Isto é o meu Corpo. Isto é o meu Sangue

Documentos relacionados
Isto é o meu Corpo. Isto é o meu Sangue

Oração Inicial: Leitura: Lucas 22, 7-20.

Capela Nª Sª Das Graças

Liturgia Eucarística

A Liturgia como comunicação do Amor de Deus

Catedral Diocesana de Campina Grande. II Domingo da Páscoa Ano C Domingo da Divina Misericórdia. ANO DA FÉ Rito Inicial

Solenidade de Corpus Christi Junho de 2017

Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. «Isto é o meu Corpo. Este é o meu Sangue»

D - Senhor, que nos mandastes perdoar mutuamente A antes de nos aproximarmos do vosso altar. D A/C# D Gmaj7 A D Senhor, tende piedade de nós!

Missa da Ceia do Senhor

Pão celeste, pão para a vida do mundo

o Sacrifício de Jesus

9º Domingo do Tempo Comum

Passos de uma mistagogia

MUNDIAL DAS MISSÕES E DA SANTA INFÂNCIA MISSIONÁRIA 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO DA FÉ 21 DE OUTUBRO DE 2012 RITO INICIAL

MISSA - A COMUNIDADE SE REÚNE PARA CELEBRAR A VIDA

Entrada: Por sua Morte.. Por sua morte, a morte viu o fim. do sangue derramado a vida renasceu. Seu pé ferido nova estrada abriu

Catequista: Crianças: Festa do Acolhimento

11º Domingo do Tempo Comum

São resultado desses encontros as notas que a seguir partilhamos.

V. Sabendo Jesus que tinha chegado sua hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os seus que estavam neste mundo, amou-os até o fim. Aleluia.

Ano Litúrgico Ano C

SEMANA SANTA TRÍDUO PASCAL PÁSCOA

Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote da Nova Aliança

O MISTÉRIO DA PÁSCOA D. ANTÓNIO MARIA BESSA TAIPA

(ANÁMNESIS) ATUALIZAÇÃO DA GRAÇA - SETENÁRIO SACRAMENTAL

Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor Folheto Corpus Christi 2017

SOBRE O CENÁCULO Mencionado na Mensagem de

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DESATADORA DOS NÓS E SÃO JOSÉ DE ANCHIETA. Discípulos missionários a partir do Evangelho de João - Mês da Bíblia 2015

Celebração Dominical da Palavra. Cap. 07 Ione Buyst

Orientações para Leitores. Paróquia Nossa Senhora Rosa Mística - Montes Claros / MG

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE

Salmo - Sl 65. Ah, ah, ah, minha alma glorifica ao Senhor!! Meu espírito exulta em Deus, meu salvador!! Entrada: Quem É Esta Que Avança Como Aurora

As celebrações serão presididas pelo Emmo. E Revmo. Sr. Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.

O sacramento da Eucaristia, raiz e centro da comunidade cristã. Ione Buyst Capítulo segundo

O ANO LITÚRGICO. Quando se inicia o Ano Litúrgico?

BOM DIA DIÁRIO. Guia: Em nome do Pai

Referindo-se ao Sacramento da Eucaristia, diz o Catecismo da Igreja Católica :

HOJE É TEMPO DE LOUVAR

Coração de Jesus. Coração que só tem amor. Bate sempre por nós. Na alegria ou na dor.

Eucaristia, Sábado 01 de Maio de 2010 Santo António de Nova Oeiras

Maria, A Flor do Carmelo Folheto de Nossa Senhora do Carmo - Julho 2017

PREPARAÇÃO SEMANA SANTA A LITURGIA É A CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO PASCAL DE CRISTO

CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS ANDRÉA ALMEIDA DE GÓES ANDRÉ LUIZ DE GÓES NUNES VITOR NUNES ROSA

TRÍDUO PASCAL DA PAIXÃO E MORTE, SEPULTURA E RESSURREIÇÃO DE JESUS. Quinta-Feira Santa, 21h30 Missa da Ceia do Senhor, com rito do lava-pés

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

1. Disse Jesus: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim jamais terá sede. Jo 6,35

Papa Francisco A Santa Missa

Solenidade de Pentecostes 04 de junho de 2017

REFRÃO ORANTE CANTA MINH ALMA. Dm Gm C7 F Canta minh alma, canta: louvores ao Senhor, Dm Gm Dm/A A7 Dm Que maravilhas tantas, fez Ele em teu favor!

Cânticos para Missa Advento/2016

O POVO DE DEUS ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA Brasília, 31 de maio de SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO Cor Litúrgica: Branco

RITO COM CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS

ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

DOMINGO II DO TEMPO COMUM Ano A

CANTOS DA PRIMEIRA EUCARISTIA - SANTA ROSA 2014

CELEBRAÇÃO DO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO PASCAL DOMINGO DE PÁSCOA (ANO B) Então os olhos deles se abriram e o reconheceram (Lc 24,31)

O POVO DE DEUS ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA Brasília, 04 de junho de 2015 SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO Cor Litúrgica: Branco

01. CANTO DE ENTRADA:

O CULTO DOS SANTOS NA CELEBRAÇÃO DOS MISTÉRIOS DE CRISTO

DIOCESE DE CRATO BASÍLICA N. Sra. das DORES FESTA DA PADROEIRA JUAZEIRO DO NORTE CE. MISSA (Francisco Silva)

Músicas para missa TSL

PARTE I O MISTÉRIO, O ESPAÇO E OS MINISTROS I.

FRATERNIDADE LEIGAS E LEIGOS SACRAMENTINOS

Homilia na solenidade da Santíssima Trindade

Crisma 2010/2011 Encontro 29 Tempo Liturgico e Quaresma 10/02/2011. Crisma 2010/2011. Encontro 29 Tempo Liturgico e Quaresma

CELEBRAÇÃO DO SACRAMENTO DA CRISMA 1- RITOS INICIAIS Entrada dos Crismandos e seus Padrinhos

CURSO PARA FORMAÇÃO DE MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA SAGRADA COMUNHÃO

Entrada: Hino da CF 2019

Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6)

Dia Mundial das Missões - Coleta Nacional - 21 e 22 de outubro

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA COMPÊNDIO

RITO DA NOMEAÇÃO DOS ACÓLITOS NAS PARÓQUIAS NOTAS PRELIMINARES

MISSA COM A CATEQUESE - SANTÍSSIMA TRINDADE C 2010 Guião com monições mistagógicas

Encontro para pais de Crianças da Primeira Comunhão

Giovanni Cipriani A GLÓRIA DA CRUZ

Slide 2

6º Domingo da Páscoa 20/05/2017. Entrada

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO A Eucaristia e a Família

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 6, 51-58)

Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. Salmo 107:1. Celebração do DIA NACIONAL DE AÇÃO DE GRAÇAS

A Liturgia da Paixão do Senhor não tem a celebração da Eucaristia, mas apenas a distribuição da comunhão. Além de uma introdução e conclusão

Entrada: Vamos Celebrar

Missa na Comunidade Nsa. Senhora de Lourdes

O MISSAL ROMANO. Missale Romanum

Sacramentos. Aula 23/03/2014 Prof. Lucas Rogério Caetano Ferreira

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO ANO B 25/11/2018

Planilha de Músicas MARÇO 2018 ANO B

Refrão meditativo : criar um espírito meditativo e acolhedor em toda pessoa da assembleia celebrante

SANTA MISSA EM PORTUGUÊS Domingo, 17 de dezembro de :00 p.m. 3º. Domingo do Advento CANTOS CANTO DE ENTRADA: Reunidos Aqui

Cânticos para Missa Advento/2016

PREPARAÇÃO QUARESMA - PÁSCOA A LITURGIA É A CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO PASCAL DE CRISTO

Domingo, dia do Senhor

LIÇÃO 14 ENTRE A PÁSCOA E O PENTECOSTES. Prof. Lucas Neto

MISSA SOLENE DO DIA DE NATAL. 1. Nasceu o Salvador do mundo! O Verbo fez-se carne

O Papa João Paulo II Magno afirma no número 34 da Ecclesia de

O POVO DE DEUS FOLHA SEMANAL DA ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA

ITINERÁRIO CATEQUÉTICO. Iniciação à vida cristã: Um processo de inspiração catecumenal

Celebração tirada do livro Eucaristia com Crianças Tempos Fortes Pedrosa Ferreira Edições Salesianas. ocantinhodasao.com.pt/public_html.

Transcrição:

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO 04 de JUNHO de 2015 Isto é o meu Corpo. Isto é o meu Sangue Leituras: Êxodo 24, 3-8; Salmo 115 (116B), 12-13.15-16bc.17-18 (R/ 13); Cartas aos Hebreus 9, 11-15; Marcos 14, 12-16.22-26 COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA Animador: Hoje, celebramos a solenidade do Corpo e Sangue do Senhor, recordamos, como fazemos na quinta-feira santa, a Santa Ceia do Senhor. É a ceia da despedida. Jesus quis celebrá-la com seus discípulos. No pão partido e no cálice com vinho, Jesus nos assegurou que Ele nos dava a si mesmo: "Tomai e comei, isto é o meu corpo"; "Tomai e bebei, isto é o meu sangue". Queremos afirmar nesta celebração, com todas as forças: hoje é dia de ação de graças e de louvor pelo dom que deu Cristo na Eucaristia. 1. Situando-nos A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo é uma celebração que tem raízes profundas na piedade do povo cristão. Surgiu como resultado da devoção eucarística, iniciada na França e na Bélgica, e que, do século XII em diante, se desenvolveu, acentuando particularmente a presença real de Cristo no sacramento e, portanto, sua adoração. Certamente foram as visões de Juliana de Cornillon, monja agostiniana de Liège (Bélgica), que tiveram influência decisiva na instituição da festa. Ela foi instituída pelo Papa Urbano IV, pela bula Transiturus de hoc mundo de 11 de agosto de 1264, devendo ser celebrada na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, a qual acontece no domingo depois de Pentecostes. O Concilio Vaticano II deu novo significado a esta celebração, a ligando à Páscoa do Senhor, o mistério eucarístico por excelência. São Tomás de Aquino diz, sobre este mistério: O unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da sua divindade, assumiu nossa natureza, para que, feito homens dos homens fizesse deuses. Assim, tudo quanto assumiu da nossa natureza humana, empregou-o para nossa salvação. Seu corpo, por exemplo, Ele o ofereceu a Deus Pai como sacrifício no altar da cruz, para nossa reconciliação; sem sangue, Ele o derramou ao mesmo tempo como preço do nosso sangue e purificação de todos os nossos pecados (...) É oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, para 1

que aproveite a todos o que foi instituído para a salvação de todos (Cf. Das Obras de Santo Tomás de Aquino, presbítero. Opusculum 57, In festa Corporis Christi, lect. 1-4. (Sec. XIII). In. Liturgia das Horas, vol. III. Ofício das Leituras, na solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo). 2. Recordando a Palavra O Evangelho de Marcos está situado na parte inicial da narrativa da paixão (14,1-31). Após o reconhecimento de Jesus como o Ungido/ Messias pelo gesto da mulher anônima (14,1-11), sua entrega aparece no contexto da Páscoa judaica (Mc 14,12-16) e a última Ceia está ligada à realização plena do banquete messiânico no Reino de Deus (Mc 14,17-31). Enviado para servir e dar a vida em resgate por muitos (10,45), Jesus trilha o caminho de fidelidade ao Pai até a entrega total na cruz. Jesus e os discípulos estão em Jerusalém para a festa da Páscoa, memorial da libertação do Egito que reavivava a esperança da salvação definitiva a realizar-se por meio do Messias. A festa da Páscoa era celebrada durante oito dias. No primeiro dia, imolava-se o cordeiro pascal. A Páscoa que os discípulos celebrarão é a da morte de Jesus, o Messias crucificado. Por isso, os preparativos da ceia pascal sublinham a iniciativa de Jesus. Os discípulos encontram uma grande sala arrumada com almofadas por Jesus (Cf. Mc 14,15), que prepara a sua Páscoa. Ele se oferece como o verdadeiro cordeiro pascal, realizando plenamente a esperança profética (Cf. Is 52, 13-53,12). Jesus durante a ceia pascal, dá um sentido novo aos gestos rituais que eram realizados por ocasião das refeições judaicas solenes. Ao tomar o pão, Jesus pronunciou a benção, partiu-o e entregou a eles, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo (Mc 14,22). Depois tomou o cálice, deu graças, entregou a eles e todos beberam. Jesus desse-lhes: Este é o meu sangue da nova aliança, que é derramado por muitos (14,23-24). Os discípulos, ao compartilhar do pão e do vinho associados à morte de Jesus, alimentam-se de seu corpo e sangue oferecidos para a vida nova e definitiva de todos. A expressão sangue da aliança remete a Êxodo 24,8, à aliança no Sinai selada com o sangue de animais. O profeta Jeremias anunciou a nova aliança (Cf. Jr 31,31-34), que foi selada definitivamente em Cristo pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, perfeita realizada uma vez por todas (Cf. Hb 10,10). O sangue derramado em favor de muitos alude, de modo especial a Isaías 53,12 e indica que Jesus é o Servo sofredor por excelência, que entrega a vida pela salvação da humanidade. A Eucaristia torna-se o memorial da nova aliança, plenificada na morte redentora de Cristo. Jesus, por meio da paixão, morte e ressurreição, beberá o vinho novo no Reino de Deus (Mc 14,25). Sua última ceia realizada a esperança messiânica, a festa do Reino anunciada pelo profeta (Cf. Is 25,6) e manifestada na abundancia do alimento (6,30-44; 8,1-10). Na ceia de entrega da vida, que Jesus celebra com seus discípulos, culminam as refeições celebradas com os publicanos e pecadores (2,16), com os excluídos. Manifestam-se a realidade do banquete escatológico, a esperança na realização plena do Reino. Antes de ir para o monte das Oliveira, Jesus canta o hino, isto é, os salmos de louvor (113-118) (Os Salmos 113-118 formam a coleção do Halle 2

ou Aleluia. Eles eram cantados nas grandes festas de romaria e na ceia pascal (Cf. Mc 14,26)). A Leitura do livro do Êxodo descreve a conclusão da aliança no Sinai entre Deus e o povo. Moisés, depois de fazer a experiência do encontro com o Senhor (19,3;24,1-2), reúne o povo e comunica todas as palavras e todos os decretos do Senhor (24,3a). Trata-se especialmente dos dez mandamentos (20,1-21) e do código da aliança (20,22-23,33). O povo compromete-se a seguir o caminho da aliança, que proporciona a comunhão com Deus e entre si: faremos tudo o que o Senhor nos disse! (24,3b). Moisés construir um altar e criou um espaço digno para a comunidade celebrar e oferecer um sacrifício de comunhão (24,4-5). As doze colunas sagradas sublinham o sentido da aliança para todo o Israel. Após a leitura solene do livro da aliança, aspergiu o altar e o povo com o sangue do sacrifício, o sangue da aliança. Assim, os dois contraentes da aliança: Deus, representado no altar (24,6) e o povo (24,8) que renova o compromisso de obediência à Palavra (24,7), estão unidos na comunhão de vida. O Salmo 115 (116B) é uma oração de louvor e ação de graças ao Senhor, pois foram quebradas as cadeias da opressão. O salmista ergue o cálice da salvação e invoca o nome do Senhor, como sinal de compromisso. A leitura da Carta aos Hebreus acentua que Cristo ressuscitado é o novo sumo sacerdote, que entrou no santuário através da tenda maior e mais perfeita. Com a única oferenda de si meso, levou à perfeição para sempre os que Ele santifica (Cf. 10,14), superando os sacrifícios antigos. O sumo sacerdote entrava no santuário, nos Santos dos Santos, para oferecer o sacrifício anual de expiação (Cf. Lv 16). Cristo ofereceu a vida por nossa libertação definitiva. Seu caminho, plenificado no mistério pascal, conduz à comunhão plena com Deus. Cristo, em virtude do Espírito eterno se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha. Ele purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! (9,14). Como a conclusão da aliança realizava-se mediante a efusão de sangue (Cf. Ex 24,6-8), a nova aliança revela-se plenamente na morte redentora de Cristo em favor de toda a humanidade. Assim, Cristo é ressaltado como Mediador da nova aliança (9,15). 3.Atualizando a Palavra A Eucaristia é o memorial do mistério pascal de Cristo, sua paixão, morte e ressurreição. Deus sela a aliança eterna e definitiva com a humanidade através da oferenda única e perfeita de Jesus (Hb 10,10-18), que é atualizada na liturgia por meio da ação do Espírito Santo. Ao comungarmos do corpo e sangue, em cada celebração, estarei proclamando a morte do Senhor até que ele venha (1 Cor 11,26), comprometidos a formar o autêntico corpo eclesial. O texto do Êxodo apresenta elementos litúrgicos essenciais, relacionados com a celebração eucarística cristã, tai como a comunidade reunida, a Palavra, o altar, o sacrifício de comunhão, o sangue da aliança. Como discípulos e discípulas, celebramos a Eucaristia, motivados pela entrega de Jesus: Fazei isto em memória de mim (Cf. Lc 22,19). Rendemos graças ao Pai com Cristo, pão vivo (...) entregue pela 3

vida do mundo (Jo 6,51). A identificação com Jesus, no caminho do seguimento, leva a ser pão partilhado através da doação, do amor oblativo. Santo Tomás de Aquino sublinha que, na Eucaristia, torna-se presente a memória daquele imenso e inefável amor que Cristo, em sua Paixão, demonstrou para conosco. Para que a imensidade deste amor ficasse mais profundamente gravada nos corações dos fiéis, Cristo institui este sacramento durante a última Ceia, quando, ao celebrar a Páscoa com seus discípulos, estava prestes a passar deste mundo para o Pai. A Eucaristia é o memorial perene de sua Paixão, o cumprimento perfeito das figuras da Antiga Aliança e o maior de todos os milagres de Cristo (Cf. Das Obras de Santo Tomás de Aquino, presbítero. Ofício das Leituras, na solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo). Como os discípulos, que seguiram o apelo do Mestre e encontraram o espaço adequado para celebrar a ceia pascal e partilhar aquele pão e aquele vinho que Jesus lhes ofereceu, somos chamados a entregar, nas mãos do Senhor, toda a preparação para o XVII Congresso Eucarístico Nacional, que será realizado em Belém do Pará de 15 a 21 de agosto de 2016. O tema será Eucaristia e Partilha na Amazônia Missionária e o lema Eles o reconheceram no partir do Pão. 4. Ligando a Palavra com ação litúrgica A solenidade de hoje, eco da celebração da Quinta-feira Santa, nos faz experimentar, de forma mística e concreta o mistério da entrega do Senhor Jesus. Já na antífona de entrada somos agraciados com os sinais da abundância divina. O Senhor alimentou seu povo com a flor o trigo e com o mel do rochedo o saciou. De fato, somos saciados fartamente pelas mesas da Palavra e da Eucaristia. No admirável sacramento, memorial da paixão do Senhor, não somente veneramos o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo (Cf. oração do dia), mas comemos e bebemos com Ele, n Ele e por Ele. Os prefácios da Santíssima Eucaristia (I e II) rezam os grandes temas eucarísticos das leituras bíblicas: (...) Ele, verdadeiro e eterno sacerdote, oferecendo-se a vós pela nossa salvação, institui o Sacrifício da nova Aliança e mandou que o celebrássemos em sua memória. Sua carne, imolada por nós, é o alimento que nos fortalece. Seu Sangue por nós derramado, é a bebida que nos purifica... E ainda o prefácio II: (...) Reunidos os apóstolos na última ceia, para que a memória da cruz salvadora permanecesse para sempre, Ele se ofereceu a vós como cordeiro sem mancha e foi aceito como sacrifício de perfeito louvor. Pela comunhão neste sublime sacramento, a todos nutris e santificais. Fazeis de todos um só coração, iluminais os povos com a luz a mesma fé e congregais os cristãos na mesma caridade. Aproximamo-nos da mesa de tão grande mistério, para encontrar por vossa graça a garantia da vida eterna. A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo nos coloca em sintonia profunda com o mistério da Páscoa o Senhor. Jesus Cristo, o Filho de Deus, se faz corpo, carne, humano. Ele assume a nossa realidade (menos o pecado), nossa história, nossas lutas. Ele se faz corpo entregue e sangue derramado. Por isso, participar da Eucaristia, memorial e anúncio da morte e ressurreição de Jesus, de sua entrega por amor, deve provocar também em nós, seus discípulos/as, ações de amor solidário. 4

Celebrar em memória de Jesus significa fazer o que Ele fez, ser alimento para vida do mundo. Oração da Assembléia Presidente: Depois de sermos alimentados pela Palavra de Deus, dirijamos nossas preces ao Pai agradecendo a graça de participar da Eucaristia. 1. Senhor, que a Igreja possa sempre celebrar a eucaristia com zelo e amor. Peçamos: Todos: (Cantado): Senhor, vinde em nosso auxílio! 2. Senhor, que os governantes façam crescer o respeito à Eucaristia, para que nosso louvor e nossas súplicas sejam sinceros e cheguem diante de vós. Peçamos: 3. Senhor, agradecemos a Palavra divina que nos alimenta, e que possamos viver a religião de modo sereno e equilibrado. Peçamos: 4. Senhor, torne-nos autênticos em viver o compromisso da Eucaristia para tornar nossas comunidades mais cristãs. Peçamos: (Outras intenções) Presidente: Obrigado Senhor, pelo alimento que recebemos na eucaristia e que ela possa modelar a nossa vida de acordo com o projeto divino. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém. III. LITURGIA EUCARÍSTICA Preparação dos dons Oração sobre as oferendas: Concedei, ó Deus, à vossa Igreja os dons da unidade e da paz, simbolizados pelo pão e vinho que oferecemos na sagrada Eucaristia. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém Oração depois da comunhão. Dai-nos, Senhor Jesus, possuir o gozo eterno da vossa divindade, que já começamos a saborear na terra, pela comunhão do vosso Corpo e do vosso Sangue. Vós que viveis e reinais para sempre Todos: Amém. Procissão do Santíssimo Sacramento Animador: Vamos dar início à Procissão do Santíssimo Sacramento. A comunidade organiza a procissão e sai pelas ruas e estradas, levando o Santíssimo Sacramento, para dizer para si mesma e para o mundo que, por Cristo, com Cristo e em Cristo, é solidária com todo o sofrimento humano e para proclamar que, na vitória de Jesus sobre a morte, repousa sua esperança. Canto: Senhor, quando Te vejo no sacramento da comunhão, 5

Sinto o céu se abrir e uma luz a me atingir, Esfriando minha cabeça e esquentando meu coração. Senhor, graças e louvores sejam dadas a todo momento. Quero te louvar na dor, na alegria e no sofrimento, E se em meio à tribulação, eu me esquecer de Ti, Ilumina minhas trevas com Tua luz. Jesus, fonte de misericórdia que jorra no templo. Jesus, o Filho da rainha. Jesus, rosto divino do homem. Jesus, rosto humano de Deus. Chego muitas vezes em Tua casa, meu Senhor, Triste, abatido, precisando de amor, Mas depois da comunhão Tua casa é meu coração, Então sinto o céu dentro de mim. Não comungo porque mereço, isso eu sei, oh meu Senhor. Comungo pois preciso de Ti. Quando faltei à missa, eu fugia de mim e de Ti, Mas agora eu voltei, por favor aceita-me. Jesus, fonte de misericórdia que jorra no templo. Jesus, o Filho da rainha. Jesus, rosto divino do homem. Jesus, rosto humano de Deus. Chegada da Procissão 1. Tão sublime sacramento Adoremos neste altar, Pois o Antigo Testamento, Deu ao Novo seu lugar. Venha a fé, por suplemento, Os sentidos completar. 2. Ao Eterno Pai cantemos E a Jesus, o Salvador. Ao Espírito exaltemos, Na Trindade eterno Amor. Ao Deus uno e trino demos, A alegria do louvor. Amém Amém. Amém. Presidente: Do céu lhes destes o Pão. Todos: Que contém em si todo sabor. Presidente: (Oremos) 6

Ó Deus, que pelo mistério pascal do Cristo, remistes todos os seres humanos, conservai em nós a obra do vosso amor, para que comemorando o mistério da nossa salvação, mereçamos participar dos seus frutos. Por Cristo, nosso Senhor Todos: Amém. Presidente: (Faz genuflexão, toma o ostensório e com ele traça, em silêncio, o sinal da cruz sobre o povo). Reposição: (Enquanto o Sacramento é reposto, pode-se cantar um canto apropriado) Avisos e agradecimentos Pode-se despedir o povo com o abraço da paz. 7