Associação Brasileira de Supermercados Nº52 ECONOMIA www.abras.com.br A informação que fala direto ao seu bolso 27 de Maio de 2015 Vendas recuam em abril, mas ficam positivas em 2015 Setor sente as consêquencias da desaceleração O setor supermercadista também sente os efeitos do quadro recessivo da economia brasileira em 2015. De acordo com o presidente da Abras, Fernando Yamada, o resultado até abril mostra o que deve ser a tônica do ano para o setor, com um crescimento tímido em relação ao ano passado. O setor já se ressente da elevação do nível de desemprego e consequente queda da massa salarial, o que diminui parte do poder de compra dos brasileiros, afirmou. O primeiro quadrimestre foi bastante difícil, mas ainda esperamos encerrar o ano com um resultado positivo, com expectativas de melhora da economia para o segundo semestre. Neste boletim de Economia destacamos nas próximas páginas o aumento da taxa de desemprego e também mostramos como se comporta a economia brasileira vis a vis à economia global. Em abril, as vendas reais do autosserviço apresentaram alta de 0,57% na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de -1,64% em relação ao mesmo mês do ano de 2014, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, apurado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No resultado acumulado (jan/abr), as vendas apresentaram alta de 0,65% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os índices já estão deflacionados pelo IPCA do IBGE. Em valores nominais, as vendas do setor apresentaram alta de 1,29% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a abril do ano anterior, alta de 6,40%. No acumulado do ano as vendas cresceram 8,48%. Variações Período de análise mês/15 Variação Nominal Variação Real* (IPCA/ IBGE) Abr/15 x Mar/15 1,29% 0,57% Abr/15 Abr/14 6,40% -1,64% Acumulado/ano 8,48% 0,65% Índice Abras apresenta crescimento real de 0,65% em 2015 Nesta edição: >> Conjuntur 2 PME (IBGE): Desemprego continua em alta, com 6,4% em abril >>Abrasmercado 3 Abrasmercado varia 1,40% e acumula 4,95% em 12 meses >>Abrasmercado 4 Com alta de 1,78%, Região Norte volta a ser a mais cara do País >>PMC 5 PMC: comércio varejista acumula queda de -0,8% no ano >>Análise macro 6 Brasil deverá ter um dos piores resultados da economia global >>Indicadores 7 Indicadores macroeconômicos e do varejo
Análise do mercado - pg. 02 Conjuntura - pg. 02 PME t (IBGE): Desemprego continua em alta, com 6,4% em abril A taxa de desocupação, em abril de 2015, foi estimada para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas, em 6,4%, ficando estável frente a março (6,2%). No confronto com abril de 2014, a taxa cresceu 1,5 ponto percentual (passou de 4,9% para 6,4%). O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em abril de 2015, para o conjunto das seis regiões pesquisadas, em R$ 2.138,50. Este resultado ficou 0,5% menor que o registrado em março (2.148,71) e 2,9% abaixo do apurado em abril de 2014 (R$ 2.202,08). Regionalmente, frente a março último, o rendimento caiu em Recife (-4,9%); Rio de Janeiro (-1,4%); Salvador (-1,0%) e Belo Horizonte (-0,5%). Ficou estável em Porto Alegre e subiu 0,6% em São Paulo. Frente a abril de 2014, o rendimento caiu em todas as regiões: Salvador (-5,5%); Belo Horizonte (-4,1%); Recife e Rio de Janeiro (-2,7% em ambas); São Paulo (-2,6%) e Porto Alegre (-1,9%). A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada em 49,3 bilhões em abril de 2015, registrando queda de 0,5% frente a março. Na comparação anual esta estimativa caiu 3,8%. IPCA continua subindo e agora acumula alta de 8,17% em 12 meses Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de abril apresentou variação de 0,71% e ficou abaixo da taxa de 1,32% registrada no mês de março em 0,61 ponto percentual (p.p.). Constituiu-se no menor índice mensal deste ano, que acumula 4,56% nos quatro primeiros meses, sendo a maior taxa para o primeiro quadrimestre desde 2003 (6,15%). Em igual período do ano anterior, a taxa era 2,86%. Na perspectiva dos últimos 12 meses, o índice atingiu 8,17%. IPCA-15: alta de 1,07% em abril O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,60% em maio, quase a metade da taxa de 1,07% de abril. Com este resultado, o índice acumulado no ano foi para 5,23%, bem acima da taxa de 3,51% registrada em igual período de 2014. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice ficou em 8,24%, próximo ao dos 12 meses imediatamente anteriores (8,22%), sendo o mais elevado desde janeiro de 2004 (8,46%). Em maio de 2014 o IPCA-15 havia sido 0,58%. O IPCA-15 referente a maio apresentou resultado bem menos elevado que o de abril em razão, principalmente, da energia elétrica. Com peso de 3,88% na despesa das famílias, as contas de energia tiveram alta de 13,02% em abril, enquanto, em maio, a variação foi de 1,41%. Isso fez o índice do grupo Habitação recuar de 3,66% para 0,85%. O grupo Saúde e Cuidados Pessoais (1,79%) foi o mais elevado no mês. Nele, o destaque ficou com os produtos farmacêuticos, cujos preços aumentaram, em média, 3,71%, tendo em vista o reajuste vigente desde 31 de março. Nos alimentos a alta foi de 1,05%, destacando os aumentos nos preços do tomate (19,79%), cebola (18,83%), cenoura (10,45%), leite (2,64%), pão francês (2,23%), óleo de soja (2,17%), carnes (1,40%), frango em pedaços (1,30%). Na Região Metropolitana de Fortaleza houve o maior aumento para esse grupo (1,71%), enquanto a mais baixa variação foi verificada em Salvador (0,33%).
Abrasmercado - pg. 03 Abrasmercado varia 1,40% e acumula 4,95% em 12 meses Em abril, o Abrasmercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK em mais de 600 estabelecimentos de autosserviço espalhados em todo o País, apresentou alta de 1,40%, em relação a março de 2015. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o Abrasmercado apresentou alta de 4,95%, passando de R$ 377,74 para R$ 396,44. Em abril de 2014, o Abrasmercado assinalava uma alta de 1,63% em relação ao mês anterior, acumulando alta de 5,52% em 12 meses. O que mostra que os preços dos principais produtos vendidos nos supermercados estão em um patamar um pouco mais baixo do que o verificado em 2014. Os produtos com as maiores altas em abril, na comparação com o mês anterior, foram: tomate, com 17,76%; cebola, 8,34%; carne dianteiro, 5,24%. O tomate obteve alta nos preços em todas as regiões, sendo que a maior alta foi registrada na Região Sul, onde variou 34,76%. A cebola apresentou a sua maior alta, de 12,85%, na Região Sudeste. Já os produtos com as maiores quedas foram: feijão, -3,88%; batata, -3,29%; margarina cremosa, -1,58%. O feijão teve queda em todas as regiões e a maior delas foi na Região Centro-Oeste, -5,27%. A batata apresentou sua maior queda, de -8,55%, na Região Sudeste. Cebola lidera maiores altas de 2015: 58,3% No resultado acumulado de 12 meses, os produtos que mais pressionaram a inflação na cesta Abrasmercado foram a cebola, com 68,7%, a carne dianteiro com 13,4% e a carne traseiro com 12,1%. Os produtos com as maiores quedas nos preços no acumulado de 12 meses foram pela ordem: farinha de mandioca (-20,2%), batata (-20,0%) e o açúcar (-7,5%). No resultado acumulado do ano de 2015, os produtos que mais pressionaram a inflação na cesta Abrasmercado foram a cebola, com 58,3%, o tomate, com 45,4%, e o feijão com 23,3%. Os produtos com as maiores quedas nos preços no acumulado de 12 meses foram pela ordem: leite em pó integral (-4,3%), a farinha de trigo (-3,4%) e o extrato de tomate (-2,3%). Abrasmercado Período Valor em R$ Abril/14 R$ 377,74 Abril/15 R$ 396,44 Var. (%) Mês x Mesmo mês do ano anterior 4,95 Período Valor em R$ Março/15 R$ 390,96 Abril/15 R$ 396,44 Var. (%) Mês x Mês Anterior 1,40 Maiores quedas (Mês x Mês anterior - %) FEIJÃO -3,88 BATATA -3,29 MARGARINA CREMOSA -1,58 LEITE EM PÓ INTEGRAL -1,56 Comparativo Abrasmercado x IPCA Abrasmercado IPCA Variação Mensal (Abr/15 versus Mar/15) 1,40% 0,71% Acumulado no Ano (Jan/15 a Abr/15) 4,02% 4,56% Variação 12 meses (Abr/15 versus Abr/14) 4,95% 8,17% Maiores altas (Mês x Mês anterior - %) TOMATE 17,76 CEBOLA 8,34 CARNE DIANTEIRO 5,24 FARINHA DE MANDIOCA 4,19
Abrasmercado - pg. 04 Com alta de 1,78%, Região Norte volta a ser a mais cara do País Em abril, a cesta da Região Norte voltou a ser a mais cara do País, com variação de 1,78% atingindo o valor de R$ 437,35. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram a carne dianteiro (12,49%) e a cebola (10,53%). A segunda cesta mais cara do País é a da Região Sul, com valor de R$ 436,87, oscilação de 1,20% no mês. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram o tomate (34,76%) e a cebola (8,22%). A Região Sudeste apresentou alta de 1,34%, na relação de um mês para o outro. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram o tomate (31,25%) e a cebola (12,85%). R$ 437,35 R$ 337,65 R$ 380,32 R$ 382,10 R$ 436,87 Interior de Minas Gerais teve a maior alta A Região Centro-Oeste apresentou alta de 2,38% na relação de um mês para o outro, com destaque para a alta no preço do tamate (17,30%). A cesta regional ficou em R$ 380,32. A Região Nordeste obteve alta de 0,21%, atingindo o valor de R$ 337,65; as maiores altas da região foram verificadas no tomate (10,64%) e no sal (10,00%). Em abril, Brasília continuou a ter a cesta mais cara do País, com o valor de R$ 473,68, e variação de 3,81% no mês. Destaque para a alta no preço da cebola (19,45%). Interior de Minas Gerais apresentou entre estados, capitais e municípios a maior alta nos preços do País, com variação de 4,65%, atingindo o valor de R$ 363,98. Na região, os produtos que apresentaram as maiores altas no mês foram o tomate (20,81%) e o xampu (17,47%). Na Grande São Paulo, a cesta apresentou em abril deste ano variação de 1,53%, atingindo o valor de R$ 399,95. Os produtos que apresentaram altas nos preços foram o tomate (22,55%) e a cebola (14,79%).
PMC - pg. 05 PMC: comércio varejista acumula queda de -0,8% no ano Em março de 2015, o Comércio Varejista do País registrou variação de -0,9% no volume de vendas e de -0,4% na receita nominal, ambas com relação ao mês anterior, ajustadas sazonalmente. No caso do volume, o resultado é o segundo consecutivo com taxa negativa, já o da receita nominal volta a ser negativo depois de dois meses positivo. Quanto à média móvel trimestral, o volume de vendas registrou variação de -0,4%, enquanto a receita apresentou taxa de 0,4%. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas, acréscimo da ordem de 0,4% sobre março do ano anterior. Em termos acumulados, as variações foram de -0,8% no trimestre e de 1,0% nos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 6,5%, 5,5% e de 7,3%, respectivamente. Super e Hipermercados contribuíram para a taxa negativa Na relação março de 2015/março de 2014 (série sem ajuste), considerando o volume de vendas, três das oito atividades do comércio varejista registraram variações positivas. Por ordem de contribuição à taxa global, os resultados foram os seguintes: 17,4% para outros artigos de uso pessoal e doméstico; 10,2% para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; e 21,8% para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação. As atividades que exerceram impactos negativos na composição do resultado do varejo foram: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com -2,4%; móveis e eletrodomésticos, com -6,8%; combustíveis e lubrificantes, com -2,1%; e tecidos, vestuário e calçados, com -1,2%. O comércio de livros, jornais, revistas e papelaria, que apresentou variação de -5,9%, não exerceu, praticamente, impacto na formação do resultado global. O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com taxa de -2,4% no volume de vendas em março de 2015 sobre igual mês do ano anterior, foi a principal contribuição negativa na formação da taxa de desempenho do Comércio Varejista. Em termos de resultados acumulados, a atividade apresentou variação no ano de -1,3% e nos últimos 12 meses de 0,4%. Apesar do crescimento dos preços de alimentação no domicílio se encontrarem abaixo da média geral, este desempenho negativo foi influenciado pelo menor poder de compra da população.
Análise macro - pg. 06 Brasil deverá ter um dos piores resultados da economia global Abrasmercado O ritmo de atividade da economia brasileira reflete um dos piores desempenhos em termos globais. As projeções do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, embasadas também em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que entre os vizinhos somente a velha parceira do Mercosul deverá apresentar resultados piores em 2015. Para a economia argentina, a projeção é de uma recessão da ordem de 2,0%, muito abaixo das perspectivas para os países emergentes, que deverão crescer 3,9%, ainda fortemente puxados pelo desempenho da China, que deverá ter incremento de 6,5% no ano. No mundo, o pior desempenho deverá ser o da Rússia, afetada pelo tombo dos preços do petróleo no mer- cado internacional, as sanções econômicas impostas pelo Ocidente e uma inflação que deverá chegar a 12% no ano. Os Estados Unidos, por sua vez, vão gradativamente melhorando o seu resultado e deverá apresentar o seu melhor desempenho desde 2006, quando cresceram 2,7% no ano. Para 2015, a expectativa é de crescimento de 2,6%. Mesmo na área do euro, a perspectiva é de que a economia tenha um desempenho melhor do que a brasileira. Desde 2010, o Brasil vem apresentando resultados abaixo da média mundial e inclusive, inferior à da média da América Latina. Chile, Colômbia, México e até o Peru têm crescido mais do que o Brasil. Focus: mercado prevê recessão de -1,24% e inflação de 8,37% Projeções 22/5/2015 Índices/Indicadores 2015 2016 PIB (% de crescimento) -1,24 1,00 Produção Industrial (% de -2,80 1,50 crescimento) Taxa de câmbio - fim de 3,20 3,30 período (R$/US$) Taxa Selic - fim de período 13,25 12,00 (% a.a.) IPCA (%) 8,37 5,50 IGP-M (%) 6,97 5,50 Fonte: Boletim Focus - Banco Central Segundo analistas de mercado consultados pelo Banco Central, em seu Boletim Focus, a perspectiva para o PIB de 2015 é de -1,24%. Há um mês, o mercado previa recessão de -1,10%. Para 2016 a previsão para o crescimento é de 1,00%. As projeções indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) irá fechar 2015 em 8,37%, acima dos 6,41% de 2014. Para 2015 a expectativa é de alta de 5,50%. Para o IGP-M, a previsão é de que o índice encerre o ano em 6,97%. Para 2016 a projeção é de 5,50%. A previsão para a Selic é de 13,25% para 2015. Para 2016 a perspectiva é de 12,0% ao ano. De acordo com o levantamento de 22/5, a previsão do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 é de 3,20. Em 24/4, a cotação estava em R$ 3,20. A previsão para o fim de 2016 está em R$ 3,30.
Indicadores Indicadores - pg. 07 Expediente: Departamento de Economia e Pesquisa Moisés Lira/Fabiana Alves/Flávio Tayra (consultor) Revisão: Roberto Leite Tel.: 55 11 3838-4516 e-mail: economia@abras.com.br