ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DE FERMENTADO ALCÓOLICO DE MARACUJÁ

Documentos relacionados
ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO SENSORIAL BEBIDA MISTA DE SERIGUELA (SPONDIAS PURPÚREA L.) COM ÁGUA DE COCO

DESENVOLVIMENTO DE BEBIDA ALCOÓLICA FERMENTADA OBTIDA A PARTIR DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE SUCO DE CAJU. Iwalisson Nicolau de Araújo 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da Paraíba.

Avaliação de parâmetros de qualidade de doce em massa e das matérias primas utilizadas na formulação

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABACAXI PÉROLA CULTIVADO NO SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE CERVEJAS ARTESANAIS PALE ALE COMERCIALIZADAS EM FORTALEZA, CEARÁ.

CHOCIAI, M. B. 1 ; CHOCIAI, J. G. 2 ; BONFIM, T. M. B. 1 ; SHITARA, G. M. 3 ; D AMBRÓSIO, S. D. C.M. 3 ; JOCHEN, A. L. 4

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DO LICOR DE CORTE DO MARACUJÁ AMARELO

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE FÍSICO- QUÍMICOS DE SUCOS TROPICAIS

ACEITAÇÃO SENSORIAL DE BEBIDA MISTA DE FRUTOS DO GÊNERO SPONDIAS A BASE DE ÁGUA DE COCO

ACEITABILIDADE E AVALIAÇÃO FÍSICO QUÍMICA DE UM NÉCTAR MISTO DE PITANGA E CUPUAÇU.

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO CINÉTICO DE BEBIDAS FERMENTADAS A BASE DE FRUTAS

PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DO FERMENTADO DE CAJU (Anacardium Occidentale L.) PRODUZIDO NA FAZENDA CAJUCOCO

AVALIAÇÃO FISICO-QUIMICA E MEDIDAS INSTRUMENTAIS DO DOCE DE CORTE DE GOIABA E MARACUJÁ

MELAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR BISADA NA FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA

ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE BEBIDA ALCOÓLICA MISTA DE LARANJA COM BETERRABA

Produção de Fermentado alcoólico de juçaí (Euterpe edulis Martius)

BEBIDA MISTA DE TAMARINDO A BASE DE AGUA DE COCO

Características Químicas de Néctar e Suco de Mirtilo Obtido pelo Método de Arraste de Vapor

O PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FERMENTADO ALCOÓLICO DE TAMARINDO (Tamarindus indica L.)

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS E SENSORIAIS DE NÉCTAR DE MANGA E ACEROLA

INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO DA CANA NA QUALIDADE DA PRODUÇÃO DE BIOETANOL

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO NA CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DA VITAMINA C DO SUCO DE ACEROLA CLARIFICADO E CONCENTRADO DURANTE A ARMAZENAGEM.

VINHO DE JAMBOLÃO (Syzygium cumini) ELABORADO POR DUAS FORMAS DE OBTENÇÃO DE POLPA

CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) EM TEMPERATURA AMBIENTE

PARÂMETROS DE QUALIDADE DA POLPA DE LARANJA

ANEXO REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DOS PADRÕES DE IDENTIDADE E QUALIDADE PARA FERMENTADOS ACÉTICOS

Produção e estudo da aceitabilidade sensorial do licor de jambo vermelho

Utilização de maracujá integral no desenvolvimento de sobremesa láctea (flan) e avaliação de suas características físico-químicas e sensorial.

CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SENSORIAL DE HIDROMEL: TIPO SECO TRADICIONAL E SABORIZADO COM MORANGO

Bolsista, Embrapa Semiárido, Petrolina-PE, 2

QUALIDADE E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE FRUTOS DE CAJAZEIRAS (Spondias mombin L.) ORIUNDOS DA REGIÃO MEIO-NORTE DO BRASIL

ACEITAÇÃO SENSORIAL DE PREPARADO SÓLIDO PARA REFRESCO SABOR MARACUJÁ

Conservação de alimentos pelo uso de processos fermentativos

Determinação das Características Físico-Químicas e Sensoriais de Sucos Concentrados de Maracujá

PRODUÇÃO DE FERMENTADO ALCOÓLICO A PARTIR DE ABACAXI (Ananas Comosus L.)

Congresso Brasileiro de Fruticultura Natal/RN 17 a 22 de Outubro de 2010

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE FERMENTADOS ALCOÓLICOS DE JABUTICABA (Myrciaria jabuticaba)

MELO, Christiane de Oliveira 1 ; NAVES, Ronaldo Veloso 2. Palavras-chave: maracujá amarelo, irrigação.

ELABORAÇÃO DE VINAGRE UTILIZANDO MEL DE ABELHA (APIS MELLIFERA) EXCEDENTE DE PRODUÇÃO

PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE FERMENTADO DE UMBU A PARTIR DE SUA POLPA COMERCIAL

ALTERNATIVA PARA CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda)

COMPOTA DE ABACAXI ADICIONADO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE CANELA EM PAU

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA DE NOVOS HÍBRIDOS DE MARACUJÁ AMARELO

BLENDS OBTIDO DE JAMBO VERMELHO COM TOMATE

SILVA, et al (2010) UTILIZAÇÃO DE ABACAXI PARA ELABORAÇÃO DE VINHOS: AVALIAÇÃO FISICO QUÍMICA E ACEITABILIDADE

INSTRUÇÃO NORMATIVA N 14, DE 8 DE FEVEREIRO DE 2018

Redução da viscosidade da polpa de acerola

PRODUÇÃO DE FERMENTADO ALCOÓLICO MISTO DE POLPA DE AÇAÍ E CUPUAÇU: ASPECTOS CINÉTICOS, FISÍCO-QUÍMICOS E SENSORIAIS

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE NÉCTARES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE FRUTAS CONGELADAS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE NOVA CRUZ-RN

ELABORAÇÃO DE BEBIDA FERMENTADA UTILIZANDO CALDA RESIDUAL DA DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DE ABACAXI (Ananas comosus L.)

VINHO DE LARANJA (Citrus sinensis L. Osbeck): UM ESTUDO COM DIFERENTES LINHAGENS DE Saccharomyces cerevisiae

PREPARO, CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E ACEITABILIDADE DE LICOR DE CORTE DE Spondias tuberosa

CINÉTICA DE FERMENTAÇÃO DE BEBIDA ALCOOLICA DE TAMARINDO

AVALIAÇÃO DE POLPAS DE FRUTAS CONGELADAS PRODUZIDAS NO MACIÇO DE BATURITÉ

ELABORAÇÃO DE LICOR DE FRUTAS NATIVAS E TROPICAIS

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE GELEIA DE ACEROLA COM MARACUJÁ

COMPARAÇÃO DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE PRÉ-TRATAMENTO PARA HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DA BIOMASSA DE JABUTICABA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO

ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE NÉCTAR DIET DE JAMBO VERMELHO

DESENVOLVIMENTO, CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE LICOR DE CORTE DE MORANGO

OBTENÇÃO ARTESANAL DE BEBIDAS FERMENTADA E FERMENTO- DESTILADA DE BANANA CATURRA.

FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA DO CALDO DA CANA DE AÇÚCAR VAR. CO.290. II. INFLUÊNCIA DA ESTIRPE DE FERMENTO UTILIZADA SÔBRE O RENDIMENTO ALCOÓLICO (*)

ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICO E SENSORIAL DE GELEIA DE MARACUJÁ COM CENOURA

DESENVOLVIMENTO DE BEBIDA MISTA DE GRAVIOLA COM ÁGUA DE COCO: PROCESSAMENTO, QUALIDADE E AVALIAÇÃO SENSORIAL

CAPÍTULO VI DA CLASSIFICAÇÃO DAS BEBIDAS

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE BLEND À BASE DE ACEROLA (Malpighia emarginata) E GOIABA (Psidium guajava)

DESENVOLVIMENTO DE LICOR À BASE DE CASCAS DE ABACAXI

[REVISTA BRASILEIRA DE AGROTECNOLOGIA] ISSN

ANÁLISES DE COMPONENTES PRINCIPAIS DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DE HÍBRIDOS E LINHAGENS DE MAMOEIRO

Caracterização físico-química de bebida láctea fermentada sabor uva com adição de prebiótico

FORMULAÇÃO E QUALIDADE DE NÉCTAR DE CAJÁ ADICIONADO COM LINHAÇA E EXTRATO DE SOJA

FORMULAÇÕES DE NÉCTARES DE FRUTAS NATIVAS DAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO BRASIL

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE VINTE E SEIS GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO-AZEDO CULTIVADOS NO DISTRITO FEDERAL

Caracterização Físico-Química de Vinhos Brancos Elaborados na Região do Submédio do Vale do São Francisco, Brasil

17/05/2014 POLPAS DE FRUTAS POLPAS DE FRUTAS

Obtenção e avaliação de parâmetros físico-químicos da polpa de goiaba (Psidium guajava L.), cultivar Paluma

Vitória da Conquista, 10 a 12 de Maio de 2017

Porque deve efetuar análises ao seu vinho?

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E DO ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 4 DE SETEMBRO DE 2003

TÍTULO: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE FRUTAS COMERCIALIZADAS EM MONTES CLAROS-MG

FORMULÁRIO PARA CADASTRO DE PROJETO DE PESQUISA E EXTENSÃO

CAPÍTULO VI DA CLASSIFICAÇÃO DAS BEBIDAS

ELABORAÇÃO DE GELEIA TRADICIONAL E LIGHT DE GUABIROBA BRUNA NAPOLI¹; DAYANNE REGINA MENDES ANDRADE²; CRISTIANE VIEIRA HELM³

OBTENÇÃO E AVALIAÇÃO DE LICOR DE CAJÁ-MANGA OBTAINING AND EVALUATION OF LIQUOR CAJA-MANGA

USO DE REGULADORES VEGETAIS PARA MELHORAR E UNIFORMIZAR A COR DE UVAS

ESTUDO CINÉTICO E CARACTERIZAÇÃO DA BEBIDA FERMENTADA DO Cereus jamacaru P. DC.

PÓS-COLHEITA E AGROINDUTRIALIZAÇÃO DO CUPUAÇU

NOTA TÉCNICA ACIDEZ VOLÁTIL VINHOS DOP PORTO 2013 / 2018

Vitória da Conquista, 10 a 12 de Maio de 2017

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA DE TAPEREBÁ (Spondias mombin L.)

PRODUÇÃO DE FERMENTADO ALCOÓLICO MISTO DE POLPA DE AÇAÍ E CUPUAÇU: ASPECTOS CINÉTICOS, FISÍCO-QUÍMICOS E SENSORIAIS

USO DE REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE PIMENTÃO VERDE ARMAZENADO EM TEMPERATURA AMBIENTE E SOB REFRIGERAÇÃO

CARACTERÍSTICAS ANALÍTICAS DE VINHOS BRANCOS DAS VARIEDADES ARINTO E FERNÃO PIRES ELABORADOS NO NORDESTE BRASILEIRO

Elaboração e avaliação da qualidade de aguardentes de frutas submetidas a diferentes tratamentos

2 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE ELABORAÇÃO. Giuliano Elias Pereira Celito Crivellaro Guerra Aline Camarão Telles Biasoto Gildo Almeida da Silva

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR PALOTINA MESTRADO - BIOENERGIA BIOETANOL

Licor de jatobá: análise físico-química e sensorial

CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DA VITAMINA C DURANTE A PRODUÇÃO DE SUCO CONCENTRADO DE ABACAXI COM HORTELÃ

ESTUDOS PRELIMINARES PARA OBTENÇÃO DE BEBIDA ALCOÓLICA DE UMBÚ SEMELHANTE A VINHO

Transcrição:

ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DE FERMENTADO ALCÓOLICO DE MARACUJÁ Aldo Santos Teixeira¹ Romário Oliveira de Andrade²; Gustavo Santos de Lima 3 ; Joalisson Gonçalves da Silva 4 ; Ricardo Luís Cardoso 5 ¹Estudante de Graduação do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas. Estagiário. ²Bacharel em Agroindústria, Pós-Graduando em Ciências Agrárias/Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Cruz das Almas, BA.: (romarioandradeufpb@gmail.com); 3 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Agroalimentar, CCHSA/UFPB, gustavosantosdelima@gmail.com; 4 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia,CCA/UFPB, 5 Professor do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas. RESUMO O maracujá amarelo (Passiflora edulis) uma das frutas mais cultivada e possui um amplo potencial sendo explorado industrialmente. As bebidas fermentadas de frutas constituem produtos com perspectiva promissora de consumo. O objetivo do presente trabalho foi á elaboração, avaliação físico-química e sensorial do fermentado alcoólico de maracujá. A bebida alcoólica foi elaborada utilizando-se maracujá amarelo e foram avaliados os atributos em vários dias após a fermentação (0, 40, 80 e 120 dias),onde foram registrados os valores para acidez total (entre 188 e 181 meq/l), acidez volátil (entre 7,29 e 8,84 meq/l) e acidez fixa (entre 180,71 e 172,16 meq/l), ph (entre 2,95 e 2,80), açúcares, total (entre 3,74 e 4,37 %), redutor (entre 3,74 e 4,37 %) e não redutor com valores tendendo a zero, teor de álcool encontrado 10 o GL. De acordo com as análises físico-químicas do fermentado desta fruta, a acidez fixa e total durante todo período de armazenamento ficaram acima do estabelecido pelos padrões da legislação brasileira. Palavras-chave: Passiflora edulis; fermentado; Acidez.

ABSTRACT The yellow passion fruit (Passiflora edulis) one of the most cultivated fruit and has a great potential to be exploited industrially. Fermented beverages are fruit products with promising prospect consumption. The aim of this study was to be developed, assessed physicochemical and sensory fermented alcoholic daiquiris. The booze was performed using passion fruit and attributes were observed at various times (0, 40, 80 and 120 days), after fermentation, where the values were recorded for total acidity (between 188 and 181 meq / L), volatile acidity (between 7.29 and 8.84 meq / L) and fixed acidity (between 180.71 and 172.16 meq / l), ph (between 2.95 and 2.80), sugars, total (from 3.74 and 4.37%), reducer (between 3.74 and 4.37%) and nonreducing with values tending to zero, the alcohol found 10 GL. Sensory analysis showed a good acceptance of the tasters demonstrating positive attributes that favor their production. Keywords: Passiflora edulis; fermentation; acidity. INTRODUÇÃO O maracujazeiro é originário da América Tropical, com mais de 150 espécies de Passifloráceas e utilizadas para consumo. As espécies mais cultivadas no Brasil e no mundo são o maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa), maracujá-roxo (Passiflora edulis) e o maracujá-doce (Passiflora alata. O suco do maracujá, por sua vez, é muito utilizado, principalmente em bebidas misturadas com suco de frutas, o mesmo além de fonte vitaminas possui uma aceitação muito grande devido as suas características sensoriais que conferem sabor e aroma acentuados ao suco e produtos derivados (SANDI et al., 2003). A elaboração e processamento de bebidas a base de suco de maracujá contribuir para diminuir as perdas da safra pelo aproveitamento do excedente da produção da fruta (PRATI et al., 2004). Umas das formas de se processar e utilizar o suco de maracujá e na elaboração de Vinho ou fermentados alcoólicos. Diversos autores publicaram estudos sobre vinho de frutas como manga, Kiwi, cereja, mamão, entre outros frutos. (Akubor, 1996; Manfroi et al.,1996; Muniz,2000).No entanto a literatura consultada não forneceu dados referentes à tecnologia de obtenção e

envelhecimento de fermentado de maracujá, porém, em consequência das características apresentadas pela polpa de do maracujá, constitui matéria-prima passível de industrialização, principalmente como fermentado, tonando-se uma alternativa capaz de valorizar a espécie, através da geração de lucro por parte de pequenos produtores. Este trabalho objetivou-se produzir e avaliar as características Físicoquímica de fermentado de maracujá durante o envelhecimento. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Alimentos do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. A matéria-prima utilizada (maracujá amarelo) foi adquirida no comercio local de Cruz das Almas - Bahia. Os frutos maduros e sadios foram lavados e retirados à polpa com as sementes, e passados em uma despolpadeira para a retirada do suco. O suco foi diluído com água potável na proporção de 1 parte de suco para 3 de água e o teor de sólidos solúveis foi corrigido com sacarose para 20 % e acrescentou 0,3 % de leveduras desidratadas. Colocou-se o mosto com as leveduras em cuba de fermentação adaptados para fermentação, fechados, com sistema de escapamento de gases, com batoque hidráulico e sistema de esvaziamento adequado para separação da borra.com esse processo o mosto entrou em fermentação, liberando o gás carbônico através da mangueira. Após fermentação acrescentou mais 5 % de sacarose para obter um vinho suave e deixou fermentar novamente. O vinho obtido foi acondicionado em garrafas de 1000 ml e fechado com rolhas de cortiça e armazenado para ser avaliado nos períodos zero, 40, 80 e 120 dias de armazenamento. O produto final obtido foi submetido a análises, físico-químicas, com três repetições: ph (em potenciômetro), acidez total, fixa e volátil e teor alcoólico conforme Instituto Adolfo Lutz (2004. A avaliação estatística dos dados oriundos dos períodos estudados foram analisados estatisticamente por meio da análise de variância (teste F) e de regressão, considerando o delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos no tempo (0, 40, 80 e 120 dias), utilizando o programa SAEG.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Devido à falta de trabalhos realizados com envelhecimento de fermentado alcoólico de maracujá foram utilizados parâmetros estabelecidos de produtos fermentados alcoólicos de várias outras frutas para comparação dos resultados encontrados. A (Figura 1) mostra os resultados obtidos nas determinações físicas e químicas efetuadas. Os valores de ph observados na (Figura 1.A) para o fermentado do maracujá no período zero a cento e vinte dias tiveram uma variação entre 2,80 e 2,96, não havendo variação significativa durante o envelhecimento, ficando abaixo dos resultados encontrados para as outras frutas, ficando próximo apenas do fermentado de mirtilo, que variam entre 2,80 e 2,90 (VIAN, 2011), também para análise após a fermentação alcoólica, não avaliando no processo de envelhecimento. O ph dos vinhos é um fator importante na sua estabilidade, sendo que valores ao redor de 4,00 favorecem o crescimento da levedura. A acidez total encontrada para o fermentado de maracujá após a fermentação e durante o processo de envelhecimento variou entre 188 e 181 meq.l -1, considerando o valor final como referência, o valor é superior ao apresentado para outros, o fermentado de jaca atingiu um valor de acidez total de 100 meq.l -1 (ASQUIERI, RABÊLO e SILVA 2008).O fermentado de maracujá pode ser considerado de acidez elevada, já que as amostras, em todos os momentos (0, 40, 80, 120) apresentaram valores superiores a 130 meq/l (Figura 1.B ), que é o limite superior estabelecido pela legislação para vinhos de mesa com relação à acidez total (BRASIL,1998). A acidez volátil deve-se aos ácidos graxos presentes no vinho, tais como fórmico, acético, butírico, etc. Foram estabelecidos limites de acidez volátil, pois esta indica a presença de O resultado para acidez volátil para fermentado de maracujá variou entre 7,3 e 8,0 meq/l -1 (Figura 1.C), não havendo variação significativa durante o período de envelhecimento. Valores elevados de acidez volátil podem indicar a presença de microrganismos indesejáveis após a elaboração, principalmente o Acetobacter sp., que eventualmente pode converter o vinho em vinagre ou também elevada concentração de ácido acético no mosto a ser fermentado,

comprometendo a qualidade sensorial da bebida (SILVA, 2008). O produto em questão apresentou baixa concentração de ácidos voláteis (7,3 e 8,0 meq/l) durante todo período de armazenamento, o que certamente não apresentou fermentação acética. A acidez volátil está acima aos apresentados pelo fermentado de cajá de 5,5 meq.l 1 (DIAS; SCHWAN; LIMA, 2003) e do fermentado de jabuticaba de 7,3 meq.l 1 (ASQUIERI et al., 2004).A determinação da acidez fixa se dá pela diferença entre a acidez total e a volátil. Encontrou-se para o fermentado de maracujá valores variando significativamente entre 180,71 a 172,16 meq.l -1. A bebida de maracujá obteve um grau alcoólico (10,0 0 GL), em todos os momentos avaliados, podendo ser considerado como bebiba alcoólica sendo enquadrado como vinho de mesa de acordo com a legislação brasileira pode ser classificado como fermentado de fruta, pois se apresenta com graduação alcoólica dentro do intervalo de quatro a quatorze GL, a vinte graus Celsius (BRASIL, 1997).

CONCLUSÕES O fermentado de maracujá apresentou valores de acidez acima estabelecido pela legislação brasileira, sendo necessária a revisão desses padrões visto que não só o maracujá como o fermentado de outras frutas ácidas sempre apresentam acidez acima do limite permitido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKUBOR,O.I. The suitability of African bush mango juice for wine procuction. Nigéria, n 48, p.213-219,1996. ASQUIERI, E. R.; DAMIANI, C.; CANDIDO, M. A.; ASSIS, E. M. Vino de jabuticaba (Myrciaria cauliflora Berg): Estudio de lãs características físico-químicas y sensoriales de los vinos tinto seco y dulce, fabricados com la fruta integral. Alimentaria, n. 355, p. 111-122, 2004. BRASIL. Decreto n0 2314, 4 set. 1997, Diário Oficial da União, Brasilia, 05 de set.,1997. DIAS,D.R.; SCHWAN, R.F.; LIMA, L.C.O. Metodologia para elaboração de fermentado de cajá (Spondias mombin,l.).ciênc. Tecnol. Aliment.,Campinas, 23(3):342-350,Set,-dez.2003. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 4.ed. São Paulo, 2008. 1.020p. MANFROI, V. Apontamentos de aula sobre Doenças e defeitos sensoriais do vinho.2011. MUNIZ, C.R. Elaboração de bebidas fermentadas a partir de frutas tropicais. 2000.44 monografia (Especialização em Ciências Biológicas ). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. PRATI, P.; MORETTI, R. H.; CARDELLO, H. M. A. B.; GÂNDARA, A. L. N. Estudo da vida-de-prateleira de bebida elaborada pela mistura de garapa parcialmente clarificada estabilizada e suco natural de maracujá. B.CEPPA, Curitiba, v. 22, n. 2, p. 295-310, jul./dez. 2004 SANDI, D.; CHAVES, J. B. P.; PARREIRAS, J. F. M.; SOUZA, A. C. G.; SILVA, M. T.C. Avaliação da qualidade sensorial de suco de maracujá-amarelo (passiflora edulis var. flavicarpa) submetido à pasteurização e armazenamento. B.CEPPA, Curitiba, v. 21, n. 1, p. 141-158, jan./jun. 2003. SILVA,P.H.A.; FARIA,F.C.; TONON,B.; MOTA,S.J.D.; PINTO,V.T.

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE FERMENTADOS ALCOÓLICOS DE JABUTICABA (Myrciaria jabuticaba). Quim. Nova, Vol. 31, No. 3, 595-600, 2008 VIAN,M.L. Análise Físico-química, sensorial e capacidade antioxidante de fermentado de Mirtilo. Monografia do curso de Engenharia de alimentos. Universidade Federal do Rio grande do Sul - UFRGS. Porto Alegre, 2012.