TURISMO RURAL E LAZER A PARTIR DO POTENCIAL NATURAL NAS COMUNIDADES POÇO ESCURO E VENEZA, PILÕES/PB COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Transcrição:

TURISMO RURAL E LAZER A PARTIR DO POTENCIAL NATURAL NAS COMUNIDADES POÇO ESCURO E VENEZA, PILÕES/PB COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Jailson da Silva CARDOSO Graduando em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira jailsongeografia2010@hotmail.com Edvânio Batista de ALMEIDA Graduando em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira edvaniogts@hotmail.com Fabiana França dos Santos Graduanda em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira geogts@hotmail.com Luciene Vieira de ARRUDA Professorado Departamento de Geografia, UEPB/Guarabira (orientadora) luciviar@hotmail.com INTRODUÇÃO Atualmente o potencial do turismo de base rural vem se destacando nacionalmente com o incentivo do Ministério do Turismo, dentre outros órgãos públicos e privados. No tocante ao turismo ruralseabra (2012) assegura que essa modalidade de turismo tem por objetivo, na sua forma original, proporcionar ao visitante o contato com as atividades e equipamentos rurais em equilíbrio com a natureza. Neste caso, essa atividade é constituída de estruturas eminentemente campesinas, rústicas e rudimentares. O autor afirma que o interesse do viajante pelo destino rural se dá pela atração combinada dos elementos que compõem a paisagem rural, envolvendo os aspectos naturais, o patrimônio cultural e as atividades agropecuárias. De acordo com Queiroz (2012) no Brasil já se percebe essa modalidade do turismo rural, que vem conquistando espaços, mesmo que ainda de forma desordenada, mas com propostas de conservação ambiental, estímulo aos produtos artesanais locais e redescobrindo o modo de vida do

campo como valor cultural e sustentável, que guarda uma identidade importante para a nossa sociedade. No caso do Projeto de Assentamento (PA) Veneza e a comunidade de Poço Escuro, localizadas no município de Pilões/PB, na vertente oriental do planalto da Borborema. É perceptívelo potencial pautado em belezas naturais e cênicas, tais comocachoeira,as formações rochosas, as trilhas ecológicas,a cobertura vegetal exuberante, além das atividades puramente humanas, como as apresentações culturais, o artesanato e a gastronomia local. Dotada desse rico potencial, percebe-se a necessidade da preservação de suas riquezas naturais e humanas (arquitetura, valores, costumes e identidade local) para então definir a qual público deve interessar o potencial dessa comunidade, no propósito de difundir a economia local e subsidiar medidas que estimulem na produção associada à geração de renda. Objetiva-se fazer um levantamento das potencialidades naturais e humanas, como vetor de desenvolvimento sustentável, no intuito de preservar a biodiversidade, a geodiversidade e proporcionar aos visitantes o contato com as atividades rurais em equilíbrio com a natureza, gerando uma forma de renda na comunidade Veneza e Poço Escuro, no município de Pilões/PB, a partir do turismo rural. METODOLOGIA O trabalho empírico ocorreu através do levantamento bibliográfico, do reconhecimento de campo, do estudo da localização e da caracterização das comunidades Veneza e Poço Escuro, através do registro fotográfico, das conversas informais e, principalmente, da aplicação de questionários semiestruturados aos moradores mais antigos e aos presidentes das associações locais. Caracterização da área em estudo O município de Pilões está localizado na Microrregião do Brejo e na Mesorregião do Agreste Paraibano (CPRM, 2005). De acordo com dados do mais recente Censo (IBGE, 2010), o município abrange uma área territorial de 64 km² e abriga uma população de 6.978 habitantes, sendo 3.332

moradores da área urbana e 3.646 na área rural. Existem 23 comunidades que fazem parte da área municipal e duas delas é o Projeto de Assentamento (PA) Veneza e a comunidade de Poço Escuro. Figura 1: Mapa de localização da Microrregião do Brejo Paraibano. Fonte: Henrique e Fernandes 2011. O acesso ao município de Pilões se dá por três vias estaduais, duas delas asfaltadas, que ligam o município aos seus vizinhos e demais regiões do país, que são a PB 077 (João Pessoa Guarabira Cuitegi); PB 087 (Campina Grande Areia Pilões); (Natal Bananeiras Borborema Pilões). A ligação entre Pilões e Campina Grande dispõe de vários horários de ônibus da empresa São José. Pilões a Guarabira é servido por transportes alternativos cadastrados na Prefeitura Municipal de Pilões. RESULTADOS PRELIMINARES Como resultado parcial, foi possível desenvolver o estudo nas comunidades: Assentamento Veneza e a comunidade de Poço Escuro. Assim, foi levantado o potencial naturalcomo vetor de

desenvolvimento sustentável e promoção do turismo rural na comunidade Veneza eturismo rural e lazer a partir do potencial natural na comunidade Poço Escuro como vetor de desenvolvimento sustentável. POTENCIAL NATURAL E HUMANO COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E PROMOÇÃO DO TURISMO RURAL NA COMUNIDADE VENEZA, PILÕES/PB O PA Veneza é uma comunidade rural localizada na Mesorregião do Agreste Paraibano, na Microrregião do Brejo Paraibano, no município de Pilões, situada a 3 km da área urbana, em direção ao município de Cuitegi, ao longo da Rodovia PB 077, na vertente oriental do Planalto da Borborema, com 343m de altitude. O relevo é constituído por vertentes Côncavo-convexas, cobertas pela vegetação de mata úmida, drenadas pelo rio Araçagi Mirim, afluente da Bacia Hidrográfica do Mamanguape, ocupadas por atividades agrícolas e pecuárias. A Associação de Moradores da Comunidade de Veneza foi fundada em 28 de Outubro de 1998 e tem como presidente atual o Sr. Francisco Nogueira dos Santos. O local de reuniões acontece no galpão da comunidade, no último sábado de cada mês e recebe apoio externo dos seguintes órgãos: SEDUP, SPTI, EMATER, CONAB, SEBRAE e da secretaria de agricultura municipal. A comunidadevenezarecebeu este nome por causa das nascentes e a quantidade de riachos, cacimbas e cachoeira, ou seja, uma comunidade no meio das águas fazendo menção a cidade Italiana, Veneza. Sua formação ocorreu graças à desapropriação das terras, com a aplicação da política do governo federal através do programa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). As terras pertenciam ao Sr. José Pimentel e foram desapropriadas e divididas em 5,5 hectares para 26 moradores. Antes da desapropriação os moradores trabalhavam no cultivo da cana de açúcar e fabricavam melado, rapadura e açúcar mascavo. Com a falência da Usina Santa Maria, localizada no município de Areia, vizinho ao município de Pilões e que recebiam as produções locais, o engenho de Veneza e todos os demais foram ao declínio. A partir daí os moradores buscaram alternativas agrícolas, cultivando produtos de subsistência e a banana a principal fonte de renda econômica do município.

Os fatos marcantes que ocorreram na comunidade foram à conquista da terra e depois a conquista da casa própria. No aspecto religioso a comunidade se apresenta guardando seus costumes, crenças e tradições, dentro da religião católica, com a padroeira Nossa Senhora das Graças, adorada na capela local. O número de residências é em média entre 50-100 domicílios, o tipo de construção é de tijolos, mas apenas algumas casas são abastecidas com água encanada e cisternas, além de terem energia elétrica. Os estudantes são assistidos com um transporte que faz o deslocamento para as escolas do município. Como atividades de lazer, os moradores praticam esporte em um campo de futebol comunitário, andam pelas trilhas ecológicas e tomam banho na cachoeira e nas piscinas naturais que se formam ao longo do rio Araçagi-Mirim. No que diz respeito às potencialidades turísticas rurais, nos últimos anos tem aumentado a procura de lazer nesses espaços. As paisagens contemplativas têm atraído à visitação de pessoas que vivem no centro das grandes cidades para os pequenos vilarejos rurais em busca de repouso, tranquilidade, diversão e lazer. Com belas quedas d águas as cachoeiras encantam de inverno a verão, as piscinas naturais se formam abaixo das cachoeiras tornando excelentes atrativos nas regiões semiáridas, o relevo com suas estruturas impressionam a todos, a vegetação, o clima ameno e seu regime hidrológico contribuem para apreciação e exploração dessas potencialidades. O potencial turístico natural na comunidade é possível ser desenvolvido através das trilhas ecológicas, visitação ao Memorial dacasa de farinha, a cachoeira, a banhos de bicas em alguns pontos da comunidade, visitação aos artesanatos locais, as piscinas naturais em um balneário próximo e as marmitas de gigante escavadas ao longo do curso do rio e que configuram uma singularidade belíssima na paisagem, além de servir como atrativo a visitantes que se impressionam com o formato circular dessas feições, polidas pelas forças das águas. Figuras 2 e 3-Formação das Marmitas e a Cachoeira de Veneza.

Fonte: Arquivo Pessoal do autor, 2014. Neste sentido, as trilhas além de serem contemplativas seriam também interpretativas onde os turistas apreciam a paisagem, as belezas cênicas, o relevo e as geoformas rochosas. O condutor tem a missão de explicar um pouco da geomorfologia e geologia do lugar, dessa forma tende a se configurar em uma importante ferramenta para o uso sustentável da comunidade, promovendo uma maior consciência ambiental, na divulgação da ciência e na geoconservação do patrimônio geológico, além do desenvolvimento socioeconômico local. No potencial humano as famílias são cadastradas nas políticas públicas atuais e cada família possui renda de até um salário mínimo com as suas atividades. Organizam-se através da Associação dos Moradores e da Associação de Mulheres. As mulheres associadas já participaram de várias capacitações e consultorias promovidas pelo Serviço de Apoio às Microempresas da Paraíba (SEBRAE), e outros órgãos. Produzem artesanatos diversos (porta- toalha, pintura em tecido, crochê, artes em bambu,dentre outros) e com a comercialização de seus produtos, auxiliam nas despesas domésticas e garantem uma melhor qualidade de vida aos seus. No mês de Junho, todos os anos é tradição da comunidade a apresentação da quadrilha junina e queima de fogueira, com o forró pé de serra tradicional e diversos pratos típicos, a pamonha, canjica, o milho cozido, e o bolo de milho. A quadrilha é apresentada na sede comunitária, agregando adolescentes, jovens e adultos da própria comunidade, com apresentação do casamento matuto que atraem os moradores locais e da cidade.

Atualmente a CG consultoria de Minas Gerais em parceria com o SEBRAE/PB e a prefeitura municipal na gestão da prefeita Adriana Andrade estão criando roteiros turísticos no intuito de fortalecer e desenvolver o turismo de base rural.através da gestão municipal foi conquistado para a comunidade um projeto de horticultura conhecido com Paes, que visa integrar os agricultores no plantio de legumes e hortaliças. Há projetos encaminhados através desses órgãos para a reforma da casa grande da comunidade que dará lugar uma pousada comunitária, além da construção de um restaurante rural, tudo isso pensando para receber os visitantes e turistas que forem conhecer a comunidade. TURISMO RURAL E LAZER A PARTIR DO POTENCIAL NATURAL NA COMUNIDADE POÇO ESCURO, PILÕES/PB COMO VETOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Poço escuro é uma comunidade rural localizada na Mesorregião do Agreste e na Microrregião do Brejo Paraibano, no município de Pilões, situada a 8 km da área urbana, em direção ao município de Cuitegí, ao longo da Rodovia PB 077 na vertente oriental do Planalto da Borborema, com 300m de altitude. O relevo é constituído por vertentes Côncavo-convexas, cobertas pela vegetação de mata úmida, drenadas pelo rio Araçagi Mirim, afluente da Bacia Hidrográfica do Mamanguape, ocupadas por atividades agrícolas e pecuárias. A comunidade de Poço Escuro está inserida na vertente oriental do Planalto da Borborema. Essa comunidade rural recebeu esse nome por causa da força das águas da cachoeira que, ao impactar-se como o solo, formam grandes buracos, cuja água aparenta ser de cor escura. A comunidade possui uma associação de moradoresque surgiu através da EMATER, tendo como Presidente o morador Sr. Manoel Silvano, que foi eleito entre os moradores para representar essa área rural. A associação procura resolver as dificuldades locais, reunindo-se há cada terceiro domingo do mês, na sede. Essa comunidade tem grandes planos futuros como organizar os jovens e as mulheres para produzirem o artesanato e formar um grupo de artesão, tendo apoio do sindicato dos trabalhadores rurais e a secretaria de agricultura municipal. Segundo Demattê (2007) a determinação do potencial de uso da terra é uma poderosa ferramenta, que deve ser utilizada no planejamento e uso das terras, para identificar a sua capacidade de sustentação e produtividade econômica, mantendo os recursos naturais à disposição

da sociedade para seu melhor uso e benefício. Quando o potencial natural de um dado lugar se une à vontade de explorar economicamente valorizando as suas características vitais, se tem todas as condições que possam promover o desenvolvimento sustentável. Esse é o caso da Comunidade Poço de Escuro,onde residem cerca de 100 famílias. A área é dotada de belezas naturais e cênicas que podem ser exploradas na modalidade do turismo rural, tais como as formações rochosas, as trilhas ecológicas, as piscinas naturais, grutas, o mirante dapedra do Espinho, a cobertura vegetal exuberante, além das atividades agropecuárias e da gastronomia. Vale ressaltar que o potencial geoturístico do Poço Escuro é conhecido localmente e regional como uma área turística, pois apresenta elementos da geodiversidade, abrigando ainda importantes elementos que constituem o patrimônio geológico do município. Figura 4- Marmita de gigante Fonte: Arquivo Pessoal do autor, 2014. Essas marmitas encontram-se na divisa das duas comunidades estudadas Veneza e Poço Escuro, embora o acesso a esse local seja péssimas condições, mas é possívelmapeá-las e abrir trilhas para que os turistas possam fazer caminhadas ecológicas para essas comunidades e de alguma formaos moradores poderão ganhar com a venda de seus produtos artesanais e

gastronômicos. Mas é claroque os moradores e a gestão pública estejam supervisionando esses espaços utilizados pelos os turistas, para evitar os impactos ambientais e sociais. Boas e Marçal (2014) enfatizam que o turismo se configura como uma atividade social que utiliza o espaço e consume, ao mesmo tempo pode ser analisado por diversas abordagens: a econômica, a política, cultural e ambiental. Desse modo, a relação do turismo com a geologia só seria possível numa perspectiva geográfica se levasse em conta os fatores ambientais, socioeconômicos, em que os valores de conservação e preservação se tornassem relevantes. A pedra do Espinho é alternativa do potencial geoturístico na comunidade, pois ela também agrega valores geológicos e culturais, pode se fazer caminhadas ou trilhas ecológicas.no topo da rocha há como se fosse um pé, conhecido como pé decristo, esse processo pode ter ocorrido pelo intemperismo ou por ação geológica, no entanto, há contos e lendas, que poderiam ser relatadas pelos os moradores locais, além disso, o almirante poderá servir para o turismo de aventura, como o rapel e o parapente, utilizando esses potenciais naturais e culturais no intuito de gerarrenda alternativa para os moradores locais e para todos os envolvidos no setor. Figuras 5. Pedra do Espinho na comunidade de Poço Escuro.

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2014. O potencialgeoturísticodo Poço Escuro, onde estão situadas as marmitas de gigante é muito expressivo, uma vez que a comunidade em questão já apresenta relevância turística para o município de Pilões.Na área já é comum à prática de turismo de lazer, especialmente nas piscinas naturais formadas pelo represamento daságuas do rio Araçagi-Mirim em escavações provocadas pela erosão no leito rochoso, atraindo um fluxo considerável de visitantes, especialmente nos feriados e finais de semana. CONCLUSÕES PARCIAIS Assim, acredita-se que o projeto de assentamento Veneza e a comunidade de Poço Escuro tem potencial para a prática do turismo rural, capaz de desenvolver o ecoturismo, o turismo de aventura e o geoturismo, além de reforçar a valorização natural com as manifestações culturais locais, sendo estes os motivos para desenvolver o turismo de base comunitária e a valorização do lugar, tanto pelos visitantes quanto pelos residentes.

Subutilizando essas riquezas geológicas e geomorfológicas, que tanto carecem de estratégias de geoconservação adequadas a sua realidade e que incentivem na conservação do patrimônio geológico pilonense dada sua importância, uma vez que, além de relevância educacional e científica, o mesmo faz parte da identidade local, sem contar que este patrimônio está sujeito a degradações através da ação antrópica, que interfere negativamente em muitos casos, com atitudes pouco conscientes como a deposição de lixo nos afloramentos e derrubada da mata ciliar, intensificando os processos erosivos nos rios (erosão lateral) e assoreamento dos mesmos. Durante a entrevista com os moradores, os mesmos falaram como o espaço tem sido usado e o que precisava para melhorar nas áreas naturais. Eles são conscientes de que é preciso tomar medidas sérias sobre a preservação do meio ambiente e a retirada dos resíduos sólidos na comunidade e nas trilhas que levam até a cachoeira. Nesse contexto, objetiva-se conhecer e difundir o potencial natural dessa comunidade para promover geração de renda a partir do turismo rural, que vem se destacando nacionalmente, com o incentivo do Ministério do Turismo, dentre outros órgãos públicos e privados, para proporcionar aos visitantes o contato com as atividades e equipamentos rurais em equilíbrio com a natureza. Para alcançar tais objetivos, será necessário que a comunidade conheça e valorize as suas riquezas naturais e humanas, procurando se organizar e se adaptar às exigências de preservação dos riachos, da vegetação natural, das formações rochosas (pilões), que dão nome ao município, ter conhecimento de licenciamento ambiental e de segurança na atividade turística. Assim, o desenvolvimento baseado no turismo rural, se bem planejado, será capaz de promover o crescimento econômico endógeno e exógeno, com seus agentes sociais locais. BILIOGRAFIA ARANHA, R.C; GUERRA, A.J.T. (Org.) Geografia aplicada ao turismo. São Paulo: Oficinas de textos, 2014. 194p. CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea. Diagnóstico do município de Pilões, Estado da Paraíba. Organização:

MASCARENHAS,J. C., BELTRÃO,B. A., SOUZA JUNIOR,L. C., MORAIS, F., MENDES, V. A., MIRANDAJ. L. F.. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005. 11 p. + anexos. DEMATTE, J.A.M. Caracterização e especialização do meio físico como base para o planejamento do uso da terra. Piracicaba: ESALQ, 2007. 64p. IBGE. Dados do município de Pilões/PB. IBGE-Cidades. Censo 2010. Disponível em:http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?,acesso em 08/06/14. HENRIQUE, F. M; FERNANDES, E. Análise dos processos erosivos no município de Pilões/PB. Sociedade e Território, Natal, v. 23, nº 2, p. 74-89, jul./dez. 2011. PORTUGUEZ, A. P;SEABRA, G.F; QUEIROZ, O..T.M.M.( Org.) Turismo, espaço e estratégias de desenvolvimento local. João Pessoa: Editora universitária d UFPB, 2012.