A vida nos oceanos e a poluição História [a partir do livro A menina do mar de Sophia de Mello Breyner Andresen] Capítulo 1 E foram os cinco através de florestas, areais e grutas. O fundo do mar era tão bonito! As areias, como dunas submersas, macias e brancas como algodão, refletiam o sol que brilhava acima da superfície. Aqui e ali algas dançavam ao sabor das correntes marinhas; cardumes de peixinhos coloridos, muito agitados, nadavam por entre elas, como meninos a jogar às escondidas. - Ih! Ih! Ih! riam as algas vocês fazem-nos muitas cócegas! - Ai, sim?!!! Então agora é que vão ver! e desataram todos a nadar velozmente, rindo, à volta das algas que continuavam a retorcer-se. O rapaz, a Menina do Mar e seus amigos poderiam ali ficar, divertidos, mas a viagem tinha que prosseguir Nadaram por mais algumas horas, até que - Que beleza! Que cores fascinantes! tinham chegado perto de um recife de corais. Tal como as algas, as anémonas do mar bailavam ao som das ondas. Tão lindo! Mas - Socorro! Ajudem-nos! -Quem pede ajuda, assim tão aflito? perguntou o peixe. - Somos nós, as anémonas! - Que se passa? indagou o caranguejo. - Os homens andam a destruir o nosso habitat! Daqui a pouco tempo estaremos todas mortas, porque os corais estão a ser retirados e
danificados pela ambição dos homens! Assim, sem os corais, nós ficaremos sem local para viver. explicaram as anémonas. - Ah! Não fazíamos ideia disso! Já observei homens a fazer isso e não sabia que era assim tão grave! exclamou o rapaz. - Como poderemos nós ajudar, então? - Bem, só se puderem impedir que a destruição dos corais continue! - Mas como?- questionou o polvo. Capítulo 2 - Já sei! exclamou a Menina do Mar Vamos pedir aos nossos amigos tubarões que vigiem atentamente esta zona, para que os humanos não se atrevam a continuar a destruir os corais para seu próprio benefício. - Vamos, vamos! disseram todos em coro. E assim fizeram; logo após, decidiram continuar a viagem. Nas profundezas do oceano, caminhando sobre rochas, os caranguejos escondiam-se, chorosos, perante a aproximação do grupo de amigos. - Porque se escondem de nós? Não fujam! Somos vossos amigos! pediu o caranguejo. - Não vão atirar redes para nos apanhar? perguntaram, muito aflitos, os caranguejos. - Mas é claro que não! Por que havíamos de fazer uma maldade como essa? Também sou um caranguejo, como vocês. - Pois mas não sabes o que a espécie humana, como ele, nos tem feito - disse um dos caranguejos escondidos, apontando para o rapaz. - Então? Conta! pediu o rapaz Não sei a que te referes. - Bem, os homens atiram redes para o fundo do mar e apanham-nos de surpresa; não se preocupam se já somos adultos ou se ainda somos jovens ou até bebés assim, vão extinguir a nossa espécie foi por isso que nos escondemos quando os vimos Andamos sempre assustados! - Como poderemos nós ajudá-los? questionaram-se os cinco amigos. Após alguns minutos de reflexão
- Já sei! exclamou o polvo Vou chamar todos os meus amigos polvos e pedir-lhes que ajudem os caranguejos. - Mas como? perguntou a Menina do Mar. - Então, sempre que virem uma rede ou uma armadilha para caranguejos, os polvos tratam de pegar nelas e levá-las para longe. Que acham? - Boa ideia! aplaudiram todos em coro! - Mais um problema resolvido. Quando chegar a terra terei que avisar os homens que têm que parar de prejudicar assim o mundo dos oceanos; ainda o vão destruir se continuarem! disse o rapaz. - Viva! E, depois de se despedirem dos caranguejos e dos polvos, prepararam-se para prosseguir a viagem. Atingiram, ao fim de umas horas, um profundo azul. Ali moravam as baleias. Pararam para se deliciar observando aqueles seres gigantes, mas tão doceis. Até que uma delas aproximou-se; ao vê-la mais perto puderam verificar que estava com ar adoentado parecia até quase moribunda. - Oh que tens, querida baleia? perguntou o peixe. - Tenho fome e as minhas amigas baleias também! - Fome??? questionou de novo o peixe. - Este local, onde vivemos, está muito poluído; o plâncton que nos serve de alimento está a desaparecer por causa dessa poluição e assim, ficamos sem alimento - Ai mais uma vez por causa dos comportamentos errados dos homens, não me digas - pediu a Menina do Mar que se aproximara, entretanto. - Pois, por isso mesmo! respondeu a baleia. - Talvez tenha uma solução - propôs o polvo. - Diz, diz! - Fazem assim: as baleias juntam-se todas num círculo e começam a girar, cada vez com mais velocidade formam assim um remoinho; no centro ficará a poluição, que se irá depositar no fundo; o remoinho irá atrair água nova e limpa e já se poderão alimentar de novo. Que acham? - É capaz de resultar! Vamos experimentar!
- Se resultar, sempre que precisarem, já sabem como hão de fazer quanto a nós, é melhor afastarmo-nos antes de sermos apanhados no remoinho Adeus! Adeus! - Obrigada pela ideia! Capítulo 3 Já um pouco distantes, os cinco amigos ficaram a observar. Parecia que estava a resultar e decidiram iniciar a última etapa da viagem. Já quase a chegar ao fim da viagem, perto já de uma praia de areias douradas, avistaram um grupo de golfinhos; nadavam, saltavam fora de água, brincavam alegremente, mas um deles mantinha-se afastado do grupo, muito quieto e triste. - Que tens, amigo golfinho? perguntou, intrigada, a Menina do Mar. - Engoli uma parte de um saco de plástico que andava a flutuar e estou muito aflito para comer e respirar - explicou. - Ai, ai, ai, mais uma ação terrível do ser humano temos mesmo que agir contra tantas maldades! Com muito cuidado o polvo conseguiu puxar o saco, libertando o golfinho e salvando-lhe a vida. - Bem hajas, polvo! Bem hajam, amigos! -Temos que resolver isto! alertou o polvo. - Os homens só andam a fazer disparates! acrescentou o peixe. - Vamos pensar numa solução! propôs o caranguejo. E todos juntos numa roda, pensaram pensaram pensaram até que - E se juntássemos todo o lixo que encontrarmos nas águas onde vivemos, levarmos esse lixo até à praia e chamarmos os homens para nos ajudarem a levá-lo para um centro de reciclagem? sugeriu o rapaz. - E a esses homens vamos lembrar que não devem continuar a poluir o ambiente dos oceanos. Vamos pedir-lhes também que passem a mensagem aos outros homens! A poluição não é bem vinda aqui! Tudo depende de ti! Água limpa nos oceanos
dar-nos-á mais e mais anos. Se os oceanos queres preservar Salta da cama e vem limpar. Autores: Alunos do 5.º H da Escola Gomes Eanes de Azurara Agrupamento de Escolas de Mangualde Professora de Português, Fernanda Romão Professora Bibliotecária, Carla Vanessa Sequeira