Análise do Processo da concessão do crédito á habitação pelo Banco Comercial do Atlântico

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Transcrição:

Nasolina Miranda Pereira Análise do Processo da concessão do crédito á habitação pelo Banco Comercial do Atlântico Universidade Jean Piaget de Cabo Verde Campus Universitário da Cidade da Praia Caixa Postal 775, Palmarejo Grande Cidade da Praia, Santiago Cabo Verde 16.6.14

Universidade Jean Piaget de Cabo Verde Campus Universitário da Cidade da Praia Caixa Postal 775, Palmarejo Grande Cidade da Praia, Santiago Cabo Verde 16.6.14

Nasolina Miranda Pereira Análise do Processo da concessão do crédito á habitação pelo Banco Comercial do Atlântico

Nasolina Miranda Pereira, autora da monografia intitulada Análise do Processo da concessão do crédito á habitação pelo Banco Comercial do Atlântico declara que, salvo fontes devidamente citadas e referidas, o presente documento é fruto do seu trabalho. Cidade da Praia, ao 23 de Junho de 2014. Nasolina Miranda Pereira

Memória Monográfica apresentada à Universidade Jean Piaget de Cabo Verde como parte dos requisitos para a obtenção do grau de licenciatura em Economia e Gestão, variante Banca e Seguros.

Sumário O presente trabalho monográfico intitulado Análise do Processo da concessão do crédito á habitação pelo Banco Comercial do Atlântico enquadra-se no âmbito do curso de licenciatura em Economia e Gestão, variante Banca e Seguros, realizado pela Universidade Jean Piaget de Cabo Verde. O crédito á habitação representa um dos mais importantes negócios da banca comercial cabo-verdiana. A sua expansão recente representa um peso expressivo na carteira de crédito dos bancos proporcionando uma boa rentabilidade e um aumento de fidelização do mutuário. Este tipo de crédito apresenta um risco controlado dado que em geral é suportado por garantia real (hipoteca do imóvel). Este trabalho tem entre outros objetivos, analisar o processo da concessão do crédito á habitação pelo Banco Comercial do Atlântico, inteirar-se dos tipos de taxas de juros aplicados no crédito à habitação, conhecer as garantias exigidas para a obtenção desse crédito e propor sugestão para melhoria das condições do crédito á habitação aplicadas por essa instituição. Para a realização deste trabalho utilizou-se a metodologia com enfoque qualitativo e quantitativo, sendo a componente qualitativa baseada na análise documental e entrevistas, enquanto a vertente quantitativa tem como suporte a análise económico-financeira da empresa. Fez-se ainda a análise SWOT, sobre a situação económico e financeiro do Banco em estudo. Com a realização deste estudo, concluiu-se que apesar do decréscimo expressivo verificado no crédito á habitação concedido pelo BCA, nos últimos anos, o mesmo continua a ser o principal produto na carteira de crédito desse banco. Palavras-chave: Analise, Concessão, Crédito, Habitação, Processo.

Abstract This monograph entitled "Analysis of the granting of mortgage process by Banco Comercial do Atlântico" falls within the degree course in Economics and Management, Banking and Insurance variant, conducted by Jean Piaget University of Cape Verde. Mortgage lending is one of the most important businesses of the Cape Verdean commercial banking. Its recent expansion represents a significant weight in the credit portfolio of banks providing good returns and increased loyalty of the borrower. This type of credit presents a risk controlled since it is usually backed by collateral (mortgage on the property). This work has among other objectives, to analyze the process of granting of mortgage loans by Banco Comercial do Atlântico, get acquainted with the types of applied interest rates on housing loans, meet the guarantees for obtaining such credit and propose suggestions for improving the conditions of mortgage loans applied by that institution. For this work we used the methodology with qualitative and quantitative approach, the qualitative component is based on interviews and documentary analysis while the quantitative aspect is to support the economic and financial analysis of the company. Still made a SWOT analysis on the economic and financial situation of the Bank under study. With this study, it was concluded that despite the significant decrease seen in housing loans granted by the BCA, in recent years, it remains the main product in the credit portfolio of the bank. Keywords: Analysis, Concession, Credit, Housing Process

Agradecimentos Realizar uma monografia é tarefa única. Parece implementada por apenas uma pessoa e quem recebe o mérito é esta. Mas tudo isto faz parte de um processo, do qual dele fazem Parte diversas pessoas, cada uma com o seu grau de contribuição. Por isso, quero expressar Minha gratidão a todos aqueles que de uma forma ou de outra contribuíram para sua Realização desta pesquisa. A todos, o meu muito obrigado. A minha mãe Madalena Miranda, e meus irmãos que sempre me incentivaram aos melhores caminhos académicos e às melhores oportunidades, sempre dando apoio com muito carinho, para a realização de todos os projetos da minha vida. Aos meus Docentes, amigos e colegas, pelo constante aprendizado e que em momentos cruciais Desta caminhada se fizeram presentes com sentimentos de apoio, solidariedade, carinho e amizade. À Deus pelo Dom da Vida.

Lista de Abreviaturas ATM-Automatic Terminal Machine BCA-Banco Comercial do Atlântico BCN- Banco Cabo-verdiano de Negócios BCV- Banco de Cabo Verde BI- Banco Interatlântico CH- Crédito á Habitação CECV- Caixa Económica de Cabo Verde DMC- Disponibilidades Mínimas de Caixa DSO- Direção do Suporte Operacional EUA- Estados Unidos da América IFH- Imobiliária Fundiária e Habitat IMOR- Imobiliária e Representações INE-Instituto Nacional de Estatística ISGB- Instituto Superior de gestão bancária ROA - Rentabilidade de activo ROE- Rentabilidade de Capital Próprio TCMF S- Títulos Consolidados de Mobilização Financeira TIM S- Títulos de Intervenção Monetária TPA- Terminal de Pagamentos Automático TRM S- Títulos de Regulação Monetária

Índice 1.INTRODUÇÃO......15 1.1CONTEXTUALIZAÇÃO...15 1.2IMPORTÂNCIA DO TRABALHO...16 1.3PERGUNTA DE PARTIDA...17 1.4OBJETIVOS DO TRABALHO...17 1.5ESTRUTURA DO TRABALHO...18 CAPÍTULO I: ABORDAGEM TEÓRICA E METODOLÓGICA... 19 1.1 ORIGEM DE CRÉDITO...19 1.2 CONCEITOS DE CRÉDITO...20 1.3 FONTES DE CRÉDITO...21 1.4 TIPOS DE CRÉDITO...22 1.5 ELEMENTOS CARACTERIZADORES DE CRÉDITO BANCÁRIO...23 1.6 O PROCESSO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO...29 1.7 LIMITAÇÕES E COBERTURA DE CRÉDITO Á HABITAÇÃO...35 1.8 CUSTOS DE CRÉDITO Á HABITAÇÃO...35 1.9 MODALIDADES DE CRÉDITO Á HABITAÇÃO...36 2. METODOLOGIA...37 CAPÍTULO II: CRÉDITO À HABITAÇÃO EM CABO VERDE... 40 2.1 ENQUADRAMENTO GERAL E LEGAL...40 2.2 CONTRATAÇÃO DO CRÉDITO PARA HABITAÇÃO...41 2.3 TIPOS DE TAXAS DE JURO APLICADAS NO CRÉDITO A HABITAÇÃO...41 2.4 GARANTIAS PARA OBTENÇÃO DE UM CRÉDITO A HABITAÇÃO...42 2.5 IMPORTÂNCIA DA DETERMINAÇÃO DA TAXA DE ESFORÇO...42 2.6 PEDIDO DE EMPRÉSTIMO...43 2.7 REEMBOLSO DO CRÉDITO...45 2.8 AMORTIZAÇÃO ANTECIPADA DO CRÉDITO...46 2.9 DEVERES DE INFORMAÇÃO SOBRE CRÉDITO À HABITAÇÃO...46 2.10 IMPORTÂNCIA DO CREDITO Á HABITAÇÃO EM CABO VERDE...47 2. 11 EVOLUÇÃO DO CRÉDITO À HABITAÇÃO EM CABO VERDE...48 CAPÍTULO III: ESTUDO DE CASO... 51 3.1 HISTÓRIA DO BANCO COMERCIAL DO ATLÂNTICO...51 3.2 COMPARAÇÃO DO CRÉDITO INTRA BCA...55 3.3. ANÁLISE DO CRÉDITO HABITAÇÃO NO BANCO COMERCIAL DO ATLÂNTICO...58 3.4 ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO CRÉDITO Á HABITAÇÃO CONCEDIDO PELO BCA...63 3.5 ANÁLISE SWOT...64 3.6 OS PROCEDIMENTOS PARA CONTRAÇÃO DO CRÉDITO PARA HABITAÇÃO...66 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES... 70 BIBLIOGRAFIA... 73 ANEXO... 76

Índice de tabelas TABELA 1: VALOR PAGO PELO EMPRÉSTIMO...45 TABELA 2: CRÉDITO A PARTICULARES...48 TABELA 4: CAPITAL SOCIAL DO BCA...53 TABELA 5: PESO DO CRÉDITO DE CURTO PRAZO E DO CRÉDITO DE ML PRAZO NO TOTAL DO CRÉDITO DO BCA...56

Índice de gráficos GRÁFICO 1:EVOLUÇÃO DE CRÉDITO A HABITAÇÃO EM CABO VERDE...50 GRÁFICO 2: PESO DO CRÉDITO ÀS EMPRESAS E DO CRÉDITO A PARTICULARES NA CARTEIRA DE CRÉDITO POR ENTIDADES DO BCA...56 GRÁFICO 3: PESO DO CRÉDITO À HABITAÇÃO E DO CRÉDITO AO CONSUMO NO CRÉDITO A PARTICULARES DO BCA...57 GRÁFICO 4: EVOLUÇÃO DO CRÉDITO Á HABITAÇÃO CONCEDIDO PELO BCA...63

Índice de Quadros QUADRO 1: PONTOS FORTES E FRACOS DA SITUAÇÃO ECONÓMICA E FINANCEIRA DO BANCO..64 QUADRO 2: OPORTUNIDADES E AMEAÇAS DA SITUAÇÃO ECONÓMICA E FINANCEIRA DO BANCO...66

Índice de Figura FIGURA 1: ESQUEMA METODOLÓGICO UTILIZADO PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA....39 FIGURA 2: PROCEDIMENTOS PARA CONTRAÇÃO DO CRÉDITO NO BCA...67

1. Introdução 1.1 Contextualização O crédito é uma das operações mais importantes do sector Bancário. Através da intermediação o banco canaliza a poupança para o investimento, pondo á disposição do cliente uma determinada quantia, com o objetivo de o receber na data pré fixada. O lucro do banco nesse processo é calculado pela diferença entre taxa de juro que este cobra/recebe nas suas operações creditícias e a taxa de juro paga pelo banco pelos recursos postos á sua disposição pelos depositantes. O crédito á habitação a particulares tem como Finalidade fazer face a despesas ligadas á habitação (troca de casa, transferências, construção, aquisição de habitação, aquisição de terreno e construção, adiantamento de sinal, pagamento em fase de construção e obras). É um financiamento que envolve um risco menos elevado que outros tipos de crédito, designadamente créditos pessoais sem penhor de aplicações financeiras ou de outras garantias reais. O financiamento para a habitação envolve, desde logo, não só a avaliação dos proponentes, mas a avaliação de um imóvel a ser hipotecado (garantia real). 15

A aquisição ou construção de habitação própria constitui para a grande maioria das famílias cabo-verdianas o melhor investimento que realizam em toda a sua vida. Esta situação advém em grande medida, da existência de um mercado de arrendamento em crise, desde a década de noventa e de um sector de habitação social quase inexistente. A situação torna-se mais preocupante quando se conhece o desajustamento existente entre a taxa de esforços das famílias e os preços das habitações. O crédito á habitação, tem constituído um dos instrumentos privilegiados da política habitacional, está sujeita a legislação especial, cujo regime foi reformulado pelo Dec.- Lei 28- /94 de 20 de Abril. Este diploma contempla o regime de crédito geral (habitacional) e bonificado. O financiamento á habitação foi assegurado, desde 1994, exclusivamente pelas então designadas instituição especiais de crédito como BCA, Caixa de Crédito de Cabo Verde e a CECV. As transformações políticas e económico-sociais operadas em Cabo Verde ao longo da última década levaram com que a banca passasse a dar maior importância a este produto, o que conduziu a um rápido acesso das famílias ao crédito à habitação. 1.2 Importância do trabalho O sistema financeiro inclui o sistema bancário, que tem um papel central na estrutura económica de qualquer país, seja qual for o seu estado de desenvolvimento. Os bancos através da concessão de crédito assumem um papel dinamizador no financiamento de uma economia funcionando como fornecedores de crédito. O crédito assume-se assim como o principal produto bancário, merecendo desta forma especial atenção por parte da gestão bancária, para que a atividade creditícia se processa em condições de rendibilidade adequadas ao sucesso dos bancos. A habitação é um fator importante para a promoção social, uma vez que possibilita uma melhoria na qualidade de vida da sociedade; é ainda, um elemento chave para o pleno 16

exercício da cidadania. Nesse sentido, o crédito habitacional possui um importante papel em relação ao acesso da sociedade à moradia. Sob o ponto de vista económico, o crédito constitui uma forma de adiantamento de recursos para a realização dos objetivos, das pessoas físicas e/ou jurídicas. O crédito pode gerar o progresso e a expansão do comércio, da indústria e dos serviços, visto que adianta os recursos para a efetivação do gasto, a produção da moradia oferece novas oportunidades de emprego e renda, mobiliza sectores da economia e influencia os mercados imobiliário e de bens e serviços. Com base nessas considerações, o presente trabalho justifica-se, de entre outras, pelas seguintes razões: - Pertinência e atualidade do tema, anivel académico e cientifico; - Necessidade pessoal em aplicar e aprofundar os conhecimentos adquiridos, a esse respeito, durante a parte curricular do curso; - Por ser de extrema importância a compreensão do credito habitacão no Banco Comercial Do Atlântico; e - Por Constituir um dos requisitos a obtenção do grau de licenciatura em Economia e Gestão. 1.3 Pergunta de partida Para a realização deste trabalho, formulou-se a seguinte pergunta de partida: Como se desenvolve o processo da concessão do crédito á habitação no Banco Comercial do Atlântico? 1.4 Objetivos do trabalho Objetivo geral Este trabalho tem por objetivo geral analisar o processo da concessão do crédito á habitação pelo Banco Comercial do Atlântico. 17

Objetivos específicos Este trabalho tem, entre outros, os seguintes objetivos: Conhecer os procedimentos de contratação do crédito para habitação por essa instituição financeira; Compreender as garantias exigidas, pelo Banco Comercial do Atlântico, para obtenção de um crédito à habitação; Inteirar-se dos tipos de taxas de juros aplicadas no crédito à habitação pelo Banco Comercial do Atlântico. Conhecer os pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades da instituição, especialmente no que concerne ao crédito à habitação e, Propor sugestões que contribuam para a melhoria das condições do crédito á habitação aplicadas por essa istituição. 1.5 Estrutura do trabalho O presente trabalho encontra-se organizado, para além das partes pré-textuais e pós-textuais, nos seguintes capítulos: Capítulo 1, Abordagem teórica e metodológica, com realce para apresentação de conceitos, a fundamentação teórica e a metodologia aplicada para a realização do estudo. Capítulo 2, Crédito à habitação em Cabo Verde, onde fez-se o enquadramento geral e legal, do crédito a habitação, apresenta-se ainda um breve panorama da procura e oferta do crédito à habitação em Cabo Verde, bem como a importância deste tipo de crédito para a economia. Capítulo 3, Estudo de caso, entre outros aspectos, o processo de concessão do crédito à habitação no BCA, os pontos fortes e fracos da instituição assim como ameaças e oportunidades relativas à matéria em apreço tendo como base a análise Os relatórios e Contas desta instituição, e ainda as sugestões para a melhoria do crédito á habitação em Cabo Verde com enfoque para o Banco Comercial Do atlantico. 18

Capítulo I: Abordagem teórica e metodológica 1. Referencial teórico 1.1 Origem de crédito O crédito tem a sua origem nas eras remotas, desde a antiguidade já havia que se traduzia na confiança que uma pessoa tinha noutra em emprestar um bem ou qualquer coisa com o objetivo de no futuro receber esse bem e mais qualquer coisa que pode ser considerado uma mais-valia pelo empréstimo concedido. Na visão de Cabido (1999), o crédito tem a sua origem etimológica no termo latino credere que significa acreditar ou confiar. Sendo assim pode-se afirmar que a confiança constitui á partida um elemento base e fundamental em toda e qualquer operação de crédito. A origem do crédito é muito antiga e quase que remota aos primórdios da civilização, este início no fundamento da simples promessa de pagamento, na base do qual se efetuavam por exemplo vendas de escravos. A sua prática apoiava-se numa espécie de código de honra que se estendeu ao longo dos tempos. Mais tarde com o aparecimento dos primeiros bancos e a criação da letra de câmbio que se inicia o arranque imparável da função universal do crédito nas múltiplas formas e função que, entretanto vai assumindo ao longo da história do desenvolvimento dos povos e das suas relações. 19

Até que principalmente depois da última grande guerra, o crédito enraizando nas relações nacionais e internacionais, passando a assumir como um dos mais poderosos vetores, de vital importância, no desenvolvimento socioeconómico. Ganhou então um estatuto privilegiado, relevante e imprescindível entre todos os agentes económicos. Por isso e desde, então, tem vindo a ser progressivamente desenvolvido e modernizado com novas praticas, sofisticados técnicos e poderosos equipamentos face às necessidades cada vez mais exigentes e complexas de camada da população sempre mais vastos e mercados mais diversos. Também um crescente e cada vez mais diversificado conjunto de novos instrumentos de crédito, como veremos, vem caracterizando a evolução do crédito na geração mais recente. 1.2 Conceitos de Crédito Segundo ISGB (2003), Crédito é um ato de troca económica em que alguém- o credor- realiza uma prestação em dinheiro ou em espécie, em determinado momento, a favor de outrem- o devedor e aceita o risco de a respetiva contraprestação ser deferida para um momento ou momentos posteriores, confiando no cumprimento pontual da promessa de reembolso feita pelo devedor, e recebendo um juros como compensação. Para Instituto de Formação Bancária (2002), a palavra crédito significa a confiança que nos inspiram as boas qualidades de uma pessoa ou a veracidade de uma coisa, boa reputação, boa formam. Influência, favor, valimento, consideração. Autoridade valia, importância, confiança na probabilidade e solvabilidade de alguém. Direito de se receber o que se emprestou, quantia a que corresponde esse direito. Na visão de Cabido (1999), o crédito é um contrato bilateral em que uma das partes empresta a outra que pede emprestado e promete pagar em certo tempo acordado. 20

1.3 Fontes de crédito Desde os primórdios da civilização, a concentração e a concessão de empréstimo em dinheiro foram aspetos das questões financeiras. Hoje em dia, existem inúmeras fontes de crédito á disposição dos consumidores, de empresas, do governo enfim. Estes agentes procuram as instituições financeiras, empresas de seguro, cooperativas de crédito como fonte e financiamento. Segundo Pina (2012), as grandes empresas com excelente classificação de crédito contraem empréstimos entre si emitindo notas promissórias de curto prazo, sem garantia. Estas são conhecidas como papéis comerciais, mas na diversidade de fontes de financiamento o banco destaca-se como força dominante no mercado, pois todos os anos verificam um aumento de empréstimo solicitados ao banco em relação a qualquer outra fonte. Os bancos não se tornaram uma das maiores fontes de empréstimos só e simplesmente porque são obrigados a conceder créditos de acordo com a definição jurídica do banco, mas sim concedem porque os empréstimos constituem a sua maior fonte de receita. Normalmente, a maior parte dos rendimentos anuais de um banco resulta de juros sobre empréstimos. Além disso, os empréstimos atendem o papel tradicional do banco, de atendimento aos seus clientes e sociedade em geral. De acordo com os serviços plenos internos, os bancos concedem crédito em muitas modalidades a todos os segmentos de mercado, desde que possuem condições para a sua obtenção. Há empréstimos bancários para responder às insuficiências das grandes e pequenas empresas, do governo e dos consumidores pois estes são grandes tomadores de fundos. A capacidade do banco em responder a essas necessidades é vital para o desenvolvimento da economia de qualquer país. 21

1.4 Tipos de Crédito Em qualquer economia pode-se encontrar dois tipos de crédito: Crédito Publico e Crédito Privado Além da Banca as entidades envolvidas no crédito são: os particulares, as empresas e o Estado, considerando todos os organismos centrais e locais, empresas públicas, Camaras Municipais e organismos financeiramente autónomo, podendo o crédito ser considerado então como crédito público e privado 1. O crédito público representa a dívida do Estado ou seja a divida publica. Este tipo de crédito ocorre quando o Estado, realiza operações financeiras para obter uma receita, actuando em sentido lato, como uma entidade devedora, disposto para o efeito, das poupanças das familias ou das empresas para fins especificos, atraves da emissao de titulos denominados de dívida pública (BTs, OTs), que concedem o direito á restituição aos seus subscritores, num prazo determinado, do capital e de juros. Por sua vez o crédito privado representa o tipo de crédito que se efectua entre as restantes pessoas juridicas e ao qual podem também recorrer o estado e outras pessoas colectivas. Conforme as entidades que recorem ao crédito privado, estes pode adoptar a forma de: Crédito Comercial, traduz no tipo de crédito praticado entre os agentes económicos, fundamentalmente entre produtores, e consumidores. A finalidade desse tipo de crédito é o aumento das vendas através do alargamento do prazo de pagamento do bem ou serviços transacionado. Nos mercados concorrências, especialmente nas sociedades de consumo, uma das modalidades de crédito comercial generalizada. Crédito Bancário, este tipo de crédito, consiste numa operação, em que o Banco se coloca á disposição de cliente um determinado montante e este compromete a reembolsar numa data fixada antecipadamente, acrescido dos juros previamente combinados. Ele poderá tomar a forma de crédito direto, caso em que o banco coloca fundos á disposição de clientes, empresas ou particulares, como por exemplo, desconto de letras, de livranças e abertura de crédito através de conta corrente ou de empréstimo, ou de crédito que não assuma 1 Disponível em http://www.iujc..pt/compr/15crédito.htm,consultado em 08/11/13 22

compromisso. É o caso de garantias bancárias, avais ou aceites bancários (Soares Fernando,2009, pág 17). Ao falar de crédito bancário vem logo em mente o crédito á habitação. Crédito à habitação é o crédito concedido pelas instituições de crédito para aquisição, construção, beneficiação, recuperação ou ampliação de casa própria para habitação permanente ou para arrendamento (BCV, 2013:5). 1.5 Elementos Caracterizadores de crédito Bancário Em qualquer operação de crédito bancário, são identificados seis elementos definidores do crédito. - Montantes; - Finalidade; - Prazo; - Taxas de Juros; - Risco e - Garantias. Esses elementos estão intimamente interligados e a sua análise é de extrema importância para a actividade créditicia dos bancos, sendo que o processo de análise de crédito passa por esses elementos. Montante Equivale á importância do capital emprestada, ou seja ao valor que vai ser posto á disposição do cliente. De acordo com o manual de Instituto Superior de Gestão Bancária (2003), o montante do crédito deve ser fundamentado por necessidade efectiva e limitado a essas necessidades, sem abrir possibilidade a excessos que poderá,originar prejuizos, na medida em que se o empréstimo for inferior aos projectos do cliente, o negócio fica além da expectativa e se for em excesso pode resultar em aplicação não rentável. Quando se trata de crédito ao investimento, normalmente não se concede 100% do valor do serviço ou objeto que constituem a finalidade do pedido do cliente, evitando que o banco corra todos os riscos. Este pode ser concedido a 100% quando, trata-se de uma empresa com vários anos no mercado e que apresenta uma estrutura solidificada. No que concerne a crédito 23

a particulares, são definidos antecipadamente os montantes máximos e mínimos para cada tipo de empréstimo, podendo estes variarem de acordo com a finalidade do crédito. (ISGB,2003). Finalidade A finalidade do crédito representa o fim para o qual vai ser utilizado o montante solicitado pelo cliente. É de extrema importância que o banco saiba para que finalidade o cliente pretende utilizar o dinheiro solicitado, de modo a assegurar que o objetivo para o qual o dinheiro vai ser utilizado é legal e que não existem restrições por parte das autoridades monetárias, e também, para poder analisar se o objetivos do crédito solicitado vai de encontro á política de crédito definida pelo banco. Esses interesses do banco têm como objetivos, salvaguardar a legalidade da qualidade da carteira de crédito. (ISGB,2003). Prazo O prazo representa, o espaço de tempo que decorre entre a data em que é concedido o empréstimo e a data é reembolsado o bem emprestado. O tempo envolve a ideia de que a concessão do crédito nunca se coincide com o seu reembolso, logo quando maior for o prazo concedido, maior terá que ser a confiança do credor no devedor. De acordo com Cotta Alain, o prazo de pagamento é a primeira característica do crédito, constituído o ativo financeiro remetido pelo devedor ao credor, em contrapartida da moeda que recebe, um compromisso de reembolsar a divida numa certa data. ( COTTA. Alain, 1976). Constatámos que as operações de crédito relacionado com o prazo classificam-se em: Crédito de curto prazo- quando o reembolso da dívida tem um prazo até um ano após a contratação do empréstimo. Crédito de médio prazo- quando o reembolso for maior que um ano e até cinco anos. Crédito de longo prazo- quando o reembolso da dívida for para um periodo superior a cinco anos. Este prazo é definido de acordo com a capacidade do cliente, com a finalidade do crédito, com a existência ou não de garantias acessórias No caso das operações de investimentos de médio e longo prazo, o prazo total da operacao é dividido em três períodos destintos: 24

Período de utilização de fundos- corresponde ao período em que o banco coloca á disposição do mutuário a quantia acordada, e parte não utilizada o banco comissões; Período de carência ou deferimento- decorre quando o mutuário paga apenas os juros, excluindo o capital; Período de amortização é o período em que já se começa a fazer face ao serviço da divida, portanto é a fase em que deverá gerar meios suficientes para reembolsar o empréstimo, o cliente paga os juros e o capital emprestado. Taxas de Juros Os juros representa a compensação pelo tempo de espera e pelo risco de não cumprimento, quando maior é o prazo de pagamento, maior é o risco e por conseguinte maior é a taxa de juros. De acordo com Mateus José Alves, Juros é a remuneração a que tem direito o credor pela cedência temporária do usufruto de um capital (dinheiro, equipamento, bem móvel ou imóvel, etc..) podendo concluir que os juros é uma função do capital aplicado e do tempo da aplicação. (Mateus José Alves, 1999). A taxa de juros representa, o preço pago pelas entidades que necessitam de crédito de modo a garantirem o acesso aos fundos de que necessitam. Estas afiguram-se como o elemento básico das operações de crédito bancário. Na convicção de Saias, Luis para além da taxa de inflação, a taxa de juro é influenciada por outros fatores tais como: - O risco de crédito apresentado pelo mutuário (sua solidez financeira e patrimonial); - Outros riscos da operação como por exemplo, o rico da taxa de juro e o risco de liquidez; - A dimensão da operação; - O profissionalismo e sofisticação do mutuário ( sua capacidade de negociação); - A natureza da operação como por exemplo, crédito ao investimento ou ao consumo; - O prazo da operação. (Saias, Luis, et, al,1998). As taxas de juros podem ser: - Taxas de Juros nominal; 25

- Taxas de Juro efetiva; - Taxas de JurosVariavel/ Indexada; - Taxas de Juros Fixa. Taxas de juro nominal é aquela que é contratada na concessão de crédito, ou seja é a txa que é declarda ao cliente, e é sobre esta que são calculados os juros do empréstimo. Uma taxa é, nominal, se a taxa efetiva reportada ao período de capitalização 2 lhe for proporcional, coincidindo esta proporção com a sequência de capitalização (ISGB,2003, pág 1.27). Taxas de juro efectiva é aquela que o bano efectivamente pratica, que resulta da relação entre os juros pagos e o capital utilizado num determinado prazo, ou seja, é aquela que resulta do processo de capitalização de juros. È conhecida por ser a taxa contratual e serve de base para o calculo dos juros a crescer ao montante máximo de capital e acessórios, que pretendem salvaguardar os interesses do banco no caso do imcumprimento do ontrato pelo cliente. Taxas de juros Variavel Indexada são aquelas que podem variar de acordo com as situações, aquelas que são revistas periodicamente em função do indexante3 que lhes está subjacente. Geralmente, estas taxas, é acrescida um Spread 4 que é variável de instituição para instituição, o que significa que, por exemplo, um empréstimo que é indexado á Euribor5 a 6 meses, a taxa de juro irá variar de seis em seis meses, em função do valor da euribor mais o respectivo spread(isgb,2003, pág 9.5). Taxas de juros fixa é aquela que mantem inalterado durante toda a vida da operação, ou seja, aquela que não sofre alteração. Risco O rico se traduz na impossibilidade de saber o futuro, ou seja, a probabilidade de, por acaso, no determinado prazo acordado não seja cumprida a promessa de pagamento. Assim por 2 Capitalização é o processo de acumulação de juros ao capital inicial (ISGB,2003, pág. 1.4). 3 O Indexante é o índice de referência do mercado monetário, cuja forma de cálculo é previamente convencionada, estando o seu valor sujeito a modificação por efeito de alteração do valor do índice de referência, em periodicidade que deve ser coincidente com o respectivo prazo de cotação (BCV, 2013:9). 4 O Spread Bancário é um valor percentual que os bancos aplicam a uma taxa de referência e que pode ser considerado como a margem de lucro do banco (BCV, 2013: 9). 5 A Euribor (Euro Interbank Offered Rate) é um indexante que se baseia nas taxas praticadas pelos bancos na compra e venda de euros entre si. 26

maior que seja a confiança que o banco deposite no devedor, tem sempre presente a incerteza de que o devedor salde seus compromissos na data planeada. Conforme o manual de Instituto Superior de Gestão Bancária(2003), o banco deverá estar consciente de que uma operação será sadia para ele, na medida que for sã para o próprio cliente. Portanto o banco terá que examinar e ponderar se o cliente tem capacidade para gerir os seus negócios e atingir os objetivos propostos, de modo a avaliar o risco de devedor ter capacidade ou não de assunção do crédito. Na avaliação do risco do crédito em relação á capacidades dos clientes, à que distinguir os seguintes tipos de risco: - Risco geral que deriva da situação conjuntural interna ou externa do país, podemos exemplificar como; catástrofe natural, crise económica, etc. - Risco no ramo de atividade ou profissional- que resulta da conjuntura do sector da atividade económica em que se encontra o devedor. Temos como por exemplo: escassez de matériasprimas, mudanças tecnológicas, inflação, diversificação dos produtos, etc. - Risco particular ou pessoal de um cliente- que resulta das virtudes de devedor. Como por exemplo: poder de compra, a sua capacidade financeira em honrar os compromissos, etc. Garantias Para recuperar o crédito, em alguns casos o banco solicita uma garantia ao mutuário. Porém, existe dois tipos de garantias: - Intrínsecas aquelas provenientes da lei do banco; - Acessórias são aquelas adquiridas como segurança adicional. As garantias acessórias impostas por parte do banco podem assumir a forma de: - Hipoteca; - Penhor mercantil; - Aval; 27