Análise do Custo Anual das Câmaras Municipais por Habitante (per capita) e por Vereador Este trabalho tem por objetivo demonstrar e analisar o custo total das Câmaras Municipais, compreendendo as 10 cidades mais populosas de Santa Catarina, com base nas despesas liquidadas no exercício financeiro de 2012, por habitante (per capita), de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, e, também, por vereador, com base no número de edis da legislatura 2008-2012. Os dados e a metodologia de cálculo utilizada para determinar o custo do Parlamento Municipal por habitante (per capita) são apresentados nesta tabela: UNIDADE FEDERATIVA População 2010 Percentual Participação SANTA CATARINA 6.249.682 39,24% Percentual Acumulado Custo da Câmara (Liquidado) (R$) Custo da Câmara por Habitante (R$) 1 Joinville (1) 515.250 8,24% 8,24% 25.863.527,63 50,20 2 Florianópolis (1) 421.203 6,74% 14,98% 37.021.698,38 87,90 3 Blumenau (1) 309.214 4,95% 19,93% 14.321.712,23 46,32 4 São José (2) 210.513 3,37% 23,30% 13.941.228,30 66,23 5 Criciúma (2) 192.236 3,08% 26,38% 8.196.365,65 42,64 6 Chapecó (1) 183.561 2,94% 29,31% 6.196.522,86 33,76 7 Itajaí (1) 183.388 2,93% 32,25% 15.692.303,42 85,57 8 Lages (1) 156.737 2,51% 34,76% 6.588.544,64 42,04 9 Jaraguá do Sul (1) 143.206 2,29% 37,05% 6.411.167,30 44,77 10 Palhoça (1) 137.199 2,20% 39,24% 7.395.997,64 53,91 Fonte:(1) http://portaldocidadao.tce.sc.gov.br/home.php?idmenu=tce&id=-1 (2) http://www.betha.com.br/transparencia/con_execucaodespesa.faces Dados população: http://www.ibge.com.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm, acessado em 14/05/2013.
Inicialmente, a fim de estabelecer o parâmetro para a análise que se propõe, tornando-a mais didática, demonstra-se, no gráfico disponível na sequência, a posição das 10 cidades mais populosas de Santa Catarina, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010: 600.000 500.000 Os 10 Municípios mais Populosos de Santa Catarina População 400.000 300.000 200.000 100.000 0 Municípios (Ranking) No mesmo sentido, apresenta-se no próximo gráfico, o custo total das Casas Legislativas, em milhares de reais, com base nas despesas liquidadas no exercício financeiro de 2012, conforme pode-se observar:
Custo Total Custo da Câmara Municípal em 2012 (em milhares de reais) R$ 45.000,00 R$ 40.000,00 R$ 35.000,00 R$ 30.000,00 R$ 25.000,00 R$ 20.000,00 R$ 15.000,00 R$ 10.000,00 R$ 5.000,00 R$ 0,00 Municípios (Ranking) Na sequência, apresenta-se no gráfico o custo das Câmaras Municipais das 10 cidades mais populosas de Santa Catarina, com base nas despesas liquidadas no exercício financeiro de 2012, em ordem decrescente do custo do Poder Legislativo por habitante (per capita):
Custo R$ R$ 100,00 R$ 90,00 R$ 80,00 R$ 70,00 R$ 60,00 R$ 50,00 R$ 40,00 R$ 30,00 R$ 20,00 R$ 10,00 R$ 0,00 Custo da Câmara por Habitante (2012) Municípios (Ranking) Portanto, com base no gráfico, verifica-se que o Município de São José, a despeito de ser a 4ª cidade Catarinense em termos de população, aparece em 3º lugar no ranking das Câmaras Municipais, com um custo anual de R$ 66,23 por habitante (per capita), ou seja, cada cidadão Josefense contribui anualmente com esse valor para manutenção do Parlamento Municipal. Os dados também demonstram que Joinville, a apesar de ser a cidade Catarinense mais populosa, aparece em 5º lugar no ranking. Florianópolis, por sua vez, lidera o ranking do custo, com o valor de R$ 87,90 por habitante (per capita). Na outra ponta, o Município de Chapecó, o 6º mais populoso, é o que apresenta o menor custo por habitante (per capita) do Parlamento Municipal, com R$ 33,76.
Na próxima tabela consta o custo total das Câmaras Municipais, compreendendo as 10 cidades mais populosas de Santa Catarina, com base nas despesas liquidadas no exercício financeiro de 2012, e o número de vereadores, de acordo com o número da legislatura 2008-2012. Ressalta-se, a fim de esclarecimento, que os vereadores não receberam ou gastaram este montante, pois possuem seus subsídios e verbas de gabinete fixados em lei. Trata-se, apenas, de uma divisão simples dos gastos totais do Poder Legislativo, incluindo as despesas administrativas e operacionais, pelo número de edis, que possibilitará conhecer o custo total para manutenção da Câmara Municipal, em 2012, por vereador. A partir dessas informações, apresenta-se a metodologia de cálculo utilizada para determinar o custo total do Poder Legislativo por parlamentar: Custo total da Câmara Municipal por Vereador (2012) Município Custo (R$) Nº Vereadores Por Vereador (R$) Florianópolis* 37.021.698,38 16 2.313.856,15 Joinville 25.863.527,63 19 1.361.238,30 Itajaí* 15.692.303,42 12 1.307.691,95 São José 13.941.228,30 13 1.072.402,18 Blumenau 14.321.712,23 15 954.780,82 Criciúma* 8.196.365,65 12 683.030,47 Palhoça 7.395.997,64 11 672.363,42 Jaraguá do Sul 6.411.167,30 11 582.833,39 Lages* 6.588.544,64 12 549.045,39 Chapecó* 6.196.522,86 12 516.376,91 Fonte:http://www.tse.jus.br/hotSites/estatistica2008/est_result/resultadoEleicao.htm (*) O quantitativo de vereadores sofreu alteração da legislatura anterior (2008-2012) para a atual
Com o objetivo de facilitar a análise e torná-la mais didática, apresenta-se, no próximo gráfico, o quantitativo de vereadores, com base no número da legislatura 2008-2012, compreendendo os Parlamentos Municipais das 10 cidades mais populosas de Santa Catarina. Número de Vereadores 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Número de Vereadores por Câmara (Legislatura 2008-2012) 19 16 15 13 12 12 12 12 11 11 Municípios Neste último gráfico, publica-se o custo total das Câmaras Municipais pelo número de vereadores, das 10 cidades mais populosas de Santa Catarina, com base nas despesas liquidadas no exercício financeiro de 2012, em ordem decrescente.
R$ 3.500.000,00 Custo total da Câmara por Vereador (2012) R$ 3.000.000,00 R$ 2.500.000,00 R$ 2.000.000,00 R$ 1.500.000,00 R$ 1.000.000,00 R$ 500.000,00 R$ 0,00 Município (Nº Vereadores) Observa-se que a Câmara Municipal de São José gastou, em 2012, para manutenção de suas atividades, R$ 1.072.402,18 por cada um dos 13 vereadores. Como já enfatizado, os parlamentares não receberam ou gastaram este montante, pois se trata, apenas, de uma divisão simples dos gastos totais do Poder Legislativo pelo número de edis. Os dados também demonstram que o Poder Legislativo mais caro em 2012, por edil, foi o do Município de Florianópolis, com um custo de R$ 2.313.856,15, representando 70% a mais do que o segundo colocado, que é o da cidade de Joinville, cujo custo é de R$ 1.361.238,30, por vereador.
Na outra ponta, novamente, a Câmara Municipal de Chapecó apresenta o menor custo total para manutenção do Parlamento Municipal, compreendendo as 10 cidades mais populosas de Santa Catarina, com base nas despesas liquidadas no exercício financeiro de 2012. O valor é de R$ 516.376,91 por cada um dos 12 vereadores, com base no número de parlamentares da legislatura 2008-2012. O levantamento de dados e os gráficos foram realizados pelo Observatório Social de São José (OSSJ), entidade que atua no Controle Social (fiscalização) dos gastos públicos dos Poderes Executivo e Legislativo do Município de São José. Os Observatórios Sociais são criados e mantidos pela sociedade civil dos municípios e encontram-se, atualmente, presentes em mais de 75 cidades, distribuídas em 13 Estados, organizados em rede pelo Observatório Social do Brasil (OSB) - www.observatoriosocialdobrasil.org.br. Santa Catarina tem 12 entidades, sendo o segundo Estado com mais Observatórios Sociais, depois do Paraná. Trata-se de uma experiência inovadora e eficiente ferramenta de Controle Social que nasceu em Maringá (PR), no ano de 2006, tendo sido premiada, em primeiro lugar, pela Organização das Nações Unidas (ONU), num concurso em que concorreram mais de 1000 projetos sociais da América Latina.
Além disso, os Observatórios Sociais possuem um altíssimo potencial transformador da sociedade, representando um poderoso marco, sobretudo por estar focado na mudança cultural e na conscientização da necessidade de envolvimento social de base, a partir da formação de observadores da Gestão Pública Municipal. Refere-se, portanto, a uma iniciativa que precisa ser propalada, de todas as formas, do Oiapoque ao Chuí, despertando o espírito e a fé do povo brasileiro, tão ofuscada pelas mazelas provocadas pela corrupção endêmica, agravada pela imunidade, enraizada na Administração Pública Brasileira. Por fim, informa-se que este projeto foi desenvolvido pelo voluntário Francisco Porto Junior, graduado em Ciências Contábeis e pós-graduando em Controladoria e Auditoria Contábil, que atua como coordenador do Grupo de Observadores Especialistas em Análise do Orçamento Público. Contou, também, com o apoio do voluntáriopresidente do OSSJ, Jaime Luiz Klein, e das estagiárias Priscilla Moretto e Camila do Amaral Golini Brasil. Esta e outras análises de gastos públicos estão disponibilizadas no site do Observatório Social de São José (OSSJ) acessível no link www.ossj.org.br/downloads/municipio-orcamento - e no grupo Controle Social do Município de São José/SC - www.facebook.com/groups/controlesocialsj - para que todos os Cidadãos, especialmente os Josefenses, possam ter pleno conhecimento para onde vai o seu dinheiro, objetivando dar transparência e garantir a qualidade na aplicação dos recursos públicos.