Relações morfométricas para árvores dominantes de Pinus taeda no estado do Paraná

Documentos relacionados
Morfometria de Araucaria angustifolia (Bertol.). Kuntze na Floresta Ombrófila Mista em Painel, Santa Catarina.

Morfologia da copa para avaliar o espaço vital de quatro espécies nativas da Amazônia

Morphometric relations of Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer

Recebido para publicação em 19/05/2009 e aceito em 27/07/2009.

Relação entre diâmetro e altura do peito e diâmetro de copa para três espécies nativas de ocorrência em Floresta Estacional Semidecidual

Caracterização morfométrica de Bertholletia excelsa H.B.K. no sudeste de Roraima

Anais do II Seminário de Atualização Florestal e XI Semana de Estudos Florestais

RELAÇÕES MORFOMÉTRICAS PARA Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze EM SANTA CATARINA

ESTIMATIVA DAS RELAÇÕES INTERDIMENSIONAIS EM POVOAMENTOS HOMOGÊNEOS DE Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. E Parapiptadenia rigida (Benth.

CRESCIMENTO DE LOURO-PARDO

MORFOMETRIA DE Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze NA FLORESTA NACIONAL DE SÃO FRANCISCO DE PAULA-RS.

MEDIDA DE COPA PARA DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL DE CEDRELA FISSILIS

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

NÚMERO DE ANÉIS DE CRESCIMENTO COMO PARÂMETRO PARA A ESTIMATIVA DA MASSA ESPECÍFICA DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS

VARIAÇÃO GENÉTICA DE UMA POPULAÇÃO DE Araucaria angustifolia

CIRCULAR TÉCNICA N o 14 ISSN Setembro, 1987

COMPORTAMENTO DE PROCEDÊNCIAS DE Pinus glabra Walt. EM RELAçÃO AO P. elliottii Engelm. var. elliottii EM IRATI, PR.

Morfometria de quatro espécies florestais em sistemas agroflorestais no munícipio de Porto Velho, Rondônia

MODELAGEM DO INCREMENTO DIAMÉTRICO DE Pinus taeda EM FUNÇÃO DE VARIÁVEIS DA COPA E ÍNDICES DE COMPETIÇÃO

Partição de biomassa em clones de Eucalyptus na região litorânea do Rio Grande do Norte

Modelo de incremento em área basal para árvores de araucária de uma floresta inequiânea

TESTE DE IDENTIDADE EM MODELO HIPSOMÉTRICO PARA Eucalyptus urograndis COM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS EM PRESIDENTE PRUDENTE SP.

COMPARAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE EUCALYPTUS UROPHYLLA X EUCALYPTUS GRANDIS 1 INTRODUÇÃO

Ciência Florestal ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

Capítulo Critérios para o manejo de plantios de araucária para a produção madeireira

Avaliação de variáveis do povoamento com base em parcelas

INVENTÁRIO FLORESTAL ÍNDICE DE SÍTIO

Inventário Florestal. Amostragem estratificada aleatória

AJUSTE DE MODELOS PARA ESTIMATIVA DO DIÂMETRO DE COPA EM UMA ÁREA DE REFLORESTAMENTO MISTO NA MATA ATLÂNTICA

Eng. agrôn., M.Sc., Embrapa Acre, Rodovia BR 364, km 14, Caixa Postal 321, CEP , Rio Branco, AC,

PRODUÇÃO DE SERAPILHEIRA DE PINUS ELLIOTTII ENGELM EM UM SISTEMA SILVIPASTORIL (SSP) EM DIFERENTES NÍVES DE DESBASTE 1

RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA PARA Pinus elliottii Engelm EM DIFERENTES POSIÇÕES SOCIOLÓGICAS EM DOIS VIZINHOS (PR)

VARIÁVEIS MORFOMÉTRICAS DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS EM SISTEMA AGROFLORESTAL

Assunto: Diâmetro. Estatísticas associadas ao diâmetro. 3. Diâmetro equivalente (deq)

OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE PINUS EM REGIMES DE BAIXA DENSIDADE EM SÍTIOS FLORESTAIS DISTINTOS. Apresentação: Pôster

1 Estrutura da Disciplina. 2 Justificativa. 3 Objetivos. 1.1 Instituição onde a Disciplina será Ministrada. 1.2 Organização da Disciplina

Semina: Ciências Agrárias ISSN: X Universidade Estadual de Londrina Brasil

Espaçamento e Plantio

Ciência Florestal ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

Inventário Florestal. Tamanho e forma de parcelas

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE Eucalyptus urophylla X Eucalyptus grandis EM TERCEIRA ROTAÇÃO PARA FINS ENERGÉTICOS

QUALIDADE DE MATRIZES DE Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud EM DIFERENTES FRAGMENTOS FLORESTAIS DE DOIS VIZINHOS-PR

DENDROGRAMA DE MANEJO DA DENSIDADE PARA POVOAMENTOS DE Pinus elliottii Engelm NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL

Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Agrárias Departamento de Ciências Florestais e da Madeira

Metodologia da Coleta dos Preços de Produtos Florestais in natura e semiprocessados e negociados no Estado de São Paulo

CRESCIMENTO DE CLONES DE

Modelagem do volume do tronco do Eucalyptus grandis Hill ex Maiden.

USO DE ÍNDICES MORFOMÉTRICOS NA CLASSIFICAÇÃO DAS UNIDADES PRODUTIVAS EM POVOAMENTOS DE Eucalyptus urophylla NO ESTADO DE GOIÁS

TESTE DE ANAMORFISMO PARA VERIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO CRESCIMENTO EM ALTURA

UNIVERSIDADE PAULISTA Campus de Jaboticabal FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS. Departamento de Produção Vegetal

DANIELI REGINA KLEIN. MORFOMETRIA E CRESCIMENTO DIAMÉTRICO DE Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze NO PLANALTO SUL CATARINENSE

SELEÇÃO DE MODELO MATEMÁTICO PARA A CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA A PARTIR DE PARCELAS TEMPORÁRIAS

MORFOMETRIA E INCREMENTO DE Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

1.1 OBJETIVOS GERAL

Área mínima representativa que. amostragem. Compreende uma ou mais árvores

Efeito de estratégias de manejo em plantio de eucalipto sobre a ocorrência de aves. Camila Cristiane Isabella

Inteligência Artificial RNA

LCF 510 Inventário Florestal. Crescimento e Produção de Florestas

Caracterização da estrutura vertical e do dossel de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista

CRESCIMENTO DE VARIÁVEIS DENDROMÉTRICAS DE PINUS SPP. NA REGIÃO DE NOVA ARAÇÁ, RS

QUANTIFICAÇÃO DO VOLUME E INCREMENTO PARA EUCALYPTUS GRANDIS W. HILL MAIDEN. 1

Caracterização sumária das parcelas onde foram efectuados ensaios no âmbito do projecto AGRO Colheita mecânica de pinha (Pinus pinea L.

INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO NAS VARIÁVEIS ALTURA E DIÂMETRO DE CLONES DE Eucalyptus ssp. EM ARARIPINA PE

Caracterização morfométrica de árvores solitárias de Bertholletia excelsa H.B.K. no sudeste de Roraima

Impacto da forma de remuneração da terra no retorno financeiro de três regimes de manejo de Pinus taeda no Sul do Brasil

SisAraucaria: SOFTWARE PARA O MANEJO DE PLANTAÇÕES DE ARAUCÁRIA

Softwares para estimativa do crescimento, produção e carbono do componente arbóreo em ILPF

CRESCIMENTO DIAMÉTRICO MÉDIO E ACELERADO DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA

Ajuste dos modelos de Kozak e do sistema Burkhart e Cao para plantações de Pinus oocarpa

GUIAS DE DENSIDADE E ÍNDICES DE SÍTIOS PARA Hovenia dulcis Thunberg NA REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Determinação de ciclos e taxas de corte sustentáveis no manejo de florestas naturais tropicais. Evaldo Muñoz Braz Patrícia Povoa de Mattos

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas

Inventário Florestal Exercício 3 ROTEIRO DE AULA PRÁTICA 12. ÁREA BASAL, DAP MÉDIO E VOLUME CILÍNDRICO DE UMA PARCELA 1. OBJETIVO

COMPORTAMENTO POPULACIONAL DE CUPIÚBA (GOUPIA GLABRA AUBL.) EM 84 HA DE FLORESTA DE TERRA FIRME NA FAZENDA RIO CAPIM, PARAGOMINAS, PA.

DESEMPENHO INICIAL NO CAMPO DE MOGNO AFRICANO IMPLANTADO EM ÁREA DE PASTAGEM NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO MÉDIO VALE DO JEQUITINHONHA RESUMO

s u m o s IIII III IIl D1 lii II p A N D Simpósio slicultura NA AMAZÔNIA ORIENTAL: CONTRIBUIÇÕES DOPROJETO EMBRAPAIDFID .:..

SUSTENTADA (CONTÍNUA) DOS RECURSOS FLORESTAIS, COM O MÍNIMO DANO AMBIENTAL POSSÍVEL, OTIMIZANDO O USO DOS RECURSOS AMBIENTAIS (MELHORES PRÁTICAS DE

Correlações entre atributos químicos do solo e produção de castanheiras-do-brasil cultivas em sistema agroflorestal em Roraima (1).

Relações lineares entre caracteres de tremoço branco

MODELAGEM BIOMÉTRICA DE ÁRVORES COM CRESCIMENTO LIVRE E SOB COMPETIÇÃO EM FLORESTA DE ARAUCÁRIA

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

[P] Palavras-chave: Planejamento florestal. Manejo florestal. Carbono. Pinus. Rotação.

Série Plus de novos softwares da Embrapa para simulação simultânea de múltiplos regimes de manejo de florestas plantadas

Morfometria da copa de povoamentos de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden x E. urophylla S. T. Blake em diferentes espaçamentos de plantio

CORRELAÇÕES LINEARES ENTRE CARACTERES E DIFERENCIAÇÃO DE HÍBRIDOS SIMPLES, TRIPLO E DUPLO DE MILHO 1

MODELAGEM HIPSOMÉTRICA DE CLONES DE EUCALYPTUS spp. NA CHAPADA DO ARARIPE PE

PA 06 - Sistemas e Procedimentos Silviculturais. Ademir R. Ruschel Pesq. Embrapa Amazônia Oriental

CORRELAÇÃO ENTRE MASSA ESPECÍFICA E RETRATIBILIDADE DA MADEIRA DE TRÊS CONÍFERAS DA REGIÃO SUL DO BRASIL. 1. INTRODUÇÃO

o Software SISPINUS Manual do Usuário Edilson Batista de Oliveira Veda M. Malheiros de Oliveira Embrapa Florestas BIBLIOTECA

L. EM POVOAMENTO DESBASTADO NA REGIÃO DOS CAMPOS DE CIMA DA SERRA, RIO GRANDE DO SUL.

MODELAGEM LINEAR GENERALIZADA PARA DESCREVER O INCREMENTO EM ÁREA TRANSVERSAL DE ÁRVORES INDIVIDUAIS DE IMBUIA

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA FLEXÃO DINÂMICA EM FUNÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA DA MADEIRA DE Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze 1.

CIRCULAR TÉCNICA N o 115. Setembro/1980. VARIAÇÃO GENÉTICA ENTRE E DENTRO DE POPULAÇÕES DE Araucária angustifolia (Bert) O. Ktze *

Ciência Florestal, Santa Maria, v. 28, n. 3, p , jul.- set., 2018 ISSN DOI:

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E INCREMENTO EM DIÂMETRO DE Matayba elaeagnoides Radlk. EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA ALUVIAL

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE CEDRO ROSA EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE ADUBAÇÃO DE PLANTIO

Estimativas Volumétricas em Povoamento de Pinus caribaea var. hondurensis no Sudoeste da Bahia

REDES NEURAIS ARTIFICIAIS PARA ESTIMATIVA DE ALTURA DOMINANTES EM POVOAMENTOS DE EUCALIPTO

Ajuste e seleção de modelos de biomassa arbórea multiespecífico através da validação cruzada

Transcrição:

Relações morfométricas para árvores dominantes de Pinus taeda no estado do Paraná Anna Paula Lora Zimmermann¹; Frederico Dimas Fleig²; Cristina Gouvea Redin³, Ananda Virgínia de Aguiar 4 ; ¹Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (zimmermann-a@otmail.com); ² UFSM (dimasfleig@oul.com.br); ³UFSM (crys_luanova@otmail.com); 4 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Florestas (ananda@cnpf.embrapa.br) RESUMO: Este trabalo objetivou estudar as relações morfométricas de árvores dominantes de Pinus taeda no município de Ponta Grossa, Paraná. Em cada amostra a árvore de maior diâmetro a altura do peito (DAP) foi considerada dominante em relação às suas vizinas. Destas foram mensuradas dap, altura total, altura da copa e oito raios de copa. As variáveis morfométricas analisadas foram: diâmetro de copa, altura da copa, proporção de copa, grau de esbeltez, índice de saliência, índice de abrangência e formal de copa. Estas foram correlacionadas com o dap e altura através de correlação de Pearson. De acordo com os índices, as árvores analisadas possuem média instabilidade, copas arredondadas e não á necessidade de desbaste na área. O diâmetro a altura do peito se correlacionou melor com as variáveis morfométricas estudadas, indicando que estas sofrem alterações conforme as árvores incrementam em diâmetro. 1. INTRODUÇÃO O estudo da morfometria da copa das árvores e suas variáveis permitem entender as relações interdimensionais e também reconstruir o espaço utilizado por elas. Ainda, é possível julgar o grau de competição que determinado povoamento está submetido e, poder inferir sobre as características dos indivíduos (DURLO E DENARDI, 1998). Conforme Durlo e Denardi (1998), o diâmetro da copa (dc) é a variável básica na dedução das demais características da árvore, correspondendo ao comprimento da lina de projeção entre os pontos extremos da copa. O Grau de Esbeltez é a relação entre a altura total () e o diâmetro a altura do peito (dap). Para Tonini e ArcoVerde (2005), uma relação /dap maior que um indica necessidade de desbaste na área, visto que o crescimento em diâmetro está reduzido em relação à altura. O Índice de Saliência (is) relaciona o diâmetro da copa e o dap, e demonstra quantas vezes o diâmetro da copa é maior que o dap. A razão entre o diâmetro da copa e a altura total da árvore é conecida como 1

índice de abrangência (ia) (DURLO E DENARDI, 1998). Para Tonini e ArcoVerde (2005) este índice tende a diminuir com o incremento em altura, já que o aumento em altura da árvore não é acompanado, proporcionalmente, pelo aumento em diâmetro de copa. O formal de copa (fc) expressa a relação entre o diâmetro da copa e o comprimento da copa. A análise deste índice indica qual a forma geométrica que a árvore se assemela. Roman et al. (2009) citam que valores baixos de formal de copa indicam copas mais esbeltas enquanto valores maiores definem copas mais arredondadas. Diante deste embasamento, este trabalo tem como objetivo elucidar as características morfométricas de árvores dominantes de um povoamento de Pinus taeda, em Ponta Grossa, Paraná. 2. Materiais e método A área de coleta pertence à Embrapa Florestas, no município de Ponta Grossa, Paraná. O povoamento, implantado em 1996, em espaçamento 3 x 3 m, não recebeu nenum tipo de intervenção silvicultural desde o plantio. Os dados foram coletados em outubro de 2010, onde foram alocadas amostras temporárias ao longo do povoamento, não sendo utilizado nenum critério de distância entre um ponto e outro. Para cada amostra, como árvore dominante, foi considerada aquela que possuía maior diâmetro a altura do peito em relação as suas vizinas, consideradas dominadas na amostra. Destas árvores, foram mensuradas as variáveis: diâmetro a altura do peito (cm), altura total da árvore (m), altura da inserção da copa (m), altura da copa (m) e oito raios de copa (m). Como variáveis morfométricas foram utilizadas: diâmetro da copa (dc); altura da copa (c), proporção da copa (pc); grau de esbeltez (ge); índice de saliência (is); índice de abrangência (ia) e formal de copa (fc), conforme Durlo e Denardi (1998). O comprimento da copa (c) foi obtido pela diferença entre a altura total () e a altura de inserção (i). A proporção da copa (pc) foi calculada c pela expressão pc. 100. O grau de esbeltez (ge) foi dado por ge dap. O índice de saliência foi calculado por dc is e o índice de abrangência foi obtido por dap 2

dc ia. O formal de copa foi dado por dc fc c. Para verificar as correlações existentes entre as variáveis morfométricas e o diâmetro e altura utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson a 5% de significância no Microsoft Excel. 3. Resultados e discussão Ao total, foram mensuradas 20 árvores dominantes na área. Os parâmetros morfométricos e dendrométricos médios destas são apresentados na tabela 1. Tabela 1 Parâmetros dendrométricos e morfométricos de árvores dominantes de P. taeda. Parâmetro dap t c dc ac pc is ia Ge fc Média 32,8 19,2 5,5 4,4 15,6 28,7 13,4 0,20 58,7 0,80 Onde: c: comprimento da copa; dc: diâmetro da copa, ac: área da copa, pc: proporção da copa, is: índice de saliência, ia: índice de abrangência, ge: grau de esbeltez e fc: formal de copa. O índice de saliência indicou que as copas das árvores de pinus possuem diâmetro da copa trezes vezes maior que o dap. Este valor está abaixo do valor encontrado por Durlo e Denardi (1998), para Cabralea canjerana onde o valor ficou próximo a 20. Roman et al. (2009), encontraram valor próximo a 25 para Cordia tricotoma. Este fato corrobora que o espaço liberado em torno das espécies nativas deve ser maior do que para as espécies comerciais. O grau de esbeltez, ou relação /dap ficou em torno de 60. Quanto mais alto este valor, mais instável é a árvore. Vargas (2010), encontrou valores próximos a 90 para povoamentos P. elliottii demonstrando que nas duas situações, as árvores possuem alta instabilidade contra o vento, por exemplo, por apresentarem um fuste alongado e fino. O mesmo autor, analisando P. elliottii em situação isolada encontrou valores em torno de 40 demonstrando que árvores que crescem sem competição são mais estáveis contra intempéries. O formal de copa demonstrou que as árvores possuem copa arredondadas. Zimmermann e Fleig (2011), encontraram valores mais baixos para a espécie concluindo que estas árvores são mais esbeltas. O índice de abrangência foi baixo para o local. Caso ouver uma correlação deste valor com a altura das árvores, este índice pode ser utilizado como indicador para os próximos desbastes (DURLO E DENARDI, 1998). A 3

correlação negativa entre o índice de abrangência e a altura ocorre porque o aumento da altura não ocorre proporcionalmente ao aumento do diâmetro da copa, sendo este menor que o crescimento em altura das árvores analisadas (TONINI E ARCOVERDE, 2005). Durlo (2001), encontrou correlações negativas entre o dap e as variáveis morfométricas de Cabralea canjerana, verificando que a medida que o dap engrossa á aumento do diâmetro e proporção da copa e diminuição do índice de saliência. Orellana e Koeer (2008), também encontraram correlação negativa entre o dap e este índice em estudo com Ocotea odorifera no Paraná. Para Durlo et al. (2004), a análise do índice de saliência é de fundamental importância quando se pretende manejar o povoamento pelo seu diâmetro atingido. Assim, quando á correlação entre estas duas variáveis, o número máximo de árvores suportado em unidade de área pode ser calculado. O diâmetro da copa tende a aumentar conforme aumenta o diâmetro a altura do peito (Tabela 2). Esse comportamento é comum, sendo mencionado por autores como Scneider (1993) e Nutto (2001). É fundamental determinar esta variável para ser feita a suposição prévia do espaço necessário para o crescimento sem limitações conforme os indivíduos vão se desenvolvimendo. A partir do conecimento do espaço a ser reservado para cada árvore, é possível prever antecipadamente o número de árvores que será possível manter em determinada área (ROMAN et al., 2009). Tabela 2 - Correlação linear entre as variáveis morfométricas e o diâmetro a altura do peito e a altura das árvores dominantes de P. taeda. Variáveis dendrométricas Variáveis morfométricas c dc ac pc is ia ge fc dap 0,20 0,51 0,49 0,13 0,18 0,38-0,66* 0,10 0,44 0,13 0,14 0,21-0,002-0,15 0,44-0,31 Onde: c: altura da copa; dc: diâmetro da copa, ac: área da copa, pc: proporção da copa, is: índice de saliência, ia: índice de abrangência, ge: grau de esbeltez e fc: formal de copa. *valores significativos a 5% de probabilidade. Conforme visto na tabela 2, nota-se que geralmente as variáveis morfométricas relacionam-se melor com o diâmetro a altura do peito do que com a altura total. Os valores de correlação entre DAP e as variáveis confirmam que o aumento do dap contribuirá positivamente para nortear os desbastes no 4

povoamento visando o aumento da copa e, indiretamente a produção de sementes. 4. Considerações finais As árvores do povoamento analisado possuem média instabilidade e copas arredondadas. Os indivíduos não estão incrementando proporcionalmente em diâmetro de copa e altura, porém á uma correlação positiva entre o dap e o diâmetro da copa, indicando que estas variáveis sofrem alterações diferentes conforme as árvores se desenvolvem. 5. Referências Bibliográficas DURLO, M. A.; DENARDI, L. Morfometria de Cabralea canjerana, em mata secundária nativa do Rio Grande do Sul.Ciência Florestal, Santa Maria, 1998. v.8, n.1, p. 55-66 DURLO, M.A. Relações morfométricas para Cabralea canjerana (Well.) Mart. Ciência Florestal, v.11, p.141-149, 2001 DURLO, M.A.; SUTILI, F.J.; DENARDI, L. Modelagem da copa de Cedrela fissilis Vellozo. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 14, n. 2, p. 79-89, dez. 2004. NUTTO, L.; TONINI, H.; BORSOI, G.A.; MOSCOVICH, F.A.; SPATHELF, P. Utilização dos parâmetros da copa para avaliar o espaço vital em povoamentos de Pinus elliottii Engelm. Boletim de Pesquisa Florestal, v.42, p.110-122, 2001. ORELLANA, E.; KOEHLER, A.B. Relações morfométricas de Ocotea odorifera(vell.) Rower. Revista Acadêmica Ciências Agrárias e Ambientais, Curitiba, v. 6, n. 2, p. 229-237, abr./jun. 2008. SCHNEIDER, P.R. Introdução ao manejo florestal. Santa Maria: Ed. UFSM, 1993. 348p. ROMAN, M.; BRESSAN, D. A,; DURLO, M. A. Variáveis morfométricas e relações interdimensionais para Cordia tricotoma (Vell.). Ciência Florestal, Santa Maria, v. 19, n. 4, p. 473-480, out.-dez., 2009 TONINI, H.; ARCO-VERDE, M.F. Morfologia da copa para avaliar o espaço vital de quatro espécies nativas da Amazônia. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 40, n. 7, p. 633-638, jul. 2005. VARGAS, J. F. Avaliação e comparação da morfometria de indivíduos de Pinus elliottii em ambiente isolado e em povoamento. Trabalo de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Santa Maria, 2010. ZIMMERMANN, A. P. L.; FLEIG, F. D. Relações morfométricas de árvores dominantes de Pinus taeda L. em 1ª e 2ª rotação em sítios similares em Cambará do Sul, RS. Anais... V Simanejo, Simpósio Latino Americano sobre Manejo Florestal, Universidade Federal de Santa Maria, 2011. 5