Equoterapia: O uso do cavalo em práticas terapêuticas.

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Transcrição:

IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011 Equoterapia: O uso do cavalo em práticas terapêuticas. Esther Maria de OLIVEIRA¹; Liziana Maria RODRIGUES²; Thais Matos CEACERO¹; Vinicius Campos PEREIRA¹; Itallo Fernandes TEODORO; Filipe Augusto Gama de OLIVEIRA; Rafael Bastos TEIXEIRA² ¹ Aluno (a) do curso de Zootecnia e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Extensão PIBEX do IFMG campus Bambuí 2 Professor (a) do IFMG Campus - Bambuí 3 Alunos do curso Técnico em Agricultura e Zootecnia bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Extensão PIBEX Jr. do IFMG campus Bambuí RESUMO A equoterapia é um método terapêutico e educacional pautado em uma abordagem interdisciplinar buscando a recuperação de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. Visa proporcionar aos pacientes o desenvolvimento do equilíbrio, tônus e força muscular, conscientização do próprio corpo, o aperfeiçoamento da coordenação motora, atenção, autoconfiança e autoestima. Na equoterapia, a utilização do cavalo é imprescindível para o alcance de vários objetivos motores, cognitivos e afetivos. Sendo assim, destaca-se a importância do andamento deste animal, no qual é composto pelo passo, trote e pelo galope. A Equoterapia é composta pela Hipoterapia que utiliza o cavalo como instrumento cinesioterapêutico, pelo programa de educação/reeducação onde o animal atua como instrumento pedagógico, e por último pelo préesportivo no qual o cavalo se dispõe como um instrumento de inserção social. Essa técnica tem demonstrado eficiência nos resultados, que são comprovados cientificamente e por isso à procura pelo tratamento aumenta-se consideravelmente. Palavras-Chave: terapias alternativas; eqüinos; educação. INTRODUÇÃO Os eqüinos, animais de potente musculatura, acompanharam gradativamente a evolução humana, sendo vistos na antiguidade como força de tração e meio de transporte, atualmente possuem enorme relevância como fonte de lazer e também instrumento fundamental na prática da equoterapia. O cavalo utilizado como um instrumento cinesioterapêutico, se transforma em um personagem na vida do praticante, passando então a ser considerado como um ponto de conexão entre o paciente e o mundo que o rodeia. A prática da equoterapia não consiste apenas em

exercícios de estimulação neuromuscular, mas também de um método terapêutico que envolve o ser humano por completo. É perceptível o bem-estar do paciente que utiliza tratamento, porém é válido ressaltar que para alcançar os resultados almejados necessita-se fazer uma seleção dos animais utilizados, e esta é realizada por meio de pré-requisitos como: o animal deve ser dócil, se for macho deve ser castrado, não possuir elevado escore corporal, idade superior a dez anos, boa andadura e inteligência, altura média de 1,5 m, deve ser treinado para ser montado pelos lados direito e esquerdo. A raça do animal não se leva em consideração. A Equoterapia constitui-se da interação entre ambiente, cavaleiro, cavalo e equipe formada por profissionais responsáveis pelo paciente e também pelo tratamento adequado do cavalo. Essa atuação em conjunto é de suma importância, pois se aglomeram conhecimentos de áreas específicas, uma complementando a outra, e resultando assim é um único método que pode solucionar os problemas dos pacientes. No momento em que o paciente se encontra em cima do dorso do animal, ambos se tornam um só ser e todos os movimentos que o cavalo produz são refletidos no paciente, sendo assim, podemos definir essa atuação conjunta como seqüenciada e simultânea. Notoriamente, a prática da equoterapia promove aos praticantes estímulos que os auxiliam na superação das suas necessidades, e conseqüentemente os mesmos conseguem alcançar uma melhor condição de vida. O conhecimento amplo sobre esse tipo de tratamento é consideravelmente muito importante, por isso o objetivo deste trabalho é explicar o que é a equoterapia, seus fundamentos e enfatizar os resultados obtidos pelos pacientes. A EQUOTERAPIA E SUA IMPORTÂNCIA A equoterapia é um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo como o principal instrumento. Esta prática interage com diferentes áreas, como: saúde, educação e equitação, buscando a recuperação de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. (ANDE- BRASIL, 1951). O movimento ao qual o paciente é submetido é o movimento do cavalo, este atua diretamente no cérebro e em seguida reflete no corpo inteiro, pois o comando é direcionado ao ajuste da postura. Este fato é a explicação da utilização do cavalo como um método terapêutico. Sendo assim, é válido ressaltar sua contribuição para o desenvolvimento do equilíbrio, tônus, força muscular, a conscientização do próprio corpo, o aperfeiçoamento da coordenação motora, atenção, autoconfiança e autoestima dos praticantes. (LERMONTOV, 2004)

Segundo a Ande-Brasil (1951) o uso de cavalos nos tratamentos procura atingir vários objetivos motores, cognitivos e afetivos. Com este enfoque de tratamento, torna-se importante a preocupação com a qualidade do treinamento do cavalo, possibilitando que o seu movimento possa ser conjugado com cada necessidade do paciente. O andamento do cavalo e a exatidão dos movimentos são de grande importância para o sucesso da equoterapia. O passo do cavalo se classifica como a andadura mais importante na equoterapia, pois com ele o animal transmite ao cavaleiro uma serie de movimentos seqüenciados e simultâneos resultando assim em um movimento tridimensional, que consiste nas direções: vertical (para cima e para baixo), horizontal ( para esquerda e para direita) e longitudinal ( para frente e para trás). Nesse andamento os movimentos proporcionados aos pacientes, ocorrem da mesma forma em ambos os lados, por isso este é nomeado simétrico. O trote também é considerado simétrico, porém é saltado e simultâneo, onde se escuta duas batidas entre a elevação de cada bípede diagonal e ao retorno de apoio ao solo. Em contrapartida, o galope é um andamento assimétrico, conferindo assim, movimentos diferenciados para cada lado corporal. (ANDE-BRASIL, 1951) Antecedendo as sessões de equoterapia, necessita-se que todos os profissionais atuantes realizem uma avaliação técnica individual de todos os futuros praticantes, pois as necessidades especiais são diversas e cada qual se enquadra em determinado tipo de programa existente na equoterapia. Portanto, Nogueira (2007) enfatiza os três programas básicos constituintes da equoterapia: Hipoterapia; Educação/ Reeducação e Pré-esportivos. A Hipoterapia é um programa focado em pessoas portadoras de dificuldades locomotoras, que necessitam de um auxílio para a própria mantença em cima do animal e também para realizar as atividades propostas. Diante de enorme dificuldade, o cavalo atua principalmente como um instrumento cinesioterapêutico (do grego Kinesis = movimento), ou seja, os movimentos que ele produz ao passo assemelham-se à marcha do ser humano. Enquadram-se no programa de educação/reeducação, aqueles que possuem razoavelmente autonomia sobre o animal e até conseguem conduzi-lo, possuindo assim certa independência e por isso necessitando menos do auxílio do seu guia. Neste caso, o cavalo atua como um instrumento pedagógico, obtendo a função de motivar o paciente e trabalhar sua coordenação motora. O programa pré-esportivo é especifico para pessoas totalmente independentes, ou seja, não necessitam de mínimo auxílio para lidar com o animal e executar os exercícios. Sendo assim, estas se tornam aptas a participar de exercícios específicos de hipismo. Então, nesse tipo de terapia, o cavalo se dispõe como um instrumento de inserção social, contribuindo especificamente para a melhora do comportamento, comunicação e interação com a sociedade.

Segundo a Ande - Brasil (1951), o público inserido na prática da equoterapia classifica-se como pessoas portadoras de necessidades especiais, sejam essas físicas, mentais ou comportamentais. Após o surgimento dessa definição, estudiosos e pesquisadores relatam casos da utilização da equoterapia em vários tipos de doenças. Toigo et. al (2008) enfatizam a submissão de indivíduos da terceira idade a esse recurso terapêutico, pois a equoterapia tem o poder de melhorar o equilíbrio estático auxiliando no equilíbrio do indivíduo e diminuindo os casos de queda seguidas de em menor ou maior grau. Os resultados relatados por estes autores foram positivos, pois constataram uma evolução dos pacientes ao decorrer do tratamento, na qual foi adquirida pelo ajuste da postura promovido pelo exercício com cavalos. Campos (2007) em um estudo de caso sobre o tratamento com a utilização do cavalo para crianças portadoras de Síndrome de Down, observou que o estado mental, motor e comportamental dos pacientes antes e no decorrer das sessões de equoterapia. Segundo a autora, foi perceptível a evolução das crianças por toda equipe de profissionais que os auxiliaram e também pelos próprios familiares. Porém, o desenvolvimento mental, a melhora da aprendizagem e a aquisição do comportamento que se adequa à sociedade só foi alcançado porque os tipos de movimentos efetuados pelo animal atuam diretamente no cérebro e este sendo responsável por comandar todo o corpo, responde conforme ao estímulo que lhe foi dado. O resultado descrito por essa autora condiz com o relato de Brito (2000) que por sua vez retrata a contribuição da equoterapia para a função motora, atenção, melhor envolvimento familiar, relevante inclusão escolar e social dessas crianças. Gouvêa (2004) também se insere neste contexto afirmando que o movimento tridimensional efetuado pelo cavalo, melhora todos os aspectos da psicomotricidade sendo estes o equilíbrio, a parte psicomotora e o desenvolvimento do pensamento da criança. Segundo Silva e Grubtis (2004) a prática equoterápica também demonstrou eficiência em crianças cegas, que devido à doença o processo perceptivo é afetado e consequentemente todas as fases do aprendizado também. De acordo com seu relato, pôde-se perceber uma melhora em todos os aspectos, enfatizando a aprendizagem devido à estimulação dos outros sentidos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Equoterapia está adquirindo reconhecimento e com o passar do tempo proporcionando benefícios extraordinários aos praticantes. O cavalgar aparentemente é simples, porém até os mínimos movimentos que o cavalo executa refletem no corpo do paciente. Assim, este animal é considerado instrumento essencial para a equoterapia.

Os resultados obtidos através da prática equoterápica são comprovados pela ciência, e o trabalho realizado não é destinado somente à parte física, mas também ao psicológico dos pacientes, por isso os mesmos adquirem autoconfiança, autoestima, força de vontade e adequam-se melhor a sociedade. AGRADECIMENTOS Ao IFMG campus Bambuí pela concessão de bolsa para o desenvolvimento do projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDE-BRASIL. Associação Nacional de Equoterapia. Curso básico em extensão em equoterapia. Resumos. ANDE-Brasil: Brasília, 1951. BRITO, G. C. M. As contribuições da equoterapia na educação inclusiva. Disponível em: <http://74.125.155.132/scholar?q=cache:a63iatyywccj:scholar.google.com> CAMPOS, S. C.; Equoterapia: o enfoque psicoterapêutico com crianças Down. Artigo. Universidade Católica de Goiás- Goiânia, 2007. GOUVÊA, B. C. V. Contribuições da psicomotricidade a equoterapia. Monografia do Curso de Pós-graduação em psicomotricidade. Universidade Cândido Mendes. Rio de Janeiro, 2004. LERMONTOV, T. Psicomotricidade na equoterapia. Aparecida, SP: Idéias e Letras, 2004. NOGUEIRA, A.B (2007). A utilização da psicomotricidade na equoterapia em pacientes com traumatismo raquimedular lombar completa.. Monografia do Curso de Pós- Graduação em Psicomotricidade. Universidade Cândido Mendes. Rio de Janeiro, 2007. SILVA, H. C.; GRUBTIS. S. Discussão sobre o efeito positivo da equoterapia em crianças cegas. In: PISIC- Revista de Psicologia da Vetor Editora, Campo Grande, Vol.5, n. 2,. pp. 06-13, 2004. TOIGO. T. et al. O uso da equoterapia como recurso terapêutico para melhora do equilíbrio da terceira idade. In: Revista Brasileira de Geriatria e Geriontologia, Rio de Janeiro, 11(3):391-403,2008.; REV. BRAS.