Aulas 26 e 27 Graciliano Ramos

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Transcrição:

Aulas 26 e 27 Graciliano Ramos

A obra Vidas secas, 1938 Graciliano Ramos

O escritor Graciliano Ramos de Oliveira 1892 - Quebrângulo, AL 1953 - Rio de Janeiro, RJ

Prof. Eloy Gustavo Prosa de 30 A década do romance no Brasil Prosa Regionalista José Américo de Almeida: PA José Lins do Rego: PE e PA Rachel de Queiroz: CE Jorge Amado: BA Érico Veríssimo: RS Graciliano Ramos: AL Prosa Intimista Marques Rebelo José Geraldo Vieira Lúcio Cardoso Cornélio Pena Cyro dos Anjos Dionélio Machado Otávio de Faria

Prof. Eloy Gustavo Graciliano Ramos 1892-1953 Romances 1933: Caetés 1934: São Bernardo 1936: Angústia 1938: Vidas Secas Memória 1945: Infância 1953: Memórias do Cárcere

Vidas Secas Prof. Eloy Gustavo

SOBRE O LIVRO: Foi publicado em 1938, após a temporada de Graciliano na cadeia. Capítulos escritos fora de ordem e publicados separadamente em jornais. É considerado um romance desmontável, com 13 capítulos autônomos. O único livro de Graciliano em terceira pessoa, com narrador onisciente. O texto discute a questão do trabalhador rural. O domínio da linguagem é instrumento de poder. As personagens são zoomorfizadas, enquanto Baleia é antropomorfizada. Uso do discurso indireto livre.

Prof. Eloy Gustavo Conflito Protagonistas: Fabiano, Sia Vitória, menino mais velho, menino mais novo, Baleia zoomorfização antropomorfização Conflito: Adquirir a dignidade de um ser humano Fabiano: - sou um ser humano? - aptidão para a fala de Tomás da Bolandeira - educação dos filhos Sia Vitória: cama igual à cama de Tomás da Bolandeira Meninos: educação - mais novo: ser vaqueiro - mais velho: palavra inferno

Prof. Eloy Gustavo Fabiano Menino mais novo Menino mais velho Sia Vitória Baleia

Prof. Eloy Gustavo Antagonistas Fabiano Sia Vitória Meninos X X X natureza patrão comerciantes Sinhá Terta soldado amarelo cobrador de impostos natureza patrão natureza distância e incompreensão dos outros (educação) Baleia X natureza

Prof. Eloy Gustavo Antagonistas Soldado amarelo - Opressão dos desvalidos Comerciante - Roubo nos preços - Adulteração da mercadoria Patrão - Roubo no salário

Prof. Eloy Gustavo A figura positiva Tomás da Bolandeira - Proprietário (bolandeira descaroçador algodão) - Letrado (fala bem bom vocabulário) - Respeitoso com todos, mesmo com os peões - Sofreu os efeitos da seca

Capítulo 1 - Mudança Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo, a cachorra Baleia e o papagaio fugiram da fazenda de Seu Tomás da bolandeira por causa da seca. No caminho o papagaio é sacrificado para conter a fome da família. O menino mais velho chora e é repreendido pelo pai. Ao chegarem em uma fazenda abandonada, a cachorra consegue caçar uma preá que serve de alimento para todos.

Prof. Eloy Gustavo

Prof. Eloy Gustavo Primeira Zoomorfização Vitória do Humano

Prof. Eloy Gustavo

Capítulo 2 - Fabiano Chove e, com a chuva, o dono da fazenda aparece e expulsa a família. Fabiano pede um emprego e consegue permissão para ficar, mas é muito maltratado pelo fazendeiro. Fabiano reflete sobre sua condição próxima a de um bicho e admira as pessoas que se expressam com facilidade. Sinhá Vitória sonha com uma cama de couro como a de Seu Tomás da bolandeira. A chuva passa e a seca volta.

Prof. Eloy Gustavo

Capítulo 3 - Cadeia Fabiano vai à cidade comprar mantimentos e bebe. É convidado por um soldado para um jogo de cartas. Como não soubesse como recusar acaba jogando e perdendo. Sai do local furioso e não obedece a ordem do soldado para que parasse. Em meio ao nervosismo, xinga a mãe do soldado, é preso e apanha na cadeia.

Capítulo 4 Sinhá Vitória Sinhá Vitória e Fabiano discutem. Ela reclama do dinheiro que ele gasta com o jogo e com a bebida. Ele fala de sapatos de verniz que ela usava para dançar em festas.

Capítulo 5 O menino mais novo O menino mais novo quer imitar Fabiano e tenta montar em um bode que acaba por derrubá-lo. O irmão mais velho ri e Baleia olha para os dois reprovando a cena.

Capítulo 6 O menino mais velho O menino mais velho quer saber o significado da palavra inferno. Sinhá Vitória diz que é alguma coisa ruim. Como ele insiste e ela não consegue explicar, lhe dá um cocorote. O menino sai chorando e vai consolar-se com Baleia.

Prof. Eloy Gustavo

Prof. Eloy Gustavo

Capítulo 07 - Inverno A família, reunida em torno do fogo, tenta conversar. Fabiano começa a contar uma história que não faz sentido. Seu discurso é confuso e desorganizado. A cachorra espera que todos deitem para poder dormir.

Capítulo 8 - Festa Todos se vestiram para participar da festa de Natal na cidade. Sentiam-se mal por não estarem acostumados, principalmente com os sapatos. As crianças ficam encantadas com as luzes da igreja. Fabiano embebeda-se e a cachorra Baleia desaparece. Mais tarde, reaparece feliz por ter reencontrado a família.

Capítulo 9 - Baleia A cachorra Baleia está muito magra, Fabiano acha que ela está com raiva e decide sacrificá-la. Todos estão tristes e Baleia, desconfiada, tenta se esconder. Fabiano lhe dá um tiro, a cachorra se deita sem saber o que está acontecendo e sonha com um mundo cheio de preás.

Prof. Eloy Gustavo

"Baleia encosta a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente sinha Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo. Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes."

Capítulo 10 - Contas Fabiano é constantemente enganado pelo patrão, que lhe vende gêneros de primeira necessidade por um preço acima do mercado. Quando o vaqueiro reclama que o que recebia não coincidia com as contas feitas com Sinhá Vitória, o patrão lhe manda procurar outro emprego. Fabiano se lembra de quando, na cidade, foi multado por um fiscal da prefeitura por vender carne sem pagar imposto, quando tentava vender um porco e revolta-se em silêncio.

Capítulo 10 - Contas Aparentemente resignado, sentia um ódio imenso a qualquer coisa que era ao mesmo tempo a campina seca, o patrão, os soldados e os agentes da prefeitura. Tudo na verdade era contra ele.

Capítulo 11 O soldado amarelo Fabiano procura reses fugidas no meio da caatinga e encontra o soldado amarelo. Apesar da oportunidade de se vingar por ter sido humilhado e preso, deixa-o partir porque o acredita representante de uma instituição abstrata, mas que precisa ser respeitada: o governo.

Prof. Eloy Gustavo

Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. O que lhe amolecia o corpo era a lembrança da mulher e dos filhos. Sem aqueles cambões pesados, não envergaria o espinhaço não, sairia dali como onça e faria uma asneira. Carregaria a espingarda e daria um tiro de pé de pau no soldado amarelo. Não. O soldado amarelo era um infeliz que nem merecia um tabefe com as costas da mão. Mataria os donos dele. Entraria num bando de cangaceiros e faria estrago nos homens que dirigiam o soldado amarelo. Não ficaria um para semente. Era a idéia que lhe fervia na cabeça. Mas havia a mulher, havia os meninos, havia a cachorrinha.

Capítulo 12 O mundo coberto de penas Aves que bebem o pouco de água que resta são mortas por Fabiano e servem de alimento que adia a morte do grupo. Assustado, o vaqueiro pensa sobre o significado do soldado amarelo e do dono da fazenda e reconhece que seu destino é muito parecido com o de Baleia.

Capítulo 13 - Fuga O capítulo fecha o ciclo formado pela proposta de organização do autor. A família, sem poder saldar a dívida com o dono da fazenda, foge durante a madrugada, levando nas costas os poucos bens que possuem. Lembram-se de Baleia e, para evitar sofrimento, conversam sobre os sonhos de um futuro melhor. Fabiano quer ver os filhos em escolas aprendendo a ler e sinhá Vitória pensa mais uma vez em um dia poder dormir em uma cama de couro.

Capítulo 13 - Fuga Início Fim Romance Cíclico

Pausa durante a retirada: sonhos em comum Fugir da condenação dessa vida ida para a zona da mata / litoral Possibilidade de estudo para os filhos Prof. Eloy Gustavo

Prof. Eloy Gustavo

Fim

Exercício 1 - Apostila Prof. Eloy Gustavo O mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Mau sinal, provavelmente o sertão ia pegar fogo. Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da beira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o Sul. O casal agoniado sonhava desgraças. O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado. (...) Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes. (...) ( Vidas secas, Graciliano Ramos)

Prof. Eloy Gustavo Exercício 1 - Apostila (PUC-SP) Sobre o texto, é incorreto afirmar-se que a) prenuncia nova seca e relata a luta incessante que os animais e o homem travam na constante defesa da sobrevivência. b) marca-se por fatalismo exagerado, em expressão como o sertão ia pegar fogo ; que impede a manifestação poética da linguagem. c) atinge um estado de poesia, ao pintar com imagens visuais, em jogo forte de cores, o quadro da penúria da seca. d) explora a gradação, como recurso estilístico, para anunciar a passagem das aves a caminho do Sul. e) confirma, no deslocamento das aves, a desconfiança iminente da tragédia, indiciada pela brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes.

Prof. Eloy Gustavo Exercício 1 - Apostila (PUC-SP) Sobre o texto, é incorreto afirmar-se que a) prenuncia nova seca e relata a luta incessante que os animais e o homem travam na constante defesa da sobrevivência. X b) marca-se por fatalismo exagerado, em expressão como o sertão ia pegar fogo ; que impede a manifestação poética da linguagem. c) atinge um estado de poesia, ao pintar com imagens visuais, em jogo forte de cores, o quadro da penúria da seca. d) explora a gradação, como recurso estilístico, para anunciar a passagem das aves a caminho do Sul. e) confirma, no deslocamento das aves, a desconfiança iminente da tragédia, indiciada pela brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes.

Exercício 2 - Apostila Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da caatinga rala. ( Vidas secas, Graciliano Ramos) Prof. Eloy Gustavo Retirantes (1944), Cândido Portinari

Exercício 2 - Apostila (UFPEL) A partir das obras de Cândido Portinari e Graciliano Ramos, que figuram acima, é correto afirmar que Prof. Eloy Gustavo a) o texto de Graciliano Ramos, diferentemente da pintura de Portinari, retrata o mero pitoresco regional, destacando as situações folclóricas particulares da região Nordeste, a qual, castigada pela seca, estimulava as migrações, na República Velha. b) ambas foram produzidas durante o Estado Novo e refletem acerca do problema social presente no Nordeste brasileiro, denotando um realismo, tanto na linguagem visual quanto no texto literário. c) o problema explorado em ambas as obras relaciona-se à figura do retirante e denuncia a situação desses proletários urbanos, que, em virtude da exploração capitalista, na Re- pública Velha, sofriam com o desemprego em massa. d) o problema dos retirantes não está ligado somente à opressão dos latifundiários em relação aos lavradores, mas também ao fato de ser uma ação individualizada, não acarretando perdas demográficas e político-econômicas expressivas. e) tanto na escrita de Graciliano quanto no traço artístico de Portinari, é possível entrever a secura que emana do ambiente da caatinga, apesar do processo de desenvolvimento econômico e de democratização já instaurados no país, à época.

Exercício 2 - Apostila (UFPEL) A partir das obras de Cândido Portinari e Graciliano Ramos, que figuram acima, é correto afirmar que Prof. Eloy Gustavo a) o texto de Graciliano Ramos, diferentemente da pintura de Portinari, retrata o mero pitoresco regional, destacando as situações folclóricas particulares da região Nordeste, a qual, castigada pela seca, estimulava as migrações, na República Velha. X b) ambas foram produzidas durante o Estado Novo e refletem acerca do problema social presente no Nordeste brasileiro, denotando um realismo, tanto na linguagem visual quanto no texto literário. c) o problema explorado em ambas as obras relaciona-se à figura do retirante e denuncia a situação desses proletários urbanos, que, em virtude da exploração capitalista, na Re- pública Velha, sofriam com o desemprego em massa. d) o problema dos retirantes não está ligado somente à opressão dos latifundiários em relação aos lavradores, mas também ao fato de ser uma ação individualizada, não acarretando perdas demográficas e político-econômicas expressivas. e) tanto na escrita de Graciliano quanto no traço artístico de Portinari, é possível entrever a secura que emana do ambiente da caatinga, apesar do processo de desenvolvimento econômico e de democratização já instaurados no país, à época.

Exercício 3 - Apostila 3. (UPF) Sobre o foco narrativo do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, é correto afirmar que: Prof. Eloy Gustavo a) o narrador onisciente conhece, o tempo todo, a interioridade de todas as personagens. b) o narrador onisciente tem acesso à consciência de uma personagem de cada vez. c) há vários narradores oniscientes contando a história. d) há um narrador onisciente contando a história a partir das percepções de uma única personagem. e) a história é narrada, alternadamente, por várias personagens.

Exercício 3 - Apostila 3. (UPF) Sobre o foco narrativo do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, é correto afirmar que: Prof. Eloy Gustavo a) o narrador onisciente conhece, o tempo todo, a interioridade de todas as personagens. X b) o narrador onisciente tem acesso à consciência de uma personagem de cada vez. c) há vários narradores oniscientes contando a história. d) há um narrador onisciente contando a história a partir das percepções de uma única personagem. e) a história é narrada, alternadamente, por várias personagens.

Exercício 4 - Apostila (UEMaringá-PR) Sobre a obra Prof. Eloy Gustavo Vidas Secas, de Graciliano Ramos, assinale o que for correto. I. ( ) Os títulos Mudança, do primeiro capítulo, e Fuga, do último capítulo, indicam que os treze capítulos desse romance formam uma narrativa de estrutura linear e com episódios amarrados uns aos outros pela causalidade sequencial. II. ( ) Esse romance, pelo seu título, por sua estrutura, pela caracterização das personagens e do espaço físico e social, pertence ao movimento estético literário denominado Realismo/Naturalismo. III. ( ) A história desse romance, a partir do significado do seu título, representa simbolicamente a vitória do retirante nordestino, diante da opressão da na- tureza e da estrutura socioeconômica, na busca da sobrevivência pessoal e familiar.

Exercício 4 - Apostila (UEMaringá-PR) Sobre a obra Prof. Eloy Gustavo Vidas Secas, de Graciliano Ramos, assinale o que for correto. I. ( ) Os títulos Mudança, do primeiro capítulo, e Fuga, do último capítulo, indicam que os treze capítulos desse romance formam uma narrativa de estrutura linear e com episódios amarrados uns aos outros pela causalidade sequencial. II. ( ) Esse romance, pelo seu título, por sua estrutura, pela caracterização das personagens e do espaço físico e social, pertence ao movimento estético literário denominado Realismo/Naturalismo. III. ( ) A história desse romance, a partir do significado do seu título, representa simbolicamente a vitória do retirante nordestino, diante da opressão da na- tureza e da estrutura socioeconômica, na busca da sobrevivência pessoal e familiar.

Prof. Eloy Gustavo Exercício 4 - Apostila IV. ( ) O trecho Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. (...). As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes exemplifica uma narrativa em que o narrador vê o mundo pela visão da personagem e em que a personificação do animal significa mais a degradação do homem que a elevação do animal. V. ( ) A linguagem monossilábica de Fabiano, sua auto-definição como um bruto, mas, ao mesmo tempo, sua preocupação com a família, seu senso de justiça, seu apreço por Seu Tomás da bolandeira, caracterizam-no como um homem bom, porém oprimido e quase impotente. VI. ( ) O traje e o nome do soldado amarelo e sua preocupação com a ordem pública fazem dele uma personagem cuja atuação exemplifica o senso de justiça e obediência à lei, sobretudo quando prende Fabiano. VII. ( ) As atitudes, falas, ações e preocupações da personagem Sinhá Vitória caracterizam-na como uma personagem sem função no contexto da história narrada e como representação simbólica de um ser humano indeciso e fraco.

Prof. Eloy Gustavo Exercício 4 - Apostila IV. ( ) O trecho Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. (...). As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes exemplifica uma narrativa em que o narrador vê o mundo pela visão da personagem e em que a personificação do animal significa mais a degradação do homem que a elevação do animal. X V. ( X ) A linguagem monossilábica de Fabiano, sua auto-definição como um bruto, mas, ao mesmo tempo, sua preocupação com a família, seu senso de justiça, seu apreço por Seu Tomás da bolandeira, caracterizam-no como um homem bom, porém oprimido e quase impotente. VI. ( ) O traje e o nome do soldado amarelo e sua preocupação com a ordem pública fazem dele uma personagem cuja atuação exemplifica o senso de justiça e obediência à lei, sobretudo quando prende Fabiano. VII. ( ) As atitudes, falas, ações e preocupações da personagem Sinhá Vitória caracterizam-na como uma personagem sem função no contexto da história narrada e como representação simbólica de um ser humano indeciso e fraco.

Exercício 5 - Apostila Os meninos deitaram-se e pegaram no sono. Sinhá Vitória pediu o binga ao companheiro e acendeu o cachimbo. Fabiano preparou um cigarro. Por enquanto estavam sossegados. O bebedouro indeciso tornara-se realidade. Voltaram a cochichar projetos, as fumaças do cigarro e do cachimbo misturaram-se. Fabiano insistiu nos seus conhecimentos topográficos, falou no cavalo de fábrica. Ia morrer na certa, um animal tão bom. Se tivesse vindo com eles, transportaria a bagagem. Algum tempo comeria folhas secas, mas além dos montes encontraria alimento verde. Infelizmente pertencia ao fazendeiro e definhava, sem ter quem lhe desse a ração. Ia morrer o amigo, lazarento e com esparavões, num canto de cerca, vendo os urubus chegarem banzeiros, saltando, os bicos ameaçandolhe os olhos. A lembrança das aves medonhas, que ameaçavam com os bicos pontudos os olhos de criaturas vivas, horrorizou Fabiano. Se elas tivessem paciência, comeriam tranquilamente a carniça. Não tinham paciência, aquelas pestes vorazes que voavam lá em cima, fazendo curvas. Pestes.

Exercício 5 - Apostila (FGV-Adm) Assinale a alternativa incorreta a respeito da obra da qual foi retirado o fragmento de texto. a) Explora um drama social e geográfico. b) Apresenta forte sentimentalismo, especialmente nas relações de Fabiano com o povo. c) Reduz personagens à condição animal. d) Apresenta linguagem sintética, concisa. e) Retrata quadros da vida do sertão nordestino.

Exercício 5 - Apostila (FGV-Adm) Assinale a alternativa incorreta a respeito da obra da qual foi retirado o fragmento de texto. a) Explora um drama social e geográfico. X b) Apresenta forte sentimentalismo, especialmente nas relações de Fabiano com o povo. c) Reduz personagens à condição animal. d) Apresenta linguagem sintética, concisa. e) Retrata quadros da vida do sertão nordestino.

Exercício 6 - Apostila (FGV-Adm) O discurso indireto livre está presente nesse fragmento de texto. Um exemplo dele está na alternativa: a) Os meninos deitaram-se e pegaram no sono. b) Voltaram a cochichar projetos, as fumaças do cigarro e do cachimbo misturaram-se. c) A lembrança das aves medonhas, que ameaçavam com os bicos pontudos os olhos de criaturas vivas, horrorizou Fabiano. d) Fabiano insistiu nos seus conhecimentos topográficos, falou no cavalo de fábrica. e) Não tinham paciência, aquelas pestes vorazes que voavam lá em cima, fazendo curvas.

Exercício 6 - Apostila (FGV-Adm) O discurso indireto livre está presente nesse fragmento de texto. Um exemplo dele está na alternativa: a) Os meninos deitaram-se e pegaram no sono. b) Voltaram a cochichar projetos, as fumaças do cigarro e do cachimbo misturaram-se. c) A lembrança das aves medonhas, que ameaçavam com os bicos pontudos os olhos de criaturas vivas, horrorizou Fabiano. d) Fabiano insistiu nos seus conhecimentos topográficos, falou no cavalo de fábrica. X e) Não tinham paciência, aquelas pestes vorazes que voavam lá em cima, fazendo curvas.

Exercício 7 - Apostila (ITA) Certos traços da vertente realista-naturalista da literatura brasileira renascem com força nos anos 30 do século XX. Um marco desse renascimento é a publicação, em 1938, do livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, romance acerca do qual é possível dizer: I. Ele registra com nitidez as sequelas da miséria sobre uma família pobre de retirantes nordestinos, miséria essa que acaba levando as personagens a um estágio de degradação moral. II. Diferentemente da narrativa realista do século XIX, o tema desse livro não é mais o adultério feminino e as relações de interesse que marcam a classe burguesa, mas sim as condições precárias de pessoas humildes do sertão brasileiro. III. Apesar de as personagens viverem em condições desumanas, elas mantêm a sua dignidade e não perdem o seu caráter nem a sua humanidade. Está(ão) correta(s): a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) apenas III. e) todas.

Exercício 7 - Apostila (ITA) Certos traços da vertente realista-naturalista da literatura brasileira renascem com força nos anos 30 do século XX. Um marco desse renascimento é a publicação, em 1938, do livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, romance acerca do qual é possível dizer: I. Ele registra com nitidez as sequelas da miséria sobre uma família pobre de retirantes nordestinos, miséria essa que acaba levando as personagens a um estágio de degradação moral. II. Diferentemente da narrativa realista do século XIX, o tema desse livro não é mais o adultério feminino e as relações de interesse que marcam a classe burguesa, mas sim as condições precárias de pessoas humildes do sertão brasileiro. III. Apesar de as personagens viverem em condições desumanas, elas mantêm a sua dignidade e não perdem o seu caráter nem a sua humanidade. Está(ão) correta(s): a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) apenas III. X e) todas.