CORROSÃO PELO CO 2 EM MEIOS AQUOSOS DE AÇO CARBONO, AÇO BAIXA LIGA COM 1% DE Cr, AÇO INOXIDÁVEL 13%Cr E AÇO INOXIDÁVEL 13%Cr-5%Ni-2%Mo

Documentos relacionados
EFEITO DA ADIÇÃO DE TIOSSULFATO DE SÓDIO NA CORROSÃO LOCALIZADA DE UM AÇO INOXIDÁVEL SUPERMARTENSÍTICO*

SELEÇÃO DE INIBIDORES PARA FLUIDOS DE COMPLETAÇÃO ( PACKER FLUIDS )

INFLUENCIA DA MICROESTRUTURA DE AÇOS API NA FORMAÇÃO DE BIOFILMES

PRÉ-SELEÇÃO DE INIBIDORES PARA DUTOS DE PRODUÇÃO COM APLICAÇÂO DE TÉCNICA ELETROQUÍMICA E GRAVIMÉTRICA

AVALIAÇÃO DA CORROSÃO INTERNA DE UM DUTO DE GÁS NATURAL. Jussara de Mello Silva Telma Villela Eduardo Cavalcanti Instituto Nacional de Tecnologia

Keywords: stainless steel, pitting corrosion, ph, chloride ion, electrochemical tests

Márcio Fernando Thomas¹, Fabio dos Santos Silva¹, Valter Florencio¹, Wilson José Biguetti¹, Emmanuelle Sa Freitas¹, ²

Ednilton Alves Pereira

Keywords: AISI 316 steel, Electrochemical corrosion, Electrochemical polarization spectroscopy

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO USO DO IMIDAZOL COMO INIBIDOR DE CORROSÃO DO AÇO 420-R.

Índice. Agradecimentos... Prefácio da Edição Revisada... Prefácio...

EFEITO DO ph NA CORROSÃO E PERMEAÇÃO DE HIDROGÊNIO EM AÇO CARBONO EM PRESENÇA DE ÁGUA ÁCIDA DESAERADA. Magda Martins Vieira UFRJ/COPPE


CORROSÃO DO AÇO MÉDIO CARBONO DE REVESTIMENTO DE POÇOS DE PETRÓLEO EM MEIO SALINO E CO 2 SUPERCRÍTICO

ANÁLISE DA TAXA DE CORROSÃO DOS AÇOS ESTRUTURAIS DE ALTA RESISTÊNCIA HARDOX 450 E HARDOX 500 EM MEIOS ÁCIDO, BÁSICO E NEUTRO

Corrosão por Cloreto em Aços Inoxidáveis Duplex (AID s)

NOVOS AÇOS ESTRUTURAIS DE ELEVADA RESISTÊNCIA À CORROSÃO MARINHA

PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

5 Resultados Caracterização Microestrutural


PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

Seleção de Ligas Resistentes à Corrosão (CRAs) para Equipamentos Submarinos. Gustavo Brandolin

PHYWELD 625. The World Specialist in Nickel Based Alloy Wire

Desenvolvimento de um método

ESTUDO DO PROCESSO DE CORROSÃO DE AÇO CARBONO EXPOSTO A MISTURAS DE PETRÓLEO E ÁGUAS SALINAS

Laboratório de Química dos Elementos QUI

ESTUDO DA CORROSÃO DO Al RECICLADO DA INDÚSTRIA DE BEBIDAS


O Papel das LRCs - Ligas Resistentes a Corrosão contendo Níquel no Pré-Sal. Celso A. Barbosa Comitê do Níquel- ICZ

FORMAÇÃO DA CAMADA DE CARBONATO DE FERRO (FeCO 3 ) NA CORROSÃO COM DIÓXIDO DE CARBONO (CO 2 )

4 Resultados Metal de base Temperatura ambiente. (a)

INSTRUMEMACÀO E COSTROLE CE PROCESSOS. MEDIÇÃO DE ph. A medição de ph permite determinar o grau de acidez ou alcalinidade de uma solução.

Corrosão Metálica. Introdução. O que é corrosão? Classificação dos processos de corrosão. Principais tipos de corrosão

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL E DE CORROSÃO DO AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX. Moisés Alves Marcelino Neto e Ana Vládia Cabral Sobral

5 MATERIAIS E MÉTODOS

Rolamentos com uma fileira de esferas de contato radial de aço inoxidável. Guia / Lista de argumentos técnicos

CORROSÃO ATMOSFÉRICA. É extremamente dependente das condições no local de exposição.

Raquel Guimarães Lang 1, Caroline Cruz Cézar Machado¹, Paula Marques Pestana¹, Felipe Bertelli¹, Emmanuelle Sá Freitas 1, 2

PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

Aços Inoxidáveis Duplex: Características, aplicação na indústria de Óleo & Gás e soldabilidade

Estudo experimental dos tipos de corrosão em metais sob condições salinas

T.R.S.A. Rodrigues, E.M. da Costa, J.B. Marcolino, M.K. de Moraes RESUMO

CORROSÃO DO MONEL EM SISTEMA DE TOPO DE TORRE DE DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INIBIDORES DE CORROSÃO EM PACKER FLUIDS

3 Material e Procedimento Experimental

PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

COTEQ APLICAÇÃO DE TÉCNICAS E TECNOLOGIA AVANÇADA NA INSPEÇÃO DE TUBOS POR CORRENTES PARASITAS Mauro Araujo 1, Arilson Silva 2

TANINO COMO AGENTE INIBIDOR DO PROCESSO CORROSIVO

Química. Xandão (Renan Micha) Soluções

AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE DE CORROSÃO SOB TENSÃO (CST) EM DUTO SUJEITO À MOVIMENTAÇÃO DE SOLO

GERAÇÃO DE DIAGRAMA TTP DE FORMAÇÃO DE CARBONETOS DE CROMO EM AÇO INOXIDÁVEL AUSTENÍTICO TIPO 316 USANDO O DICTRA

ANÁLISE DE CARBONATAÇÃO E CORROSÃO DE AÇO EM CONCRETO AUTOADENSÁVEL

REVESTIMENTOS NANOESTRUTURADOS COM PROPRIEDADES ANTICORROSIVAS

Conceitos de metalurgia física de aços inoxidáveis austeno-ferríticos para evitar problemas em serviço

3 Materiais e métodos

AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DE ÁGUA GELADA EM AMBIENTE INDUSTRIAL. para contato:

CORROSÃO DE AÇO CARBONO PARA DUTOS EM ÁGUAS NATURAIS

LISTA DE EXERCÍCIOS 1

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS UTILIZADOS COMO REVESTIMENTOS DE TORRES DE DESTILAÇÃO DE PETRÓLEO

SISTEMA DE PROTEÇÃO LÍQUIDA DESENGRAXANTE PARA MULTIMETÁLICOS

Observe o gráfico, cujas curvas representam as variações das massas desses radioisótopos ao longo das duas horas de duração do experimento.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM QUÍMICA. Exame de Seleção para o Mestrado em Química-2011.

ESTUDO COMPARATIVO DE SOLUÇÕES EMPREGADAS COMO OXIDANTES EM ENSAIOS DE PERMEAÇÃO DE HIDROGÊNIO PELA TÉCNICA DE DEVANATHAN

Aço Inoxidável Ferrítico ACE P444A

ANÁLISE DA SENSITIZAÇÃO DE JUNTAS SOLDADAS DE AÇO INOXIDÁVEL FERRÍTICO E AÇO CARBONO COM SOLDA DE ARAME TUBULAR MONOESTABILIZADO E BIESTABILIZADO

EXPERIÊNCIA 04: DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE LÍQUIDOS E SÓLIDOS

5º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

O processo de seleção de uma bomba para uma determinada aplicação é composto das seguintes fases : 1. Seleção do tipo de bomba

Experimento 1: Efeito do íon comum equilíbrio de ionização da amônia

DISPOSITIVO PARA AVALIAÇÃO DA PROFUNDIDADE DE CORROSÃO LOCALIZADA POR INSPEÇÃO RADIOGRÁFICA

Experiência 7. PREPARO DE SOLUÇÃO A PARTIR DE SUBSTÂNCIAS SÓLIDAS, LIQUIDAS E DE SOLUÇÃO CONCENTRADA

ANÁLISE DOS EFEITOS DA CORROSÃO EM ELETRODO DE ATERRAMENTO ELÉTRICO COBREADO RESUMO

Características. Fundamentos. Histórico SOLDAGEM COM ARAME TUBULAR

Martha Tussolini et al. Estudo do comportamento eletroquímico de azóis para o aço inoxidável AISI 430 em H 2 SO 4. 1 mol L -1

INIBIDORES DE CORROSÃO PARA DUTOS COM TRANSPORTE DE DERIVADOS : FORMAS DE AVALIAÇÃO E CRITÉRIOS

Prática 10 Determinação da constante de equilíbrio entre íons Fe 3+ e SCN -

Corrosão e degradação de materiais. Modificação aparência. Interação Comprometimento pp mecânicas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ HELLEN CRISTIANE NUNES DOMINGUES

LL-SAL DE SELAGEM NF

Noções sobre Classificação AISI* para Aços Inoxidáveis

Seleção de Materiais

Palavras - Chave: Incrustação; Carbonato de Cálcio; Substâncias Químicas; Concentrações. 1. INTRODUÇÃO

ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS DE VASOS DE PRESSÃO

1. RESUMO 2. INTRODUÇÃO

Estudo das taxas de corrosão dos aços estruturais de alta resistência HARDOX 450 e HARDOX 500 em solução de ácido sulfúrico (H 2 SO 4 )

AVALIAÇÃO DO EFEITO DE MEMÓRIA DE FORMA E DA RESISTÊNCIA À CORROSÃO DE LIGA Fe-Mn-Si-Cr-Ni COM BAIXO TEOR DE Mn

AÇOS INOXIDÁVEIS considerações sobre estampagem

Nº Esquemas de pintura de proteção anticorrosiva para condições especiais de exposição

Figura 5. Barras de aço rápido ABNT M2 após a usinagem.

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO CORROSIVO DA FASE AQUOSA DO BIO-ÓLEO OBTIDO POR PROCESSO DE PIRÓLISE DA CASCA DE ARROZ

DESEMPENHO DO AÇO API L80 FRENTE À CORROSÃO POR CO2 EM MEIO SIMILAR AO PRÉ-SAL

Estequiometria Folha 04 Prof.: João Roberto Mazzei

Efeito da Concentração do Fluoreto sobre o Comportamento Eletroquímico do Ti e da liga Ti6Al4V em Tampões Citrato

QUÍMICA FARMACÊUTICA II

Aço Inoxidável Ferrítico com 11% de Cromo para Construção Soldada. Columbus Stainless. Nome X2CrNil2. Elementos C Mn Si Cr Ni N P S

RELEVÂNCIA DA METODOLOGIA EXPERIMENTAL PARA ESTIMATIVA DE TAXA DE CORROSÃO DE AÇO CARBONO A PARTIR DE ENSAIOS DE IMERSÃO. Bryan de Barros Soares

Química Analítica I Tratamento dos dados analíticos Soluções analíticas

MONITORAÇÃO DA CORROSÃO INTERNA DE DUTOS PROCEDIMENTOS, TÉCNICAS E INCERTEZAS

ESTUDO DO EFEITO DA TEMPERATURA DO BANHO NA ELETRODEPOSIÇÃO DA LIGA Fe-Mo

Química Fascículo 06 Elisabeth Pontes Araújo Elizabeth Loureiro Zink José Ricardo Lemes de Almeida

Transcrição:

CORROSÃO PELO CO 2 EM MEIOS AQUOSOS DE AÇO CARBONO, AÇO BAIXA LIGA COM 1% DE Cr, AÇO INOXIDÁVEL 13%Cr E AÇO INOXIDÁVEL 13%Cr-5%Ni-2%Mo Carlos J. B. M. Joia CENPES/TMEC Rogaciano M. Moreira, César V. Franco DQI/UFSC Eduardo M. Cardoso, Oscar R. Mattos COPPE/UFRJ Flávio D. Moraes, Benicio C. Barbosa UNI-RIO/ST/EP, ATP-ABL/SMS 6 COTEQ Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos 22 CONBRASCORR Congresso Brasileiro de Corrosão Salvador Bahia 19 a 21 de agosto de 2002 As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade dos autores.

SINÓPSE A produção de petróleo expõe os materiais ao contato com meios aquosos corrosivos que eventualmente podem causar a falha dos componentes. Nestes ambientes a forma e a taxa da corrosão encontrada é influenciada, entre outros fatores, pelas pressões parciais de CO 2 e H 2 S, pelas concentrações dos íons bicarbonato e acetato presentes, pela temperatura, pelo ph e pelo teor de cloreto existente na água. Os íons cloreto, de um modo geral, estão relacionados com a ocorrência de corrosão localizada. O conhecimento das condições corrosivas existentes e a seleção adequada dos materiais é portanto fundamental para se garantir o sucesso na operação das unidades de produção e transporte de petróleo. Os resultados dos ensaios realizados indicaram que o aço com 1Cr pode ter uma taxa de corrosão generalizada até 30% inferior à do aço carbono convencional, embora seja mais propenso à ocorrência de corrosão localizada. Os aços 13Cr e 13Cr-5Ni-2Mo apresentaram taxas de corrosão muito inferiores às do aço carbono, podendo ser usados em temperaturas de até 175 C e, no caso do aço com Mo e Ni, em concentrações de cloreto superiores a 50 000 ppm. Palavras Chaves: Dióxido de Carbono, Aço Inoxidável, Tampão Acetato.

1. INTRODUÇÃO A corrosão pelo CO 2 e pelo H 2 S tem sido responsável por numerosas falhas na área de produção e transporte de petróleo. Em inúmeros casos os materiais são especificados sem que sejam conhecidas ou levadas em consideração as condições corrosivas a que estarão submetidos, como o ph da água, os teores de bicarbonato, acetato e cloretos e a pressão parcial dos gases ácidos e mesmo a temperatura Não é portanto fora do comum a ocorrência de taxas de corrosão no aço carbono da ordem de 1 a 10 mm/ano, assim como a ocorrência de corrosão localizada, pites, em aços inoxidáveis, decorrentes da presença de cloretos. O conhecimento das condições corrosivas e a seleção adequada dos materiais podem minimizar ou mesmo eliminar os casos de falha. Neste trabalho são apresentados os resultados de ensaios de corrosão realizados a fim de se determinar as condições de contorno para o uso de aço carbono, aço baixa liga com 1% de adição de Cr, aço inoxidável martensítico 13Cr e aço inoxidável martensítico 13Cr-5Ni-2Mo. 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Os corpos de prova foram preparados no formato tubular com comprimento de 55 mm, diâmetro externo de 6.35 mm e diâmetro interno de 4.57mm a partir de tubos recebidos. A composição química dos materiais está apresentada na Tabela 1. Após a usinagem os corpos de prova foram limpos, desengraxados com acetona, secos ao ar comprimido e pesados com precisão de 10-4 g. Tabela 1: Composição Química dos Aços. Elementos Aço C Aço C 1% Cr 13Cr 13Cr-5Ni-2Mo C 0,280 0,250 0.13 0.03 Mn 1,220 0,860 0.71 0.47 P 0,016 0,014 0.021 0.021 S 0,002 0,002 0.001 0.002 Si 0,280 0,280 0.32 0.24 Ni 0,010 0,010 0.12 4.59 Cr 0,000 0,850 14.03 13.10 Mo 0,110 0,130 0.001 1.91 Cu 0,000 0,005 0.005 0.035 Após a pesagem, os corpos de prova foram montados em células eletroquímnicas apropriadas para ensaios em condições de fluxo e, também, em um autoclave de 2 litros para os ensaios em condições estagnadas. A célula para condições de fluxo e o autoclave fazem parte de um sistema, ilustrado na Figura 1, composto de bombona de

alimentação de produto, bomba dosadora, bomba de circulação, autoclave de teste, célula de ensaio em fluxo. Após a montagem dos corpos de prova, todo o sistema foi desaerado e então a solução, já desaerada, foi bombeada para o circuito de teste. A solução aquosa foi preparada a partir de água destilada com a adição de 115 000 ppm de cloreto e 20.894 g/l de acetato e em seguida acidificada com ácido clorídrico até ph 4,0. Após a desaeração, o sistema foi aquecido a 80 C e pressurizado com CO 2 na pressão de teste. Os ensaios dos corpos de prova de aço carbono foram realizados a 80 C enquanto os ensaios dos corpos de prova de aço inoxidável foram realizados a 80 C, 120 C, 150 C e 175 C. Nos ensaios com os aços inoxidáveis o sistema foi pressurizado com CO 2 ou ainda com misturas de CO 2 /H 2 S, de acordo com as condições de teste. O ph do sistema foi então medido e iniciados os ensaios eletroquímicos. Figura 1: LOOP de testes de corrosão. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados de taxa de corrosão dos ensaios com os corpos de prova de aço carbono e aço baixa liga com 1% de Cr foram calculados através de ensaios eletroquímicos, utilizando-se a fórmula definida na equação 1. Os valores de resistência à polarização necessários para o cálculo da taxa de corrosão foram obtidos de ensaios de impedância eletroquímica e estão apresentados na Figura 2.

Taxa de Corrosão = (K x M x B) /(n x ρ x Rp) equação 1 em que: K = 3272 M = 55.8 n = 2 ρ = 7.87 g/cm 2 B = βa x βc /[2.3 (βa + βc)} βa = βc = 0.12 V/decada Rp = resistência à polarização em ohms x cm 2 3.1. Aço Carbono e Aço Baixa Liga com 1% de Cr Na Figura 3 estão apresentadas as taxas de corrosão encontradas, a partir dos ensaios eletroquímicos, nos corpos de prova de aço carbono e aço baixa liga com 1% de Cr para as diversas condições de ensaio. Optou-se pela medição da taxa de corrosão a partir dos ensaios eletroquímicos pois, em função das altas taxas de corrosão encontradas, houve evolução do ph do meio, o que reduziu a agressividade do processo corrosivo. Esta redução de agressividade pode ser avaliada com o aumento do Rp após as primeiras horas de ensaio, em função do aumento do ph. Nas Figuras 4 a 9 estão apresentadas as fotografias de corpos de prova após o ensaio. 1000 pco 2 x Rp[w=0] final(eis) Rp (ohms.cm 2 ) 100 C-Mn 1% Cr T = 80 C Cloretos = 116 000 ppm ph = 4.9 y = 1330.4x -0.981 R 2 = 0.9901 10 y = 571.28x -0.9318 R 2 = 0.9862 0 5 10 15 20 25 30 pco 2 (psia) Figura 2: Avaliação do parâmetro Rp, obtido pela técnica de Espectroscopia de Impedância Eletroquímica, segundo a variação do teor de CO 2 dissolvido no meio.

Taxa de Corrosão ph = 4.9, T = 80 C, Cloretos = 115 000 ppm Taxa de Corrosão (mm/ano) 100 10 1 0.1 y = 0.4198x 1.0688 R 2 = 0.9907 Aço Carbono y = 0.2047x 1.0255 R 2 = 0.9941 0 5 10 15 20 25 30 Pressão Parcial de CO2(psia) Aço Baixa Liga - 1%Cr Figura 3: Avaliação da taxa de Corrosão, obtida por perda de massa, segundo a variação do teor de CO 2 dissolvido no meio. Figura 4 Figura 5 Aço 1Cr pco2 = 3.5 psia Aço C pco2 = 3.5 psia

Figura 6 Figura 7 Aço 1Cr pco2 = 12 psia Aço C pco2 = 12 psia Figura 8 Figura 9 Aço 1Cr pco2 = 26 psia Aço C pco2 = 26 psia Dos resultados das Figuras 3 e 4, observa-se que à 80 C, as taxas de corrosão do aço carbono e do aço baixa liga 1%Cr são elevadas, embora este último seja cerca de 40% menor do que a do aço carbono. As Figuras 5 a 9 parecem entretanto indicar que, embora o aço com 1% de Cr tenha maior resistência à corrosão, é mais propenso à corrosão localizada. Pode-se notar que para a mesma condição de ensaio os alvéolos encontrados no aço baixa liga são sempre mais profundos que os do aço carbono. 3.2. Aço 13Cr e Aço 13Cr-5Ni-2Mo Na Figura 10 estão apresentadas as taxas de corrosão encontradas, a partir dos ensaios de perda de massa, para os corpos de prova de aço 13Cr e 13Cr-5Ni-2Mo para as diversas condições de ensaio. No caso destes aços optou-se pela medição das taxas de corrosão a partir dos dados de perda de massa, pois em função das baixas taxas de corrosão, o ph se manteve inalterado ao longo do ensaio. Observa-se que a partir de

125 C a taxa de corrosão do aço 13Cr se descola da taxa de corrosão do aço 13Cr-5Ni- 2Mo. 10 Taxas de Corrosão para os Aços 13%Cr e 13%Cr-5%Ni-2%Mo ph = 4.5 - cloretos = 115 000 ppm Taxa de Corrosão (mm/y) 1 0.1 0.01 Aço 13%Cr Aço 13%Cr-5%Ni-2%Mo 0.030 0.180 0.070 0.820 0.080 1.5 0.090 0.006 0.001 40 60 80 100 120 140 160 180 200 Figura 10: Avaliação da Taxa de Corrosão, obtida por perda de massa, segundo a variação da temperatura. T ( o C) A análise das Figuras 11 a 14 nos mostra ainda que o aço 13Cr apresenta corrosão localizada na forma de pite, mesmo para a temperatura de 80 C, quando tem uma taxa de corrosão geral baixa, de 0.03 mm/ano. Já o aço 13Cr-5Ni-2Mo somente a 175 C começa a apresentar sinais mais evidentes de corrosão localizada. Figura11 Figura 12 Aço 13 Cr - 80 C Aço 13 Cr - 125 C

Figura 13 Figura 14 Aço 13 Cr - 150 C Aço 13 Cr - 175 C Figura 15 Figura 16 Aço 13Cr-5Ni-2Mo - 80 C Aço 13Cr-5Ni-2Mo - 125 C Figura 17 Figura 18 Aço 13Cr-5Ni-2Mo - 150 C Aço 13Cr-5Ni-2Mo - 175 C

4. CONCLUSÕES Os ensaios de corrosão demonstraram que o aço baixa liga com adição de 1% de Cr pode apresentar uma taxa de corrosão generalizada cerca de 40% inferior à do aço carbono convencional em um ambiente com CO 2 à 80 C. No entanto, o aço 1 % de Cr parece apresentar maior propensão à corrosão localizada em ambiente com CO 2 do que o aço carbono convencional. Os estudos devem ser aprofundados para avaliar a influência da temperatura e do ph no tipo e na taxa de corrosão deste material. Deve também ser avaliada a capacidade dos inibidores de corrosão em proteger este material. O aço inoxidável 13Cr e o aço inoxidável 13Cr-5Ni-2Mo apresentaram comportamentos distintos, com relação à corrosão, quando expostos a um ambiente corrosivo contendo 70 psia de CO 2, 115 000 ppm de cloreto e ph 4.0. O aço inoxidável 13Cr-5Ni-2Mo apresentou baixas taxas de corrosão uniforme às temperaturas de 80 C, 120 C, 150 C e 175 C. À temperatura de 175 C este aço começou a apresentar corrosão localizada na forma de pites. Já o aço 13Cr apresentou corrosão elevada a partir da temperatura de 120 C e corrosão localizada, na forma de pites, mesmo na temperatura de 80 C. 5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1 - CROLET, J. L., and BONIS, M. R., ph measurements in aqueous CO 2 solutions under high pressure and temperature, Corrosion, 39, No 2, pp. 39-46, 1983. DE WAARD, C., and MILLIAMS, Carbonic acid corrosion of steel, Corrosion, 31, No 5, pp. 177-181, 1975. 2 - WEICKOWSKI, A., GHALI, E., SZKLARCZYK, M., and SOBKOWSKI, J., The behavior of iron electrode in CO 2 saturated neutral electrolyte. (1). Electrochemical study, Electrochimica Acta, 28, No 11, pp. 1619-1626, 1983. 3 - DRUGLI, J. D.; ROGNE, T.; SVENNING, M.; AXELSEN, S.; The Effect of Buffered Solutions in Corrosion Testing of Alloyed 13% Cr Martensitic Steels for Mildly Sour Applications, Corrosion 99 586; NACE International 1999. 4 - OKAZAWA, T.; KOBAYASHI, T.; UEDA, M.; KUSHIDA, T.; Development of Super 13Cr Stainless Steel for CO 2 Environment Containing a Small Amount of H 2 S. 5 - CROLET, J.L.; BONIS, M.R.; How to Pressurize Autoclaves for Corrosion Testing under CO 2 and H 2 S Pressure, Corrosion 98 102; NACE International 1998.