação nº 7 Data: 17 de maio de 2012 Aprovo a Solução de Consulta Interna. Encaminhe-se à Coordenação-Geral de Contencioso Administrativo e Judicial (Cocaj) para ciência e demais providências que se fizerem necessárias. Dê-se ciência, ainda, mediante correio eletrônico, às Divisões de Tributação (Disit), às Superintendências Regionais da Receita Federal do Brasil (SRRF), às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), à Coordenação-Geral de Fiscalização (Cofis) e à Coordenação-Geral de Arrecadação e Cobrança (Codac), bem como providencie-se a divulgação na Internet da RFB. FERNANDO MOMBELLI Auditor-Fiscal da RFB Coordenador-Geral da 8