Sistemas de Proteção contra Incêndio em Sites de Telecom



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Sistemas de Proteção contra Incêndio em Sites de Telecom Este tutorial apresenta a descrição de conceitos de Sistemas de Proteção contra Incêndio em Sites de Telecom. (Versão revista do tutorial original publicado em 13/12/2004). Augusto José Maluf Engenheiro Eletrônico (Mauá 1980), tendo atuado nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de sistemas de automação predial, pesquisa e desenvolvimento de periféricos, engenharia de produtos, e implantação e operação de redes de Telecomunicações: Celulares, Fibra Óptica e Rádio. Ocupou posições de coordenação e gerência em empresas como Itautec, Intelis, Banco Safra e Pegasus Telecom. Atualmente trabalha na Telemar como consultor em sistemas de apoio à operação. Vergílio Antonio Martins Engenheiro de Eletrônica e Teleco, formado em 1983, FACENS-Sorocaba, tendo atuado nas áreas de Implantação e Gerenciamento de Projetos de Redes Ópticas, Sistemas Celulares e Sistemas de Automação e Controle. Mestre em engenharia pela Faculdade de Engenharia Naval - POLI-USP, com ênfase em Gerenciamento de Projetos. Especialista em Gestão de Projetos pela CEGP Fundação Carlos Alberto Vanzolini. MBA em Gestão Empresarial - 2001, pela EPGE-RJ da FGV. Doutorando, com ingresso em 2007, pela Faculdade de Engenharia Naval - POLI-USP. A partir de 1998 passou a se dedicar ao segmento de telecom, tendo sido Gerente de Operação e 1

Manutenção da Pegasus Telecom e Gerente de Planejamento e Controle de Projetos da BMT-Bechtel Método Telecom. Atualmente atua como diretor da Teleco em serviços de operações de outsourcing estratégico. Atua também em sua empresa a Kuai Tema Engenharia, criada em 2001, que tem por finalidade a prestação de serviços de gerenciamento de projetos. Email: vmartins@teleco.com.br Categoria: Infraestrutura para Telecomunicações Nível: Introdutório Enfoque: Técnico Duração: 20 minutos Publicado em: 23/02/2009 2

Proteção contra Incêndio: O que é? O que é o Sistema de Proteção contra Incêndio de Sites de Telecom? A operação das facilidades das redes de telecom tem se tornado uma absoluta necessidade para as empresas provedoras de serviço. A operação contínua das redes requer certo grau elevado de disponibilidade de sua infra-estrutura, implementada em muitos casos através de redundâncias nos sistemas de energia e ar-condicionado, além de sistemas de segurança e dos sistemas de proteção contra incêndio. Devido a essa importância, atualmente tem-se utilizado a denominação de sistemas de missão crítica a esse conjunto de elementos que afetam diretamente a manutenção da operação das infra-estruturas de telecom. Um sinistro causado por incêndio afeta todos os itens de infra-estrutura e equipamentos de um site, causando um impacto operacional grave, mesmo havendo um plano efetivo de " disaster recover ". Para muitas empresas, os sites estão distribuídos geograficamente por uma área de cobertura muito grande, o que representa um fator atraso nas ações de combate à incêndio. Para se garantir a maior disponibilidade de sua operação, as empresas investem em soluções que permitam a monitoração remota e o combate automático de incêndio. Para atender a essa necessidade é que se aplica o Sistema de Detecção e Combate à Incêndio em sites de Telecom. Um Sistema de Detecção e Combate à Incêndio em sites de Telecom tem, portanto, a finalidade de monitorar o estado de funcionamento dos demais sub-sistemas de infra-estrutura instalados num site de telecom, atuando no combate aos possíveis focos de incêndio, diminuindo o impacto sobre o risco de perda do site. Além dos aspectos de disponibilidade operacional dos sites, um Sistema de Proteção Contra Incêndio deve 3

atender a outros requisitos determinados por normas de segurança estabelecidas por leis, que envolvem a proteção das pessoas, do patrimônio e do meio ambiente. No Brasil, existe uma série de normas estabelecidas pela ABNT, que impõem requisitos e procedimentos para se especificar, projetar, implantar e manter os sistemas de proteção contra incêndio, como é o caso da norma NBR 9441/94 Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio. 4

Proteção contra Incêndio: Características Características do Sistema O sistema de detecção e combate de incêndio é tipicamente um sistema de contenção em caso de acidente causado por incêndio, provendo a proteção da infra-estrutura, atuando apenas no caso de haver a detecção de alguma anormalidade no ambiente monitorado. Para melhor compreensão do sistema de proteção contra incêndio, ele pode ser representado pelos seguintes módulos funcionais: Detecção - este módulo funcional tem por finalidade monitorar o estado de variáveis ambientais, coletando indicadores da qualidade do ar, temperatura do ambiente e indicação da presença de chamas. Este módulo é capaz também de recebe comandos manuais dos operadores do sistema. Extinção de Incêndio - este módulo tem por finalidade atuar sob o ambiente em contenção, pelo lançamento de substâncias com potencial de combate ao incêndio. Sua atuação é determinada por comandos proveniente dos módulos de Supervisão e Controle, ou então diretamente pelo módulo de Detecção. Sinalização - o módulo recebe informações de status do módulo de Supervisão e Controle (ou de Detecção) e sinaliza status do sistema de proteção através de elementos áudios-visuais (sirenes e sinalizadores luminosos). Supervisão e Controle - módulo capacitado de processamento que tem por finalidade receber informações do módulo de Detecção e de outros sistemas externos, tratá-los por algoritmos e atuar nos módulos de Extinção e Sinalização. 5

Proteção contra Incêndio: Componentes Para prover elevados níveis de proteção, os módulos são formados por sofisticados componentes de alarme, detecção e supressão de incêndio. Nos parágrafos seguintes estão descritas as principais famílias desses componentes. Os parágrafos em itálico são reproduções da norma ABNT NBR 9441, que estabelecem os requisitos a serem atendidos por esses componentes. Detectores Os detectores acionam automaticamente a central de alarme de incêndio, e podem ser dos seguintes tipos: Detector de Temperatura O detector térmico é instalado em ambientes onde a ultrapassagem de determinada temperatura indique seguramente um princípio de incêndio. O detector termo-velocimétrico (elemento que atua com um gradiente de temperatura) e termostático combinados, responde a uma elevação brusca de temperatura ou quando esta atinge um valor pré-determinado. Sua aplicação está especificamente indicada para incêndio que se inicia com uma elevação brusca de temperatura. A máxima área de proteção a ser empregada para detectores de temperatura é de 36 m2, para uma altura máxima de instalação de 5 m e tetos planos ou com vigas até 0,20 m de altura. Em áreas cuja temperatura do teto seja normalmente elevada, a seleção da temperatura ou faixa de atuação do detector deve ser feita de acordo com a tabela: Temperatura de Temperatura do Atuação do detector teto (ºC) (ºC) Até 38 66 107 149 190 246 57 a 79 80 a 120 121 a 162 163 a 204 205 a 259 260 a 301 Em locais com teto plano e altura superior a 5 metros, o espaçamento entre detectores térmicos deverá ser reduzido, sendo permitidas interpolações para valores intermediáriosconforme tabela abaixo, conforme tabela ao lado: Altura do Local (metros) até 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 Espaçamento Máximo (metros) 6,0 5,6 5,1 4,5 3,8 3,0 Detector de Fumaça 6

O detector iônico de fumaça atua mediante a presença de produtos de combustão visíveis ou invisíveis. O princípio de funcionamento se baseia na detecção iônica. Possui duas câmeras, uma de referência e outra de análise. É indicado para ambientes com atmosferas limpas e para cobrir grandes riscos. O detector óptico de fumaça é ativado mediante a presença de produtos de combustão: fumaça visível. O princípio de funcionamento é baseado na técnica de dispersão de luz no interior de uma câmara que emite luz infravermelha. Ao entrar fumaça na câmara, esta é detectada por dispositivo eletrônico óptico. A área máxima de proteção dos detectores pontuais de fumaça é de 81 m2, para instalação em tetos planos com vigas até 0,20 m de altura, ambientes sem ventilação forçada e com altura de instalação até 8 m. A escolha do detector de fumaça, deve ser feita de acordo com as características de combustão dos materiais contidos na área supervisionada, bem como os locais nos quais estes serão instalados. Os detectores de fumaça serão localizados no teto, a não menos de 0,15 m da parede lateral ou, em casos específicos, na parede lateral, à distância entre 0,15 m a 0,30 m do teto. A área de ação dos detectores de fumaça diminui à medida que aumenta o volume de ar trocado no ambiente. Esta troca de ar é expressa em trocas de ar por hora. A redução da área de ação do detector a ser aplicada em função da troca de ar, deve ser obtida através da tabela ao lado, sendo permitidas interpolações para valores intermediários: Trocas de ar por hora 60,0 30,0 20,0 15,0 12,0 10,0 8,6 7,5 Área de ação do detector (m 2 ) 11,6 23,2 34,8 46,4 58,1 69,7 81,0 81,0 Em ambientes dotados de sistemas de ar condicionado ou ventilação forçada, os detectores devem ser instalados preferencialmente próximos aos retornos deste fluxo ou detectores apropriados para dutos. Deve-se evitar a instalação dos detectores a menos de 1,50 m dos pontos de insuflamento ou entrada de ar no ambiente. Cada ambiente deve ser protegido por um tipo único de detector. Por exemplo, não é permitido proteger parte de um ambiente com detectores de fumaça e a parte restante com detectores térmicos. Detector de Chama Dispositivo que indica a presença de partículas sólidas, vapores e/ou gases que compõem a fumaça de chamas. São utilizados em ambientes onde a chama é o primeiro indício de fogo. O sensor de chama é sensível aos raios ultravioletas que se fazem presentes sempre que existe fogo. Por suas características de projeto, este detector discrimina outras formas de raios, sendo portanto imune à luz natural. Características Técnicas: Ângulo de visão: 90º; 7

Tensão de operação: 12 a 24 VDC; Corrente de operação: 25mA 24 VDC; Corrente de repouso: 1uA sob 24 VDC; Temperatura de operação: -10ºC a 70ºC; Umidade relativa: 95% max. A localização e espaçamento dos detectores de chama deverão resultar de uma análise do risco, considerando: tamanho da chama a ser detectada; tipo principal de radiação gerada em função do combustível envolvido; sensibilidade do detector; campo de visão do detector; distancia entre detector e a provável chama; presença de outras radiações; propósito do sistema; tempo de resposta desejado. Dispositivos para evitar acúmulo de pó ou sujeira na lente do detector deverão ser previstos, de forma a não diminuir sua sensibilidade entre as manutenções preventivas. Recomenda-se que o detector de chama deva possuir um dispositivo que indique sujeira na lente, necessitando manutenção. Os detectores de chama são recomendados nas seguintes aplicações: 1. Áreas abertas ou semi-abertas onde ventos podem dissipar a fumaça, impedindo a ação dos detectores de temperatura ou de fumaça. 2. Áreas onde uma chama possa ocorrer rapidamente, tais como hangares, áreas de produção petroquímica, áreas de armazenagem e transferência, instalações de gás natural, cabines de pintura, ou áreas de solventes. 3. Áreas ou instalações de alto risco de incêndio, freqüentemente conjugados com um sistema de extinção automático. Detectores de chama são classificados pelo tipo de radiação, tais como: ultravioleta, infravermelho de comprimento de onda simples, infravermelho de comprimento de onda múltiplo e combinação de ultravioleta e infravermelho. Cada uma dessas tecnologias possui tempos de resposta específicos. A faixa espectral para essas tecnologias é: UV: 0,10 a 0,35 micrômetros; IR : 0,76 a 4,70 micrômetros. Acionador Manual Dispositivo destinado a transmitir a informação de emergência, quando acionado manualmente. O acionador manual possui indicação visual de funcionamento, sirene interna com oscilador tipo Fá-Dó 110 db e acompanha martelo para quebra de vidro. 8

Deverá possuir as seguintes características : Ser compatível, lógica e eletricamente, com o circuito de detecção; Ser instalada em caixa pintada nas cores padronizada, com tampa frontal de proteção em vidro não removível e transparente; Ter acionamento através de alavanca frontal sem retorno, ou botão com travamento; no caso de acionamento através de alavanca, o seu reset só poderá ser feito utilizando-se ferramenta especial; Possuir contatos resistentes à degradação por queima por centelhamento; Possuir dispositivo de segurança que impeça o acionamento acidental. Deve ser instalado em locais de maior probabilidade de trânsito de pessoas em caso de emergência, tais como: nas saídas de áreas de trabalho, áreas de lazer, em corredores, saídas de emergência para o exterior, etc. Deve ser instalado a uma altura entre 1,20 m e 1,40 m do piso acabado, na forma embutida ou de sobrepor, na cor vermelho segurança. A distância máxima a ser percorrida em qualquer ponto da área protegida, até o acionador manual mais próximo, não deve ser superior a 16 m e a distancia entre acionadores manuais não deve ultrapassar 30 m. Os dispositivos do sistema de detecção capazes de identificar individualmente o dispositivo acionado, interligado a uma central, são denominados como endereçáveis. Esta característica tem se tornado muito comum e de grande utilidade nos procedimentos de operação e manutenção do sistema. Essa funcionalidade pode ajudar na localização mais precisa dos pontos de monitoração de focos de irregularidades. Extintores/Acionadores De uma maneira geral existe dois modos ou sub-sistemas de extinção de incêndio, um a base de água e outro a base de gás do tipo FM-200. A água nem sempre é um elemento apropriado para combate de incêndio em ambientes industriais e facilidades do tipo infra-estrutura de telecom, pois o seu uso certamente incorrerá a paralisação da operação do site. Extinção por Água Gás Halocarbono Os dispositivos de extinção neste caso são denominados por: Sistema Splinker (chuveiros automáticos para extinção de incêndio). Eles são os dispositivos mais comuns para combate contra fogo, provendo alta confiabilidade e baixo impacto ambiental. Os "chuveiros" são ligados à tubulação de água pressurizada por bombas no instante de acionamento do sistema, provendo uma verdadeira chuva artificial no ambiente. 9

O principal gás do tipo Halocarbono usado no combate ao fogo é HFC-227, conhecido por seu nome comercial FM-200. A extinção do fogo se dá por uma mistura de calor e reação química. Ele é considerado seguro para uso em locais ocupados por pessoas. O Carbon Dioxide Carbon Dioxide (CO2 ) foi usado por muitos anos, entretanto o CO2 é um asfixiante na concentração exigida para extinguir o fogo, e então era usado apenas para ambientes não freqüentados por pessoas. O custo associado à instalação e manutenção do sistema baseado no gás FM é significativamente maior que o sistema a água. Devido a isto, é possível encontrar sistemas de extinção com combinações dos dois modos, onde o FM-200 é o elemento principal e o sistema com splinklers entra num estágio secundário, caso seja necessário. Antes da descarga de agentes extintores, a central deve efetuar no mínimo, os seguintes comandos: Atuar: avisadores sonoros e visuais, luzes de rotas de fuga, dispositivos de alívio de pressão, bombas de incêndio, etc; Desligar: sistemas de ventilação ou ar condicionado, alimentação elétrica, bombas de alimentação de combustíveis; Fechar: portas corta-fogo, dampers, válvulas de alimentação de combustíveis; Desbloquear: portas de fuga, no caso de sistemas de controle de acesso. Para o calculo do tempo de evacuação, deve-se considerar o tempo que uma pessoa, caminhando em velocidade não superior a 40 metros/minuto, mesmo situada em local e condição mais desfavoráveis da área protegida, consegue chegar a um local seguro. Alarmes Sonoros e Visuais Dispositivo que sinaliza sonora e/ou visualmente qualquer ocorrência auxiliar relacionada ao sistema. Devem ser instalados, em quantidades suficientes, nos locais que permitam sua visualização e/ou audição, em qualquer ponto do ambiente no qual estão instalados, nas condições normais de trabalho deste ambiente, sem impedir a comunicação verbal próximo do local de instalação. Os avisadores visuais deverão ter intensidade luminosa mínima de 15 cd e máxima de 300 cd, devendo ser instalados preferencialmente na parede, a uma altura entre 2,20 a 3,50 m, de forma embutida ou sobreposta. Os avisadores visuais, deverão ser pulsantes, com freqüência entre 1 e 6 Hz. Os avisadores sonoros devem apresentar potência sonora de 15 dba acima do nível médio de som do ambiente, ou 5 dba acima do nível máximo de som, medidos a 3 metros da fonte. Os avisadores sonoros deverão ser instalados preferencialmente na parede, a uma altura entre 2,20 a 3,50 m, de forma embutida ou sobreposta. Central de Supervisão e Controle 10

As funções de automatismo desse sistema são comumente exercidas pela central de supervisão, que implementa todas as funções de uma central de incêndio. O equipamento é destinado a processar e supervisionar os sinais provenientes dos detectores, e dispositivos de campo, convertendo-os em sinalizações adequadas, comandando e controlando os demais componentes do sistema de detecção e alarmes, bem como suas interfaces com outros sistemas. As interfaces para os dispositivos desse sistema são: Interface com sensores ópticos de fumaça e termo-velocimétricos (detector atua com variações rápidas de temperatura); Interface com botoeiras de alarme; Saída para sirene; Saída para sistema de combate (liberação de gás de extinção de fogo FM200). Reset de laço de sensores convencionais; Bloqueio do sistema de ar condicionado. Interface com sistema de automação de site. As principais indicações luminosas da central são: Fogo Geral; Defeito Geral; Pré-alarme; Defeito de laço no display; Sistema ligado; Alarme de defeito no display; Falta de alimentação; Avanço no display; Defeito no sistema. Em estações assistidas deve ser localizada em áreas de rápido acesso, como salas de controle, salas de segurança ou bombeiros, portaria principal de edifícios, sob vigilância constante de operadores habilitados e treinados. Em sites de telecom não assistidos, devem ficar junto à central de automação da estação próximas aos quadros de energia AC e DC, tipicamente situados próximos à porta de entrada da estação. No interior das centrais só poderão ser instaladas baterias seladas. A área de instalação da central não deve estar próxima a materiais inflamáveis ou tóxicos, deve ser ventilada e protegida contra a penetração de gases e vapores. O local de instalação da central deve ter rotas de fuga seguras para os operadores. O local da instalação da central deve permitir a rápida comunicação entre este e o Corpo de Bombeiros ou Brigada de Incêndio. Deve-se prever um espaço livre mínimo de 1 m 2 em frente à central, destinado a manutenção preventiva e 11

corretiva. Na atuação de um detector, a central deve comandar automaticamente o desligamento do sistema de ventilação, ar condicionado e o fechamento dos dampers corta-fogo, da área em alarme. Em estações não assistidas o sistema de combate automático de incêndio deverá temporizar aguardando um comando do centro de operação para inibir a liberação do gás de extinção de incêndio. Não ocorrendo a inibição local ou remota, o sistema irá liberar toda carga do gás, sinalizando ao centro de operação o evento. 12

Proteção contra Incêndio: Projeto segundo a norma NBR - 9441 A norma ABNT NBR - 9441 diz: "O Projeto de sistemas de detecção e alarme de incêndio deve conter todos os elementos necessários ao seu completo entendimento, utilizando-se as convenções contidas nas demais brasileiras". Devido a obrigatoriedade de leis para aprovação dos projetos e instalações dos sistemas, destacamos os seguintes pontos dessa norma. O projeto deve conter os seguintes requisitos mínimos: 1. 2. 3. O projeto deve conter a localização de todos os equipamentos e dispositivos do sistema e o esquema típico de instalação dos mesmos. A interligação ao sistema de controle de ar condicionado; ao sistema de liberação de gás extintor (FM200) e ao sistema de automação de sites deve estar detalhado neste projeto. Especificação dos equipamentos e as características dos materiais de instalação. Trajeto dos condutores elétricos nas diferentes áreas, com identificação dos riscos envolvidos, dimensões dos condutos, caixas e identificação dos bornes de ligação de todos os equipamentos envolvidos. 4. Manuais de Operação, Manutenção Preventiva e Corretiva do Sistema, com instruções completas de todas as operações, comandos e ferramentas necessárias. 5. Diagrama multifilar típico, mostrando a interligação entre todos os equipamentos aplicáveis nos circuitos de detecção, alarme e comando, e entre estes e a central. Quadro resumo da instalação, contendo: Número de circuitos de detecção e sua respectiva área, local ou pavimento; Quantidade e tipo de detectores e acionadores manuais, com circuito, área e local em que estão instalados; Quantidade e tipo de indicadores ou avisadores correspondentes a cada circuito, consumo e os respectivos locais de instalação; Quantidade e tipos de dispositivos a serem atuados em cada circuito de comando, consumo e os respectivos locais ou áreas de instalação; Tabela da lógica dos alarmes, sinalizações, temporizações, comandos e avisadores para abandono do local. Todos os componentes do sistema automático de combate, devem ser na cor vermelha 5R4/14 Munsell, e devidamente identificados, com as instruções de operação. Depois da extinção do incêndio, a área deve ser bem ventilada e oxigenada, eliminado os gases tóxicos originados no processo de combustão, antes da entrada de pessoas. No caso de extinção com CO2, especial atenção deve ser tomada nas partes baixas, como piso falso, porão de cabos e galerias subterrâneas. 13

Proteção contra Incêndio: Considerações Finais Os investimentos em sistemas de proteção contra incêndio, verdadeiramente eficazes, são elevadíssimos, justificados e verificados apenas quando se percebe sua ação em caso de ameaças de incêndio. Por ser um sistema de proteção, em que só atua no momento de perigo eminente, a sua disponibilidade depende essencialmente de ações de manutenção preventiva e corretiva. Nessa linha, a NBR 9441 faz destaque especial a essa questão da manutenção preventiva e corretiva. Visando manter os sistemas de detecção e alarme de incêndios, em plenas condições de funcionamento, a manutenção preventiva e corretiva, deverá ser executada por técnicos especializados e treinados. Quanto aos principais pontos das ações de manutenção, sugere o seguinte roteiro: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. Medição da corrente dos sistemas em cada circuito de detecção, alarme e comandos; Verificação do estado geral de chaves e comandos da central, quanto ao aspecto e condições de operação; Verificação do estado e carga das baterias; Medição de tensão da fonte primária; Teste funcional dos detectores por amostragem, com gás apropriado ou fonte de calor, garantindo que todos sejam testados no mínimo uma vez ao ano; Teste funcional de todos os acionadores manuais do sistema; Teste funcional de todos os avisadores; Teste funcional de todos os comandos; Teste funcional dos painéis repetidores; Verificação se houve alteração nas dimensões da área protegida, ocupação, utilização, novos equipamentos, ventilação, ar condicionado, piso falso, forro, população ou criadas novas áreas; Verificação de danos na rede de eletrodutos ou fiação; No que se refere a periodicidade das manutenções preventivas destaca que estas devem ser: Definida pelo usuário do sistema, levando em conta a dimensão da instalação, área protegida, quantidade de detectores, tipos de ambientes, presença de poeira, vapores, insetos, e nível de confiabilidade desejado. A periodicidade definida para as manutenções preventivas, não poderá ultrapassar três meses. Pelo menos uma vez ao ano, deverá ser realizada uma limpeza em todos os detectores, verificação da sensibilidade de detectores programada na central, teste da lógica programada na central, temporizações, supervisões e comandos de elementos dos sistemas de combate a incêndios. E, finalmente, destaca a importância da responsabilidade dos fornecedores do sistema quanto ao treinamento do pessoal de operação: O fornecedor do sistema deve dar o primeiro treinamento aos operadores, logo após os testes de aceitação. O usuário final é responsável pelos treinamentos posteriores e reciclagem dos operadores do sistema de detecção, alarme e combate a incêndios. Referências 14

NBR 9441 - Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão - Procedimento NBR 6146 - Invólucros de equipamentos elétricos - Proteção - Especificação NBR 7195 - Cor na segurança do trabalho - Procedimento NBR 11836 - Detectores automáticos de fumaça para proteção contra incêndio - Especificação NBR 13848 - Acionador manual para utilização em sistemas de detecção e alarme de incêndio 15

Proteção contra Incêndio: Teste seu Entendimento 1. Em relação aos conceitos apresentados no texto, qual das alternativas está incorreta: FM-200 é o dispositivo mais comum para combate contra fogo, provendo alta confiabilidade e baixo impacto ambiental. O custo associado à instalação e manutenção do sistema baseado no gás FM é significativamente maior que o sistema a água. O sensor de chama é sensível aos raios ultravioletas que se fazem presentes sempre que existe fogo. 2. Em que aplicações os detectores de chama são recomendados? Áreas abertas ou semi-abertas onde ventos podem dissipar a fumaça, impedindo a ação dos detectores de temperatura ou de fumaça. Áreas onde uma chama possa ocorrer rapidamente, tais como hangares, áreas de produção petroquímica, áreas de armazenagem e transferência, instalações de gás natural, cabines de pintura, ou áreas de solventes. Todas as anteriores. 3. Alguns fatores são determinantes para o dimensionamento do sistema de proteção contra incêndio. Assinale a afirmativa correta: Para o calculo do tempo de evacuação, antes da liberação do gás FM-200, deve-se considerar o tempo que uma pessoa, caminhando em velocidade não superior a 10 metros/minuto, mesmo situada em local e condição mais desfavoráveis da área protegida, consegue chegar a um local seguro. A área máxima de proteção dos detectores pontuais de fumaça é de 81 m2, para instalação em tetos planos com vigas até 0,20 m de altura, ambientes sem ventilação forçada e com altura de instalação até 8 m. Pelo menos uma vez a cada 2 anos, deverá ser realizada uma limpeza em todos os detectores, verificação da sensibilidade de detectores programada na central, teste da lógica programada na central, temporizações, supervisões e comandos de elementos dos sistemas de combate a incêndios. 16