Pressão Atmosférica. Capítulo VIII. Objetivos:

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Transcrição:

Pressão Atmosférica Capítulo VIII Objetivos: 1. Conceituar pressão atmosférica; 2. Citar as unidades de pressão mais comuns com suas equivalências; 3. Explicar a origem das variações de pressão atmosférica; 4. Entender os padrões de variação temporal e espacial da pressão; 5. Descrever os instrumentos utilizados na medição da pressão atmosférica. Desenvolvimento: 1. Generalidades 2. Efeito da Altitude 3. Efeito da Temperatura 4. Distribuição Temporal da Pressão Atmosférica 5. Distribuição Espacial Centros de Alta e Baixa Pressão 6. Instrumentos e Medição da Pressão Atmosférica 7. Ajuste da Pressão ao Nível Médio do Mar 8. Conclusões 9. Exercícios Propostos 10. Bibliografia Citada e Recomendada

1. Generalidades Força / Área = Pressão Pressão atmosférica (P atm ): P atm = P N2 + P O2 + P CO2 + P vd + P Ar +... (1) Experiência de Torricelli quantificação da P atm 2. Unidades de Pressão As mais utilizadas unidades de pressão e os correspondentes fatores de conversão são apresentados na Tabela 1. Tabela 1 Unidades de pressão e fatores de conversão. Unidades Fatores multiplicativos para conversão de unidades bar atm mmhg mca Pa psi kpa kgf cm -2 1 bar 1 0,98692 750,062 10,195 100.000 14,504 100 0,98068 1 atm 1,01325 1 760 10,33 101.325 14,696 101,325 1,03327 1 mmhg 1,3332 10-3 1,3158 10-3 1 1,3592 10-2 7,501 10-3 1,9337 10-2 0,1333 1,359 10-3 1 mca 9,8087 10-2 9,6805 10-2 73,5721 1 1,0195 10-4 0,7029 9,8088 0,1000 1 Pa 1,0 10-5 9,8692 10-4 7,5 10-3 9.808,8 1 1,4504 10-4 1,0 10-3 1,02 10-5 1 psi 6,8947 10-2 6,8046 10-2 51,7147 0,7029 6.894,76 1 6,89476 7,03 10-2 1 kpa 1,0 10-2 9,8692 10-6 7,5006 0,10195 1.000 0,1450 1 1,02 10-2 1 kgf cm -2 1,0197 0,9678 735,559 9,9978 98.066,5 14,2234 98,0665 1 Obs.: Outras unidades igualmente importantes são o milibar (mb) e o hectopascal (hpa), esta múltiplo do Pa, em que são válidas as seguintes relações: 1 mb = 0,001 bar e 1 hpa = 100 Pa. Adicionalmente temse que 1 mb = 1 hpa. Exemplo Prático 1) A pressão atmosférica em determinado lugar é 695 mmhg. Expresse este valor em kpa, mca, bar, psi e kgf cm -2. Exemplo Prático 2) Demonstre que 1 mb = 1 hpa. 3. Pressão Absoluta, Atmosférica e Manométrica P Pressão absoluta (P abs ) e a pressão manométrica (P man ) = (2) P abs atm + P man

Pressão absoluta: P abs P man > 0 (pressão) Pressão atmosférica local: P atm P man < 0 (vácuo parcial) Leitura barométrica local (pressão absoluta) Pressão absoluta: P abs Zero absoluto (vácuo completo) Figura 1. Definição e relação entre a pressão absoluta (P abs ), pressão barométrica (P atm ) e pressão manométrica (P man ). (Fonte LIBARDI, 1995). 4. Pressão Atmosférica e os Efeitos da Altitude e Temperatura Temperatura do ar e altitude afetam a P atm 4.1. Efeitos da Altitude A P atm diminui com a altitude Figura 2. Estratificação atmosférica e variação da pressão com a altitude.

A relação matemática mais aceita entre a altitude de um local e a correspondente P atm é dada pela equação 3, segundo JENSEN et al. (1990). Patm 288 0,0065 A = 101,3 288 5,257 (3) ALLEN et al. (1998) recomendaram, para fins de padronização, T o = 20 o C = 293 K, na equação 3, em estudos de evapotranspiração. Patm BURMAN e POCHOP (1994) sugeriram a equação 4, como se segue: =,3 + 0, 01055 A 101 (4) onde P atm (kpa) e A (m). DOORENBOS & PRUITT (1992) recomendaram a equação 5 a seguir: Patm = 6 2 101,3 0,01152 A + 0,544 10 A (5) onde P atm (kpa) e A (m). P atm REICHARDT (1990) utilizou a equação 6 para estimativa de P atm : 101,3 e A 8,4 = (6) onde P atm (kpa) e A (km). Exemplo Prático 3) Considere uma localidade a 2000 m de altitude (dentro da Troposfera). Determine por todos os métodos acima, a pressão atmosférica local. Compare os resultados. 4.2. Efeitos da Temperatura O peso de uma coluna de ar está sujeito a mudanças na temperatura da interface superfícieatmosfera. Quando uma massa de ar se aquece seu volume aumenta, necessitando, portanto de mais espaço. A direção de menor resistência à expansão é para cima, onde P atm é menor. Este é o princípio básico da formação dos ventos. 5. Distribuição Temporal e Espacial da Pressão Atmosférica Como discutido anteriormente, a atmosfera é um sistema dinâmico e por isso a sua pressão varia continuamente no espaço e no tempo, em decorrência do deslocamento de massas de ar tanto na vertical quanto há horizontal. 5.1. Distribuição Temporal Variação diária e anual da P atm

5.2. Distribuição Espacial Centros de Alta e Baixa Pressão Isóbaras linhas que unem locais de mesma P atm. Centros de alta pressão ou anticiclones e centros de baixa pressão ou ciclones. A Figura 2 mostra isóbaras traçadas sobre parte do hemisfério ocidental em duas épocas do ano (julho e janeiro), com a pressão expressa em mb. Figura 2 Distribuição média temporal da pressão (hpa) ao nível médio do mar. (Fonte: VAREJÃO-SILVA, 2001). Exemplo Prático 4) Identificar na Figura 2, alguns centros de alta e baixa pressão. Os centros podem ser móveis ou estacionários. 6. Instrumentos e Medição da Pressão Atmosférica Barômetros e barógrafos

Figura 3 - Barômetro do tipo Kew (esquerda) e Fortin (direita), cujo mecanismo de ajuste da escala ao zero é visto em detalhe. (Fonte: VAREJÃO-SILVA, 2001). Às leituras barométricas normalmente são aplicadas as seguintes correções: Correção de temperatura para ajuste a 0 o C. Correção instrumental objetiva compensar eventuais defeitos de fabricação. Correção de gravidade para contrabalançar a diferença entre o valor local da aceleração da gravidade e aquele usado para confeccionar a escala do instrumento (9,80665 m s 2 ). Pressão atmosférica real = leitura do barômetro após correções. Os barômetros aneróides baseiam-se na deformação que variações da P atm provocam em cápsulas metálicas de paredes onduladas e flexíveis, em cujo interior se faz o vácuo (Figura 5). Figura 4 Esquema de um barômetro aneróide vendo-se a cápsula (A), o sistema de alavancas simplificado (B) e o ponteiro (C). (Fonte: VAREJÃO-SILVA, 2001). Os barógrafos utilizam também cápsulas aneróides como elemento sensível (Figura 5).

Figura 5 Detalhes de um barógrafo mostrando o tambor rotativo (A), a presilha do diafragma (B), o diafragma (C), a haste da pena registradora (D), a pilha de cápsulas aneróides (E) e o sistema de alavancas (F). (Fonte: VAREJÃO-SILVA, 2001). 7. Ajuste da Pressão ao Nível Médio do Mar Pressões atmosféricas de localidades diferentes, geralmente são reduzidas ao nível médio do mar, para efeito de comparação. Tabela 5 Fator de redução da pressão atmosférica real para o nível médio do mar (mmhg). (Fonte: TUBELIS & NASCIMENTO, 1984). Altitude Temperatura do ar ( o C) (m) 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 100 9,11 9,04 8,97 8,91 8,83 8,77 8,71 8,64 8,58 8,51 8,45 200 18,10 17,96 17,83 17,69 17,56 17,42 17,29 17,15 17,02 16,88 16,75 300 26,96 26,76 26,56 25,35 26,51 25,95 25,75 25,55 25,35 25,15 24,95 400 35,70 35,43 35,17 34,90 34,64 34,37 34,11 33,84 33,58 33,31 33,05 500 44,31 43,98 43,65 43,22 43,00 42,67 42,34 42,02 41,69 41,37 41,04 600 52,81 52,42 52,03 51,64 51,25 50,86 50,47 50,09 49,70 49,31 48,92 700 61,19 60,74 60,29 59,85 59,40 58,95 58,50 58,05 57,61 57,16 56,71 800 69,44 68,94 68,43 67,93 67,42 66,92 66,42 65,92 65,41 64,91 64,41 900 77,58 77,02 76,46 75,91 75,35 74,79 74,23 73,68 73,12 72,57 72,01 1000 85,61 85,00 84,39 83,76 83,16 82,55 81,94 81,33 80,72 80,11 79,50 1100 93,06 92,40 91,74 91,07 90,41 89,77 89,11 88,46 87,80 87,14 86,49 1200 100,50 99,80 99,10 93,38 97,67 96,98 96,28 95,58 94,88 94,18 93,48 1300 107,95 107,20 106,45 105,69 104,92 104,20 103,45 102,70 101,96 101,21 100,46 1400 115,39 114,60 113,81 113,00 112,17 111,42 110,62 109,83 109,04 108,25 107,45 1500 122,84 122,00 121,16 120,31 119,42 118,64 117,80 116,96 116,12 115,28 114,44 Exemplo Prático 5) Ajustar ao nível médio do mar, a P atm calculada no Exemplo Prático 3. 8. Conclusões De forma aplicada, a pressão atmosférica considerada como elemento do tempo/clima, apresenta um interesse secundário. Não ocorre o mesmo quando se analisa a pressão como causa determinante do tempo/clima.

9. Exercícios Propostos EP.01. A relação entre as altitudes das estações meteorológicas de Barra do Mendes, Bahia (12 o 02 S, 41 o 58 W) e a de Casa Nova, Bahia (09 o 24 S, 41 o 08 W) é de 2,6. Para um dado período e à mesma temperatura média (20 o C), a pressão atmosférica na localidade de maior altitude (Barra do Mendes) é 675,7 mmhg. Pede-se reduzir ao nível do mar as pressões atmosféricas nas duas localidades, expressando os resultados em kpa e mb. EP.02. Usando-se as equações de 3 a 6, determine a pressão atmosférica para a faixa de altitude de 5000 km, partindo do nível médio do mar em intervalos de 250 m. Plote os seus resultados num mesmo gráfico e compare os resultados. EP.03. Estime a pressão atmosférica para um ponto no topo do Monte Everest. A que altitude deve corresponder um ponto, cuja P atm é de 480 mmhg. EP.04. Converta as unidades de pressão: a) 80 kpa atm, mmhg, mca; b) 5,2 mca psi, bar, mmhg, hpa; c) 431,10 mmhg kpa, mb, atm, mca, mb. EP.05. Faça uma pesquisa sobre os centros de alta e baixa pressão, caracterizando-os detalhadamente. 10. Bibliografia Citada e Recomendada ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S.; RAES, D.; SMITH, M. Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop water requirements. FAO Irrigation and Drainage Paper 56. Rome, Italy. 1998. 300 p. BURMAN, R. D.; POCHOP, L. O. Evaporation, evapotranspiration and climatic data. Amsterdam: Elsevier. 1994. 278 p. DOORENBOS, J.; PRUITT, W. Crop water requirements. FAO Irrigation and Drainage Paper 24. Rome, Italy. 1992 (reprinted). 144 p. LIBARDI, P. L. Dinâmica da água no solo. Departamento de Física e Meteorologia, ESALQ/USP. 1995. 497 p. REICHARDT, K. A água em sistemas agrícolas. São Paulo: Manole. 1990. 1988 p. TUBELIS, A. e NASCIMENTO, F. J. L. do. Meteorologia descritiva: fundamentos e aplicações brasileiras. São Paulo: Nobel. 1984. 374 p. VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e climatologia. Brasília: Instituto Nacional de Meteorologia-Ministério da Agricultura. 2001. 515 p. VIANELLO, R. L. e ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: UFV Imprensa Universitária. 1991. 449 p. ZUÑIGA, A. C. Agroclimatología. San José: Editorial Universidad Estatal a Distancia. 1985. 520 p.